Barbano escreveu:E você mesmo confirmou que as emissoras seguem a lei e que não existe essa lei de 1% nas pesquisas.
Eu confirmei? Não. O Vitor disse:
"Pra começar, o que define que alguém participe do debate não é ter 1% de intenção de votos, e sim ser de partido com representantes eleitos na Câmara.", o que é mentira, pois
a lei não "define" isso; a lei garante participaçãos aos representados
e faculta a presença dos demais. A explicação que eu dei para o Vítor foi em relação ao fato dele não ter entendido o que eu disse, pois as leis são complicadas e é realmente fácil ler um artigo isolado, não entender seu significado e tomar como regra absoluta
Barbano escreveu:Marques de Sade escreveu:Querer dar voz apenas àqueles com os quais nós concordamos não é democracia, mas sim comportamento ditatorial, totalitário e fascista.
Isso é o que fez a TV Aparecida, ao ter dado voz apenas ao Eymael (já que os demais tinham participação assegurada pela lei). Já as outras emissoras apenas seguiram a lei e convidaram os candidatos que tem representatividade na Câmara, sem convidar nenhum candidato sem participação assegurada.
Não, a TV Aparecida exerceu o direito proporcionado pela lei de convidar candiatos SEM representação na Câmara, mas eu concordo que deveriam ter convidado a todos e não apenas ao Eymael. As emissoras de TV seguiram a lei? Sim, pois (não acredito que tenho de repetir isso mais vezes) a lei eleitoral garante a participação de candidatos com representação MAS deixa FACULTATIVO o convite aos demais candidatos. A lei está errada, mas como não coíbe a participação de candidatos sem representação na Câmara, o não-convite a todos os candidatos é sim uma atitude anti-democrática por parte das emissoras de TV (que deveriam se lembrar da época da ditadura, onde a censura reinava e eles não tinham liberdade), e dar voz igualitária a todos os candidatos, ao contrário da distribuição injusta do tempo de exposição no horário eleitoral.
Deixando claro, e antes da questao surgir de novo: as emissoras cumpriram a lei? Sim. Mas um dos principais pontos da minha argumentação que não conseguiu ser captado foi que a lei eleitoral precisa de mudanças pois é injusta; mas isso não justifica comportamentos fascistas das emissoras de TV.
Barbano escreveu:A legislação eleitoral também permite dividir os debates em grupos de no mínimo três candidatos. Em tese a Globo poderia fazer um debate só com Marina, Aécio e Dilma
Sim, é o que diz a 9.540. Mas você se equivoca ao dizer que apenas "em tese" a Globo poderia fazer isso. Tanto em tese como na prática isso é possível. E esta é uma parte da lei que serve exatamente para que, em caso de muitos candidatos, as emissoras possam fazer debates em grupos, para que todos tenham tempo de exposição igual. As emissoras escolhem seguir essa regra? Não. Vale ressaltar que em caso de um debate em grupos, a lei prevê que haja um SORTEIO entre todos os candidatos, portanto, não estaria a cargo da Globo DECIDIR quem participaria de cada grupo.
Barbano escreveu:Convidar todos os candidatos certamente é o mais democrático. O problema é que, dependendo do número de candidatos, o debate não anda. Na eleição de 1989, por exemplo, tivemos 22 candidatos à presidência. Imagine um debate de 2 horas com 22 candidatos. Cada candidato vai fazer uma pergunta e já vai para as considerações finais.
São essas as vissicitudes da democracia, meu caro Barbano. As emissoras nem são obrigadas a conduzir debates, mas num país que se diz democrático, a exclusão de candidatos baseada na representação ou não na Câmara é sim anti-democrática. O pior de tudo é que isso enão encontra contradição no texto da CF, que por ter sido tão mal feita, necessitou de tantas emendas, e necessita de muitas mais para que possamos nos chamar e ser um país verdadeiramente democrárico.