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O São Paulo deu mais um passo na tentativa de concretizar o projeto de reforma do Morumbi. Nesta sexta-feira, o clube recebeu a notícia de que o fundo de investimentos, chamado Arena, teve o registro concedido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Agora, o fundo tem 180 dias, a partir do último dia 15 de janeiro, para captar os recursos com os investidores da obra
Projeto de cobertura do Morumbi prevê espaço para shows, atrás de uma das traves (Foto: Divulgação / São Paulo FC)
Segundo a diretoria tricolor, os 20 investidores já estão apalavrados. O valor determinado para construir a cobertura do estádio, a arena multiuso atrás de um dos gols e um prédio de estacionamento é de R$ 460 milhões. O clube se gaba de não gastar um centavo de seu dinheiro ou dos cofres públicos. O acordo prevê a cessão da exploração do local por dez anos, com opção de renovação por mais dez.
As empresas envolvidas no negócio são a Andrade & Gutierrez, construtora responsável pela obra, a Multipark, que fará o estacionamento, e a XYZ, que vai administrar a arena multiuso. Os investidores não foram divulgados, até porque ainda não assinaram contrato.
Disputa política
Só que a diretoria tem um problema. Esbarra na oposição, que tem colocado obstáculos para a aprovação do contrato de reforma. Em dezembro, não houve quórum na reunião marcada para que o documento fosse apresentado. O estatuto do São Paulo determina que isso só poderia ocorrer com pelo menos 75% do Conselho presente.
Na ocasião, os conselheiros da oposição se recusaram a entrar sob o argumento de que não haviam visto o contrato durante sua elaboração. Eles acusaram o presidente Juvenal Juvêncio de falta de transparência e exigiram uma análise do que se pretendia no Morumbi. Desde quinta-feira, as 1.200 cláusulas estão disponíveis no escritório de advocacia contratado pelo clube para que uma comissão formada por conselheiros da oposição possam examiná-las.
Projeto de cobertura do Morumbi (Foto: Divulgação / São Paulo FC)
Já houve uma primeira reunião e está prevista uma nova ida dos opositores ao local na segunda-feira pela manhã. Candidato a presidente pela chapa de oposição, Kalil Rocha Abdala reclamou ao GloboEsporte.com que não poderiam levar o contrato para casa.
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É impossível ler isso de uma vez, precisamos analisar com calma. Por que estão com tanta pressa para aprovar isso agora?
Ele não faz parte da comissão, que conta com ex-presidentes como José Eduardo Mesquita Pimenta e Paulo Amaral, que afastou Rogério Ceni em 2001 e se tornou o principal desafeto do goleiro em seus 24 anos de clube. O contrato ficará disponível no escritório até o fim do mês. A diretoria atual tenta convencer os opositores a aprovarem o contrato em nova reunião do Conselho, em fevereiro.
Porém, existe a possibilidade de que, novamente, não haja quórum. Nesse caso, o presidente Juvenal Juvêncio tentará alterar o estatuto e reduzir o número mínimo de conselheiros para 50% (120, já que são 240 no total), e, assim, aprovar o contrato e permitir que o fundo inicie a captação de recursos.
Vista aérea de como ficaria o estádio tricolor com cobertura das arquibancadas (Foto: Divulgação / São Paulo FC)
Os dirigentes sabem que isso causará um desgaste, já que a maior crítica à administração de Juvenal se deve justamente a uma alteração estatutária feita para que ele pudesse se reeleger pela segunda vez e permanecesse por oito anos no poder. A oposição reclamou na Justiça, mas Carlos Miguel Aidar, agora candidato da situação, advogou a favor de Juvenal e sustentou o terceiro mandato.
Segundo a diretoria, essa decisão judicial de que o Conselho tem competência para alterações respaldaria o clube se fosse necessária uma nova mudança. Juvenal tem a maioria dos conselheiros neste momento. O São Paulo diz querer evitar esse caminho e, para isso, precisa convencer a oposição.
Projeção de como ficaria o estádio do Morumbi, na zona sul de São Paulo (Foto: Divulgação / São Paulo Fc)