“Mis favoritos eran los especiales de Don Juan Tenorio. Cómo le hacían para que todo rimara? Me acuerdo que pasaba el programa entero y no me reía, porque a mi risa le ganaba el asombro, la magia, de ver como las frases medían igual e intercambiaban su idéntica última palabra. No fue hasta muchos años después que me enteré que el Chavo del Ocho no vivía en el barril, sino en el número 8 de ese vecindario.
Pero siempre me quedé con las ganas de saber si el cobrón del Señor Barriga alguna vez llegó a secretario de hacienda; si el profesor Jirafales formaba parte del sindicato de maestros de Esther Gordillo; si a los Caquitos, tampoco los agarró la eficaz de la policía del Distrito Federal; o si la cursi de Doña Florinda terminó escribiendo los discursos para la Fundación Vamos México.
Yo veía el Chavo con mi hermanita, con mi hermana menor. Confieso que cuando me gradué de la universidad y ella se acercó a darme un abrazo,lo primero que nos vino a la mente fue "Dígame licenciado!"; y ella al instante entendió: "Licenciado!", "Gracias, muchas gracias!", "No hay de queso, no más de papa!"
Conforme pasen las generaciones, seguiremos pasando la voz que la desesperación se resume con un "tá tá tá tá tá"; o cualquier desatino sexual equivale a un "se me chispoteó"; o que en el fondo "más vale pájaro en mano, que se me lleva la corriente". Bueno, la idea es esa, no?
Don Roberto, empuñe de nuevo el chipote chillón, porque aún hay malos que combatir; saque algún remedio de la bolsita de papel de estraza, porque el mundo sigue enfermo; no deje de regalar tacitas de azúcar porque todavía no curamos el hambre. En una palabra, déjenos salir con usted del barril al lado de la escalera, para mirar desde ahí con sus ojos, como pasa la historia.” (Carlos Loret de Mola, periodista)
"Meus favoritos eram os especiais do Don Juan Tenorio. Como faziam para que tudo rimasse? Me lembro que passava o programa todo e eu não ria, porque minha risada era vencida pelo assombro, a magia, de ver como as frases mediam iguais e trocavam sua idêntica última palavra. Não foi muitos anos depois que me interei que o Chaves não vivia no barril, mas no número 8 da vila.
Mas sempre fiquei com vontade de saber se o cobrador Senhor Barriga alguma vez chegou a Ministro da Fazenda; se o professor Jirafales fazia parte do sindicato dos professores de Esther Gordillo; se os Caquitos, também foram presos pela eficaz polícia do Distrito Federal; ou se a cafona da Dona Florinda terminou escrevendo os discursos da Fundação Vamos México.
Eu via o Chaves com minha irmãzinha, com minha irmã menor. Confesso que quando me graduei na universidade e ela se aproximou para me dar um abraço, o primeiro que veio a nossa mente foi: "Diga-me, licenciado!", e ela no mesmo momento continuou: "Licenciado!", "Obrigado, muito obrigado!", "Não tem de queijo, só de batata!"
Conforme passem as gerações, seguiremos sabendo que a desesperação se resume com um "tá, tá, tá, tá, tá"; ou qualquer desatino sexual equivale a um "é que me escapuliu"; ou que no fundo "mais vale um pássaro na mão, que me levar a corrente". Bem, a ideia é essa, não?
Senhor Roberto, empunhe novamente sua marreta biônica, porque ainda existem maus para combater; tire algum remédio do saquinho de papel, porque o mundo continua doente; não deixe de dar xícaras de açúcar, porque ainda não curamos a fome. Em uma palavra, nos deixe sair com você do barril, do lado da escada, para ver daí, com seus olhos, como passa a história." (Carlos Loret de Mola, jornalista)
Carlos Loret de Mola
P.s.: Sugiro a moderação que matenha o título desse tópico assim, mais específico. Depois, com a chegada e aparecimento de outros depoimentos de pessoas famosas sobre CH, o título pode passar a "Depoimentos sobre Chespirito"; descrição: "Feitos por celebridades nacionais e estrangeiras".
















