Livros

Espaço para debates sobre assuntos que não sejam relacionados a Chespirito, como cinema, política, atualidades, música, cotidiano, games, tecnologias, etc.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 09 Abr 2018, 00:12

LAURO JARDIM - O GLOBO

A Intrínseca já vendeu 180 mil exemplares de “A sutil arte de ligar o foda-se”, do americano Mark Manson, desde o seu lançamento há cinco meses.

O livro é um daqueles fenômenos inesperados.

Tanto é que o editor Jorge Oakim comprou os seus direitos de publicação no Brasil por modestos US$ 7 mil.

Isso significa o seguinte : os primeiros 12 mil livros vendidos pagaram os custos da compra dos direitos e o marketing do lançamento.

A partir daí, fora os 10% do autor, é tudo lucro (e alegria) para a editora.
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Polegar
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Re: Livros

Mensagem por Polegar » 09 Abr 2018, 00:33

Nunca ouvi falar.
Deve ser mais um daqueles livros que "debatem" e "ensinam" como tratar determinado aspecto da vida, amoroso, emocional, comportamental ou o que seja.

Nada contra esse tipo de leitura, mas ser a que mais tem estado em voga me assusta. Parece que as pessoas estão procurando apenas seguir manuais de como existir da maneira certa...

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Re: Livros

Mensagem por Bgs » 09 Abr 2018, 08:54

Churrumín escreveu:Nada contra esse tipo de leitura, mas ser a que mais tem estado em voga me assusta. Parece que as pessoas estão procurando apenas seguir manuais de como existir da maneira certa...
As pessoas só estão querendo diminuir um pouco seu sofrimento, Churrumín. E esse livro, pelo que parece, dá dicas de como você ser mais autêntico.
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Re: Livros

Mensagem por SBBHQK » 13 Abr 2018, 11:44

Atualmente, estou lendo o livro da Eliane Brum, "A Vida que Ninguém Vê", por recomendação da minha professora do curso de jornalismo. Esse livro é excelente e recomendo a vocês. Detalhe: esse livro foi ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Livro Reportagem em 2007.

Inclusive, a maioria dos cursos de jornalismo nas universidades tem disciplinas que abordam sobre livro-reportagem.

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 20 Abr 2018, 20:16

http://nerdgeekfeelings.com/livro-nova- ... ao-brasil/

A Leya trouxe para o Brasil o livro Santuário dos Ventos.

Livro escrito por George R. R. Martin em 1982 em parceria com Lisa Tuttle. Uma obra que mescla ficção científica e fantasia.

A edição chegou em março nas lojas.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 24 Abr 2018, 16:37

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 30 Abr 2018, 04:39

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada ... elho.shtml

PAULO COELHO : Você vai matar a literatura. Não dá para pegar a arte e fazer uma releitura politicamente correta. Em sua essência, ela é politicamente incorreta. Quando você impõe uma coisa [ela não dá certo].
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Re: Livros

Mensagem por Bgs » 30 Abr 2018, 11:12

Não sabia que a Globo ia fazer uma série baseada num livro do Drauzio. Sempre tive vontade de ler, mas nunca corri atrás também. Vou acompanhar a série. :)
Esses usuários curtiram o post de Bgs (total: 1):
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 03 Mai 2018, 03:58

ANCELMO GOIS - O GLOBO

A coleguinha Cristina Serra entregou à editora os originais de seu livro-reportagem sobre a tragédia provocada pela Samarco em Mariana (MG). “A investigação de mais de dois anos é uma obra-prima do jornalismo”, disse o editor-executivo da Record, Carlos Andreazza.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 10 Mai 2018, 23:21

http://www.radiorock.com.br/2018/05/08/ ... -favorita/

Após o lançamento de sua autobiografia em 2016 e do livro de contos “Dropz” no ano seguinte, Rita Lee anunciou outra novidade literária.

A cantora irá lançar um novo livro, “Favorita”, título de uma das faixas de Rita Lee com Roberto de Carvalho, presente no álbum “Saúde” (1981).

O trabalho será publicado pela Editora Globo, em julho.

Diferente de sua autobiografia que conta histórias de sua infância, família, o início da carreira e fatos curiosos da época. O livro “FavoRita”, traz fotos e textos inéditos de Rita Lee.
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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 12 Mai 2018, 20:46

Borges escreveu:Não sabia que a Globo ia fazer uma série baseada num livro do Drauzio. Sempre tive vontade de ler, mas nunca corri atrás também. Vou acompanhar a série. :)
Tenho um livro dele aqui, mas acabei não lendo.
"Se aproveitaram da minha astúcia" - VELOSO, Caetano

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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 14 Mai 2018, 22:33

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Ian McEwan ajuda filho em redação sobre sua própria obra e tira apenas C
Professor não concordou com visão do escritor sobre romance
https://oglobo.globo.com/cultura/livros ... c-22670043?
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 19 Mai 2018, 21:33

ANCELMO GOIS - O GLOBO

Mesmo com a crise das duas maiores redes de livrarias do Brasil, Saraiva e Cultura/Fnac, que atrasam pagamentos às editoras, o mercado livreiro vai muito bem, obrigado.

Em abril, o crescimento foi de 13,95% no faturamento, em relação ao mesmo mês de 2017, passando de R$ 121,9 milhões para R$ 139,9 milhões.

No acumulado do ano, houve aumento de 14,22% em faturamento.

Os dados são de pesquisa inédita do Sindicato Nacional dos Editores de Livros.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 22 Mai 2018, 21:29

https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2 ... eiro.shtml

O jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, colunista da Folha e comentarista da FOX Sports, acaba de lançar o seu nono livro, "Escola Brasileira de Futebol".

Sua estreia no mercado editorial aconteceu em 2003, com "Jornalismo Esportivo".

O novo livro é o mais ambicioso. Como escreve no prefácio, ele "se propõe a contar como o futebol brasileiro aprendeu a ser forte, como definiu seu estilo e como encantou o mundo".

Ele reúne diversas histórias do esporte, mas não é esse seu propósito central. Para ele, os livros sobre futebol no país se dedicam muito aos "o quês". PVC vai atrás dos "porquês".

Entre abril de 1969 e março de 1970, João Saldanha comandou a seleção. Em 11 partidas, o time marcou 32 gols. Por que, então, foi Zagallo, e não João Saldanha, o técnico do Brasil tricampeão mundial ?

Se a seleção de 1982, de Telê Santana, era tão brilhante, por que caiu diante da Itália ?

O livro também se encarrega de desfazer mitos ou colocá-los sob nova perspectiva.

PVC enaltece a Holanda de 1974, mas discorda de que o time tenha representado uma grande evolução tática em relação ao Brasil de 1970.

"As alegações de que o time [holandês] rodava o campo todo e de que ninguém mantinha posição fixa são desmentidas pelas imagens."

Ainda no terreno dos mitos, é comum dividir o futebol brasileiro em antes e depois de 1982. A partir da derrota no estádio Sarrià, o jogo praticado por aqui teria se tornado mais defensivo.

"Mentira", escreve. "Se fosse assim, o Brasil não teria jogado feio as Copas de 1974 e 1978".

Não são exatamente os melhores, mas aqueles que sabiam muito bem como interferir nos jogos para mudar o ritmo.

A tríade começa com Tim (1916-1984), do Fluminense nos anos 1960.

O segundo é Ênio Andrade (1928-1997), tricampeão brasileiro - Inter (1979), Grêmio (1981) e Coritiba (1985).

O terceiro é Vanderlei Luxemburgo, que comandou grandes times e a seleção. O que terá acontecido a Luxemburgo, hoje sem time ?
"O maior risco de quem trabalha com futebol é se desapaixonar. Ele acabou se envolvendo em outras áreas, como a transferência de jogadores, e pode ter se desviado da questão central".

Embora as opiniões do autor estejam bem fundamentadas, resultantes de quase três décadas de jornalismo esportivo e do interesse obsessivo pelo tema, ele não tem a pretensão de que "Escola Brasileira de Futebol" seja uma "obra definitiva" no assunto. PVC quer abrir o debate. Que venham, portanto, novos livros sobre os "porquês" do futebol brasileiro.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 25 Mai 2018, 09:34

https://veja.abril.com.br/revista-veja/ ... -clientes/

Acostumado a histórias de suspense, imprevistos e reviravoltas, o mercado de livros no Brasil virou protagonista de um enredo desse tipo, que promete novos capítulos antes de chegar a um final, de preferência, feliz.

Justo no momento em que esperavam um respiro depois de três anos seguidos de retração, as editoras foram atropeladas pela decisão da maior rede de livrarias do país, a Saraiva, dona de 30 % do mercado, de suspender pagamentos e renegociar prazos junto aos fornecedores. A medida se insere em seu plano de recuperação de um prejuízo que bateu em 52 milhões de reais no ano passado. A dívida protelada, que corresponde a livros comercializados de dezembro de 2017 a março último (o arranjo entre editoras e livrarias é de vendas por consignação), chega a 120 milhões de reais.

O calote da Saraiva se une à pilha de dificuldades que os livreiros brasileiros vêm enfrentando de 2014 para cá, período em que as vendas derraparam e o faturamento das editoras caiu mais de 20%.

Os resultados da Saraiva no primeiro trimestre indicam um lucro de 1,3 milhão de reais. É modesto, mas intensamente comemorado em um mercado no qual a crise econômica do país abriu um rombo.

Em questão de poucos anos, cerca de 600 livrarias encerraram suas atividades, a Laselva quebrou e a francesa Fnac transferiu nome e ativos para a Livraria Cultura e saiu do Brasil.

A própria Livraria Cultura, a segunda maior, com uma fatia de 10% do mercado, atrasou repasses em 2016 e 2017 e fechou quatro lojas herdadas da Fnac. Aparentemente está pagando em dia, mas também negocia com seus fornecedores prazos maiores e descontos mais generosos.

As ondas da crise desaguaram nas distribuidoras : uma das maiores, a BookPartners, está em recuperação judicial. “Minha lista de clientes, entre livrarias e distribuidoras, já tomou três páginas. Hoje, cabe em uma”, lamenta um editor que não quis se identificar para não atrair animosidades do mercado.

O setor teve o primeiro baque em 2014, quando o governo federal, cliente de enorme peso, foi levado pela mesma economia combalida a suspender a compra de obras literárias para escolas e bibliotecas. A partir daí, o mercado despencou prateleira abaixo.

Uma agravante sempre citada pelos especialistas no ramo foi a decisão tomada pelas editoras nos tempos de bonança de segurar o preço dos livros, contando que a venda em grande quantidade compensaria o lucro menor por unidade. Resultado : 190 milhões de exemplares vendidos em 2006 renderam 18% mais para as empresas do que 230 milhões comercializados em 2016. Nesses mesmos dez anos, calcula-se que o preço real médio do livro nas editoras caiu de 26 para 17 reais.

Desde o ano passado as editoras vêm aumentando os preços, com o propósito de reverter a situação, mas o efeito ainda está longe de repor as perdas e pode até vir a agravá-las, afugentando possíveis compradores.

Para tentarem manter o fôlego em ano de Copa e eleições, dois acontecimentos que desviam atenções da leitura, as editoras aumentaram a dose da receita amarga que já vinha sendo aplicada para saírem do sufoco : adiaram e reduziram lançamentos (o corte chega a 30%), diminuíram contratações de novos livros, limitaram os adiantamentos a autores, produziram tiragens mais modestas e demitiram profissionais.

A agente literária Luciana Villas-Boas observa outro efeito dos ventos que sopram contra a literatura : as editoras deixam de arriscar. “Elas só lançam livros que sejam rentáveis, que deem lucro”, afirma.

No outro lado do balcão, Sônia Jardim, presidente do grupo editorial Record, argumenta que contas atrasadas emperram investimentos. “Não recebemos, mas temos de pagar royalties aos autores e impostos”, diz.

Nesse contexto de crise, o comércio eletrônico segue crescendo : nos três primeiros meses de 2018, enquanto a receita de livros físicos nas lojas da Saraiva subia apenas 1,4%, a das vendas on-line, mas também de livros físicos, aumentava 32,5% (atualmente, o varejo eletrônico representa 41,8% do faturamento da empresa).

O problema é que são vendas movidas a enormes descontos — o método Amazon de fazer amigos e influenciar clientes — o que corrói o resultado final : o best-seller Origem, de Dan Brown, que custa 49,90 reais nas lojas, era oferecido a 31,90 reais em alguns sites na semana passada.

De desconto em desconto, prática que se aliou à facilidade de comprar sem sair do sofá e aos custos menores, o gigante Amazon acabou se tornando um fator decisivo no terremoto que assola o mercado de livros no mundo todo, especialmente nos Estados Unidos. A Barnes & Noble reduziu o número de lojas de 726 para 633 entre 2012 e 2017, perdeu 1 bilhão de dólares em faturamento, registrou queda de vendas de 6% na temporada de ouro do Natal e, neste ano, já demitiu 1.800 funcionários.

Ao mesmo tempo em que as grandes redes encolhem, a Associação Americana de Livreiros constatou um fenômeno na direção inversa : as pequenas livrarias independentes estão se disseminando e suas vendas cresceram 2,6% no ano passado. Sempre de prontidão para as idas e vindas do mercado editorial, a Amazon agiu rápido e abriu quinze livrarias físicas nos Estados Unidos, e mais duas estão a caminho.

Ainda no capítulo das livrarias pequenas e personalizadas, a Waterstones, a maior rede da Inglaterra, com 283 unidades, reinventou-se em 2011 quando contratou o executivo James Daunt para dirigi-la. Criador de livrarias independentes, Daunt incentivou cada loja da Waterstones a ter características próprias, com gerentes acessíveis e interessados na clientela e atendentes que gostem de ler e conheçam o produto. A rede saiu do vermelho em 2016. Neste mês, aliás, as quatro maiores editoras britânicas apresentaram bons resultados — a maior, HarperCollins, teve lucro de 6,4%.

No Brasil, um projeto de lei em tramitação no Senado propõe que livros recém-lançados sejam vendidos com desconto máximo de 10%, uma providência que vigora na Europa e na Argentina. A medida vale para todas as lojas, mas ajuda principalmente as livrarias de rua a enfrentar a concorrência on-line. “Na internet, há livros com preço abaixo do custo, que servem de chamariz para outros produtos”, alerta Bernardo Gurbanov, presidente da Associação Nacional de Livrarias.

Enquanto esse socorro não vem, a Saraiva defende junto às editoras sua proposta de retomar os pagamentos mensais em junho e jogar para outubro o início da quitação da dívida acumulada, em três parcelas — movimentação que a rede de livrarias qualifica de “prática comum no mercado”.

Mergulhado em problemas, o mundo editorial celebra uma discreta vitória : nos quatro primeiros meses de 2018, as vendas de livros cresceram 9%.
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