Aí vão os meus argumentos, todos com base na lógica e nos estudos que eu fiz sobre a monarquia parlamentarista e suas vantagens. Vou dividir em dois contextos, o contexto histórico (que remete a história do Brasil no período do Império) e o contexto prático (que analisa exemplos de outras monarquias parlamentaristas ao redor do planeta).JF CHmaníaco escreveu:Quero.
Contexto histórico
1. A instauração da república no Brasil foi um golpe militar de uma minoria oligárquica formada por senhores de engenho, grandes fazendeiros e militares positivistas que queriam usar o Estado para obter indenização pela perda de seus escravos. Ou seja, queriam usar o Estado para seus próprios fins, e não para os fins do povo.
2. A primeira coisa que a república fez foi censurar a imprensa e perseguir opositores do governo. Ou seja, às claras, vemos que entre 1889 e 1894 foi uma ditadura. Diferentemente da república, a monarquia parlamentarista da época era completamente liberal (apesar de alguns problemas, como o voto censitário e a existência da escravidão). Havia completa liberdade de imprensa, e jornais do período publicavam charges e sátiras diárias criticando o imperador. O próprio Dom Pedro II dizia que "imprensa se combate com imprensa".
3. Na época do império, Dom Pedro II nunca aumentou o seu salário. O salário dele era de cerca de 67 contos de reis. Com esse salário, Dom Pedro II e sua família alforriava escravos e os empregava e até sustentava os estudos de muitas pessoas, entre elas Carlos Gomes (compositor da ópera "O Guarani") e até o próprio Deodoro da Fonseca (o mesmo que anos mais tarde, daria o golpe republicano). Quando Deodoro expulsou a família imperial na calada da noite, a primeira coisa que fez ao assumir o poder foi aumentar o seu salário para cerca de 120 contos de réis, dobrar os salários dos ministros em relação ao império, e ainda criar o foro privilegiado para cargos públicos (coisa que certamente não existia na época do Império do Brasil).
4. A monarquia fez muito pelos escravos no império. Dom Pedro II e a Princesa Isabel lutaram muito para que os escravos fossem libertos (coisa que não dependia deles, e sim do parlamento da época). Segundo o historiador Manuel Correia, em sua obra "A reforma agrária e os planos regionais." (Boletim de Geografia (UEM), Maringá, v.5, n.1, p. 25-30, mar. 1987), afirma: "Nos fins do Império, mais precisamente em maio de 1889, o gabinete João Alfredo incluía na Fala do Trono de abertura dos trabalhos legislativos a necessidade de desapropriação de áreas marginais às estradas de ferro, em construção, e aos rios navegáveis, a fim de que nelas fossem implantadas colônias agrícolas; colônias que abrigariam agricultores pobres sem terra e escravos recém-libertos pela Lei Áurea. O poder dos latifundiários porém era tão grande que em junho do mesmo ano o gabinete João Alfredo foi derrubado, após uma campanha de desmoralização contra ele movida no parlamento e na imprensa, e em novembro do mesmo ano caia também a Monarquia, com a 'proclamação' da República."
5. Na época do império, o Brasil possuía 14 impostos. Era norma no império: "Enquanto se puder reduzir a despesa, não há direito de criar novos impostos". Atualmente, o Brasil possui 92 impostos, e até hoje surgem mais propostas para se aumentar a carga tributária. De que adianta os brasileiros pagarem impostos atrás de impostos e não terem retorno do dinheiro que você paga ao governo?
6. Durante o período em que o Brasil era uma monarquia parlamentarista, o Brasil teve a 2ª maior marinha de guerra do mundo, atrás da Marinha Real Britânica. Hoje, o Brasil tem as suas forças armadas completamente sucateadas pelo governo.
7. De acordo com Ilustrated London News, em 1852, "Em meio a todas as instituições republicanas da América do Sul, somente a brasileira floresceu grande e livre". O Brasil era um país respeitado e que tinha uma excelente reputação junto à comunidade internacional. A reputação era tamanha que fez até a poderosa Inglaterra pedir desculpas ao Brasil (pesquise sobre a "Questão Christie"). Hoje, o Brasil tem uma péssima reputação, sendo chamado até de "Anão Diplomático" por Israel. A corrupção faz o Brasil ser hoje um país que não tem credibilidade, sendo motivo de piada no exterior. O Brasil ainda almeja ganhar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Como um país como o Brasil vai alcançar essa posição importante se a corrupção, a impunidade e a falta de credibilidade fazem o país ser motivo de chacota dos estrangeiros?
8. De 127 anos de república, mais da metade foram de ditaduras (isso sem contar 36 anos de governo oligárquico, em que coronéis mandavam a força e proprietários eram eleitos através de fraudes eleitorais).
9. Em 67 anos de período imperial, o Brasil teve uma inflação muito pequena: 1,58%, mesmo com os gastos deixados pela Guerra do Paraguai. Nunca teve um período na história do Brasil que teve menos que isso de inflação. No império do Brasil, a moeda brasileira era muito valorizada, estando em um patamar semelhante ao dólar e à libra esterlina. Nos primeiros 45 dias depois do golpe republicano, a inflação saltou para 10%. Em 1891, esteve entre 40% e 50%.
10. O Império trouxe estabilidade política e financeira ao país. A taxa de crescimento era de 4,81% desde 1840. Em 1880, nossa renda per capita era semelhante à americana. Segundo o historiador João de Scantimburgo, "o que atrasou política, econômica e socialmente o Brasil foi a primeira República, e suas consequências se estenderam pelo futuro".
11. O golpe militar de 1889 não teve legitimidade junto ao povo. Segundo o jornalista republicano Aristides Lobo, em artigo publicado em 18 de Novembro de 1889 no Diário Popular, "O povo assistiu àquilo bestializado". Diferentemente da monarquia, onde Dom Pedro I declarou a independência e se tornou imperador do Brasil através do clamor popular - à época foi feito um abaixo assinado, pedindo que permanecesse no Brasil. Também foi o povo que pediu que Dom Pedro I abdicasse do trono. Seu filho, Dom Pedro II, chegou ao trono antes mesmo de completar a maioridade, e também por vontade do povo: "Queremos Pedro Segundo, embora não tenha idade. A nação dispensa a lei, e viva a maioridade!", cantavam.
Contexto prático
1. As monarquias parlamentaristas são mais democráticas que as repúblicas. Hoje, há mais de 140 países republicanos contra 44 monarquias parlamentaristas constitucionais. E mesmo assim, de acordo com o último índice de democracia da revista The Economist, publicado em 2015, há apenas 3 repúblicas ocupando os 10 primeiros lugares (Islândia, Suíça e Finlândia). Até os poderosos "Estados Unidos" não aparecem no top 10 (os EUA aparecem em 20º, ao lado de países como Uruguai, Itália e Coreia do Sul). Enquanto isso, o Brasil aparece em 50º lugar (ao lado de países como Croácia e Gana), sendo classificado como uma "democracia imperfeita".
2. As monarquias são mais baratas do que uma república. Só para se ter uma noção, a coroa Britânica custa anualmente a quantia de U$ 1,20 a cada cidadão do Reino Unido. As coroas Sueca e Belga custam US$ 0,77, a coroa Espanhola custa US$ 0,74, a coroa Japonesa custa US$ 0,41 e a Monarquia Holandesa custa US$ 0,32. Comparando, os Estados Unidos, mesmo com toda autonomia tributária que o país dá aos seus estados, custa para o contribuinte US$ 5 dólares. Mas a presidência brasileira custa de 6 a 12 dólares por pessoa!
3. Um monarca, por ter um cargo vitalício, dá uma maior continuidade ao trabalho anterior, junto com um primeiro-ministro de um parlamento eleito pelo povo, e pode conduzir processos conturbados gradualmente, de modo pacífico, junto aos governos. Um presidente não possui esta capacidade, pois seu cargo é temporário. Quando assume o novo presidente, ele interrompe todos os projetos do presidente anterior. Consequentemente, obras ficam paradas, inflação sobe, desemprego aumenta...
4. A monarquia daria maior representatividade ao povo, pois o povo poderia fiscalizar melhor os políticos. Prova disso é a Suécia, que é uma monarquia parlamentarista, onde os parlamentares não ganham salários (apenas uma gratificação mensal que vale em média R$ 300), e onde o povo pode fiscalizar os políticos. Um ótimo exemplo é Mona Sahlin, que protagonizou o último escândalo de corrupção da Suécia na década de 90. A vice primeira-ministra da Suécia comprou uma barra de chocolate e utensílios domésticos usando o cartão de crédito corporativo do parlamento e acabou perdendo o cargo. Hoje, Mona não possui mais credibilidade junto ao povo sueco.
5. Numa monarquia parlamentarista, um rei é preparado desde sua infância para exercer seu papel de chefe de Estado. Esta preparação, não raramente, dura por volta de 50 anos, e não é só o herdeiro do trono que é educado assim: também toda a linha sucessória. Sem falar que o rei exerce a sua prerrogativa real e suas funções sem estar atendendo a interesses partidários. Muito diferente da república, onde o presidente e o primeiro-ministro são inimigos se forem de partidos que não tem a mesma linha de pensamento e onde os dois estão sempre atendendo os interesses de seus partidos e brigando pelas próximas eleições. Aposto que vai ter muita gente me dizendo "ué, mas o monarca não faz praticamente nada"! Eu vou responder mencionando duas frases da série "The Crown" (disponível na Netflix, recomendo que assistam que vale a pena): "Não fazer nada, é o trabalho mais difícil que existe." "A coroa deve sempre vencer".
That's all, folks. Quem quiser ler, que leia. Estão aí os meus argumentos, com base em minhas fontes e minha lógica.
Pelo menos os meus argumentos tem mais lógica, diferente dos republicanos, que acreditam nas bobagens como "a monarquia era apoiadora da escravidão" ou "monarquia é cara e só serve de enfeite", ou ainda "os reis são inúteis", só porque o professor ou a televisão disseram. É só na base do "ouvi falar", sem ter fontes confiáveis e de credibilidade, sem pesquisar com a gente ou consultar fontes primárias.JF CHmaníaco escreveu:E ainda diz que os republicanos são papagaios









