Livros

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 05 Ago 2016, 03:45

Furtado escreveu:Em outras ocasiões, já se falou no nome dele para a ABL. Porém, acho que ele não tem tanta importância na literatura para justificar uma cadeira na Academia. Se bem que alguns lá escreveram pouquíssimos livros.
Se até o Sarney tá na ABL.

Acho que o Jô merece. :joinha:
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Re: Livros

Mensagem por Ambrosi » 07 Ago 2016, 17:45

Victor235 escreveu:(...) minha orientadora, que trabalhou nesta ótica).
Poxa, legal. Preciso rever a graduação das lentes do meu óculos, talvez ela me consiga um desconto.

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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 07 Ago 2016, 21:07

Não disse nada errado, quis me referir ao enfoque específico de um tema, está correto.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 14 Ago 2016, 00:28

http://www.conjur.com.br/2016-ago-13/fi ... perde-acao

A Lei 10.753/2003, que instituiu a Política Nacional do Livro, equipara álbuns para colorir, pintar e recortar, classificados como "outros livros, brochuras e impressos semelhantes", a livros.

Mas a Fazenda Nacional, vendo os cofres esvaziarem-se em meio à crise, inventou seu próprio jeito de classificar o que é livro, e tentou cobrar tributos sobre a importação das publicações para crianças, que têm espaços para colorir.

A sanha arrecadatória da Fazenda Nacional, no entanto, foi impedida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

O artigo 150, inciso VI, letra "d", da Constituição Federal isenta de quaisquer impostos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

Com isso, a 1ª Turma do TRF-4 negou Apelação da Fazenda, condenada pela 1ª Vara Federal de Curitiba a declarar corretamente uma carga de livros infantis importados, reconhecer a imunidade tributária e deixar de exigir do importador a apresentação de certificado de avaliação de conformidade emitido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para obtenção de Licença de Importação.

A sentença também declarou nula a multa de 30% sobre o valor aduaneiro, aplicada pelo Fisco com base no artigo 706, inciso I, do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/09). A União, por fim, foi condenada a ressarcir o importador das despesas portuárias e de armazenagem, pela retenção ilegal da mercadoria.

No recurso encaminhado à corte, a Fazenda Nacional sustentou que é correta a classificação atribuída pelo Fisco, sob o código 4903-00-00, no qual se enquadram álbuns ou livros de ilustrações para crianças, cuja ilustração constitua o atrativo principal e o texto tenha apenas interesse secundário. Apontou que, na classificação fiscal pretendida pela Aduana, não há a incidência de impostos, mas apenas de contribuições sociais — PIS e Cofins, que não se encaixam no rol dos impostos federais.

O relator da Apelação, desembargador Amaury Chaves de Athayde, entendeu como correto o enquadramento na posição tarifária conferido pelo importador, nos termos propostos pelas Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, que integram o texto da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi). A seu ver, do ponto de vista tributário-constitucional, interessa não apenas a natureza do produto, mas a sua finalidade específica.

"As mercadorias relacionadas a este processo se tratam de livros infantis, livros com histórias, cuja proposição aos leitores é a realização de tarefas relacionadas ao contexto retratado como, por exemplo, circular determinadas figuras dentre várias semelhantes, desenhar e pintar parte das figuras, fazer traçados sugeridos, como recursos pedagógicos para otimizar o aprendizado/apreensão do conteúdo do livro", comentou em seu voto. Estas atividades, propostas nas obras importadas, frisou, aprimoram a coordenação motora e cognitiva das crianças, muitas de tenra idade e sequer alfabetizadas.

Seguindo esta linha de raciocínio, Athayde ponderou que a aprendizagem dirigida a este público não se limita à expressão escrita. E por motivo simples: o conhecimento, nas idades iniciais, não está necessariamente ligado a palavras, mas abrange outras formas de expressão, tais como figuras, desenhos, imagens, tato etc. Logo, não se pode concluir, como pretende a Fazenda Nacional, que tais materiais não encerram a "disseminação de ideias e a transmissão do pensamento" — o que aí, sim, permitiria seu enquadramento no conceito tradicional de livros e a consequente isenção tributária.

‘‘Com efeito, os textos contidos nos livros não são de leitura complexa, por se destinarem ao público infantil. É certo, contudo, que não se pode limitar o conceito de livro, exigindo que contenham textos elaborados, sob pena de desestimular, pela prática de preços mais elevados (em razão do não reconhecimento de imunidade tributária), a leitura desde a infância, essencial para o desenvolvimento intelectual da criança’’, concluiu.
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 25 Ago 2016, 21:19

http://oglobo.globo.com/cultura/livros/ ... 5-19982977

Em dez anos, o mercado editorial brasileiro encolheu 12,5%, em termos de faturamento.

O péssimo resultado foi puxado pelo segmento de obras gerais, que inclui ficção e não ficção.

É o que revela um levantamento inédito realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir dos dados da Pesquisa de Produção e Vendas do Setor Editorial, realizada anualmente por encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel).

A pedido do Snel, pela primeira vez a Fipe deflacionou os números, tomando como base o ano de 2015, e montou uma série histórica do desempenho do setor. Os dados foram apresentados ontem na sede do sindicato, no Rio de Janeiro pela economista Leda Paulani, professora da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora da pesquisa desde 2008. Leda ressalta que o desempenho é ruim porque foram anos de forte crescimento econômico.

— De 2006 a 2014, o setor editorial manteve um faturamento estável. Mas isso não é bom porque o crescimento do PIB nesse período foi de cerca de 30%. Em 2015, observa-se o impacto da crise — explicou a professora.

Subsetor com a pior performance, o faturamento das editoras de obras gerais caiu de R$ 1,84 bilhão em 2006 para R$ 1,14 bilhão em 2015, depois de atingir R$ 1,86 bilhão em 2009. O desempenho não pode ser explicado apenas pela recessão econômica brasileira.

Em 2014, o segmento registrou receitas de R$ 1,41 bilhão, cerca de R$ 400 milhões a menos do que no início da série histórica. Para agravar a situação, no ano passado o governo federal cancelou as compras do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), mantido com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Em 2012 e 2013, as vendas ao governo representaram 16% do total.

Para Marcos da Veiga Pereira, presidente do Snel, a pesquisa mostra um cenário muito preocupante para toda a cadeia do livro. Pereira, dono da Editora Sextante, afirmou que a aposta na redução dos preços dos livros, que seria compensada pela expansão do mercado consumidor, revelou-se equivocada. De 2006 a 2015, o preço médio das obras gerais vendidas no mercado caiu de R$ 17,54 para R$ 9,86.

— A conclusão da pesquisa é dramática. A aposta que a gente fez lá atrás, que a diminuição do preço criaria um aumento de volume, infelizmente não se concretizou. Nos primeiros anos, até observamos uma manutenção do faturamento. Com o aumento da inflação, foi um desastre — disse o presidente do Snel.

Pereira explicou que a estabilização monetária e o controle da inflação na década de 1990, somados à entrada de novos players no mercado e à isenção de PIS/Cofins no início dos anos 2000, geraram bons resultados e criaram um ambiente de muito otimismo. No caso da isenção fiscal, o principal compromisso das editoras era com a redução do preço.

Foi neste momento que alguns best-sellers, como “O caçador de pipas” e “O segredo”, bateram a marca de 2 milhões de exemplares vendidos.

Contudo, a partir de 2010 a tendência de crescimento se inverteu e o mercado demorou para compreender o que estava acontecendo, aponta o editor:

— Demoramos a nos dar conta do que estava acontecendo. Mercado caindo, inflação subindo e os preços dos livros estagnados. Essa barreira do preço é difícil de transpor. Sofremos uma corrosão de margem muito séria que só se resolve pela equação aumento de volume e de preço, o que é algo difícil de resolver. Em 2016, a situação ficou insustentável, e os preços começaram a aumentar. Mas observamos também uma queda no número de exemplares vendidos, que é muito triste. Menos exemplares são menos leitores.

Para Pereira, o descompasso no setor entre o aumento do número de exemplares comercializados — saltaram de 193 milhões em 2006 para 254 milhões em 2015 — e a queda no faturamento provocou um desequilíbrio que afeta também as livrarias. As obras gerais, que tiveram o pior resultado, são fundamentais para a receita dos livreiros.

Editores e livreiros estão juntos na defesa da lei do preço fixo, em tramitação no Congresso Nacional. A expectativa é de que o projeto volte à pauta após a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. A legislação estabelece um desconto máximo que pode ser praticado pelo varejo nos doze meses seguintes ao lançamento de uma obra.

— Não houve aumento do volume, mas aconteceu uma queda brutal do preço. Hoje, os donos das livrarias estão me dizendo para aumentar os preços. Eles também sofreram com a inflação, reajuste de aluguel, salários — diz o presidente do Snel. — É difícil convencer a sociedade que o preço fixo pode ser bom para ela. Mas é uma discussão que vai ser retomada.

Na outra ponta, o subsetor de livros religiosos foi o único cujo faturamento em 2015 foi maior do que em 2006, subindo de R$ 517,43 milhões para R$ 559,04 milhões. Mesmo assim, foi um desempenho muito abaixo de 2010, quando alcançou o seu melhor resultado, de R$ 698,3 milhões. Pereira associa o bom resultado do segmento à ascensão da classe C:

— A ascensão da classe C teve um impacto muito maior no livro religioso do que nas obras gerais. A pesquisa “Retratos da Leitura” (sobre o hábito de leitura dos brasileiros, divulgada neste ano) já tinha apontado nessa direção.

Já os subsetores de didáticos e científico-técnico-profisionais (CTP) sofreram menos oscilações ao longo dos últimos dez anos. Os didáticos tiveram resultados ruins nos anos de 2014 e 2015, por causa da redução das compras governamentais. O melhor desempenho do segmento foi em 2011, com faturamento de R$ 3,15 bilhões, quando as aquisições dos governos responderam por 50% das vendas. Os CTP, por sua vez, foram beneficiados pelo crescimento das matrículas no ensino superior brasileiro, com resultados positivos entre 2011 e 2014. No ano passado, o subsetor sofreu um tombo de 22%, tendo a pior performance desde 2007.
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Re: Livros

Mensagem por @EA » 26 Ago 2016, 13:38

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 04 Set 2016, 22:08

http://paginacinco.blogosfera.uol.com.b ... r-formato/

Qual é o principal objeto da Bienal Internacional do Livro de São Paulo ?

Ser um lugar onde os expositores vão para vender produtos direto para o público final ?

Ser um lugar onde os expositores vão para vender livros com descontos ?

Para passar adiante seus encalhes, uma espécie de saldão ?

Para mostrar suas novidades e dialogar com os consumidores ?

Ser um lugar onde leitores podem encontrar, conversar e pegar autógrafos de seus autores favoritos ?

Um espaço para a discussão de ideias a respeito do livro e do universo que o cerca ?

Um evento que ponha jovens em contato com obras que, mais tarde, podem levá-las a consumir algo digno de se chamar de literatura ?

A Bienal é um evento primordialmente cultural ou essencialmente comercial ?

A 24ª edição do evento chegou ao final neste domingo passando por uma crise de identidade e precisando buscar respostas a essas perguntas para que a Bienal do Livro de São Paulo volte a ter o destaque e a importância que já teve em outros tempos nem tão distantes assim.

Se optar pelo caminho puramente mercadológico, de ser um lugar onde as pessoas vão apenas para comprar livros, deverá definhar rapidamente.

Em uma época de promoções constantes na internet, não faz muito sentido alguém ir até o Anhembi para fazer algo que pode ser feito de casa, apenas com alguns cliques – ou em qualquer livraria, em qualquer época do ano.

Se optar pela via da relevância cultural – a que mais me agrada, vale deixar claro - precisa repensar boa parte de suas atrações. Ao se apostar em padres e youtubers o evento realmente contribui para a formação de leitores e para que os jovens criem uma relação de alguma intimidade com os livros ?

Ou quem compra o livro da Kéfera, por exemplo, o faz somente por ser fã da garota e vê no produto o mesmo valor que veria em algo como um tapete com o rosto da celebridade ?

A função de uma Bienal do Livro é a de permitir que um fã tenha a oportunidade de ver seu ídolo, mesmo que o livro em questão seja no máximo uma desculpa, não a verdadeira razão para aquela pessoa estar ali ?

Claro que as duas vias – a mercadológica e a cultural – podem conviver com alguma harmônia, desde que principalmente a primeira respeite a segunda.

A aposta em autores de literatura fantástica e chick lit, por exemplo, também com algum espaço no evento, mostram que é possível trabalhar com atrações que atraem um bom público cativado pelo universo construído em livros, não por razões alheias.

A meu ver, o futuro da Bienal passa, necessariamente, por voltar a prestar atenção no conteúdo dos livros, não encará-lo simplesmente como um objeto, um mero produto.
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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 04 Set 2016, 22:34

Bons questionamentos.

Leia aí, @Furtado
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Re: Livros

Mensagem por @EA » 04 Set 2016, 23:02

Se os caras forem espertos, começam a chamar escritores estrangeiros famosos. Tipo uma E. L. James, um Dan Brown, uma J. K. Rowling...
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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 05 Set 2016, 21:15

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 12 Set 2016, 11:22

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/ ... cord.shtml

2015 não foi um ano simples para a editora Record.

Numa manhã de março, um incêndio atingiu algumas salas do segundo andar da empresa.

Em agosto, a editora Record precisou realizar uma série de demissões.

Parece o suficiente para um ano só ? No fim de 2015, Sérgio Machado, presidente do grupo, se afastou da casa após descobrir um tumor na meninge. Em julho deste ano, aos 68, Sergio Machado morreu, depois de complicações decorrentes da cirurgia para tratar a doença. Com a morte daquele que foi considerado um dos editores mais poderosos do país, um novo nome passa a comandar a empresa familiar. Sônia Machado Jardim, 59, irmã do editor, agora é a nova presidente do grupo – e terá Roberta Machado, filha de Sérgio, como vice. Com formação em engenharia civil, mas há 22 anos na empresa fundada pelo pai com o apoio de Jorge Amado (padrinho de casamento dela, diga-se), Jardim teve sua imagem associada a uma administradora com afinidade com os números.

Esse perfil já aparece no dia a dia. Ela diz que, desde que assumiu, tem pedido aos editores um exercício de botar na ponta do lápis com mais exatidão o projeto de cada livro.

"É bom pensarmos num formato mais racional e menos passional, planejar o tamanho da tiragem e usar a vantagem de termos gráfica própria", diz.

É preciso fazer cálculos mesmo. Não só por causa da crise econômica que atinge as editoras, agravada pelo fim das compras governamentais, mas porque a casa, embora ainda seja uma das maiores do país, perdeu o título de "maior da América Latina".

No Brasil e nos países vizinhos, o cenário mudou, com a concentração de editoras e a chegada de grupos multinacionais ao país. Nos seus 22 anos de Record, ela viu a ascensão da Sextante e, no último ano, da Companhia das Letras –onde hoje, ironicamente, está a obra de Jorge Amado.

Jardim conversou duas vezes com a Folha sobre os desafios à frente da Record e as questões do mercado editorial, como o preço do livro –com a polêmica proposta de uma lei do preço fixo– e a consignação, que estimula livrarias a praticarem pedaladas fiscais, adiando a prestação de contas para ficar com o dinheiro mais tempo em caixa.

Ela foi presidente do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e por isso conhece as demandas mais gerais do mercado. Como outros editores, sua percepção é que o preço do livro é barato. E o preço, se as editoras quiserem sobreviver, precisaria subir.

"Esse é o grande dilema. Estamos [as editoras] desde 2004 sem subir preços de acordo com a inflação. Criou-se na cabeça do consumidor as faixas de preço de R$ 19,90, R$ 29,90...", afirma ela.

A presidente da Record saca um número, lembra que o papel subiu 45% em três anos. Afirma que o adiantamento de direitos autorais, pago em dólar, também foi inflacionado com a alta do câmbio –e precisou ser reduzido.

"O autor é nosso sócio. E o casamento com ele é na alegria e na tristeza", afirma, acrescentando que é difícil compensar toda a defasagem de preço em um eventual reajuste.

Em poucas palavras, quando o país crescia, dava para compensar a questão no volume. Agora, não mais.

Apesar disso, ela se diz contra o projeto de lei 49/2015, que pretende estabelecer uma política de preço fixo dos livros no Brasil, defendido pelo Snel. Nos moldes da legislação francesa, o varejo só poderia dar 10% de desconto sobre o preço de cada edição. "Acho politicamente difícil, num país com tanta dificuldade de leitura, se retirar qualquer incentivo", diz.

A questão do preço fixo é que as pequenas livrarias reclamam de não terem condições de vender tão barato quanto as grandes redes –porque, afinal, compram os exemplares das editoras mais caro do que elas. Um preço fixo para as livrarias, e não para o consumidor final, resolveria o problema?

"É preciso combinar com os russos. E os russos cada vez querem mais... Ouvi que isso está ocorrendo com o novo 'Harry Potter', mas só é possível quando se tem um produto forte assim", afirma.

Outra questão que preocupa Jardim é a consignação, pela qual livrarias só pagam pelos exemplares quando eles forem vendidos. Editores costumam expressar uma espécie de desamparo diante da questão.

As redes livreiras costumam atrasar o pagamento para continuar com o dinheiro girando no caixa. É uma pedalada fiscal, mas sem a operação de crédito, porque é raro que paguem juros pelo atraso.

"Com o acirramento da concorrência e a entrada de novas editoras no mercado, muita coisa foi sendo cedida [para as livrarias] ao longo do tempo", diz Jardim.

A concorrência é mesmo uma questão. Pioneira no país na aquisição de editoras menores, a Record teve o lugar de líder ocupado.

"A fusão da Companhia das Letras e da Objetiva muda [o cenário]. No caso da [concorrência da] Sextante, nos prejudicou a falta de vendas para o governo, segmento no qual a Sextante não atua. Era um faturamento importante. Mas vamos retomar nossa posição, é uma questão de trabalho", afirma.

Sob sua direção, a Record poderia ser vendida para enfrentar a concorrência ?

"É uma possibilidade, mas no momento isso não está na mesa. Houve tentativas, como quando a LeYa veio para o Brasil, mas não é só dinheiro. Tenho responsabilidade com meus autores."

A editora que Jardim assume também tem um histórico de embates com a Flip, na última década. Primeiro na figura de Sérgio, que em 2004 acusou a festa de ser um evento da Companhia das Letras. Depois, em 2015, com o editor-executivo Carlos Andreazza, que criticou o que via como falta de autores brasileiros.

Jardim estaria disposta a uma reconciliação com o evento? "Conseguimos ocupar um espaço que não na tenda principal. Mas temos muitos autores estrangeiros que poderiam engrandecer a Flip. Um bom acordo é melhor que uma boa briga. Se não for possível, vamos continuar nosso marketing de guerrilha."
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Re: Livros

Mensagem por @EA » 12 Set 2016, 12:15

Meu. Será que não tem a possibilidade de usar material mais barato? Mesmo que seja de menor qualidade?
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Re: Livros

Mensagem por Victor235 » 01 Out 2016, 01:29

Se não forem vendidos ou doados, livros podem virar papel higiênico
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Re: Livros

Mensagem por E.R » 04 Out 2016, 15:55

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Re: Livros

Mensagem por E.R » 10 Out 2016, 08:19

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultim ... elecao.htm

Entregar livros a seus comandados e colegas é um hábito que Tite carrega há anos e já colocou em prática na seleção brasileira.

O lateral esquerdo Filipe Luís foi perguntado pelo jornalista Gustavo Zupak, da Rádio CBN, sobre um presente que recebeu do treinador da seleção : o livro Maktub, de autoria de Paulo Coelho.

Recentemente, o auxiliar técnico Cléber Xavier, membro da comissão mais próxima a Tite, ganhou dele o livro Liderança, escrito por Alex Ferguson e Michael Moritz.

"Ele é uma pessoa que demonstrou outras vezes ser extremamente justa", comentou Filipe Luís. "Ele me chamou e me disse que teve que tomar uma decisão, e não tem como respeitar. Meu principal objetivo é estar aqui. E quando ele falou, falou que me respeitava. Eu leio bastante, então já li o livro, como não ? E com isso ele me conquistou", explicou o lateral do Atlético de Madrid-ESP.

A ideia de Tite em setembro, quando presentou Filipe Luís , era animar o jogador que acabara de perder a posição para Marcelo.

"Todo mundo quer jogar e quem não joga não tem como reclamar, porque quem joga tem também muita qualidade. Todo mundo quer estar na seleção. A forma como ele passou e me deu de presente, conquistou meu respeito. Sou extremamente profissional, mas ele me trouxe muito mais para o lado dele, e todos querem fazer parte de um time ganhador. Me sinto com condições de brigar por uma vaga", complementou Filipe Luís.

No Corinthians, Tite chegou a dar livros para nomes como Liedson (sobre Michael Jordan), quando virou capitão, para Paolo Guerrero (sobre José Mourinho), quando lutava para se recuperar de lesão, e para o paraguaio Ángel Romero (sobre campeões), quando estava sem oportunidades no clube.
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