

Obras devem custar cerca de R$ 1,2 bilhão e clube vai vender naming rights.
A cidade de Madri terá, em breve, dois estádios novinhos. Além do La Peineta, que está em construção para o Atlético de Madrid, o Real vai mesmo adiante em uma ampla reforma no Santiago Bernabéu. E segundo o jornal "El País", os merengues vão se render à política dos "naming rights", que está cada vez mais presente na Europa. No total, as obras devem custar 400 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão).
Já que existe uma resistência para os naming rights, o desejo do Real Madrid é que a empresa que comprar, apenas incorpore sua marca ao nome do estádio. E que pague uma parte, e que a outra venha de verba pública. Sem os Jogos Olímpicos de 2020 na capital espanhola - Madri perdeu para Tóquio -, os estádios transformaram-se nos investimentos de maior envergadura da cidade.
A prefeitura está com novas ideias para a cidade atrair mais turistas, setor que diminuiu nos últimos anos. O Real Madrid tem quatro projetos em mãos, e o vencedor será conhecido em outubro deste ano.
Porém, se as intenções de reforma já não são novas, as do naming rights, sim. O Estádio Santiago Bernabéu foi inaugurado em 1947 e é um dos mais tradicionais da Europa. Por isso, não vai deixar de ter o seu nome. Os valores que o Real quer não foram divulgados, mas alguns acertos recentes devem dar pelo menos uma ideia.
Nos Estados Unidos a política é bem mais difundida já desde 1926, quando o Chicago Cubs foi o pioneiro. Hoje, cerca de 290 estádios dos mais diversos esportes venderam seus nomes. Os naming rights movimentaram 70% dos US$ 4 bilhões do dinheiro envolvido em esportes. Um dos últimos e mais inovadores foi o San Francisco 49ers. O time de futebol americano vendeu o nome do seu novo estádio para a Levi's, porém, a marca não vai utilizar seu nome, mas sim o material do seu principal produto: "Field of Jeans".
Na Europa, até campeonatos já vendem seus nomes. O banco Barclays, por exemplo, pagou 120 milhões de libras (R$ 431 milhões) para batizar o Campeonato Inglês pelos próximos três anos. O Campeonato Português cedeu os naming rights para duas empresas, e se chama Liga Zon Sagres (respectivamente uma empresa de comunicações e uma cerveja).
O Palmeiras é um dos pioneiros no Brasil a ter naming rights. A estimativa é que receba R$ 300 milhões por 20 anos da seguradora Allianz. A mesma empresa, aliás, investe forte na Alemanha, aonde paga R$ 256 milhões ao Bayern e ao Munique 1860, mas pela metade do tempo.
O Arsenal, que tem um dos melhores contratos deste segmento no mundo, renovou recentemente o contrato com a Emirates Airlines por R$ 536 milhões para receber entre 2014 e 2019. O Manchester City ampliou com uma concorrente da patrocinadora dos Gunners, a Etihad. A empresa aérea já estampava a camisa dos Citizens, e batizou o estádio por R$ 451 milhões até 2021. A parceria já rendeu também outras facilidades para a torcida.
COM A PALAVRA
Pedro Trengrouse
Especialista em gestão esportiva FGV-RJ/Fifa Master
"O principal estádio hoje de clube em geração de receitas é o do Arsenal, o Emirates. Não por acaso, os naming rigts são parte significativa da receita do clube. Então, o contrato de naming rigts pode ser sim muito relevante para as receitas do clube com seu estádio. Disso não há a menor dúvida. Quase a metade da receita do Arsenal vem do estádio. Isso é um número muito significativo.
São propriedades que o clube pode explorar e aumentar a quantidade de patrocinadores, de parceiros, de receitas. Isso é uma tendência. Hoje todo mundo conhece o estádio como Emirates e não mais pelo nome que tinha antes.
No Brasil, esta prática ainda não é tão recorrente muito pelo fato de haver resistência por parte dos meios de comunicação em adotar os naming rigts. Houve um caso em 2004/2005, em que o Rio de Janeiro ficou com o Marcanã fechado - na época ainda não tinha o Engenhão - e a Petrobras fez um investimento grande numa estrutura temporária no estádio da Portuguesa da Ilha do Governador.
A ideia era que se chamasse Arena Petrobras, como se chamou, mas os meios de comunicação todos se referiam a ele como estádio da Portuguesa e não reconheciam os naming rigts da Arena Petrobras. Aí existe um impacto grande no valor comercial dessa propriedade porque se os meios de comunicação não propagam o nome há uma redução grande do alcance dessa propriedade."
http://www.lancenet.com.br/minuto/Real- ... z2g37JqaBm


























