Economia

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Re: Economia

Mensagem por Cavallari » 08 Set 2012, 00:18

Antes quem criticava os bancos eram só os socialistas doentes, agora até a burguesia tá chegando junto.
Bom de ver.
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Re: Economia

Mensagem por E.R » 13 Set 2012, 04:56

http://g1.globo.com/politica/noticia/20 ... eiras.html

Os senadores aprovaram em plenário na noite desta quarta-feira (12) o projeto de lei que permite a instalação dos chamados free shops nas cidades de fronteira do Brasil com outros países. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos senadores presentes no plenário.

O projeto é de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que se empenhou diretamente junto ao Senado para a aprovação da matéria.

No Senado, a relatoria ficou sob responsabilidade da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).

Como recebeu mudanças feitas pela relatora, a matéria precisará ser novamente apreciada pela Câmara dos Deputados.

“O projeto estabelece a criação de um tratamento igualitário para as cidades gêmeas [...] O Brasil inteiro da fronteira está dando uma atenção prioritária para a instalação dessas lojas francas”, disse a relatora.

A proposta foi colocada em votação na sessão desta quarta após acordo dos líderes partidários.

Para garantir a aprovação, um substitutivo ao projeto foi apresentado pela relatora, trazendo as alterações no texto. Uma das alterações determina que a regulamentação dos "free shops" em cidades gêmeas ficará a cargo do Ministério da Fazenda e da Receita Federal.

Outra alteração foi a retirada do texto da parte que institui um regime aduaneiro especial de exportações, além da restituição aos turistas dos impostos imbutidos nos produtores vendidos.

Segundo a relatora da proposta, encontram-se nessa situação descrita por Maia 28 municípios de Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Paraná, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Pelo projeto, o pagamento das mercadorias nas lojas francas poderá ser feito com moeda nacional ou estrangeira.

“A gente sabe que é um projeto que ainda vai ser discutido pela Cãmara, mas é um projeto que faz justiça com as cidades envolvidas”, disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 13 Set 2012, 05:01

Prevejo facções guerreando pelo controle do comércio nas fronteiras e as romarias de uma nova espécie de sacoleiro.

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 23 Set 2012, 01:39

http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 4183,0.htm

O governo está discutindo com a cadeia do cartão de crédito (bancos, administradoras, lojistas, etc) medidas para reduzir os juros cobrados ao consumidor.

A avaliação é de que as taxas do cartão de crédito são muito elevadas no rotativo.

Recente levantamento da associação de consumidores Proteste mostrou que, no Brasil, a taxa anual chega a 323%, ante uma taxa básica média inferior a 10% ao ano.

A equipe econômica tem debatido com as empresas do setor fórmulas para resolver a questão. Parte das instituições argumenta que as vendas parceladas sem juros provocam a elevação das taxas, dado o alto risco de calote. A conta é cobrada de quem está no rotativo.

O principal ponto da proposta em discussão prevê o fim das vendas parceladas sem juros. Isso significa que quem quiser dividir a venda no cartão terá de pagar por isso. "É assim que acontece no resto do mundo. Só no Brasil existe parcelamento sem juros no cartão", disse um executivo de uma instituição financeira envolvida nas discussões.

Segundo essa fonte, atualmente são os bancos que pagam a conta quando um consumidor não honra a dívida. "O comércio recebe normalmente", afirmou. Esse mesmo executivo explicou que, em média, 80% dos clientes pagam a fatura do cartão de crédito em dia. Do restante, 10% renegociam com taxas inferiores ao teto do rotativo e outros 10% acabam pagando o juro mais elevado da categoria".

Esses números todos resultam em uma inadimplência de 8,5% no segmento, superior à média das pessoas físicas, que atingiu 7,9% em julho. O executivo avalia que, se todos os consumidores passarem a pagar juros em compras parceladas, a taxa mais elevada da modalidade vai cair. "A inadimplência também, porque não teríamos mais essas taxas de hoje que, reconhecemos, são elevadas demais."

Outras fontes dizem que ainda não há consenso na cadeia do setor em torno de uma mudança tão radical. "Não há opinião unânime", afirmou um fonte que preferiu não ser identificada.

Para surtir o efeito desejado, o fim do parcelado sem juros ou o encurtamento dos prazos dessa modalidade de crédito teria de ser feito simultaneamente por todos os cartões. Além disso, poderia provocar uma queda no consumo - tudo que o governo não pretende neste momento - e até mesmo a volta do velho cheque pré-datado.

Dados do setor mostram que 90% dos clientes de cartões de crédito usam o parcelado sem juros. Essa modalidade de pagamento responde atualmente por 60% do faturamento do setor. Por isso, segundo fontes do mercado, não se trata de apenas acabar com o parcelado sem juros, mas rediscutir um novo modelo para de operação do cartão de crédito.

Outra visão sobre essa questão que circula no mercado é que, além da pressão da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para redução dos juros do cartão, a inadimplência do parcelado sem juros aumentou significativamente nos últimos meses. Isso teria se transformado em grande problema para os bancos.

O comércio está dividido em relação à possível decisão de acabar com parcelado sem juros. "Para o comércio a mudança é neutra ou positiva, pois as lojas poderiam intensificar o uso do cheque pré-datado", disse o Chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas.

Para a o consultor da Fecomércio-SP, Altamiro Carvalho, é ruim para o comércio, pois afeta a venda. "É difícil acreditar que o parcelamento sem juros seja o vilão das elevadas taxas do crédito rotativo."

As conversas entre governo e empresas do setor devem continuar nos próximos meses. O objetivo dos envolvidos é implementar as mudanças - quaisquer que sejam - em 2013. Se a proposta de acabar com o parcelamento sem juros vingar, o próximo ano serviria para adaptação de todos os elos da cadeia, sobretudo o consumidor.
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Re: Economia

Mensagem por Chad' » 23 Set 2012, 20:06

Rediscutir um novo modelo seria difícil.

Uma parcela da população faz compras pela Internet através de cartão de crédito (e internacional, no caso de compras via eBay), e um novo modelo de organização poderia piorar as coisas.
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Re: Economia

Mensagem por Barbano » 24 Set 2012, 08:54

No modelo atual os juros do crédito rotativo são altos por causa da inadimplência.

Pelo que entendi querem colocar juros nas vendas parceladas para reduzir os juros do cartão de crédito. Ou seja, vão prejudicar o consumidor que paga em dia para beneficiar quem se enrola e paga muito caro depois. Eu acho péssimo. Prejudicar uma maioria que paga a fatura em dia para favorecer uma minoria de irresponsáveis e caloteiros. Ê Brasil...

E na maioria das lojas o tal parcelamento sem juros é para inglês ver. No pagamento a vista quase todas oferecem desconto.

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 27 Set 2012, 14:55

Eh Brasil, não. Eh, capitalismo, sim. O que importa é o retorno, não importa de onde venha.

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 04 Out 2012, 14:01

Ajustes de esquerda e de direita na Europa


França e Espanha escolheram estratégias diferentes para enfrentar a crise. Pela esquerda, François Hollande tentou proteger o gasto público e colocar o acento em uma maior arrecadação mediante aumento de impostos para os setores mais ricos da sociedade. Na Espanha, Mariano Rajoy se concentrou no corte de gastos e em impostos sobre o consumo. Segundo dois especialistas consultados pela Carta Maior, embora a saída de esquerda seja preferível a de direita, o problema de fundo é a própria idéia de austeridade. O artigo é de Marcelo Justo.

Londres - As contas não fecham, os mercados financeiros emprestam a taxas exorbitantes e a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) exige ajustes em troca de um resgate que evite a quebra. Com esse panorama de fundo, França e Espanha escolheram estratégias diferentes, o que levou alguns analistas a distinguir entre uma austeridade de esquerda e outra de direita.

Pela esquerda, o governo de François Hollande tentou proteger o gasto público e colocar o acento em uma maior arrecadação mediante aumento de impostos para os setores mais ricos da sociedade. Na Espanha, o presidente Mariano Rajoy se concentrou no corte de gastos e em impostos sobre o consumo (IVA): ambas as medidas afetam desproporcionalmente as grandes maiorias.

Segundo dois especialistas consultados pela Carta Maior, embora a saída de esquerda seja preferível a de direita, o problema de fundo é a própria idéia de austeridade. “É certo proteger mais o gasto público que tem um efeito multiplicador sobre a economia. Mas o ajuste em meio a um processo de estagnação ou recessão é uma estratégia suicida que sufoca o crescimento e piora a situação fiscal”, disse à Carta Maior Henning Meyer, da prestigiada London School of Economics.

Igualdade, fraternidade e liberdade
A cultura política francesa, com os princípios de sua revolução muito arraigados, favoreceu a proposta de François Hollande. O novo orçamento busca equilibrar as contas com uma arrecadação adicional de cerca de 20 bilhões de euros e uma economia em gastos administrativos de aproximadamente 10 bilhões.

A chave de sua matriz progressista é que, em vez de se basear em impostos regressivos como o imposto sobre o consumo (IVA), que afeta toda a população sem levar em conta sua renda, se baseia em um aumento das contribuições das grandes corporações (10 bilhões) e das pessoas com maior renda (10 bilhões). Cerca de 50 mil contribuintes, que ganham mais de 150 mil euros por ano, pagarão 45% de imposto. O polêmico imposto de 75%, para os ganham mais de um milhão de euros, afetará cerca de 5 mil pessoas.

Segundo o primeiro ministro Jean-Marc Ayrault nove de cada dez cidadãos franceses não pagarão mais impostos nesta tentativa de equilibrar as contas públicas. Mas muitos opinam que essa avaliação é, no mínimo, otimista. O próprio governo assinalou que a divisão do ajuste será de dois terços de aumentos de impostos e um terço de corte de gastos, mas que em 2014 essa relação será de 50 para 50. Em algum momento, o ajuste afetará o gasto público.

Os próprios números do orçamento são polêmicos. O objetivo de reduzir o déficit em um ano a 3% se baseia em uma projeção de 0,8% de crescimento, algo no que poucos acreditam. A isso se soma a crítica de direita: os ricos simplesmente emigrarão ou usarão seus contadores para evitar pagar mais impostos. Em outras palavras: a arrecadação adicional que se espera conseguir será muito menor que a estimada. Segundo essa visão, a partir de um certo nível de carga tributária, não se arrecada mais: se arrecada menos.

“O problema não é, como se diz, que os ricos migrarão para outros países onde poderão pagar menos impostos. Não se muda assim de país com tanta facilidade. O problema da evasão fiscal – que afeta toda a Europa – é mais grave, mas pode ser neutralizado com um maior controle. O problema real é que, por mais preferível que seja essa versão mais sensata de ajuste, a austeridade vai impactar negativamente no crescimento”, disse à Carta Maior James Meadaway, da britânica News Economics Foundation.

Aprofundando o corte
Com a corda no pescoço, a Espanha é o caso oposto da França. O orçamento de 2013 do governo de Mariano Rajoy representa o quinto ajuste em nove meses. O governo se comprometeu com uma redução de gastos equivalente a cerca de 50 bilhões de dólares e com um aumento do IVA e de outros tributos gerais (incluindo um de 20% sobre a loteria) para arrecadar aproximadamente 20 bilhões de dólares.

Segundo o governo, trata-se de um orçamento equilibrado que se baseia em 58% de redução de gastos públicos e 42% de aumento de arrecadação via maior carga tributária. O argumento é polêmico e deixa de lado os quatro ajustes prévios, mas esse não é problema mais grave. A projeção governamental é que a economia diminuirá cerca de 1,5% do PIB este ano e cerca de 0,5% em 2013.

Se na França a projeção de crescimento governamental é discutível, na Espanha ela se parece muito com um deliberado autoengano. “Na própria Espanha, na Grécia, em Portugal e até fora da eurozona, no Reino Unido, temos o visto o impacto dos ajustes na economia e no equilíbrio fiscal. A economia aprofundou a recessão, o déficit fiscal aumentou, muita gente sofreu as consequências e a economia se degradou. Este novo ajuste não vai ser diferente”, disse Meyer à Carta Maior.

Plano A, reestruturação ou Titanic
O certo é que o Plano A (Austeridade) da Eurozona faz água por todos os lados. A Grécia afundou numa depressão econômica, Espanha, Itália e Portugal tem crescimento negativo, a zona em seu conjunto avança a passos acelerados para uma nova recessão, a segunda em três anos. “O problema econômico é como reduzir a relação entre o tamanho da economia e sua dívida. Se a economia cresce isso é possível. Se ela se contrai a dívida se torna mais onerosa”, explica Meyer.

Nos cinco anos de governo de Nicolas Sarkozy, que atravessou o vendaval financeiro de 2007-2008, a economia francesa esteve em recessão ou estagnou e sua dívida passou de 64% do PIB para 91%. Alguns analistas acreditam que – cedo ou tarde – a reestruturação da dívida será inevitável. A austeridade tem um paradoxo: uma boa parte dos cortes e aumento de impostos serve para pagar os juros do endividado.

Na Espanha, os gastos da dívida consumiram cerca de 75% do ajuste que será executado em 2013. Na França, o cálculo é que os cortes serão destinados inteiramente para o pagamento de juros, algo equivalente a 46 bilhões de euros. “Se não houver um retorno rápido ao crescimento econômico, haverá uma reestruturação. Isso já ocorreu com a Grécia, mas não a um nível suficiente. E uma reestruturação impactará muito os credores, em sua maioria bancos europeus que já são muito frágeis”, disse James Meadaway à Carta Maior.

Se a economia não voltar a crescer e os protestos sociais se aprofundarem, a eurozona se assemelhará cada vez mais a um Titanic com os icebergs de sua destruição à vista sem que ninguém decida fazer uma mudança de rumo.

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=21016

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 04 Out 2012, 14:18


Quem tiver paciência, ouça o áudio deste comentarista que está nesse vídeo, com gráficos.
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Re: Economia

Mensagem por E.R » 08 Out 2012, 20:34

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=21034

Sustentar no Brasil juros que são tipicamente dez vezes relativamente aos juros praticados internacionalmente, só pode ser realizado mediante apoio político.

E como durante longo tempo tivemos banqueiros na presidência do Banco Central, montou-se mais um sistema impressionante de legalização do desvio do nosso dinheiro.

Na raiz está a compra das eleições, que gera a apropriação indevida do poder legislativo por grandes grupos econômicos, o que por sua vez tende a gerar bases legais para ações ilegítimas.

Com as elevadíssimas taxas Selic foram centenas de bilhões de reais, apropriados essencialmente por intermediários financeiros, e os chamados “rentistas”, que vivem do que o dinheiro rende.

Os intermediários financeiros e rentistas não se contentam com a Selic, taxa de juros oficial sobre a dívida pública. Recorrem a um segundo mecanismo que é a fixação de elevadas taxas de juros ao tomador final, por bancos comerciais, mecanismo diferente da taxa Selic, tanto que mesmo com a quede da taxa Selic nos últimos anos, não houve redução significativa dos juros dos bancos comerciais.

Naturalmente, os bancos comerciais, como entidades privadas, afirmam que são livres de praticar os juros que querem.

A coisa não é assim, por uma razão simples : como trabalham com dinheiro do público, e não dinheiro deles, devem seguir regras definidas pelo Banco Central, e mesmo um banco privado precisa de uma carta patente que o autorize a funcionar dentro de certas regras. Estas regras, naturalmente, vão depender da capacidade de pressão política.

Como se trata de dinheiro do público apropriado diretamente pelos intermediários financeiros, sem mediação do governo, poderíamos achar que não é desvio de dinheiro. De certa forma, quando tiram o nosso dinheiro sem a ajuda de um político, seria por assim dizer mais limpo.

A nossa Constituição, no artigo 170º, define como princípios da ordem econômica e financeira, entre outros, a função social da propriedade (III) e a livre concorrência (IV). O artigo 173º no parágrafo 4º estipula quea lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.”

O parágrafo 5 é ainda mais explícito : “A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular”. Cartel é crime. Lucro exorbitante sem contribuição correspondente produtiva será “reprimido pela lei” com “punições compatíveis”.

A situação é escorregadia. Se um economista disser que os grandes bancos comerciais no Brasil formaram um cartel, fica ele sujeito a ser processado, pois não terá como puxar o documento de um acordo assinado pelos membros do cartel. Aliás ninguém, obviamente, assina um papel assim. Então em termos jurídicos, quem afirmar que há um cartel está na ilegalidade, e hoje temos todos um saudável receio do que os bancos podem fazer através de procedimentos judiciais. Por outro lado, sendo economista, se disser aos seus alunos de economia que não há cartel, será considerarão um idiota, porque o sol não se tapa com peneira. Os dados, aqui, são absolutamente claros.

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O estudo do Ipea mostra que a taxa real de juros para pessoa física (descontada a inflação) cobrada pelo HSBC no Brasil é de 63,42%, quando é de 6,60% no mesmo banco HSBC para a mesma linha de crédito no Reino Unido. Para o Santander, as cifras correspondentes são 55,74% e 10,81%. Para o Citibank são 55,74% e 7,28% O Itaú cobra sólidos 63,5%.

Para pessoa jurídica, área vital porque se trataria de fomento a atividades produtivas, a situação é igualmente absurda. Para pessoa jurídica, o HSBC, por exemplo, cobra 40,36% no Brasil, e 7,86 no Reino Unido.

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Comenta o estudo do Ipea : “Para empréstimos à pessoa física, o diferencial chega a ser de quase 10 vezes mais elevado para o brasileiro em relação ao crédito equivalente no exterior. Para as pessoas jurídicas, conforme aponta a tabela 3, os diferenciais também são dignos de atenção, sendo prejudiciais para o Brasil. Para empréstimos à pessoa jurídica, a diferença de custo é menor, mas, mesmo assim, é mais de 4 vezes maior para o brasileiro.”

O Banco Itaú teve em 2011 um lucro líquido de 14,5 bilhões, montante da mesma ordem de grandeza que o Bolsa Família que resgata da pobreza cerca de 50 milhões de pessoas. O lucro do Itaú vai para muito poucas famílias.

O banco Santander (ramo brasileiro) cobra 146% no cheque especial no Brasil, enquanto o Santander na Espanha cobra 0% (zero por cento) por seis meses até cinco mil euros. O gigante mundial que é o Santander tem no Brasil 25% do seu lucro global. Os ganhos dos grupos estrangeiros no Brasil sustentam assim as suas matrizes.

Para quem faltou à aula de economia, um dado básico : a intermediação financeira é uma atividade meio. Não alimenta nem veste ninguém. Mas se agregar as nossas poupanças para financiar uma fábrica de sapatos, por exemplo, e com isto gerar investimento, produção e empregos, está plenamente justificada. Os lucros da fábrica permitirão a remuneração da iniciativa, a modesta remuneração da nossa poupança, e o lucro financeiro do intermediário. Além de, evidentemente, aumentar a oferta de sapatos. Mas tudo está nos montantes. O financiamento devidamente regulado capitaliza as atividades econômicas, a agiotagem as descapitaliza.

Quando se “facilita” a compra a prazo, se o juro é elevado, por exemplo de 102% como é o praticado para pessoa física, as pessoas irão comprar com uma prestação “que cabe no bolso”, porque são pobres ou não entendem de juros, mas no conjunto a metade apenas do dinheiro que gastam irá para pagar o produtor, por exemplo de uma geladeira, e a outra metade servirá para pagar juros. O consumidor poderá comprar apenas a metade do que é a sua capacidade de compra real, e o produtor receberá muito pouco pela geladeira que produziu. O intermediário ganhará a metade de todo o valor, sem ter produzido nada. Isto se chama economia do pedágio.

O caso dos cartões de crédito deixa isto bem claro. Nota de Lucianne Carneiro em O Globo Economia compara o juro médio sobre cartão de crédito no Brasil, de 238% ao ano, com os 16,89% nos EUA e 18,7% no Reino Unido. Não há como explicar uma diferença destas com “mecanismos de mercado” É agiotagem mesmo. O resultado é uma sangria absurda da capacidade de compra. Ao fazer todos os que entram neste tipo de crédito pagarem muito mais pelos produtos, gera-se um impacto forte sobre os preços finais. E nos dizem tranquilamente que juros altos nos protegem da inflação. O resultado final são dificuldades para o consumidor e para o produtor, e lucros exorbitantes para os intermediários.

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Lucros financeiros como do Itaú no ano passado, 14,5 bilhões de reais, constituem custos, pagos pela sociedade, sob forma de consumo retraído por parte consumidor e de lucro menor (quando não quebra) por parte do produtor. A intermediação financeira é necessária, mas quando se usa o oligopólio para fixar juros estratosféricos, o intermediário vira atravessador. Em vez de fomentar, cobra pedágio. Em vez de gerar efeitos multiplicadores, trava a economia, ao punir o produtor e o consumidor. Os grupos internacionais têm vantagens, e buscarão dinheiro no exterior através das suas matrizes, com custos muito menores, inclusive para comprar empresas nacionais. Para o parque produtivo nacional, é desastroso.

No conjunto, trata-se de um desvio de dinheiro da economia real, via uma forma institucional ilegal, que é a “dominação dos mercados, eliminação da concorrência e aumento arbitrário dos lucros.” que a Constituição condena em termos inequívocos. Frente aos números, há alguma dúvida quanto à ilegalidade ? Não há notícias de julgamento a este respeito, e sim muitas denúncias no Procon, Idec e outras instituições, e milhões pessoas se debatendo em dificuldades.

O Serasa, hoje empresa multinacional, guardião da moralidade financeira, decretará que brasileiros passam a ter o nome sujo, ou seja, punirá quem não conseguiu pagar 238%, e não quem os cobra.

Na realidade, esta situação se mantém pela base política de que dispõe o poderoso setor financeiro, e o conjunto da classe dos rentistas. A base política é mantida e reproduzida pelos mesmos mecanismos de contribuições eleitorais, além de posições de força conquistadas no Banco Central e no Copom. Para que não se mude a situação, é essencial que muitos deputados, senadores e funcionários de outras áreas, que não menciono não por decoro mas por prudência, sejam devidamente financiados.

O problema do cartel é que, como no caso dos impostos, não temos escolha. Como todos cobram mais ou menos os mesmos juros e as mesmas tarifas, mudar de banco não resolve grande coisa, e gera dificuldades burocráticas.

A massa de empregados no país é paga no banco que fez um acordo com a empresa, e não tem muita escolha. O resultado será uma economia estagnada, porque os agentes privados financeiros preferem trabalhar com papéis de que fazer investimento, ou seja, preencher a função social da propriedade prevista na Constituição.

No conjunto, permite-se que no Brasil se ganhe muito dinheiro mesmo não produzindo, e sim intermediando o esforço dos outros. Alguma semelhança com outros mecanismos de apropriação indevida de recursos ? Mais bilhões.


No braço de ferro que hoje se desenrola (2012), o governo está utilizando os bancos oficiais para introduzir gradualmente mecanismos de concorrência, baixando os juros pagos pelos tomadores de empréstimos.

Foi aprovada uma lei que facilita ao usuário mudar de banco. O crédito em consignação que o governo instituiu permite acesso a juros mais baratos no banco, para comprar à vista no comércio. A própria Selic foi drasticamente reduzida, de 24,5% em 2002 para 7,5% em 2012, o que força gradualmente os bancos comerciais a procurar investimentos produtivos. A capacidade do governo de enfrentar processos de cartelização foi reforçada (o novo CADE). Mas a lentidão do processo mostra a força da resistência. É a lenta e penosa batalha pela transferência dos recursos apropriados pelos rentistas e intermediários em geral, para os setores produtivos e os consumidores.

O Brasil, evidentemente, não está sozinho nesta luta pelo uso apropriado das nossas poupanças. Na área internacional, os grandes grupos financeiros utilizam outros mecanismos, como alavancagem, carry trade, High Frequency Trading, arbitragem, fraudes na Libor e na Euribor e outros. Estes grupos criaram, através do controle de parlamentares, a sua própria legalidade, por exemplo com a eliminação da legislação Glass-Steagall e a diluição da lei Dodd-Frank nos Estados Unidos.

O objetivo a perseguir é claro: transformar o dreno das nossas poupanças em financiamento da economia real e fomento de atividades produtivas, reintroduzindo mecanismos de concorrência e de transparência, através de regulação pública adequada. Isto envolve o resgate da dimensão pública do Estado. Quanto ao judiciário, bastaria seguir a Constituição.
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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 08 Out 2012, 23:42

Venho postando sobre isso há anos aqui.

Quando a direita e a esquerda concordam é sinal que as coisas não estão muito boas.

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Re: O papel do Estado na Economia

Mensagem por E.R » 09 Out 2012, 21:03

Tem a ver com o tópico, leitura recomendada, com muitos gráficos e propostas :

http://economia.estadao.com.br/especiai ... 179562.htm
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Re: Economia

Mensagem por E.R » 17 Out 2012, 09:30

http://www.cartacapital.com.br/economia ... ma-de-r-2/

Apesar de Federal Reserve (Fed – o banco central dos Estados Unidos) ter voltado a injetar dólares na economia, o câmbio foi pouco afetado até agora.

Em um intervalo entre R$ 2 e R$ 2,10, a cotação da moeda norte-americana não tem sofrido grandes oscilações desde maio, quando os temores em relação às eleições na Grécia provocaram a desvalorização do real.

Na última quinta-feira (11), o dólar fechou em R$ 2,045.

Segundo analistas, essa estabilidade não é por acaso e marca uma mudança na política cambial brasileira. O governo brasileiro está intervindo para manter o dólar acima de R$ 2, impedindo que a cotação volte a cair à medida que a crise na Europa se agrava e os Estados Unidos promovem o terceiro afrouxamento monetário em quatro anos. Para o Brasil, o dólar mais alto aumenta a competitividade da indústria e das exportações. Os especialistas, no entanto, põem em dúvida o poder de o Banco Central (BC) manter a intervenção no câmbio.

Desde o fim de agosto, o BC tem promovido operações de swap cambial reverso, que funcionam como compra de dólares no mercado futuro, para impedir a queda da cotação. O último leilão ocorreu no dia 5, quando a autoridade monetária US$ 1,288 bilhão nesse tipo de contrato. Atualmente, a instituição financeira tem US$ 4,93 bilhões comprados no mercado futuro. Além disso, o Tesouro Nacional comprou US$ 4,881 bilhões de janeiro a agosto para pagar os vencimentos da dívida externa.

Sem essas operações, o dólar poderia ter voltado a cair, à medida que os capitais externos continuam a entrar no Brasil, atraídos pela boa situação da economia em relação aos países desenvolvidos. O economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, diz que o comportamento do governo mostra que o câmbio está menos livre que nos últimos anos. “Sem dúvida, existe uma mudança de postura”, disse.

Para ele, além de melhorar a competitividade da indústria, o atual nível do dólar tem outra vantagem : não pressionar os preços internos. “Com o dólar ao redor de R$ 2, não há efeito sobre a inflação, ao mesmo tempo em que as contas externas ficam menos comprometidas [como quando o dólar estava em R$ 1,50]”, avalia.

Alex Agostini, no entanto, acredita que a estabilidade da cotação mais se deve às incertezas em relação à economia internacional do que ao poder do Banco Central e do Tesouro Nacional. “Enquanto o Banco Central anuncia operações no mercado futuro e compras à vista, os países avançados atravessam um momento de instabilidade que ajuda o governo a vencer a briga com o mercado, que força a queda do dólar”, ressalta.

De acordo com o professor de Economia Internacional André Nassif, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Banco Central está fazendo o que deveria ter sido feito na crise de 2008 : impedir que o dólar volte a cair depois de uma alta repentina. “O Brasil está repetindo o que vários países da Ásia fizeram há quatro anos, quando intervieram no câmbio e não deixaram as moedas locais subir [em relação ao dólar]”, explica.

André Nassif também acredita que o governo, até agora, tem sido mais beneficiado pelas incertezas internacionais do que pelas ações da equipe econômica. “Quem depreciou o câmbio, fazendo o dólar subir de R$ 1,80 para R$ 2, não foi o governo, mas o próprio mercado, que estava receoso em relação às eleições na Grécia”, disse.

Na avaliação do professor, por enquanto, o Banco Central consegue atuar sozinho para manter o dólar em torno de R$ 2. No entanto, caso a nova injeção de dólares na economia norte-americana pelo Fed reduza o valor do dólar no mundo, ele defende que o Brasil adote uma quarentena para os capitais estrangeiros que entram no país, para aumentar o poder das autoridades brasileiras em intervir no câmbio. “Medidas como o IOF Imposto sobre Operações Financeiras para o capital externo se revelaram ineficazes em conter a queda do dólar”, declara.
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Re: O papel do Estado na Economia

Mensagem por E.R » 18 Out 2012, 11:14

http://exame.abril.com.br/economia/noti ... tributaria

O momento do Brasil dá oportunidade de reduzir a carga de impostos, segundo Armando Castelar Pinheiro, economista e professor da FGV. Para o professor, o Brasil está aproveitando mal a janela de oportunidades que se abre com a queda de juros.

“Não podemos pensar em reduzir carga tributária sem pensar em reduzir gasto público. A janela se abre porque estamos reduzindo gastos com juros”, disse Armando Castelar Pinheiro. Para o professor, se o país não aproveitar agora essa janela de oportunidades dada pela queda dos juros, e não fizer as reformas adequadas, depois será mais difícil, pois os recursos serão usados em gastos correntes – no futuro, por exemplo, no aumento de gastos de previdência e saúde.

A carga tributária brasileira corresponde a cerca de 34% do PIB do país – e viveu um crescimento de 10 pontos percentuais do PIB em uma década e meia, aproximadamente, segundo Armando Castelar Pinheiro. “Temos uma carga tributária que subiu muito e que está muito acima da que deveríamos ter dado o nosso nível de renda”, disse Armando Castelar Pinheiro. Na comparação entre nossa carga e outros países, vê-se que o Brasil tem uma carga tributária elevada para seu nível de renda.

Na comparação com os países da OCDE, a carga tributária brasileira está cerca de 10 pontos percentuais acima do PIB do que deveria ser, segundo o professor.

A evolução natural da carga em 10 pontos percentuais tem a ver com a estrutura do próprio Estado e também a queda da inflação, segundo Carlos Alberto Barreto, secretário da Receita Federal.

Além do tamanho dos impostos, outro problema é a complexidade deles, segundo Pinheiro. A carga tributária é a principal barreira que atrapalha a realização de negócios no Brasil, depois disso vem a regulação tributária, segundo o professor. “O governo é o maior acionista das empresas brasileiras. Quem leva a maior parte do lucro são os tributos”, afirmou.

Há também o risco que representa essa tributação para o Brasil. “É difícil trabalhar porque há poucos dados, mas a evidência que tenho coletado é que isso é uma das razões que explica porque nossa taxa de investimento é tão baixa”, disse. Armando Castelar Pinheiro citou também a instabilidade das regras.

Sobre medidas de isenção anunciadas recentemente, o economista afirmou que o governo tem “feito muita bondade com o chapéu alheio”, desonerando tributos que ele divide com estados e municípios. “Não adianta reduzir de um lado e aí oferecer dinheiro do BNDES”, afirmou.
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Re: O papel do Estado na Economia

Mensagem por Scopel » 18 Out 2012, 11:41

Que discursinho falido. Por que ninguém fala que os gastos com serviço da dívida [em suma, renda DADA para os ricos] são o principal encargo do governo correspondendo a mais de 45% do PIB?

Infelizmente seguimos o conselho [na verdade isso foi imposto a nós] de usar a dívida pública como forma de financiamento estatal ao invés de como medida de contenção e de política monetária como deveria ser. Talvez por isso a carga tributária seja tão alta. Mas por que não questionam o escândalo da dívida pública?

Se vocês compreendessem o mercado financeiro teria nojo desse tipo de política.

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