Há, sim, uma certa provocação quando a Globo é identificada como “emissora carioca”. Mesmo com as suas raízes no Rio, e muito se orgulhe disto, já de algum tempo a sua direção vem trabalhando para que ela possa ser vista como uma televisão de todos os brasileiros.
E é assim que deve ser.
Mas ainda existem antigas distorções que até agora não foram convenientemente atacadas. Uma delas diz respeito às transmissões do futebol. Como se sabe, em todas as quartas-feiras ou domingos, as emissoras da rede se dividem para atender os interesses regionais. Nada mais justo. Acontece que a chamada “transmissão de rede”” ainda resiste em transmitir apenas aos jogos dos times do Rio de Janeiro, por mais importantes que sejam as partidas de outras praças.
Estima-se em algo próximo de 20 milhões de residências que utilizam antena parabólica em todo o país, atendendo a um público de mais de 50 milhões de pessoas.
Esses telespectadores, no Brasileiro atual, são sempre levados pela Globo a acompanhar o Fluminense, Botafogo e Flamengo, pouco importando as suas posições na tabela de classificação. Algo que também pode explicar por que o Flamengo continua com a maior torcida em todo o País.
Antes foi por causa do rádio, nos dias atuais, provavelmente pela sua exposição na TV.
São muitos os interesses no futebol que extrapolam as quatro linhas do gramado. Existem a venda de camisas e outros produtos, incluindo os patrocínios, que a vitrine proporcionada pela televisão ajuda a comercializar com mais facilidade.
Hoje, enxergando-se como uma emissora nacional, entende-se que o jogo da rede na Globo teria que ser sempre o mais importante da rodada. Nada diferente dele.
E não permanecer engessada a um critério que vigora desde os seus primórdios.
FONTE: TV Foco
