Economia

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 13 Jun 2011, 13:50

E.R escreveu:
http://not.economia.terra.com.br/notici ... R_79756589

Imagem
. A rede Magazine Luiza anunciou nesta segunda-feira um acordo com a BF Utilidades, empresa do Grupo Sílvio Santos, para adquirir 121 Lojas do Baú localizadas no Paraná, São Paulo e Minas Gerais, pelo valor de R$ 83 milhões. O memorando foi assinado na última sexta-feira e o pagamento deve ser feito em 31 de julho de 2011.

A transação envolve pontos de vendas, escritórios, centros de distribuição, sistemas de informática (hardwares e softwares) e a propriedade da base de clientes.
E pensar que esse processo de concentração e centralização de capital já estava em Marx, na segunda metade do século XIX...

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Antonio Felipe
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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 13 Jun 2011, 17:03

ÉPOCA
José Fucs e Marcos Coronato, com Keila Cândido, Matheus Paggi, Camila Camilo, Danilo Thomaz e Juliana Elias

A queda do Muro de Berlim parecia ter encerrado o debate sobre o tamanho do Estado na economia. Com a vitória de um sistema baseado na livre-iniciativa – o capitalismo – sobre outro baseado no planejamento estatal – o socialismo –, a conclusão era cristalina: o governo deveria limitar ao mínimo a regulação sobre as atividades privadas e cuidar (bem) dos serviços básicos, como saúde, educação, justiça e segurança. Deveria ser apenas um bandeirinha, no máximo o juiz do jogo econômico – nunca técnico, zagueiro ou artilheiro. Em setembro de 2008, porém, com a eclosão da crise global, os governos de quase todo o mundo tiveram de injetar trilhões de dólares para reanimar suas economias. Nos Estados Unidos e em outros países, o Estado assumiu o controle de bancos, seguradoras e até mesmo de montadoras de automóveis à beira da falência. Foi a deixa para a ressurreição dos críticos do modelo liberal, que predominara por quase três décadas e garantira ao planeta uma era de crescimento sem igual na história. Vozes antes relegadas a um papel secundário no debate voltaram à cena com ares de protagonistas. Uma delas, o economista americano Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia em 2001, afirmou recentemente a ÉPOCA: “Não é o tamanho do Estado que importa, é o que o governo faz”.

Vá lá. Mas o que, exatamente, faz o governo num país de economia complexa como o Brasil? Trata-se, como o próprio Stiglitz há de reconhecer, de uma questão importantíssima – mas de resposta dificílima. O governo brasileiro regula a atividade econômica? Regula. O Estado é dono de empresas? Também. É sócio de empresas que não controla totalmente? Certamente. E ainda é dono de bancos mastodônticos e de companhias gigantescas, que detêm participações em uma fauna de empresas de todas as espécies. Para não falar no controle que exerce sobre os fundos de pensão das estatais, os maiores investidores do mercado. De diferentes formas, o governo interfere na gestão de algumas das maiores empresas privadas nacionais, em setores tão distantes quanto metalurgia, criação de animais para abate ou telefonia. A teia de interesses estatais nos negócios é tão complexa, tem tantas facetas e envolve tantos conflitos de interesse que o próprio governo não consegue avaliá-la de modo preciso. Nem o Ministério do Planejamento, a que está ligado o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, nem a Secretaria do Tesouro Nacional, que controla o caixa federal, sabem quantas empresas no país têm participação estatal. E não há, em nenhuma repartição de Brasília, um diagnóstico completo da atuação e da influência do governo sobre nossa economia.

Nos últimos três meses, uma equipe de jornalistas de ÉPOCA dedicou-se a desfazer o nevoeiro que encobre essa questão. Com o apoio da empresa de informações financeiras Economática, mergulhamos em relatórios ministeriais, balanços e planilhas de dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), das estatais, da Bolsa de Valores e das empresas privadas sob influência do governo. Restringimos nosso trabalho às participações do governo federal – um critério conservador para estimar o tamanho do Estado, por omitir as estatais em poder de Estados e municípios. Mesmo assim, o levantamento inédito, cujos resultados são apresentados a partir da página 71 e estão disponíveis de modo interativo em epoca.com.br e em nossa edição para iPad, revela um quadro preocupante. No futebol da economia brasileira, o governo não é apenas juiz, bandeirinha, técnico, zagueiro e artilheiro ao mesmo tempo. Ele também corta o gramado do estádio, costura as redes e – se quiser – pode até mexer no tamanho das traves.

De acordo com o levantamento, existem hoje no país pelo menos 675 empresas de todos os setores com algum tipo de participação ou influência do governo federal. São participações diretas ou indiretas do Tesouro, dos bancos e das empresas estatais ou dos fundos de pensão (entidades híbridas, inegavelmente na órbita do governo). Dessas, o governo controla 276, se somarmos todos os tipos de participação. Levando em conta apenas as 628 empresas não financeiras, o faturamento soma R$ 1,06 trilhão, algo como 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) ou 2,5 vezes as vendas dos 50 maiores grupos privados nacionais (leia o gráfico abaixo) . Nas 247 empresas não financeiras controladas pelo governo, as vendas somam R$ 468,5 bilhões, ou 13% do PIB. E o valor de mercado das 99 empresas cujas ações são negociadas na BM&FBovespa totaliza R$ 1,7 trilhão, ou 71% do valor de mercado das empresas na Bolsa. A interferência do Estado na economia via estatais, BNDES e fundos de pensão é tão intensa que, durante a pesquisa, ÉPOCA teve de atualizar os dados de muitas companhias que receberam recentemente dinheiro do governo, como o frigorífico JBS ou a Cipher, especializada em sistema de segurança de informação. “O governo brasileiro é um dinossauro com apetite insaciável. Nunca tivemos um capitalismo de Estado tão evidente”, diz o economista Rodrigo Constantino, sócio da Graphus Capital, uma empresa de gestão de recursos do Rio de Janeiro.

No Brasil, a visão do Estado-empresário nunca teve dificuldades para angariar fãs. “A partir do governo Lula, houve uma mudança no entendimento do papel que o Estado deve ter no capitalismo brasileiro”, afirma o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações, ex-presidente do BNDES e um dos responsáveis pelas privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso. “Eles renegaram a privatização, começaram a gastar demais e a interferir na gestão de empresas privadas. Começou a aparecer essa face do PT, de que o governo deve ser o agente mais importante de uma economia como a nossa.” Mas o próprio PSDB, preocupado em se livrar do estigma de privatista, estuda apresentar uma emenda constitucional para impedir que Petrobras, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica sejam privatizados. “Os brasileiros amam o Estado, querem mais Estado”, diz o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e ex-economista-chefe do Santander. “A ideia de que o governo resolverá todos os problemas está entranhada na cultura nacional.

Em seus oito anos de governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou sete novas estatais: o Banco Popular do Brasil (BPB), que nem existe mais, a Hemobrás (para fabricação de hemoderivados), a Empresa Brasileira de Comunicações (EBC), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Pré-Sal Petróleo, a Ceitec (para fabricar chips e microcondutores) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, designada pela impronunciável sigla EBSERH, cujo objetivo seria prestar serviços gratuitos e apoiar o ensino e a pesquisa nos hospitais universitários federais (esta última não vingou, pois a medida provisória que a criava caducou). Além de criar as novas empresas, Lula investiu quase R$ 100 bilhões nas estatais já existentes e concedeu a elas empréstimos do Tesouro de quase R$ 200 bilhões, principalmente ao BNDES. Houve ainda o renascimento de estatais como a Telebrás, a holding de telefonia cujas subsidiárias foram privatizadas em 1998, e os investimentos bilionários feitos por BNDES, estatais e fundos de pensão na compra de participações em grandes grupos privados. O governo estimulou fusões generalizadas entre empresas privadas, como a Oi, da área de telefonia, resultado da união da Brasil Telecom com a Telemar. Nos primeiros seis meses do governo da presidente Dilma Rousseff, o avanço do Estado sobre o mundo dos negócios continua em ritmo acelerado. Alguns exemplos:

• Num leilão realizado no final de maio, o Banco do Brasil (BB) ganhou o direito de explorar o Banco Postal, a rede de serviços bancários dos Correios, a partir de 2012. Com um lance de R$ 2,3 bilhões, o BB superou a oferta do Bradesco, que operava o Banco Postal desde 2002;

• No final de maio, o BNDES anunciou a conversão de uma dívida de R$ 3,5 bilhões do JBS, o maior frigorífico de carne bovina do mundo, em ações da empresa e ampliou sua fatia no capital de 17% para 31%;

• Quase ao mesmo tempo, o governo patrocinou a troca de comando da Vale, a segunda maior mineradora global, por discordar de sua política de investimento. Embora afastado da Vale desde a privatização, em 1997, o governo usou sua força nos fundos de pensão que detêm o controle da empresa, para impor uma diretoria simpática a seus planos;

• Em abril, o Congresso Nacional aprovou um projeto do governo que criou mais uma estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav), para gerenciar o projeto do trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Ele terá financiamento de R$ 20 bilhões a juros camaradas do BNDES (20% acima do gasto previsto para o Bolsa Família em 2011);

Embora a decisão de privatizar os aeroportos, anunciada em maio, seja um sinal importante, ela não significa que Dilma tenha subitamente aderido à causa da privatização, palavra demonizada por ela mesma durante a campanha eleitoral. A medida reflete apenas o reconhecimento tardio de que o governo não tem dinheiro para modernizar os aeroportos e prepará-los para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Só que o país precisa investir pesado em infraestrutura nos próximos anos – e não apenas para a Copa e a Olimpíada. Os gargalos de nossa economia oneram toda a produção e reduzem a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Além dos aeroportos, é preciso modernizar e ampliar portos, estradas, ferrovias, a geração e distribuição de energia e os sistemas de água e esgoto. De acordo com cálculos do BNDES, as obras exigirão R$ 1 trilhão até 2014. E o governo não tem os recursos necessários para bancá-las. “Apesar de sermos um país que optou por ter um Estado grande, temos um Estado que investe muito pouco”, diz o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, hoje sócio da Gávea Investimentos. Também falta poupança interna para financiar todos os investimentos necessários. Sem o capital estrangeiro, portanto, é impossível alcançar a meta.

De acordo com o banqueiro Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central no governo Lula, se houvesse um ambiente de negócios mais atraente no país, o capital estrangeiro, sedento por boas oportunidades de investimento, viria em proporções cavalares. Há aí um espaço gigantesco a trabalhar. O Brasil é hoje o país emergente com a maior carga tributária do mundo, na faixa de 36% do PIB. Nossa legislação trabalhista obriga as empresas a pagar um salário adicional ao governo, além do que já paga ao trabalhador – é um fardo pesado. “O Brasil é um dos países em que é mais difícil empreender”, diz o empresário Jorge Gerdau, que aceitou recentemente comandar a Câmara de Gestão e Planejamento do governo Dilma. “Isso tem origem direta na ineficiência do Estado, prejudica a geração de emprego e renda e faz o Brasil perder oportunidades.” Na gestão de empresas, o Estado costuma ser bem menos eficiente do que a iniciativa privada. “Em geral, quanto mais coisas o governo tenta controlar, menos eficiente ele é”, diz o economista italiano Luigi Zingales, da Universidade de Chicago. Não é à toa que, segundo o levantamento mais recente do Fórum Econômico Mundial, o setor privado brasileiro está em 39º lugar no ranking de competitividade global, entre 139 países, enquanto o setor público ocupa apenas a 130ª posição.

Considerando tudo isso, é pouco provável que o governo consiga desatar o nó do investimento, para permitir que o país cresça a taxas elevadas sem alimentar a inflação. Como é a iniciativa privada que financia a sede do Estado por recursos, de um jeito ou de outro, a conta da gastança chega. Depois dos trilhões gastos para erguer o mundo da crise, em diversos países – inclusive no Brasil – a dívida pública se multiplicou, e os governos começaram a cortar despesas para equilibrar o orçamento. No Primeiro Mundo, políticos conservadores estão ganhando as eleições com um discurso concentrado na austeridade fiscal e na contenção dos arroubos expansionistas do Estado. Nos EUA, os republicanos ganharam a maioria do Congresso nas eleições de 2010. Também no ano passado, o conservador David Cameron tomou o lugar do trabalhista Gordon Brown como primeiro-ministro na Inglaterra. Na Espanha, o fenômeno se repetiu em maio. A população mais esclarecida sabe que, no final, o custo sobra para ela, por meio do aumento de impostos, da inflação e das taxas de juro.

No Brasil, a estrutura de gastos públicos não dá muita margem de manobra. Do total de despesas, dois terços são consumidos apenas com a folha de pagamentos do funcionalismo federal e dos benefícios aos aposentados e pensionistas da Previdência Social. No início do ano, o Ministério da Fazenda até anunciou cortes tímidos, de R$ 50 bilhões, no gasto público. Mas esse número fica aquém das necessidades para equilibrar as contas. O essencial é deixar de lado o discurso ideológico e analisar friamente os benefícios de vender ativos – tradução: privatizar – no atual cenário. “É inevitável fazer a privatização”, diz o economista Roberto Macedo, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. “O governo precisa sair da armadilha criada pelo Lula em 2006”, afirma Mendonça de Barros. “A Copa e a Olimpíada estão aí, e não dá para brincar. O PT é um partido pragmático e se dará conta de que é uma boa hora para quebrar o tabu das privatizações.

A última vez que o país implementou um programa consistente de desestatização foi nos anos 1990, na esteira das privatizações e da desregulamentação promovidas pela Inglaterra de Margaret Thatcher e pelos Estados Unidos de Ronald Reagan. O Estado obeso, herança da era Vargas e dos governos militares, passou por uma dieta notável nas gestões de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. O governo se desfez de mineradoras, siderurgias, petroquímicas, telefônicas e empresas aéreas. Acabou com o monopólio da Petrobras. Com a privatização, empresas como Vale, CSN e Usiminas voltaram a florescer. Na telefonia, os resultados foram espetaculares. Políticos de centro-esquerda, como Bill Clinton nos EUA, Tony Blair na Inglaterra e o próprio FHC, se viram forçados a abrir mão do viés estatizante de seus partidos para manter-se no poder. O próprio Lula teve, na campanha de 2002, de abandonar antigas bandeiras intervencionistas do PT e comprometer-se a não rever as privatizações, respeitando os contratos assinados.

Depois da crise de 2008, apesar da retomada do crescimento, a ideia de que o Estado pode – ou deve – fazer tudo voltou a ganhar força. “Os países mais bem-sucedidos, como Japão, China, Coreia do Sul e Índia, abriram suas economias de forma gradual e adotaram políticas comerciais e industriais para promover e diversificar suas economias”, diz o economista Dani Rodrik, da Universidade Harvard, EUA, outro defensor do estatismo. “Acaba havendo uma compensação entre a elevação do custo, provocada pelas restrições ao comércio e ao fluxo de capitais, e os benefícios de uma economia mais forte, em que se estimulam setores que, de outro modo, não se desenvolveriam.

Aqui, as autoridades têm se aproveitado da maré favorável a esse tipo de ideia para ampliar os braços do governo na economia brasileira, seja aumentando a participação em empresas, seja oferecendo crédito subsidiado pelo BNDES. “O BNDES se transformou numa gigantesca máquina de transferência da riqueza dos pagadores de impostos para os aliados do governo. A troca de favores é o meio para o sucesso e o melhor atributo é ser amigo do rei”, diz Rodrigo Constantino. A pretexto de combater a crise, o governo federal parece ter embarcado novamente na ideologia de um estatismo inconsequente.

É provável que, se ele procurasse se concentrar nos três pilares da ação estatal – educação, saúde e segurança –, em vez de alimentar o mito do Estado-empresário, o país funcionaria melhor. Haveria menos corrupção, menos tráfico de influência e menos apadrinhamento. A redução da ação do governo na economia não significa que os mercados devam ser deixados à vontade. O governo pode – e deve – cuidar de sua fiscalização e regulação estabelecendo normas que garantam a qualidade da produção e a boa prestação de serviços à população. Mas o juiz não pode querer chutar a bola no gol.
Acho difícil que o PT revise essa opção pela privatização, sob risco de ser tachado de incoerente em algo que se atacou. Difícil, mas não impossível...
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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 17 Jun 2011, 12:13

Risco menor mostra que política fiscal brasileira é responsável, diz FMI

http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... z-fmi.html




Apresentarei amanhã um trabalho de Macroeconomia II sobre a politica fiscal do governo FHC ao governo Lula. Amanhã mesmo eu faço um texto e posto aqui para os interessados lerem. É fundamental [não o meu texto :P] entender algumas opções para a compreensão dos rumos do nosso país. Acredito que será bastante elucidativo, responderá e colocará questões interessantes a quem se preocupa.

Digamos que esta é a área de maior interesse meu em economia.

PS: Dudu, esse Blanchard aí citado na matéria é aquele dos livros de Macro?

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Re: Economia

Mensagem por Cavallari » 17 Jun 2011, 14:49

Sim, ele mesmo.
É o livro dele o que eu mais estudo.
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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 17 Jun 2011, 15:53

Dudu Cavallari escreveu:Sim, ele mesmo.
É o livro dele o que eu mais estudo.
É bom. Mas eu gosto mais do Dornbusch/Fisher...

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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 17 Jun 2011, 17:20

Continuação da matéria da Época (agora os infográficos):

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Aqui dá ver todas as empresas onde o Governo Federal possui participação: http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... ANSAO.html
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Re: Economia

Mensagem por E.R » 01 Jul 2011, 16:29




Concordo com a opinião do Álvaro Dias. :joinha:
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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 01 Jul 2011, 16:51

Ainda se fosse uma operação entre Pão de Açúcar e Carrefour, o CADE e os grupos econômicos que resolvam. Mas esse envolvimento do BNDES é ridículo. E acaba rimando com a matéria sobre estatismo que eu postei antes nesse mesmo tópico.
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Re: Economia

Mensagem por leofasnk » 07 Jul 2011, 17:04

A economia de Portugal foi considerada como um lixo (no jargão ecomonico). É as coisas não estão boas na Europa,seria o sistema capitalista começando a falir!?
Quer aprender a lutar boxe? Aprenda com o Madruga Balboa:

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 07 Jul 2011, 21:57

Antonio Felipe escreveu:Continuação da matéria da Época (agora os infográficos):
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Aqui dá ver todas as empresas onde o Governo Federal possui participação: http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... ANSAO.html
Na minha opinião de economista, o Estado tem o dever e a função de controlar a economia, direcionando os investimentos para onde for preciso - leia-se, o desenvolvimento econômico deve sim ter um sentido social e não apenas privado, como tem sido visto em todo o mundo especialmente desde a década de 70. O período dos anos 70 até hoje é considerado, não atoa, o período de crise geral do capitalismo, onde o capitalismo tem consumido de forma exacerbada suas próprias fontes de acumulação. Leia-se: estão matando a galinha dos ovos de ouro.

Na minha opinião de economista, não é controle estatal emprestar capital - a título de fomento ao desenvolvimento social e regional - a juros baixos. Não é só isso: esse dinheiro do BNDES sai do fundo público e passa a integrar a partir desses empréstimos o capital de empresas privadas nacionais e internacionais [!]. BNDES: o "DES'' é "desenvolvimento econômico e social. Cade esse desenvolvimento, ninguém sabe.

Claro, não vou nem falar da velha de defender o Estado minimo, o Deus Mercado, a acumulação privada em detrimento do social, etc... O Estado brasileiro está cabenga e pouco interventor desde os últimos 20 anos, vide como anda a infra-estrutura pública no país e vide os lucros do grande capital privado. Nunca se lucrou tanto com tanto sucateamento estatal.

Em suma: o governo da Lula é ultra-neoliberal. É a mera continuação do continuímo lulista. Os defensores de FHC, do neoliberalismo, deveriam atentar um pouco mais para as linhas de política econômica dos governos da Lula e do Lula para perceberem que é exatamente a mesma política, senão mais direiteira ainda. Palavra de economista. :)

leofasnk escreveu:A economia de Portugal foi considerada como um lixo (no jargão ecomonico). É as coisas não estão boas na Europa,seria o sistema capitalista começando a falir!?
Não existe isso no jargão econômico. :joinha:

E pode esperar, o capitalismo vai dar muito caldo ainda. O capitalismo vai até onde o meio ambiente aguentar e se tornar impossível a acumulação continuada de capital. :(

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 12 Jul 2011, 10:35

BNDES patrocina “Socialismo dos Ricos” na fusão Pão de Açúcar-Carrefour
O dia começa mal, na leitura da primeira página do "Valor Econômico", um dos espaços de mídia onde se encontra jornalismo de qualidade. Abílio Diniz vai atrás de R$ 3,9 bilhões do BNDES, para uma operação de fusão Pão de Açúcar-Carrefour, onde não entrará com UM TOSTÃO, mas passará a controlar 32,2% das vendas do varejo nacional. Sem colocar um tostão do seu bolso, vale repetir.

Logo a seguir, "Commodities representam 71% do valor das exportações", mancheteia uma matéria que, no corpo, revela a fragilidade da operação - a maior parte está baseada em produtos, cujo preço não controlamos. Ou seja, se a crise da dívida norte-americana radicalizar por disputas eleitorais entre democratas e republicanos nos Estados Unidos e a China mudar o eixo do comércio internacional, diminuindo importações, olha nós aí, no brejo.

O grave é que o porcentual de commodities sobre manufaturados aumentou na balança de exportações. Em relação ao ano passado, aumentaram 39,1%, enquanto os manufaturados subiram apenas 15,1%.

Resta o plano inferior da página: "Na Olimpíada, uma antevisão da crise grega". Por quê? Simples. Gastos iniciais de US$ 1,5 bilhão terminaram em US$ 11,9 bi, oficialmente, porque há indícios, diz o texto, de que possa ter chegado a 30 bilhões de euros – cerca de 50 bilhões de reais.

Mas vamos tratar especificamente da manchete principal, porque a lusitana ainda está girando, e a torcida é grande para que o sócio francês de Diniz, o Casino, consiga melar a baderna.

Para quem gerou um "seqüestro" suspeitíssimo na véspera do segundo turno em 1989, com Lula tendo grandes chances de vitória comprometidas pelas suspeitas de ligações políticas com os seqüestradores, esse neopetista realmente progrediu. Virou, junto com Gerdau, os controladores do Bradesco e Itaú e os predadores do agronegócio, um dos principais "aliados" do lulismo pragmático.

Esta mais recente ameaça de tenebrosa transação comprova como o polulismo, digo, o populismo lulista, foi competente na metamorfose. Transformou um projeto classista de mudança radical da realidade brasileira no mais eficaz agente do capital monopolista em nosso país.

Em oito anos, conseguiu gerar um modelo em que todos ganham - uns muito mais que outros, evidentemente -, suficientemente para colocar colchões amortecedores entre classes em conflito. Sintetizando, esses quase R$ 4 bilhões que o BNDES pode proporcionar à manobra de Diniz correspondem à metade do que foi destinado a tornar "felizes" 11 milhões de famílias com a Bolsa, em 2007. E cito 2007, pois foi o último ano em que me preocupei em seguir a relação lucros bancários-combate à miséria por políticas assistencialistas.

Naquele então, o destinado à Bolsa família, em 12 meses, correspondia ao lucro, em 9 meses, do segundo maior banco privado brasileiro, o Bradesco. Porque o primeiro, o Itaú, nesses mesmos 9 meses, tivera um lucro exatamente R$ 500 milhões maior que o despendido com o "social".

Pois bem. Sob a ótica do prestígio ao desenvolvimentismo, sobre o monetarismo - na essência, louvável -, estamos, mais uma vez e de fato, diante de uma proposta clara de privatização do lucro, com socialização previsível do prejuízo.

Os recursos que faltam para as políticas públicas, em virtude de um criminoso superávit fiscal, voltado a garantir retorno aos bancos sem risco de tudo o que se especula com a dívida pública - crescente em progressão geométrica desde que o modelo macroeconômico se iniciou lá no mandarinato tucano-pefelista de FHC -, são acrescidos agora pelos constantes "empréstimos" que o Tesouro vem fazendo ao BNDES.

Empréstimos que se transformam em transferências subsidiadas para as operações - reitero, sem riscos - do grande capital, em suas operações de fusão. Operações de fusão que, é bom ser dito, em nada vêm impedindo a constante desindustrialização do nosso parque produtivo, em benefício de operações financeiras que ninguém sabe onde vão dar.

Barra pesada, e no dia seguinte ao desligamento de um quadro histórico e simbólico como Vladimir Palmeira. O que deve servir de reflexão aos petistas que ainda acreditam que o PT seja "socialista", como consta do programa.

Ou será que estariam de acordo em defender o que Noam Chomsky definiu como "socialismo dos ricos"?
http://www.correiocidadania.com.br/inde ... &Itemid=58

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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 12 Jul 2011, 11:11

O GLOBO

Em conversa com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o banco não deve participar da aliança com Abílio Diniz para a compra de um pedaço do Carrefour, informa Ancelmo Gois em sua coluna no jornal O GLOBO desta terça-feira. A BNDESPar, braço de participações, injetaria pelo menos R$ 4 bilhões no negócio. Na avaliação de Dilma, o BNDES teria saído desgastado do episódio porque Diniz, aliado do PT nas últimas eleições e amigo do ex-presidente Lula, não teria deixado claro que o banco só investiria com o aval do sócio francês Casino.
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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 12 Jul 2011, 11:15

Tomara mesmo. =]

O artigo lá é do dia 01/07. Oremos.

Abílio Diniz é uma espécie do gênero Eike Batista, da família dos Mandatários.

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 13 Jul 2011, 14:40

Cade aprova fusão, mas Perdigão e Batavo terão restrições

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/94 ... coes.shtml

E avança o processo de concentração e centralização de capital previsto por Karl Marx. O pensador viveu na época do capitalismo concorrencial, mas descreveu com precisão a tendência à formação de monopólios e da dominação dos mercados por capitais cada vez mais centralizados [apesar do processo de captação coletivizada de recursos]. Décadas depois de sua morte seria Lênin a descrever o domínio dos monopólios e bancos [numa mistura de capitais e funções] como o domínio do capital financeiro e sua necessária expansão mundial, ou seja, o imperialismo.

Estamos vendo a história acontecendo, o tempo não para meus amigos.

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 13 Jul 2011, 16:07

http://oglobo.globo.com/economia/mat/20 ... z1Rfuv6adu

. A concorrência entre diversos produtos que pesam diretamente no orçamento familiar, como alimentos, bebidas, higiene e limpeza, em muitos casos, é mero jogo de faz de conta no país. Dez grandes empresas - multinacionais, na maioria - abocanham de 60% a 70% das compras de supermercado de uma família típica brasileira e tornam o Brasil um dos países com maior nível de concentração no mundo, apontam especialistas em varejo. Muitas vezes, um fabricante chega a ser dono de diversas marcas de um mesmo produto, fazendo com que elas "disputem" entre si fatias do mercado. Uma tática da indústria que acaba por limitar o poder de escolha do consumidor, que, constantemente, nem desconfia de quem está por trás de sua marca preferida. A estratégia também trava a expansão de marcas menores. A situação pode até se intensificar caso a polêmica fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour saísse do papel, concentrando mais ainda o setor supermercadista.

- Poucas indústrias, apenas dez, entram com força no carrinho de compras dos brasileiros. Esse grupo representa até 70% das compras. Os demais 30% são disputados por cerca de 500 empresas menores, regionais - disse Marco Quintarelli, diretor do Grupo Azo, consultoria especializada em varejo, referindo-se a AmBev, Brasil Foods, Coca-Cola, Hypermarcas, JBS, Kimberly-Clark, Nestlé, Procter&Gamble, Reckitt Benckiser e Unilever.

Segundo Quintarelli, a concentração brasileira na indústria de bens de consumo cresceu fortemente, nos últimos anos, com a maior presença no país de grandes produtores mundiais - interessados no potencial de consumo das classes emergentes. A gigante Unilever, por exemplo, se orgulha de entrar a cada mês em 86% das residências brasileiras através de algumas de suas marcas como Omo, Kibon, Seda, Lux, Hellmann's, Arisco e Knorr. Entre as nacionais, a tese de Quintarelli fica clara com o alto nível de concentração atingido no segmento de lasanhas e comidas prontas: a BRF-Brasil Foods, criada em 2008 com polêmica fusão entre Sadia e Perdigão, ainda em análise pelos órgãos de defesa da concorrência, detêm 90% do segmento.
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