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Mensagem por E.R » 26 Jun 2024, 08:02

NOTÍCIAS
https://www1.folha.uol.com.br/poder/202 ... e-pf-e-pgr

As decisões do ministro Alexandre de Moraes que não envolvem pedidos da Polícia Federal ou pareceres da PGR (Procuradoria-Geral da República), além do sigilo imposto a inquéritos, têm impossibilitado o acompanhamento global de quantos perfis de redes sociais foram suspensos pelo ministro do STF — e por quais motivos.

A determinação de retirar do ar uma entrevista da Folha com a ex-mulher do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), se soma a outras decisões do integrante do STF (Supremo Tribunal Federal) de censurar perfis em redes sociais.

O ministro recuou da censura à Folha na última quarta-feira, um dia após determinar a retirada do vídeo do ar.

O relatório do Congresso dos Estados Unidos com decisões sigilosas do magistrado para suspender perfis de redes sociais também revelou casos que não partiam da PGR ou da PF nem passavam por esses órgãos.

Esse fato, atrelado ao sigilo de inquéritos, faz com que somente o ministro Alexandre de Moraes tenha condições de saber quantas contas já mandou suspender e por quais motivos.

Uma das investigações mais polêmicas, a de fake news, aberta por Dias Toffoli, tem todos os documentos físicos, não digitalizados, sendo que sua totalidade só pode ser acessada por Alexandre de Moraes.

A falta de transparência nas decisões tem sido um dos motivos das críticas recebidas pelo ministro do STF.

Em alguns casos, ao longo de cinco anos de investigações comandadas por ele, nem PGR nem PF tiveram acesso ao conteúdo antes da ordem de providência enviada às plataformas, até mesmo em determinações envolvendo quebras de sigilo.

Como mostrou a Folha, o ministro Alexandre de Moraes também derrubou perfis e conteúdos apenas com base em relatório da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, órgão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), grupo que ele chefiou.

O modelo de comunicação de Alexandre de Moraes com as plataformas para dar as ordens judiciais foi exposto no material divulgado pela comissão do Congresso dos Estados Unidos.

As notificações às plataformas via STF não são acompanhadas das respectivas decisões fundamentadas.

A ausência das decisões tem sido criticada nos bastidores pelas plataformas.

Advogados que representam essas empresas de tecnologia afirmam que as decisões nesse sentido se acumularam durante as eleições de 2022 e logo após o pleito.

Profissionais que atuam nos casos afirmam que o STF é o único tribunal do país a dar ordens do tipo sem estar acompanhada de uma fundamentação.

Pessoas com conhecimento dos processos afirmam que na minoria dos casos houve decisão posterior para autorizar a retomada de perfis.

A maioria dos perfis, portanto, segue fora do ar.

O relatório traz decisões relacionadas ao X (ex-Twitter), mas que também determinam a derrubada de links de outras plataformas — como TikTok, YouTube, Instagram e Telegram.

O relatório indica que foram ao menos 77 decisões tomadas no âmbito do STF pela derrubada de perfis em 2022 – em alguns casos, as contas dizem respeito à mesma pessoa, mas em diferentes plataformas.

No ano seguinte, foram suspensas das redes sociais 136 contas por ordem de Alexandre de Moraes nas apurações em curso no Supremo.

O debate sobre a atuação do magistrado em relação às plataformas voltou à tona após o dono do X, Elon Musk, fazer ataques a Alexandre de Moraes e ameaçar publicar tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

O ministro iniciou sua atuação no combate às ofensivas contra o tribunal quando foi designado pelo então presidente da corte, Dias Toffoli, para ser relator do inquérito das fake news.
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Mensagem por E.R » 06 Jul 2024, 05:51

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Mensagem por E.R » 24 Jul 2024, 17:11

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https://revistaoeste.com/politica/alexa ... os-do-val/

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas pessoais do senador Marcos do Val (Podemos).
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https://www1.folha.uol.com.br/poder/202 ... gens.shtml

O gabinete de Alexandre de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal durante e após as eleições de 2022.

Diálogos aos quais a reportagem teve acesso mostram como o setor de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido à época por Alexandre de Moraes, foi usado como um braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo.

As mensagens revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais, tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF, em assuntos relacionados ou não com a eleição daquele ano.

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Mensagem por E.R » 13 Ago 2024, 22:23

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Mensagem por E.R » 16 Ago 2024, 04:34

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Mensagem por Barbano » 20 Ago 2024, 17:15

Em um país sério o ministro cabeça de ovo cairia. Mas aqui não vai dar em nada.

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Mensagem por E.R » 29 Ago 2024, 04:46

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https://www1.folha.uol.com.br/colunas/p ... -stf.shtml

Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de proibir o ex-assessor da Presidência Filipe Garcia Martins de dar entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

"O entrave à liberdade dos meios de informação e comunicação é pernicioso, não se coadunando com o Estado de Direito", afirmou o ex-ministro do STF, Marco Aurélio Mello.
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https://www.cnnbrasil.com.br/politica/m ... -r-50-mil/

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira a suspensão do X (antigo Twitter) em todo o Brasil.

Antes do X ser suspenso, usuários da rede já articulavam sobre um possível uso de VPN (virtual private network), para acessar o aplicativo X.

Alexandre de Moraes determinou a aplicação de uma multa diária de R$ 50 mil, caso qualquer pessoa natural ou jurídica utilize serviços de VPN para acessar o aplicativo X.
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Mensagem por Hugoh » 17 Set 2024, 19:22

Ministro Dias Toffoli é internado com inflamação no pulmão em meio a queimadas em Brasília

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi internado nesta terça-feira (17), em Brasília, com uma inflamação no pulmão. As informações são do g1.

Pessoas próximas ao ministro afirmaram que o ar próximo à casa dele estava impregnado com fuligem em decorrência do fogo no Parque Nacional, uma área de mata preservada em Brasília.

Na segunda e nesta terça, escolas e faculdade cancelaram as aulas no Distrito Federal por conta dos efeitos das queimadas no ar. Médicos recomendaram que a população evite exercícios físicos e a exposição ao ar poluído.

A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as causas do incêndio. Até segunda-feira (16), a área atingida pelas queimadas era de 2 mil hectares, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Diário do Nordeste > https://diariodonordeste.verdesmares.co ... -1.3559250
Fosse no governo anterior, Bolsonaro e Salles seriam acusados de tentar matar o ministro.

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Mensagem por E.R » 19 Set 2024, 03:31

NOTÍCIAS
https://www.cnnbrasil.com.br/internacio ... s-no-pais/

Parlamentares americanos apresentaram na terça-feira um projeto para barrar qualquer autoridade estrangeira que tenha ferido a 1ª Emenda da Constituição ao impedir o acesso irrestrito à liberdade de expressão para cidadãos americanos enquanto eles estejam nos Estados Unidos.

A medida foi uma resposta às decisões do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que teriam atingido pessoas com dupla nacionalidade — brasileira e americana.

Caso o projeto apresentado na Câmara dos Representantes seja aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente dos Estados Unidos, obrigaria os Estados Unidos a barrarem a entrada de Alexandre de Moraes nos Estados Unidos ou, então, a deportá-lo de volta ao Brasil.
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Mensagem por Barbano » 19 Set 2024, 10:54

Duvido que isso passe. Quem tem que seguir a Consituição americana é quem mora lá, não o resto do mundo.

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Mensagem por E.R » 21 Set 2024, 08:37

Mais uma vez, vão passar por cima do Congresso e legislar :
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https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo- ... rnet.ghtml

Após as eleições, o STF deve declarar inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet.

É o tal artigo que alivia a barra dos provedores.

A ideia é aumentar a responsabilização das Big Techs em caso de conteúdos criminosos postado pelos usuários.
Quem faz leis e quem muda as leis é o Congresso. Ou pelo menos deveria ser, de acordo com a Constituição.
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Mensagem por Hugoh » 21 Set 2024, 14:06


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Mensagem por Dona Clotilde » 21 Set 2024, 15:18

O Musk deu uma fraquejada.
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Mensagem por Hugoh » 22 Set 2024, 22:54

Como Moraes virou protagonista da escalada autoritária no Brasil
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Protagonista da escalada da censura e do autoritarismo no Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é alvo de pressão popular e no Congresso, onde cresce a possibilidade de seu impeachment. Atualmente, pelo menos 180 parlamentares são a favor de sua destituição.

A lista recente de eventos que fizeram aumentar o movimento de oposição a Moraes inclui:

- A suspensão do X (antigo Twitter), uma ação que colocou o Brasil ao lado de regimes ditatoriais como China e Irã;
- As revelações do Twitter Files Brasil mostrando como Moraes exerceu forte pressão sobre as plataformas de redes sociais para cumprir ordens judiciais que visavam censurar perfis de direita, sem oferecer direito de defesa ou apelação;
- O vazamento de mensagens privadas que expôs o gabinete paralelo comandado por ele no Judiciário.
- Moraes ajustou pessoalmente relatórios de investigações que ele próprio julgaria mais tarde.

O papel de protagonista da escalada da censura e do autoritarismo no Brasil começou a ser assumido por Moraes muito antes, em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. Aos poucos, o ministro consolidou uma posição de força dentro do STF, acumulando um poder de decisão quase absoluto em temas de liberdade de expressão.

Suas ações, além de arbitrárias, revelam o gosto pelo holofote e o ímpeto autoritário que marcaram toda a sua carreira pública, iniciada em 2002 na gestão de Geraldo Alckmin como governador do Estado de São Paulo (leia mais sobre sua história antes de ser ministro do STF no fim do texto). As justificativas que embasam suas decisões são emblemáticas disso.

Com frequência, Moraes usa pontos de exclamação, expressões de efeito e outros elementos pouco usuais em documentos judiciais, que caracterizam sua aversão à sobriedade própria do magistrado. Em seu gosto por uma abordagem mais heterodoxa do papel do juiz, ele cunhou até mesmo uma espécie de mantra que repete em diferentes decisões de censura, sempre com letras destacadas:

"Liberdade de expressão não é liberdade de agressão!
Liberdade de expressão não é liberdade de destruição da Democracia, das Instituições e da dignidade e honra alheias! Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos mentirosos, agressivos, de ódio e preconceituosos!""

O ponto de virada que permitiu a Moraes atingir o atual nível de poder ocorreu em março de 2019, quando Dias Toffoli, então presidente do STF, designou o ministro como responsável pelo inquérito das fake news. Com base em uma interpretação questionável do regimento interno do tribunal, o inquérito foi instaurado sob a justificativa de proteger o Supremo de ataques, mas rapidamente se expandiu para incluir uma ampla gama de ações contra críticos do Judiciário.

Já nos dois primeiros anos do inquérito – que tem o incomum atributo de se perpetuar por anos e não ter prazo para acabar –, Moraes pediu a censura de reportagens, ordenou buscas e apreensões em residências de jornalistas e influenciadores, mandou prender alguns deles e baniu o canal Terça Livre.

Esse foi apenas o começo de uma série de decisões polêmicas que visavam diretamente figuras políticas e influenciadores da direita, culminando em prisões que contrariam princípios internacionais de direitos humanos e em atos de censura que abalaram as garantias democráticas no país.
Presidência da Corte Eleitoral em 2022 ampliou poderes do ministro

Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2022, Alexandre de Moraes ampliou ainda mais sua influência.

Durante as eleições, ele mandava remover publicações nas redes sociais que colocassem qualquer dúvida sobre a integridade do sistema eleitoral, sobretudo em relação às urnas eletrônicas. O ministro também criou um órgão comandado por ele próprio para investigar conteúdos da internet e agilizar e potencializar a censura.

A atuação de Moraes durante e após o processo eleitoral gerou duras críticas até mesmo de meios com viés de esquerda, especialmente a partir de 2023, quando ele assumiu um papel central nas investigações sobre o ataque de 8 de janeiro, dia em que apoiadores de Bolsonaro vandalizaram prédios do governo.

A resposta de Moraes aos eventos, além de passar por cima do devido processo legal – já que, em primeiro lugar, o Supremo nem sequer é o juiz natural em um caso como esse –, foi vista por muitos juristas como desproporcional e truculenta. Relatos de maus-tratos, somados à morte de um detido, Cleriston Pereira da Cunha, o "Clezão", em circunstâncias que levantaram suspeitas de negligência estatal, intensificaram as críticas a Moraes.

A mesma abordagem autoritária também se viu no caso de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, preso preventivamente por suspeita de tentativa de fuga após um suposto plano golpista. A base para justificar a prisão foi uma viagem que, na verdade, Martins nunca fez.

O ex-assessor foi mantido preso por Moraes ao longo de seis meses, mesmo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter recomendado sua soltura. Moraes ignorou durante todo esse tempo um conjunto robusto e incontestável de evidências de que Martins não fez a viagem, postergando o processo com a solicitação de diligências absurdas.

A truculência de Moraes alcançou escala internacional com a chegada de Elon Musk à briga. O empresário, dono do X, começou a criticar publicamente o ministro após o vazamento dos Twitter Files Brasil, que revelaram a pressão exercida por Moraes sobre as redes sociais para banir perfis conservadores e fornecer dados de usuários sem o devido processo legal.

A revelação de um gabinete paralelo comandado por Moraes no Judiciário para ajustar relatórios contra a direita e a suspensão do X fizeram a oposição transformar o impeachment do ministro em sua pauta prioritária no Congresso.

Em sua trajetória na política e no Judiciário, Moraes passou por diversas mudanças no que diz respeito ao apoio ou oposição de setores políticos e da mídia. Parte da esquerda brasileira que hoje relativiza a gravidade dos seus atos foi, anos antes, crítica da sua indicação a ministro do Supremo e aos cargos políticos que ele ocupou.

Moraes iniciou sua ascensão política sob o comando de Geraldo Alckmin, que o nomeou para secretário Estadual de Justiça de São Paulo. Entre 2004 e 2005, foi presidente da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), hoje Fundação CASA. Durante sua gestão, demitiu mais de 1.500 funcionários de uma só vez, alegando que alguns deles praticavam tortura.

Posteriormente, a decisão de Moraes foi anulada pela Justiça, e a exoneração em massa resultou em uma dívida milionária do Estado a esses funcionários por salários atrasados, direitos trabalhistas e danos morais pela acusação injusta de tortura.

Em 2015, Moraes voltaria a ocupar um cargo no governo Alckmin, dessa vez como secretário de Segurança Pública. No ano seguinte, ele chamou a atenção dos meios de comunicação ao classificar os protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff de "atos de guerrilha". Esse episódio marcou o início de uma série de atritos públicos com a esquerda.

Quando foi nomeado ministro da Justiça no governo de Michel Temer, em maio de 2016, Moraes consolidou uma imagem de linha dura contra o crime. Em uma entrevista nessa época, ele condenou o excesso de investimento em pesquisas sobre segurança pública sem repercussão social e disse que a prioridade do Ministério da Justiça era investir em "equipamentos para inteligência e equipamentos bélicos". A declaração ecoou negativamente entre os esquerdistas e em meios de comunicação.

A propensão de Moraes a buscar o holofote começou a ser criticada muito antes de ele se tornar ministro do STF. Em meados de 2016, um vídeo dele cortando pés de maconha durante uma operação policial no Paraguai viralizou na internet. Em setembro de 2016, ele fez um comentário público anunciando antecipadamente a realização de uma operação da Polícia Federal (PF) no âmbito da Lava Jato, na véspera de uma prisão importante: a de Antonio Palocci, ex-ministro e figura importante dos dois primeiros governos de Lula.

Após o episódio, o jornal O Estado de S. Paulo pediu sua renúncia como ministro da Justiça por considerá-lo "despreparado para o cargo". "Só velhas relações de compadrio podem explicar como o dono desse desastroso currículo virou ministro da Justiça", afirmou um editorial do veículo.

Em janeiro de 2017, um grupo de ex-ministros da Justiça e juristas, incluindo os petistas Tarso Genro e José Eduardo Cardozo, divulgaram uma carta pedindo a renúncia de Moraes do cargo de ministro da Justiça. Na carta, ele foi qualificado como "populista e irresponsável". Wadih Damous, deputado federal pelo PT à época, chegou a chamar Moraes de "fascista e mentiroso" e a dizer que ele não tinha preparo intelectual e moral para o cargo.

No mesmo mês, Moraes estampou a capa da revista Época, onde foi chamado de "O Homem Errado", em uma matéria com críticas à sua postura beligerante e à tendência de comprar "brigas desnecessárias" no Ministério da Justiça.

Foi nesse contexto que a indicação de Moraes ao STF por Michel Temer, em fevereiro de 2017, foi recebida com desespero por muitos formadores de opinião esquerdistas. Movimentos sociais organizaram protestos contra a nomeação, e um abaixo-assinado com mais de 266 mil assinaturas foi entregue pedindo o cancelamento de sua indicação.

Mesmo assim, Alexandre de Moraes foi aprovado pelo Senado para ocupar a cadeira de Teori Zavascki no STF. Aos poucos, uma guinada em sua imagem ocorreu, especialmente no começo de 2019, após o início do inquérito das fake news.

A esquerda passou a defender Moraes como um dos principais responsáveis por conter o que eles passariam a definir como "ataques à democracia" por parte de direitistas, e o seu estilo linha dura se voltou contra a direita. O Partido dos Trabalhadores (PT), que antes o chamava de "golpista" e questionava sua imparcialidade, passou a elogiar suas decisões no Supremo e no TSE.

Gazeta do Povo > https://www.gazetadopovo.com.br/republi ... mo-brasil/

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Mensagem por Dona Clotilde » 23 Set 2024, 02:09

Um sonho: Que todos os ministros da Suprema Corte tenham o visto negado para entrar nos EUA, já pensou o erário parar de bancar as estadas luxuosas dos ministros para darem aquelas palestras inúteis em Harvard? Um sonho! ^_^
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