Monarquia

Debate sobre esse tipo de regime

Espaço para debates sobre assuntos que não sejam relacionados a Chespirito, como cinema, política, atualidades, música, cotidiano, games, tecnologias, etc.

Se o plebiscito fosse hoje, em qual forma de governo você votaria?

Monarquia Parlamentarista
17
28%
Monarquia Absolutista
5
8%
República Presidencialista
26
43%
República Parlamentarista
9
15%
República Semipresidencialista
4
7%
 
Total de votos: 61

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Set 2022, 21:56

NOTÍCIAS
NOTÍCIAS
Classe parasitária
A monarquia só será definitivamente extinta com o socialismo
Reinado de Elizabeth mostrou como essa é uma classe social anacrônica e ultrapassada, mas também como a burguesia é incapaz de dissolvê-la

Imagem

A tardia morte de Isabel II, rainha da Inglaterra, repercutiu em todo o mundo nos últimos dias. E não poderia ser diferente. Além de ser a segunda monarca mais longeva do planeta, tendo reinado por 70 anos, Isabel era ainda a rainha mais importante dos cinco continentes. Isabel II era a chefe de Estado de mais de cem milhões de súditos, espalhados em nada menos que 15 países.

Com as atenções voltadas para a sua morte, Isabel II acabou por também colocar no centro dos debates a questão da monarquia. Afinal, afora os elogios hipócritas e lesas-pátrias da imprensa burguesa à chefe de Estado estrangeira, o fato de que um dos países mais desenvolvidos do planeta ainda carrega nas contas uma família real é escandaloso.

De um ponto de vista puramente social, a monarquia inglesa já é, em si, uma aberração. Segundo estimativas da revista Forbes, a família real inglesa seria dona de um tesouro de nada menos que R$438 bilhões. O valor é aproximadamente o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) inteiro da Bolívia e do Paraguai juntos. A riqueza é tamanha que a família real em seu conjunto, se fosse uma única pessoa, estaria entre as vinte mais ricas do mundo. E isso tudo às custas unicamente do povo inglês.

A monarquia é, portanto, um verdadeiro parasita incrustado na sociedade inglesa. Um grupinho de pessoas que vivem em palácios, são donas de terras imensas e têm incontáveis funcionários a sua disposição simplesmente para… que tenham uma vida boa. Segundo cálculos de 2018, saíam R$6 do bolso de cada inglês todo ano para que a rainha e seus príncipes pudessem passear em seus jardins com seus cãezinhos.

É uma excrecência, ainda mais levando em conta que, somente na Inglaterra, 25% da população vive na pobreza.

Do ponto de vista social, a monarquia também é uma aberração. Embora seus poderes sejam imensamente diminuídos em relação aos séculos anteriores, a monarquia ainda tem um papel político decisivo. Era a rainha Isabel — e hoje o rei Charles — quem escolhe o primeiro-ministro. Embora tradicionalmente a monarquia sempre escolha aquele que tenha sido indicado pelo parlamento, a própria existência dessa prerrogativa mostra que, em um momento de crise, a monarquia pode interferir no funcionamento do Estado.

Uma prerrogativa ainda mais importante é que o monarca britânico pode dissolver o parlamento, através de uma moção real de não-confiança. A monarquia ainda tem um papel importante nas relações exteriores, emite declarações de guerra e paz, e formas de tratados internacionais. O monarca também tem o poder de anexar territórios, como foi feito em 1955 com a ilha de Rockall, podendo emitir declarações de guerra e paz, anexar territórios e reconhecer ou não estados estrangeiros.

A existência de uma monarquia, portanto, nada tem de democrático. No final das contas, o parlamento que é eleito pelo povo inglês não é o único poder que constitui o Estado. Há um poder que não é eleito, que depende apenas de uma tradição familiar, que pode interferir diretamente em vários aspectos da sociedade britânica.

A monarquia não tem, portanto, qualquer função em uma sociedade progressista. Não poderia existir no socialismo, e mesmo sua existência no capitalismo é uma contradição. É um resquício de uma sociedade medieval.

Chama a atenção, portanto, que um dos países que mais levou a fundo o desenvolvimento capitalista, que foi inclusive o berço da revolução industrial, mantenha até hoje uma família real. E a explicação para isso é simples: ainda há reis, rainhas e príncipes no Reino Unido porque a burguesia, por mais poderosa que seja, foi incapaz, em seu período mais progressista, de extirpar a monarquia. Afinal, para acabar de uma vez por todas com a monarquia, a burguesia precisa contar com o apoio do povo para enfrentar um poder tão sólido e, ao mesmo tempo, fica mais desprotegida da revolta popular, uma vez que a monarquia é sua aliada na contenção da ira das massas trabalhadoras.

No final das contas, a única revolução burguesa que colocou abaixo a monarquia foi a revolução francesa, que conseguiu isso justamente por ser a mais radical, que contou com amplo apoio e determinação das camadas populares. A revolução francesa foi a última das grandes revoluções burguesas e, por isso mesmo, já continha em si o germe de uma revolução proletária.

Uma vez que a burguesia imperialista hoje cumpre um papel necessariamente reacionário, ela não será capaz de colocar abaixo mais monarquia alguma. As monarquias que hoje existem servem de sustentação para um regime antidemocrático por natureza, que precisa utilizar de tais expedientes para manter sua dominação sobre as massas revoltadas. Por isso, a única maneira de extirpar a monarquia nos dias de hoje é por meio de uma revolução do povo trabalhador — uma revolução proletária e socialista. Isto é, uma revolução do setor mais progressista da sociedade, que não interesse em manter privilégios no regime, mas sim de derrubar a ordem vigente.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/d ... ocialismo/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Avatar do usuário
E.R
Colaborador
Colaborador
Mensagens: 105458
Registrado em: 01 Fev 2009, 19:39
Programa CH: Chaves
Time de Futebol: Flamengo
Localização: Rio de Janeiro
Curtiu: 6364 vezes
Curtiram: 3935 vezes

Monarquia

Mensagem por E.R » 12 Set 2022, 21:57

NOTÍCIAS
Imagem
Imagem
Imagem

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Set 2022, 22:01

NOTÍCIAS
Fotos
Elizabeth II apoiou o Golpe de 64 e a Ditadura Militar; veja
Em sua visita ao Brasil, em 1968, a rainha Elizabeth II brindou com Costa e Silva que, um mês depois, inauguraria o AI-5 e, consequentemente, os Anos de Chumbo da Ditadura

ImagemMonarca mais longeva da história do Reino Unido apoiou a Ditadura Militar no Brasil – Foto: Reprodução

Morreu, nesta quinta-feira (08), a rainha Elizabeth II. A monarca britânica mais longeva de toda a história faleceu na Escócia, no Castelo de Balmoral, aos 96 anos, tendo passado 70 anos como rainha.

Em 1968, Elizabeth, ou Isabel, em português, realizou uma visita – a sua única – ao Brasil. Naquela época, o País passava por seu quarto ano sob o jugo dos militares que, em 1964, com ajuda do imperialismo, realizaram um golpe contra João Goulart.

Então, Isabel se encontrou com Costa e Silva, o segundo mandatário da Ditadura Militar. Na ocasião, a monarca brindou com o general que, apenas um mês depois, promulgou o AI-5. Inaugurou-se, portanto, os Anos de Chumbo da ditadura, período no qual a repressão contra os trabalhadores e, principalmente, os movimentos de esquerda, atingiu proporções inéditas com torturas, perseguições, assassinatos etc.

Quase uma década depois, ainda demonstrando o seu apoio ao regime ditatorial brasileiro, Isabel se encontrou com Ernesto Geisel em 1976 durante viagem a Londres. Geisel foi Ministro do Superior Tribunal Militar durante o início dos Anos de Chumbo e o quarto mandatário da Ditadura.

Imagem
https://www.causaoperaria.org.br/rede/h ... itar-veja/

https://www.causaoperaria.org.br/rede/h ... itar-veja/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Avatar do usuário
Barbano
Administrador
Administrador
Mensagens: 45383
Registrado em: 28 Jan 2009, 13:29
Time de Futebol: São Paulo
Localização: São Carlos (SP)
Curtiu: 2173 vezes
Curtiram: 4732 vezes

Monarquia

Mensagem por Barbano » 13 Set 2022, 17:32

E.R escreveu:
10 Set 2022, 13:22
E por acaso a rainha Elizabeth era venerada no Brasil ?

A maioria das pessoas respeitava ela, mas nunca vi ninguém venerando a rainha.
E por acaso o Kibe ou eu falamos em Brasil?

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 18 Set 2022, 00:15

NOTÍCIAS
Senhora da Guerra
Elizabeth II sancionou a Guerra das Malvinas
Elizabeth II foi a responsável por sancionar declaração de guerra proveniente de Thatcher, Primeira-Ministra da Inglaterra na época do conflito

ImagemGuerra das Malvinas representou um ataque do imperialismo à soberania argentina – Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (07), a rainha Elizabeth II (em português, Isabel), faleceu aos 96 anos no Castelo de Balmoral, em Aberdeenshire, Escócia. Ao ocupar o trono por 70 anos, ela foi a rainha mais longeva de toda a história do Reino Unido.

Durante esse período, passou pelo governo da Inglaterra Margaret Thatcher, Primeira-Ministra conhecida como “Dama de Ferro” e uma das fundadoras da política neoliberal. Além de entregar todo o patrimônio inglês ao capital financeiro, privatizando a grande maioria da economia, Thatcher foi responsável pela Guerra das Malvinas.

Iniciada e terminada em 1982, a Guerra das Malvinas representou um conflito entre a Argentina e a Inglaterra pelo controle das Ilhas Malvinas, território argentino que foi roubado pelos ingleses em 1833.

Como Chefe de Estado, a rainha tem o dever de sancionar as decisões tomadas pelo parlamento e, também, pelo Primeiro-Ministro. Em outras palavras, deve aprovar, ou não, as recomendações vindas dos demais poderes.

Nesse sentido, Elizabeth foi responsável por sancionar e, legalmente, declarar a guerra da Inglaterra contra a Argentina. Guerra que, efetivamente, serviu para garantir o controle do imperialismo sobre o território que, na prática, serve como uma base militar avançada na América do Sul.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/i ... -malvinas/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 21 Set 2022, 01:54

NOTÍCIAS
Neoliberalismo
O papel de Elizabeth II no governo de Margaret Thatcher
Segundo a legislação inglesa, qualquer política proveniente do Primeiro-Ministro deve passar pela Coroa

ImagemRainha Elizabeth II levou adiante a política neoliberal no Reino Unido – Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (08), morreu, aos 96 anos, Elizabeth II (em português, Isabel), a rainha mais longeva de toda a história do Reino Unido.

Representante maior da família real, Elizabeth governou por um total de 70 anos. Durante esse período, passaram pelo governo da Inglaterra 15 Primeiros-Ministros, incluindo Churchill e Margaret Thatcher que, por sua vez, detém o recorde de maior tempo ocupando o cargo.

Ao longo de seu governo, Thatcher foi responsável por fundar a política neolibera na Inglaterra. Dentre alguns de seus feitos, está a repressão da greve dos mineiros ingleses, uma das maiores do mundo, e a consequente privatização das ferrovias do país.

De maneira geral, ela entregou toda a economia inglesa para o capital financeiro. Privatizou os principais serviços públicos do Reino Unidos, bem como grande parte da economia, e retirou a esmagadora maioria dos direitos trabalhistas do povo. Política que foi importada, inclusive, para os outros membros da Commonwealth.

Principalmente nos últimos anos, a imprensa burguesa procurou pintar a imagem de que Elizabeth não era muito simpática à Thatcher. Todavia, fato é que todas as políticas da Primeira-Ministra precisavam passar, antes, pela Coroa.

Além disso, a rainha possuía a autoridade para destituir Thatcher de seu cargo, bem como é a responsável por declarar guerras, algo que, no governo Thatcher, foi feito contra as Malvinas, na Argentina.

Ou seja, de maneira geral, Elizabeth II não só foi conivente com a política genocida de Thatcher, uma das mais violentas de toda a história da humanidade. Acima disso, deu carta branca ao neoliberalismo e à sua política assassina.

https://www.causaoperaria.org.br/rede/i ... -thatcher/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 26 Set 2022, 01:53



Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Out 2022, 01:02

Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Avatar do usuário
E.R
Colaborador
Colaborador
Mensagens: 105458
Registrado em: 01 Fev 2009, 19:39
Programa CH: Chaves
Time de Futebol: Flamengo
Localização: Rio de Janeiro
Curtiu: 6364 vezes
Curtiram: 3935 vezes

Monarquia

Mensagem por E.R » 12 Out 2022, 01:27

NOTÍCIAS
Imagem
Imagem
Imagem

Avatar do usuário
Teawine Chavinho
Membro
Membro
Mensagens: 1585
Registrado em: 06 Nov 2017, 13:23
Programa CH: La Chicharra
Localização: Bucareste, Romênia
Curtiu: 366 vezes
Curtiram: 303 vezes

Monarquia

Mensagem por Teawine Chavinho » 13 Out 2022, 19:59

Até lá é capaz dele já ter morrido :]
"Um governo que não aparece faz o povo feliz. Um governo que tudo quer determinar faz o povo infeliz." - Lao Tsé

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 04 Nov 2022, 14:40

NOTÍCIAS
BIOGRAFIA
Rei Charles III é acusado de maus-tratos a empregados em livro
Vida fútil e egocêntrica que envolvem o novo Rei

Imagem
A biografia “The King: The life of Charles III” (O Rei: A vida de Charles III) , com lançamento previsto para a próxima terça-feira (08), tem destaques por amenidades egoístas típicas de um rei, como um ursinho de estimação e o tratamento arrogante com empregados.

A “obra” foi escrita pelo jornalista americano Christopher Andersen, e traz esse monte de fofocas sobre o tal ursinho de pelúcia que seu manobrista de confiança Michael Fawcett era o encarregado de cuidar do bicho de pelúcia quando o monarca já estava na “casa dos quarenta”.

“Para alguém que disse ter sofrido bullying quando criança, o príncipe Charles claramente gostou de nos intimidar”, disse um funcionário ao jornalista. “Ele podia ser agradável e cortês, mas na maior parte do tempo era mal-humorado e malvado. Ele não pensava duas vezes antes de gritar insultos para você se desse um passo errado”.

Imaginem que essa pessoa representa um símbolo de poder do imperialismo europeu, só assim para aceitar que alguém tenha se dado ao trabalho de retratar a vida do monarca, ridicularizando-o. Imagnem Putin lendo tais revelações?

https://causaoperaria.org.br/2022/rei-c ... -em-livro/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Chapolin Gremista
Banido
Banido
Mensagens: 7071
Registrado em: 03 Fev 2009, 00:22
Programa CH: Chapolin
Time de Futebol: Grêmio
Localização: Viamão - RS
Curtiu: 223 vezes
Curtiram: 138 vezes

Monarquia

Mensagem por Chapolin Gremista » 17 Nov 2022, 01:03

NOTÍCIAS
FANTASIAS IDENTITÁRIAS II
Uma nova invenção: os negros eram monarquistas
A Proclamação da República foi ruim para os negros?

Imagem
Existe uma verdadeira epidemia nos meios acadêmicos oficiais. Uma verdadeira doença que transforma o estudo sistemático da história, baseado fundamentalmente nos fatos, em uma história mitológica de um Brasil mitológico. A interpretação distorcida dos acontecimentos ou, no pior dos casos, a mera falsificação deles, tornou-se a regra nos escritórios das universidades brasileiras. E por quê? Porque quem impulsiona essa política é a própria burguesia, para quem tem dúvidas, basta acompanhar diariamente os principais jornais e revistas da imprensa capitalista: para cada data comemorativa da história do Brasil há espaço para uma avacalhação completa.

A avacalhação vem escondida sob a autoridade do diploma, aquele papel timbrado que a burocracia universitária fornece para quem cumpre algumas obrigações. Pretensos historiadores, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, filósofos são apresentados como grandes autoridades no assunto. E se eles, diplomados, disseram, os mortais que aceitem de cabeça baixa.

O ano de 2022 marcou muitas datas importantes da história do Brasil. Centenário da Semana de Arte Moderna, da Revolta do Forte de Copacabana, da fundação do PCB, bicentenário da Independência, todos esses acontecimentos e mais alguns foram alvos desses pretensos intérpretes da história do Brasil. Nessa terça-feira, dia 15, embora não como data redonda, comemorou-se a Proclamação da República. Foi o suficiente para mais avacalhação.

O UOL/Folha de S. Paulo apresentou uma pequena notícia falando sobre os negros na Proclamação da República. “Sangue, massacre e liberdade; por que negros receavam a República?” Vemos aqui que mais uma vez o identitarismo é usado para distorcer a história do Brasil. A matéria afirma o seguinte:

“A Proclamação da República, em 1889 (…) costuma ser relatada como um momento histórico de liberdade e independência para o país, conduzido sobretudo pelos militares, as elites e os abolicionistas”.

Segundo o Uol, a Proclamação, portanto, não teria sido um momento de liberdade e independência, porque isso é o que “se costuma relatar”. Vejam aqui o modo intrigante de abordar determinado fato histórico do País. Se considerarmos que o resultado da República, colocado em dúvida pela matéria, não foi um momento de liberdade e independência, podemos concluir que talvez fosse melhor se o Brasil tivesse se mantido no Império. Um leitor poderia muito bem chegar a essa conclusão: se não foi positivo, então…

Analisar criticamente a história não significa fazer uma intriga contra ela. A Proclamação da República, assim como todos os grandes acontecimentos, foi cheia de contradições. Mas o problema seria saber se ela foi ou não um progresso relativo naquele momento. Olhando para o presente não deveria haver dúvida de que foi positivo, a República abriu a possibilidade para um regime relativamente mais democrático e principalmente mais popular do que a monarquia. Isso não significa que seja perfeito – muito longe disso. Mas o simples fato de que uma volta ao Império hoje seria um caminho ultra reacionário já deveria ser a resposta para qualquer dúvida.

Não adianta jogar lama num acontecimento histórico sem ter em vista o processo histórico concreto.

A explicação para a duvidosa Proclamação da República vem logo abaixo na matéria do Uol:

“Os eventos em torno da instauração da República demonstram uma sociedade dividida entre negros e brancos, o que vai marcar a sociedade cada vez mais nos anos seguintes. Um dos exemplos é o ‘Massacre dos Libertos’, no Maranhão, ocorrido em 17 de novembro, quando um grupo de cerca de 3 mil pessoas negras realizaram um protesto contra o possível novo regime por receio de que ele restaurasse a escravidão no país e extinguisse, assim, os direitos civis recém conquistados. Em resposta, uma tropa de soldados atirou contra a multidão, deixando vários mortos e feridos.”

Quem explica isso é o sociólogo Matheus Gato de Jesus, autor de “O Massacre dos Libertos: Sobre Raça e República no Brasil” , que afirma, segundo o Uol, que a Proclamação “não foi um capítulo harmonioso da história do país, sobretudo para as populações negras e recém libertas do regime de escravidão, em 13 de maio de 1888”.

É preciso uma advertência: não vamos aqui polemizar com o livro em questão, mas com as ideias apresentadas pelo Uol.

Dizer que um período de mudança no regime político não foi harmonioso é namorar o óbvio. Não foi harmonioso nem mesmo para a Oligarquia que tomou o poder, não só para os negros. A Proclamação abriu um dos períodos mais turbulentos da história do Brasil, com inúmeras revoltas.

O episódio no Maranhão sem dúvida está inserido nesse período turbulento. Dizer que a “sociedade estava dividida entre negros e brancos” não é correto e serve para confundir a questão. Falar que isso ficará ainda mais marcado nos anos posteriores é uma barbaridade. Se a divisão entre brancos e negros é uma realidade, ela só pode ser entendida inserida na divisão entre as classes. Se nos anos seguintes os conflitos se intensificaram, é um reflexo da mudança no regime político.

O que chama a atenção, no entanto, é a interpretação dada na matéria do Uol. É como se a República tivesse sido tão ruim para os negros que eles se revoltaram. Isso é uma falsificação. O episódio no Maranhão não deve ser interpretado dessa maneira.

Segundo o autor, a República fez com que a sociedade ficasse cada vez mais dividida, nas décadas seguintes, entre negros e brancos, de forma a acentuar a desigualdade. Teria sido, segundo esse raciocínio, a escravidão ─ abolida somente um ano antes ─ melhor, portanto, para os negros?

O próprio artigo do Uol afirma que os abolicionistas foram importantes na Proclamação. E de fato foi assim. A Abolição da Escravatura foi antes de qualquer coisa um episódio da crise que viria a resultar na República.

Se houve negros que se apegaram ao Império iludidos com a assinatura da lei pela Princesa Isabel, isso não quer dizer que os negros em geral estavam contra a república ou mais ainda que a Proclamação foi ruim para os negros. Essa é a ideia que a matéria do Uol passa quando afirma os “negros receavam a República”.

É conhecida a criação da Guarda Negra, criada por negros para garantir a abolição da escravidão e que reconhecia o Império como o responsável pela abolição. Essa guarda agia com violência contra comícios republicanos. Isso, assim como a revolta no Maranhão, mostram um período turbulento e por isso muito confuso para os contemporâneos.

A análise e interpretação dos grandes acontecimentos devem ser baseados no sentido concreto que eles têm na história. Para os negros, a crise do regime que resultou na Proclamação acabou com a escravidão e isso abriu uma nova etapa nas condições de vida e na luta dos negros no Brasil. É isso que deve ser analisado, não as ideias, ou melhor dizendo, as supostas ideias que as pessoas tinham sobre si mesmas e os acontecimentos.

Esse é o tipo de coisa que tem um sentido reacionário. Apresentar a história como um grande amontoado de farsas e de acontecimentos negativos. É reacionário porque acaba por transformar o Brasil e o próprio povo brasileiro numa grande farsa. Uma pessoa consequente que acredita nisso deveria defender o retorno de tudo o que foi conquistado no Brasil, voltar ao império, quiçá até voltar a ser colônia de Portugal.

A tentativa de atribuir aos negros brasileiros um monarquismo revela bem o papel do identitarismo nessa política de falsificação da história.


https://causaoperaria.org.br/2022/uma-n ... arquistas/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

Avatar do usuário
E.R
Colaborador
Colaborador
Mensagens: 105458
Registrado em: 01 Fev 2009, 19:39
Programa CH: Chaves
Time de Futebol: Flamengo
Localização: Rio de Janeiro
Curtiu: 6364 vezes
Curtiram: 3935 vezes

Monarquia

Mensagem por E.R » 22 Dez 2022, 02:51

NOTÍCIAS
Imagem
Imagem
Imagem

Avatar do usuário
E.R
Colaborador
Colaborador
Mensagens: 105458
Registrado em: 01 Fev 2009, 19:39
Programa CH: Chaves
Time de Futebol: Flamengo
Localização: Rio de Janeiro
Curtiu: 6364 vezes
Curtiram: 3935 vezes

Monarquia

Mensagem por E.R » 20 Jan 2023, 08:27

NOTÍCIAS
Imagem
Imagem
Imagem

Avatar do usuário
E.R
Colaborador
Colaborador
Mensagens: 105458
Registrado em: 01 Fev 2009, 19:39
Programa CH: Chaves
Time de Futebol: Flamengo
Localização: Rio de Janeiro
Curtiu: 6364 vezes
Curtiram: 3935 vezes

Monarquia

Mensagem por E.R » 05 Abr 2023, 11:54

NOTÍCIAS
Imagem
Imagem
Imagem

Responder