Tchutchuca dos militares, Xandão abandona ideia de urnas sagradas
Acordos com as forças armadas levantam suspeitas sobre atuação do TSE em defesa da sacralidade das urnas eletrônicas
Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE – Foto: divulgaçãoO processo eleitoral e, sobretudo, as urnas eletrônicas foram elevadas à categoria de coisas sagradas, tornaram-se quase objetos de culto e veneração. O responsável por tal elevação e guardião do dogma da infalibilidade, incorruptibilidade das urnas e do processo eleitoral não é outro senão o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por meio de uma campanha de perseguição e censura, todas as vozes que condenaram, levantaram críticas ou mesmo propostas de melhoria foram punidas e tiveram suas opiniões classificadas como fake news, vejamos o próprio inquérito das Fake News e a censura nas redes sociais a toda opinião critica as urnas ou ao processo eleitoral. Por meio deste expediente repressivo o TSE impôs ao povo a opinião “correta” sobre as urnas e o processo eleitoral, como outrora a inquisição impunha sobre os dogmas da religião cristã.
No entanto, existe uma instituição que está autorizada a tratar as urnas e o processo eleitoral como assunto temporal, mudando as Forças Armadas brasileiras. E justamente sob o comando daquele que procurou ser o mais inflexível e ardoroso defensor do dogma contra as heresias (opiniões contrárias) que as forças armadas estiveram mais à vontade para o assunto como parte dos assuntos deste mundo. Sob o comando do recém-empossado ministro Alexandre de Moraes, o TSE firmou aceitou uma sugestão das forças armadas para um teste, que coloca em dúvida o dogma.
A Corte superior incluiu, a pedido das Forças Armadas, a biometria e a presença de eleitores voluntários para o chamado teste de integridade das urnas eletrônicas. Trata-se de averiguar a confiabilidade das urnas, se os votos registrados correspondem aos depositados. Os testes ocorreram em 640 urnas, sendo 56 delas com a implementação de biometria. A sugestão acatada é muito mais herética que qualquer crítica expressa nas redes sociais, censuradas e punidas pelo mesmo Alexandre de Moraes.
Também as opiniões expressas pelo presidente Jair Bolsonaro, que não trata as urnas como objeto de adoração como impõe o TSE, passam batido pela Corte. Bolsonaro inclusive falou da sala secreta do TSE onde seria decidida as eleições e colocou sistematicamente as urnas eletrônicas em dúvida. Aparentemente essas duas vozes estão autorizadas a tratar o assunto como meras questões do mundo físico. Para os demais, impõe-se que tratem com o devido respeito, como se deve a religião em uma teocracia.
Pode-se ver claramente no fato de o PCO ter sido incluído no inquérito das Fake News, dentre muitos outros que também aí estão sofrendo, por levantar críticas ao processo eleitoral, as urnas e as pessoas que o conduzem além de propor mudanças democráticas.As próprias redes sociais, monopólios capitalistas, estão orientadas a excluir conteúdos de postagens que ridicularizem ou ponha em suspeição a sacralidade estabelecida pelo TSE.
A atitude descrita acima, de que uma corte estabeleça que o conjunto da cidadania não possa questionar livremente um aspecto do regime político, da res pública, já é por si só um uma espécie de tirania, mas podemos ver também a atitude que ficou caracterizado pela anedota, tchutchuca com os poderosos, tigrão com o povo. As críticas contundentes dos militares e do presidente, um político burguês, foram ou ignoradas ou mesmo acatadas pelo TSE, já as críticas do povo, da esquerda, apenas reprimidas.
Há ainda algo a mais, o TSE, sob a gestão de Alexandre de Moraes tem se reunido com o ministro da defesa com mais frequência, além de dar mais espaço à voz dos militares. O ministro Alexandre de Moraes acabou de autorizar o uso das Forças Armadas em mais de 500 municípios de 11 estados do país para ajudar na segurança da votação, sob o pretexto de atender ao pedido dos órgãos eleitorais locais. A decisão foi confirmada pelo plenário da corte.
O TSE que não aceita do povo que se coloque sob o processo eleitoral e as urnas a mais remota dúvida, tem como parceiro na condução da eleição a instituição que mais duvida das eleições e que está, ao menos nos seus estratos superiores, está a serviço de um dos lados, do Bolsonaro, nas eleições que eles mesmos vão fiscalizar e dar segurança. Há algo de podre no reino do Brasil, e não seria de se estranhar se o resultado das eleições não correspondesse ao anseio das massas hoje expresso massivamente no apoio a candidatura Lula.
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Coari – AM – Reprodução
É apenas mobilizando o povo que a fraude eleitoral pode ser derrotada. Caso nada seja feito, a extrema-direita poderá surpreender mais uma vez no segundo turno. – Foto: Reprodução






