O TikTok foi em 2020, o aplicativo mais baixado no mundo.
Neste mês, a rede social alcançou a marca de 1 bilhão de usuários ativos por mês. A popularidade se reverteu em dinheiro : a ByteDance dobrou os lucros no ano passado. No total, ela faturou 34 bilhões de dólares no período, um aumento de 111% em relação ao ano anterior.
Em 2021, o Brasil foi o país que mais fez downloads do app, e a empresa está em franca expansão por aqui. Além de já ter contratado executivos em áreas estratégicas, como políticas públicas, ela está com dezenas de vagas abertas – principalmente para cargos gerenciais.
Mas a contratação dos prestadores de serviço destoa do glamour da expansão da empresa. O Intercept teve acesso a grupos com os brasileiros contratados para prestar o serviço de transcrição para a ByteDance. Separados entre recrutamento, informes e grupos menores numerados, eram neles que as conversas e reclamações sobre o trabalho aconteciam entre as dezenas de contratados.
Uma ex-funcionária que também se desligou antes do fim do trabalho aceitou compartilhar sua experiência de maneira anônima. “Pedi minha alforria quando começaram a pressionar que as metas deveriam ser batidas pela manhã”, ela desabafou.
E a pressão era grande. Em uma mensagem no WhatsApp, uma das responsáveis pelo projeto pediu aos funcionários que completassem as tarefas durante a noite – e “com fervor”. Caso contrário, não haveria mais trabalho no dia seguinte.
O projeto de transcrição tinha dois valores de pagamento pré-estabelecidos para os funcionários : quem fizesse 300 ou mais transcrições por dia receberia 14 dólares por hora. Quem fizesse menos do que isso ficaria com 10 dólares.
Vários ex-colaboradores do Tik Tok fizeram reclamações sobre a empresa.







