O ESTADO DE S.PAULO
Quando Idina Menzel começou a cantar "Let It Go" ao vivo nos shows, ela pensou que a letra e a melodia empolgante iriam empoderar todas aquelas meninas da plateia vestidas de Elsa.
Em vez disso, Idina Menzel disse que muitas vezes era ela mesma quem saía dessas apresentações se sentindo tão inspirada quanto as garotinhas.
“Sinto um orgulho extremo de tudo isso”, disse, a artista vencedora do Tony Award que dubla Elsa, uma rainha forte e independente que tem o poder mágico de manipular o gelo e a neve.
A música tocou fundo em seu íntimo porque, na época, ela tinha de fazer malabarismos entre vários empregos na Broadway e passava por um divórcio, tentando “dar um passo de cada vez”.
“Aí você vê uma garotinha de vestido azul na segunda fila”, continuou ela. “É quando você percebe que a música e o filme representam essas garotas. Que estão dando a elas a força para assumir aquilo que são de verdade, tudo aquilo o que as torna únicas e diferentes. Mas é uma relação recíproca. Tudo volta para mim multiplicado por mil, porque também preciso ouvir.”
Ela acredita que Frozen 2, que chega aos cinemas dos Estados Unidos na sexta, 22 – e no Brasil deve estrear em 2 de janeiro de 2020 – tem potencial para empoderar meninas, meninos e pessoas de todas as idades.
O novo filme vem seis anos depois de o original quebrar recordes de bilheteria para filmes de animação, acumulando US $ 1,2 bilhão em vendas de ingressos no mundo inteiro, impulsionado por "Let It Go", que ganhou um Grammy e dois Oscars.
Jennifer Lee, codiretora e roteirista de ambos os filmes, disse que não esperava o sucesso de Frozen. Ela contou que foi uma conversa com uma desconhecida que lhe revelou o impacto do filme.
“Conheci uma mulher que estava usando um colar ‘Let It Go’ feito à mão, mas ela não fazia ideia de quem eu era”, contou Lee. “Ela revelou que sentiu a música falar com ela. Empoderá-la. É o nosso objetivo.”
Ela não sabe ao certo se a sequência terá os mesmos números astronômicos que o original. Mas espera que a história e a música possam ressoar na audiência e aprofundar os temas do primeiro filme, mostrando que as personagens femininas não precisam de uma cara-metade masculina para resgatá-las do sofrimento.
“Acho que vai comover as pessoas”, afirmou. “O filme é poderoso. Não sei qual será o sucesso da música fora do filme. Mas sei como me senti quando ouvi as canções. Sei como amei gravá-las e entrar nelas. Acho que as pessoas vão aprender muito com Elsa, que sempre supera seu medo de se arriscar.”
Em "Frozen 2", Elsa finalmente assume seus poderes, mas se vê assombrada por uma voz perturbadora que ninguém mais consegue ouvir. Ela acaba embarcando em uma jornada perigosa em busca de respostas, com sua irmã, Anna, vivida por Kristen Bell. Também se juntam a elas o namorado de Anna, Kristoff (Jonathan Groff), a rena Sven e o boneco de neve Olaf.
O codiretor Chris Buck disse que a sequência tem momentos “divertidos e bem-humorados”, mas que a história também se aprofunda nas emoções de Elsa e Anna, que tentam encontrar significado na vida.
O filme expande os desafios enfrentados pelo reino de Arendelle, com Sterling K. Brown se juntando ao elenco como oficial militar e Evan Rachel Wood dando voz à mãe das irmãs.
“O primeiro filme é mais parecido com o primeiro ato de um musical, em que você define as motivações das personagens e quem elas são”, disse Chris Buck. “No segundo, podemos avançar para o Ato 2. Geralmente, as canções ficam mais profundas e emotivas. Você descobre mais sobre as personagens. Os conflitos são mais difíceis. Seguimos esse modelo. Isso nos ajudou a moldar o filme.”