[SEMANA LOMBADA QUADRADA - #01 - POST ESPECIAL]

Além da "Semana Tio Patinhas Encalhado", recentemente também comentei sobre o primeiro volume de Tio Patinhas de Ouro, que reuniu pela primeira vez os episódios da "História e Glória da Dinastia Pato".

O segundo volume, que também é ótimo, foi lançado em outubro de 1979 e trouxe outra saga, "Caça ao tesouro", além de outras histórias (não necessariamente relacionadas a este tema). Uma página especial introduziu este conteúdo:

A saga "Caça ao Tesouro", com os personagens indo atrás de pistas ao redor do mundo, com uma pista levando à outra, lembra o formato do reality-show "The Amazing Race". No gibi, a participação na caçada das pistas também estava vinculada a um programa de televisão. Só não entendi porque a equipe de emissora não seguiu os participantes, filmando-os pelo mundo. A imprensa escrita, porém, deu notícias sobre o paradeiro deles.

A tradução da história foi esperta ao referenciar o Baú da Felicidade, de Silvio Santos. Nesta trama, aproveitando-se do fato de que o sorteio dos premiados foi feito através de papéis que estavam em um barril, a tradução deu a ele o nome de "Barril da Felicidade".
Patinhas, Huguinho, Zezinho e Luisinho chegaram atrasados no auditório em que estava sendo gravado o programa. Apesar disso, por pura conveniência do roteiro, encontraram exatamente quatro lugares vagos, todos contínuos e na primeira fila, bem em frente ao apresentador.
Na entrada do auditório, vemos um cartaz do Mickey afixado na parede:

No final do primeiro capítulo da saga, vemos claramente que "tamparam" o anúncio para a próxima parte, já que a mesma foi publicada logo em seguida:

Na colorização desta HQ também fizeram muita confusão com os bonés de Huguinho, Zezinho e Luisinho. Por exemplo, considerando apenas a página 20 os patos aparecem com bonés azul, verde e vermelho na segunda tira; preto, amarelo e verde na terceira tira e amarelo, vermelho e azul na quarta tira. Já na segunda parte da história um personagem aparece com roupa azul/verde e branca/amarela em uma cena contínua.

Por falar na segunda parte da saga, nela Patacôncio comemora e diz "Iupii! Afinal ouço boas notícias!" ao descobrir que Patinhas havia sido capturado por bandidos. Por outro lado, após ser salvo, é Patinhas quem é mal educado, reclamando que seus sobrinhos "demoraram tanto para chegar" em vez de agradecê-los. Na última parte da saga, Patinhas chama Patacôncio de "patusquela".


Em seguida, foi publicada uma história com uma premissa bastante interessante, "A dupla personalidade". Enquanto Patinhas tenta enfrentar Maga com um robô que responde diretamente às suas ondas cerebrais, Maga pede ajuda para Roberta, que aparece pela primeira vez nos quadrinhos nesta história. Buscando formas alternativas de se obter a moeda número um, as bruxas consultam um "oráculo" e interpretam sua resposta, chegando à conclusão de que "o caminho ao contrário é aquele que passa através do próprio Patinhas". Assim, ignoram a ameaça do robô e tentam roubar Patinhas através de uma mudança em sua própria personalidade, libertando "a parte da sua personalidade generosa que ele rejeitou quando começou a enriquecer". Se o pato voltar a ser generoso, seu cérebro impedirá que o robô atue violentamente contra alguém, seja quem for. A história indica que todo mundo tem algum traço característico que opta por reprimir em alguma parte da vida, moldando assim sua personalidade para determinada direção. Em termos ficcionais, estas personalidades esquecidas ficariam guardadas no "mundo ao contrário", onde "tudo é relativo" - "neste, como no outro mundo" -, podendo ser resgatadas. Patinhas e Donald tem suas personalidades inatas retomadas em dias distantes um do outro, mas voltam ao normal exatamente ao mesmo tempo. Rodolfo Cimino, além de quadrinista, foi político. Por esta história, ele poderia muito bem ter investido num curso de psicologia também.

Em "Uma moeda muito rara", Tio Patinhas se interessa em vender moedas raras para lucrar mais dinheiro com elas (ele não odiava colecionadores numismatas?). Nesta história, ao contrário da clássica de Barks "Moedas raras às pampas", são os próprios sobrinhos de Donald (e não o tio) que tem a ideia de revender as moedas.

Na trama, o milionário revela que existe uma segunda moeda valiosa guardada por ele além da número um. Enquanto aquela lhe dá sorte, esta segunda moeda, emoldurada, "representa a economia". Ao saber disso, um dos sobrinhos de Patinhas pergunta se ele é mais rico que Patacôncio:

A propósito, Patinhas revelou que guarda também a segunda moeda que ganhou, esta em seu bolso.

Outra "inconsistência" deste roteiro é que Urtigão aceitou vender parte de suas terras sem pestanejar, além de se animar ao ver dinheiro, algo que em tese nem tem valor para ele.

Patinhas não tem televisão:

No início de "O monstro do Lago Azul", Carlo Chendi e Luciano Bottaro brincaram com a inclusão de um carteiro saindo para entregar cartas usando um patinete. Hoje em dia, na era da sustentabilidade, existe um movimento de pessoas, como bancários, que começam a ir ao trabalho usando patinetes, um meio mais rápido do que andar à pé e bem menos poluidor que um automóvel. Se a moda vai pegar eu não sei, mas é meio esquisita, afinal o patinete não deixa de ser um brinquedo.

A tradução de "O tesouro de Ali Babá" deu a Professor Dustdiver o nome de Prof. César Cófago.


Em "O símbolo da posição social", clássico de Barks, King of Rippan Taro virou Rei Boa-Bola.

Achei o tamanho das balas de hortelã enormes nesta HQ. Tudo bem que elas foram usadas para disfarçar um rubi, mas são iguais ou maiores que o tamanho da boca dos patos.

As imagens que ilustraram este post foram digitalizadas no scan completo deste gibi especial (disponibilizado no Chutinosaco) feito por João Labrego.

Imagens boas para "memes":




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@Maylene @E.R @Quase Seca




















