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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por E.R » 05 Dez 2016, 21:28

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/20 ... aiwan.html

Na última sexta-feira (2), Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, falou por telefone com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, quebrando um tabu na diplomacia internacional.

O governo norte-americano vinha evitando este gesto desde 1979, com a intenção de não desagradar o governo chinês, pois os países têm uma divergência em questões de soberania.

A China considera Taiwan uma província chinesa, enquanto Taiwan se declara um estado autônomo.

A ligação de Donald Trump dá prosseguimento a uma série de providências que indicam mudanças no padrão diplomático dos Estados Unidos.

Uma declaração do gabinete da presidente taiwanesa sobre o conteúdo do telefonema afirma que a chamada durou mais de 10 minutos e incluiu discussões sobre desenvolvimento econômico e segurança e sobre "o fortalecimento das relações bilaterais". Tsai Ing-wen também desejou sucesso ao novo presidente norte-americano.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Chokito Cabuloso » 05 Dez 2016, 21:50

O presidente de Taiwan foi esperto, ele sabe que o Trump gosta de ter o ego afagado e não tem qualquer restrição em chutar o balde e mandar tudo pra casa do caralho. Eu devo dizer que eu gosto desta personalidade dinamitadora dele e por ele ter colhões de peitar a ordem social/política imposta. Algumas vezes ele está errado, mas aqui ele está correto: Taiwan e, no futuro, Tibet precisam ser reconhecidos. Que bom que ele não se acovardou como muitos políticos fariam.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Bugiga » 06 Dez 2016, 11:06

Entrar em rota de colisão com a China não é uma boa ideia pros EUA. Os chineses são simplesmente os maiores credores da dívida estadunidense.

Trump tá se arriscando em um terreno pantanoso.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por @EA » 06 Dez 2016, 11:19

Aliás, de vários lugares do planeta.

Outro dia vi uma palestra falando exatamente sobre a influência chinesa na economia mundial. Entre outras coisas tinha um gráfico mostrando que o Lalai Lama é recebido em cada vez menos países porque no período em que o cara passa, a China corta os investimentos no país. Ninguém quer se arriscar a perder dinheiro em troca da visita do careca.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Chokito Cabuloso » 06 Dez 2016, 18:05

A China tbm depende dos EUA, então não é melhor cortar os tentáculos agora, quando há uma paridade pendendo a favor dos EUA? Ficam resmungando como o Trump está facilitando pra Russia, mas a Russia é passado, o real rival pra hegemonia mundial é a China. Se até os EUA se cagarem, quem interromperá a China?
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Victor235 » 08 Dez 2016, 18:28

Ou seria melhor postar no "Mundo"?
Trump pode ter impacto negativo na economia brasileira, avalia ex-embaixador
Sergio Vieira | 08/12/2016, 15h36 - ATUALIZADO EM 08/12/2016, 15h49

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Marcos Oliveira/Agência Senado

O comércio entre Brasil e Estados Unidos tem despencado nos últimos anos, e a orientação econômica já adiantada pelo futuro presidente Donald Trump pode refrear a queda nos juros e instabilizar ainda mais as taxas cambiais em nosso país, além de possuir um claro viés protecionista. A avaliação é do ex-embaixador em Washington (1999 a 2004) e atual presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rubens Barbosa.

Ele participou nesta quinta-feira (8) de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) que discutiu os impactos para o Brasil e o mundo da eleição de Trump para a presidência dos Estados Unidos, cargo que assumirá no dia 20 de janeiro.

Rubens Barbosa citou dados oficiais demonstrando que o comércio bilateral entre Estados Unidos e Brasil tem caído bastante desde 2014, quando ultrapassou U$ 60 bilhões. Já em 2016 o fluxo deve ser pouco superior a U$ 40 bilhões.

- Só neste ano as exportações para os Estados Unidos caíram 25%, e as importações, 10% - disse o ex-embaixador, acrescentando ainda que o futuro presidente continuaria "em campanha", pois mantém sua posição de promover uma forte queda nos impostos, combinado com investimentos keynesianos em infraestrutura.

O objetivo dessa orientação de Trump é diminuir o desemprego, sua tônica durante a campanha eleitoral, e retomar o crescimento da economia. O desafio do novo governante é promover esta reorientação sem aprofundar o desequilíbrio já existente "em grande escala" nas contas públicas daquele país, como ressaltou Rubens Barbosa.

- No meio de tantas incertezas que cercam Trump, uma das poucas certezas é que ele promoverá um rápido aumento nas taxas de juros, aliás já sinalizado pelo Federal Reserve [o Banco Central dos EUA].

Este cenário afetará muito o Brasil, continuou ele, pois provocará um deslocamento considerável de capital financeiro hoje investido por aqui para aquele país.

E caso essa nova orientação até agora sinalizada por Trump provocar um descontrole nas contas públicas norte-americanas, as consequências seriam imprevisíveis não só para a economia brasileira, mas em toda a cena internacional. Rubens Barbosa ainda acrescenta que o aumento das taxas de juros dos Estados Unidos ainda trará como consequências uma maior instabilidade no câmbio brasileiro e déficits na balança de pagamentos.

Impeachment de Trump?


O outro participante da audiência foi o professor de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, Gunther Rudzit. Ele citou o professor de História Política da American University, Allan Lichtman, respeitado naquele país como analista do cenário político.

Este professor, que foi o único a bancar desde o início da campanha eleitoral que Trump seria eleito, agora tem dado entrevistas em que não descarta que o novo mandatário tenha que lidar com um cenário de instabilidades, enfrentando até mesmo processos de impeachment no Congresso.

Rudzit lembra a "zona nebulosa" em que vive o tempo inteiro o novo presidente, controlador de empresas com negócios nas mais diversas partes do globo, o que gera desconfianças sobre como ele vai equilibrar seus negócios pessoais com os interesses de estado norte-americano.

Trump já avisou que o controle de suas empresas está agora com a filha Ivanka Trump e o genro Jared Kushner, que no entanto também têm atuado como seus assessores.

- A Ivanka inclusive participou do encontro do pai, já como presidente eleito, com o primeiro ministro Shinzo Abe [do Japão], onde com certeza assuntos de Estado foram tratados - disse Rudzit, para quem Trump deve contribuir com mais incertezas num cenário global já conturbado.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) informou que entre acadêmicos norte-americanos com quem manteve reuniões o clima é de expectativas e incertezas quanto aos rumos da gestão Trump, em que até mesmo processos de impeachment contra o futuro presidente não deixam de ser considerados.
AGÊNCIA SENADO
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por @EA » 08 Dez 2016, 18:35

Se o Trump sofrer o impeachment o Aécio assume?
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por E.R » 13 Dez 2016, 22:31

http://g1.globo.com/jornal-nacional/not ... s-eua.html

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta terça-feira (13), oficialmente, que um aliado do presidente russo Vladimir Putin vai comandar a diplomacia americana.
Guarde bem esse nome : Rex. Foi explorando um produto da época dos dinossauros, o petróleo, que Rex Tillerson virou um homem forte da indústria de energia.
No comando da gigante ExxonMobil, o texano de 64 anos se aproximou da Rússia, a ponto de ser condecorado por Vladimir Putin.

Um dos negócios para a exploração de petróleo na Sibéria está congelado desde que os Estados Unidos aplicaram sanções contra a Rússia por causa da invasão da Ucrânia.

Como executivo, Rex disse que era contra as sanções. Agora, como secretário de Estado, como ele vai agir ? As ligações de Rex com os russos, que são suspeitos de interferir na eleição americana, geraram críticas de senadores, inclusive republicanos. E é o Senado quem vai aprovar ou reprovar a escolha de Donald Trump.
Trump justificou a nomeação : Rex tem ampla experiência e entendimento profundo de geopolítica. À frente do principal cargo da diplomacia mundial, Rex vai precisar negociar a paz entre israelenses e palestinos, a guerra da Síria, o comércio com a China, o aquecimento do planeta.

Para esse, terá ao seu lado o novo secretário de Energia. Segundo a imprensa, é Rick Perry, que foi pré-candidato republicano à Presidência.
Num debate em 2012, ele prometeu acabar com três agências do governo, mas esqueceu o nome de uma. Depois lembrou. Era o Departamento de Energia, que agora vai comandar.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por @EA » 14 Dez 2016, 00:11

Mano!!! Fizeram uma exposição de fotos pra comemorar a vitória da Hillary nas eleições. Até iam tirar fotos dela na Casa Branca no plano original.

Conseguiram superar as caixas de som do Grêmio.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Victor235 » 19 Dez 2016, 21:31

Colégio Eleitoral confirma Donald Trump como presidente eleito dos EUA
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© REUTERS/ Mark Kauzlarich

AMÉRICAS 21:03 19.12.2016

Resultado final será homologado no fim de janeiro, mas o Colégio já deu a eleição ganha por Trump.

Mesmo sob protestos, o presidente-eleito Donald Trump obteve a maioria de 270 votos no Colégio Eleitoral dos EUA para se tornar, oficialmente, o 45º presidente do país. A informação é da agência de notícias Associated Press (AP).

Líderes democratas pediram, mais cedo, que os 538 eleitores do colégio se abstivessem de confirmar Trump no cargo ou votassem de acordo com a escolha popular, vencida por Hillary Clinton por uma margem de 3 milhões de votos.

Embora o vencedor de cada estado leve, em teoria, todos os delegados, nem todos os votantes são obrigados a seguirem a escolha dos seus representados. Votar contra, porém, é um evento extremamente raro na política americana e registrado poucas vezes na história.
O vice-presidente Mike Pence, eleito com Trump, disse que foi homenageado pelo voto do colégio eleitoral hoje.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Barbano » 20 Dez 2016, 17:36

Mas já terminou a apuração?
Deixo aqui o meu apoio ao povo ucraniano e ao povo de Israel 🇮🇱 🇺🇦

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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Bugiga » 20 Dez 2016, 17:41

Barbano escreveu:Mas já terminou a apuração?
Pô, terminaram em tempo recorde. Imagem
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Victor235 » 26 Dez 2016, 20:50

Trump transforma política externa dos EUA na velocidade de um ‘tuíte’
Em relação à China, Rússia ou armas nucleares, o presidente eleito indica mudanças profundas

Marc Bassets
Washington 26 DEZ 2016 - 18:46

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JIM WATSON (AFP)

Em menos de dois meses, com a velocidade de um tuíte e sem ainda ter pisado na Casa Branca como presidente, Donald Trump sacudiu décadas de tradição diplomática dos Estados Unidos. Nas relações com a China e com a Rússia, na doutrina nuclear ou no livre comércio, na política antiterrorismo ou na relação com parceiros próximos como a Europa Ocidental ou o México, Trump representa uma clara mudança. Não só em relação ao atual presidente, o democrata Barack Obama, mas também comparado a administrações anteriores de seu próprio partido, o Republicano.

Como tudo o que gira em torno de Trump, o valor de sua palavra é relativo, e, portanto, ainda não se sabe até que ponto suas declarações, formuladas durante a campanha eleitoral e nas semanas posteriores às eleições de 8 de novembro, se traduzirão em uma transformação efetiva da política externa e de segurança. O presidente eleito será empossado no cargo em 20 de janeiro.

Sempre há ruptura quando chega um novo presidente. A primeira coisa que Obama fez ao chegar à Casa Branca, em janeiro de 2009, foi assinar um decreto para fechar a prisão de Guantánamo, o símbolo dos abusos cometidos durante o governo de seu antecessor, o republicano George W. Bush. Mas este não é um país de mudanças bruscas. A continuidade costuma prevalecer. Guantánamo, que continua aberta oito anos depois, é a prova.

Em uma audiência no início de dezembro perante a Comissão de Serviços Armados do Senado, o ensaísta neoconservador Robert Kagan traçou uma linha de continuidade entre a retirada geoestratégica dos EUA nos anos de Obama e o isolacionismo de Trump, que representaria, em sua opinião, uma versão “exacerbada” de algumas das fraquezas do presidente prestes a deixar o cargo.

Kagan resumiu no que consistiu este consenso na atual política externa desde meados do século XX.

“Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a política externa americana tem sido destinada a defender e estender uma ordem mundial liberal que se adapte aos interesses e princípios americanos. Não o fizeram como um favor aos demais, e sim baseados na ideia, imposta à força, de que na ausência desta ordem mundial tanto os interesses americanos quanto nossos princípios mais caros acabarão em perigo”, disse Kagan.

“Ao construir e manter fortes alianças com nações democráticas e apoiar uma economia global aberta que permite que estas nações prosperem e que retirou bilhões da pobreza nos países em desenvolvimento, os Estados Unidos podem melhor proteger sua segurança e o bem-estar de sua população”, acrescentou.

Ao questionar as alianças tradicionais dos EUA, como o sistema de livre comércio, Trump semeia dúvidas sobre o futuro desta ordem mundial. Três exemplos das últimas semanas indicam esta mudança.

China

Em 2 de dezembro, Trump se tornou o primeiro presidente eleito — ou presidente — dos EUA a falar oficialmente com seu homólogo em Taiwan desde 1979, quando as relações entre o Governo americano e a China foram normalizadas. Inicialmente, não ficou claro se o telefonema à presidenta de Taiwan, Tsai Ing-wen, teria sido por acaso ou se obedecia a um plano para mudar a política com a República Popular da China, que considera Taiwan parte de seu território. A incerteza sobre o alcance dos gestos e as declarações do presidente eleito é uma constante.

Alguns dias depois, em uma entrevista, Trump parecia confirmar o alcance daquele gesto ao condicionar a manutenção da política “Uma Só China”, pela qual Washington reconhece Pequim diplomaticamente, e não Taipei, a concessões comerciais por parte do Governo chinês. Enquanto isso, lançou no Twitter várias injúrias sobre um drone capturado pela China em águas internacionais e outros assuntos.

Rússia

Na campanha, Trump deu a entender que, com ele na Casa Branca, os EUA não se sentiriam obrigados a defender seus aliados da OTAN, vizinhos da Rússia, em caso de agressão. Também se desfez em elogios para o presidente Vladimir Putin, que os retribuiu. E encorajou os russos a piratear os e-mails de sua rival na eleição presidencial, a democrata Hillary Clinton.

Após as eleições, os serviços secretos dos EUA e a Administração Obama apontaram a Rússia como a responsável pelo roubo e divulgação de milhares de e-mails da campanha democrata. E destacaram que o objetivo era a vitória de Trump.

A resposta de Trump não foi defender os EUA contra uma suposta tentativa de sabotagem eleitoral por uma potência estrangeira, e sim, em linha com o argumento do Kremlin, denegrir os espiões americanos por chegarem a esta conclusão.

A sintonia entre Trump e Putin se expressou novamente neste fim de semana, quando, mais uma vez no Twitter, Trump deu razão a Putin ao criticar a reação de Clinton à derrota eleitoral.

Armas nucleares

Em 23 de dezembro, em uma mensagem de 140 caracteres no Twitter, Trump insinuou outra guinada geopolítica ao dizer que os EUA deveriam “fortalecer e ampliar” suas capacidades nucleares. Se isso significa uma expansão do arsenal nuclear, seria reverter décadas nos esforços de redução desse tipo de armamento.

Mas a mensagem era ambígua o suficiente para que os porta-vozes de Trump a minimizassem em declarações posteriores. Como já aconteceu outras vezes, Trump rejeitou essas nuances e, no dia seguinte, reforçou a mensagem: “Que haja uma corrida armamentista. Vamos superá-los a cada passo e todos sobreviveremos”, disse à MSNBC.

A atividade diplomática nos dias de hoje não se limita a estas questões.

Trump revelou esta semana que havia participado de um jantar com o empresário mexicano Carlos Slim, um movimento que foi interpretado em Washington como uma tentativa de se aproximar das elites do México, depois de basear sua campanha em insultos e ameaças aos mexicanos. Também ligou para o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, para que este freasse uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, finalmente aprovada, que condenava os assentamentos israelenses em territórios palestinos.

Reagiu ao atentado de Berlim descrevendo-o como um ataque contra os cristãos. E, além de sair do TPP (o acordo de comércio com 11 países do Pacífico, destinado a reduzir a influência da China na região) e ameaçar romper com o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, nos últimos dias vazaram informações sobre a ideia de impor uma tarifa sobre as importações.

Especialistas como Kagan temem que estas propostas rompam os sistemas de alianças e de livre comércio desenvolvidos nas últimas décadas e apoiados por democratas e republicanos.Outros são mais benévolos. É o caso de Henry Kissinger, um dos sábios do establishment, que vê a vitória de Trump como “uma oportunidade extraordinária” e elogia a sugestão de propostas “pouco comuns”.

Uma possível leitura da doutrina Trump — se é que esta existe — é que propõe um espelho invertido ao do presidente Richard Nixon e de seu assessor Kissinger nos anos sessenta. Estes se aproximaram da China para combater a Rússia; Trump se aproximaria da Rússia para contrabalançar a China.

Outro membro respeitado do establishment, Robert Gates, disse ao colunista David Ignatius que uma política que rompa com ideias estabelecidas pode ser valiosa: um ponto de imprevisibilidade na Casa Branca depois de um presidente como Obama, que, de acordo com Gates, reagia de maneira muito passiva aos eventos que marcaram a sua presidência.

Gates tem uma consultoria junto com dois outros membros do establishment republicano, Condoleeza Rice e Stephen Hadley. Segundo Ignatius, eles têm conversado com a equipe e Trump e aconselhado governos estrangeiros sobre a melhor maneira de lidar com o novo presidente.

“Nunca um movimento populista ou uma insurgência política como esta capturou a Casa Branca”, disse Hadley a Ignatius. “Isto significa que haverá mais descontinuidades em nossa política externa. O que estou dizendo às pessoas é: “Deem um pouco de espaço e tenham um pouco de paciência estratégica. Não exagerem nas reações, nem mesmo aos tuítes de Trump”.
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Don_aCHiles » 28 Dez 2016, 14:47

Não cheguei a comentar essa eleição aqui mas não gostei nada do resultado, se tivessem colocado qualquer outra pessoa sem ser a Hillary dava pra ganhar vei mesmo sendo uma eleição indireta.
Aquela crush mexicana nunca mais. :cry:
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Re: Donald Trump é eleito 45º Presidente dos Estados Unidos

Mensagem por Chokito Cabuloso » 28 Dez 2016, 22:32

Não sei postar tweet, mas o Trump nos explica quem salvou o Natal este ano:

''The world was gloomy before I won - there was no hope. Now the market is up nearly 10% and Christmas spending is over a trillion dollars!''

"O mundo estava desolado antes de eu vencer, não havia esperança. Agora o mercado subiu quase 10% e o gastos de Natal superaram um trilhão de dólares!"

Não há ninguém mais poderoso no mudo que Deus, Susana Vieira e Donald Trump!
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