Racismo no futebol e em outros esportes

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Igorkk33
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Igorkk33 » 21 Set 2014, 19:35

Chad' escreveu:Claro, não é um time do Eixo.

Se fosse o Dedé do Cruzeiro que tivesse sofrido racismo por algum time grande do Rio-São Paulo, não teria esse alarde todo.

O caso do Tinga foi exceção, porque a mídia sempre coloca os jogos fora do Brasil em Libertadores ou Sul-Americana como "guerras" e "batalhas".
Eis o mistério da fé!

Se é que me entendem.
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Antonio Felipe
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Antonio Felipe » 22 Set 2014, 21:19

Leitura absolutamente necessária. Texto do jornalista Igor Natusch:
Muitas e muitas são as vozes que se erguem para supostamente defender o Grêmio das acusações de ser um clube e/ou uma torcida racista. Algo potencializado desde a última quinta-feira, quando a Arena dedicou-se a vaiar incansavelmente o goleiro Aranha, que denunciou (como todo mundo sabe) atos racistas por ele sofridos em partida contra o Grêmio. Infelizmente, penso serem poucas as figuras que agem no sentido de ir além das palavras, de colocar o Grêmio em uma trilha que efetivamente repudie o racismo como a coisa abominável que é, que demonstrem com ações que o Grêmio e seu torcedor se recusam a ter qualquer coisa a ver com semelhante vergonha da humanidade. O ultraje - muitas vezes mera exacerbação de questões que eu julgo muito menores que o tema central, que é o racismo - tem servido de desculpa para omissão, para que o gremista tente vestir o papel de vítima que pouco ou nada cabe a ele nessa história, em prejuízo dele próprio e de toda a sociedade.

A seguir, listo algumas das colocações que mais ouvi nos últimos dias por parte de gremistas, e exponho a resposta que eu daria a cada uma delas.

"A vaia não foi por racismo: foi porque Aranha prejudicou o Grêmio."

Sim, acredito que é verdade. Penso que poucos foram os que conscientemente vaiaram Aranha por ele ser negro, que conscientemente exerceram racismo: a maioria queria apenas reproduzir o sentimento de ultraje pela situação do Grêmio, que atribuem parcial ou totalmente a posturas adotadas por Aranha. O diabo é que o racismo, essa chaga maldita que até hoje sangra na consciência brasileira, muitas vezes não precisa de intenção para se manifestar. E penso que foi o que ocorreu: sem desejarem o racismo e sem pretenderem reforçá-lo, os torcedores gremistas que vaiaram Aranha ainda assim acabaram invocando o racismo, reforçando-o junto à imagem do clube e o exercendo ativamente. Vaiar a pessoa que foi alvo de racismo, no local e nas circunstâncias em que foi alvo de racismo, soará como racismo no mundo inteiro, em qualquer ponto de vista, independente de quanto o gremista falar e gritar e insistir que não é bem isso. Vaiar é uma escolha: lide-se com as consequências.

"O Grêmio foi alvo de generalização. Aranha não aceitou fazer uma campanha com o Grêmio. Fomos punidos e ficamos com raiva do Aranha. Estão ignorando tudo isso!"

Não ignoro os fatos entre a quinta-feira fatídica onde Aranha foi insultado e esta outra quinta-feira, da semana passada, onde foi vaiado. Considero eles significativos na formação de um sentimento gremista de desconforto e indignação. Do mesmo modo que não ignorava, por ex, que havia no "macaco" gritado contra colorados intenções que transcendem o puro ato racista. Minha questão é: esses elementos não incidem sobre o EFEITO da vaia, o EFEITO de xingar de macaco. Não esvaziam os gestos cometidos de uma carga que é inerentemente racista, independente dos motivos que os animem. A vaia não tem nota de rodapé. O grito "macaco" idem. Ambos carregam, nas circunstâncias, um efeito racista em si. Por isso critico a vaia, mesmo compreendendo que ela longe está de ser um gesto que só gremistas cometeriam, por ex. E não porque ache que a torcida gremista é racista. Mas porque opta por atitudes que reproduzem racismo e, assim fazendo, o amplificam. Erra por assumir papel de caixa de ressonância e apegar-se a ele.

"Estão dizendo que TODO GREMISTA é racista, e isso é injusto!"

É uma consequência do ato primeiro, que foi o racismo contra Aranha. E uma opinião que vem sendo reforçada pelo fracasso do gremista não-racista em posicionar-se da forma que um não-racista tem a obrigação moral de assumir - ou seja, de repúdio inequívoco e sem ressalvas ao racismo. A torcida reage à generalização com o que, para mim, fica na pura vitimização. Gestos de repúdio ao racismo (que ocorreram) se perderam na medida em que a torcida considerou-se atacada. E o racismo, que é o marco zero da história. virou detalhe. "O racismo contra Aranha foi condenável, MAS..." Eu acho que é fundamental eliminar esse "mas". Porque só deixando o "mas" de lado será possível agir quanto ao racismo, que infelizmente sentia-se (e periga ainda sentir-se) à vontade na Arena.

"Querem acabar com a graça do futebol!"

Eis um ponto importante para mim. Há uma discussão adjacente ao racismo contido (como eu creio) ou não contido (como outros creem) na vaia contra Aranha: até que ponto está tudo liberado num estádio de futebol? O que há de tão mágico e especial em um estádio que nos permita ser racista, homofóbico, misógino, machista, agressivo, injuriante, depredador e brutal sem maiores consequências? Que essas coisas manifestam-se livremente no estádio, todos sabemos; a questão é se desejamos que sigam se manifestando e mais, se é saudável para nossa sociedade e para nossa civilidade que se manifestem como tem sido hoje, praticamente sem barreiras e escudadas na aceitação comum. Que sentido há em eu ser contra o racismo no dia a dia, mas achar OK cantarem "chora macaco imundo" num estádio de futebol? Que lógica anima meu repúdio à homofobia na sociedade se, quando estou na arquibancada, chamo os adversários de "viado" e "puto" sem nenhum constrangimento? Qual é a explicação para eu ser simpático à causa feminista mas, quando na cancha, gritar que a bandeirinha só serve para fazer sexo ou achar graça quando o dirigente diz que ela deveria largar o futebol e viver de posar nua em revistas? Querer uma sociedade menos preconceituosa e ao mesmo tempo defender o estádio como um templo da sociopatia - eis algo que, para mim, não faz sentido algum. Se a "graça" do futebol está em servir de amplificador para algumas das mazelas mais repugnantes da sociedade, então penso que o futebol precisa MESMO reinventar-se.

"Mas EU não sou racista!"

Muito bem. E o que tens feito de acordo com essa posição? Onde tens saído do reino da palavra (dizer e insistir que não é racista) para o da ação (demonstrar, com gestos e posicionamentos, que não é racista)? Na última quinta-feira, por ex, a torcida gremista teve a chance de AGIR, ao invés de apenas falar. Poderia desarmar injustiças, calar a boca dos que generalizam, atuar de forma decisiva para tirar do Grêmio uma pecha extremamente desagradável. O que fez? Optou pelo clubismo. Achou que tinha que ser explícita quanto a seu desconforto para com Aranha, ao invés de ser explícita quanto a seu desconforto em relação ao racismo. Ignorou o problema social gravíssimo em nome do direito de vaiar quem dele foi vítima. É uma escolha - e como todas as escolhas, tem sua consequência. A consequência foi cristalizar no imaginário do futebol que a torcida gremista é racista - já que, quando pode se posicionar a favor do negro ofendido e agir acima do clubismo, optou pela vaia. Falar não adianta: o Grêmio agora é a MULHER DE CÉSAR e tem que mostrar sua virtude, ao invés de simplesmente apregoá-la. Então reforço a pergunta, direcionada ao gremista não-racista: o que tens feito para mostrar que não és racista e que teu clube do coração não é racista? De que forma a tua ação casa com teu discurso?

Termino a exposição sobre o assunto (que sinceramente anda me chateando bastante e que eu só insisto em abordar por questão de consciência) pedindo uma reflexão ao torcedor que hoje sente-se ofendido por Aranha, injustiçado por virar símbolo do racismo, indignado por ter sido excluído da Copa do Brasil, revoltado com a exposição negativa em âmbito nacional. Isso tudo veio do nada, torcedor? Simplesmente escolheram o Grêmio como vítima, resolveram que seria esse clube sem manchas em seu passado a carregar a cruz do racismo brasileiro por toda a eternidade - ou o Grêmio carrega sim a mancha de uma convivência amistosa com gestos racistas, traz sim em sua história uma incansável crítica racista ao Internacional, permitiu sim durante tempo demais que o racismo fosse visto como coisa menor e, assim, ficasse cada vez mais à vontade dentro de si? Estão todos sujos, me dizem - e isso nos exime da necessidade de fazermos a faxina, de removermos a sujeira que atravanca nosso caminho? É válido apontar o erro do outro para seguir ignorando o erro em si? Enquanto seguirmos discutindo o acessório, seguiremos de mãos dadas com o racismo, fingindo que não temos nada a ver com ele. Uma postura totalmente contrária ao que eu espero de quem quer uma sociedade arejada de preconceitos - e contrária ao que espero de um gremista que deseja seu clube respirando um ar menos poluído, sem precisar gritar o tempo todo que não é racista, não é racista, de jeito nenhum.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Igorkk33 » 23 Set 2014, 12:02

Cada vez mais eu acho que o Pelé está certo.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por bebida com metanol CH » 23 Set 2014, 12:19

Antonio Felipe escreveu:Leitura absolutamente necessária. Texto do jornalista Igor Natusch:
Muitas e muitas são as vozes que se erguem para supostamente defender o Grêmio das acusações de ser um clube e/ou uma torcida racista. Algo potencializado desde a última quinta-feira, quando a Arena dedicou-se a vaiar incansavelmente o goleiro Aranha, que denunciou (como todo mundo sabe) atos racistas por ele sofridos em partida contra o Grêmio. Infelizmente, penso serem poucas as figuras que agem no sentido de ir além das palavras, de colocar o Grêmio em uma trilha que efetivamente repudie o racismo como a coisa abominável que é, que demonstrem com ações que o Grêmio e seu torcedor se recusam a ter qualquer coisa a ver com semelhante vergonha da humanidade. O ultraje - muitas vezes mera exacerbação de questões que eu julgo muito menores que o tema central, que é o racismo - tem servido de desculpa para omissão, para que o gremista tente vestir o papel de vítima que pouco ou nada cabe a ele nessa história, em prejuízo dele próprio e de toda a sociedade.

A seguir, listo algumas das colocações que mais ouvi nos últimos dias por parte de gremistas, e exponho a resposta que eu daria a cada uma delas.

"A vaia não foi por racismo: foi porque Aranha prejudicou o Grêmio."

Sim, acredito que é verdade. Penso que poucos foram os que conscientemente vaiaram Aranha por ele ser negro, que conscientemente exerceram racismo: a maioria queria apenas reproduzir o sentimento de ultraje pela situação do Grêmio, que atribuem parcial ou totalmente a posturas adotadas por Aranha. O diabo é que o racismo, essa chaga maldita que até hoje sangra na consciência brasileira, muitas vezes não precisa de intenção para se manifestar. E penso que foi o que ocorreu: sem desejarem o racismo e sem pretenderem reforçá-lo, os torcedores gremistas que vaiaram Aranha ainda assim acabaram invocando o racismo, reforçando-o junto à imagem do clube e o exercendo ativamente. Vaiar a pessoa que foi alvo de racismo, no local e nas circunstâncias em que foi alvo de racismo, soará como racismo no mundo inteiro, em qualquer ponto de vista, independente de quanto o gremista falar e gritar e insistir que não é bem isso. Vaiar é uma escolha: lide-se com as consequências.

"O Grêmio foi alvo de generalização. Aranha não aceitou fazer uma campanha com o Grêmio. Fomos punidos e ficamos com raiva do Aranha. Estão ignorando tudo isso!"

Não ignoro os fatos entre a quinta-feira fatídica onde Aranha foi insultado e esta outra quinta-feira, da semana passada, onde foi vaiado. Considero eles significativos na formação de um sentimento gremista de desconforto e indignação. Do mesmo modo que não ignorava, por ex, que havia no "macaco" gritado contra colorados intenções que transcendem o puro ato racista. Minha questão é: esses elementos não incidem sobre o EFEITO da vaia, o EFEITO de xingar de macaco. Não esvaziam os gestos cometidos de uma carga que é inerentemente racista, independente dos motivos que os animem. A vaia não tem nota de rodapé. O grito "macaco" idem. Ambos carregam, nas circunstâncias, um efeito racista em si. Por isso critico a vaia, mesmo compreendendo que ela longe está de ser um gesto que só gremistas cometeriam, por ex. E não porque ache que a torcida gremista é racista. Mas porque opta por atitudes que reproduzem racismo e, assim fazendo, o amplificam. Erra por assumir papel de caixa de ressonância e apegar-se a ele.

"Estão dizendo que TODO GREMISTA é racista, e isso é injusto!"

É uma consequência do ato primeiro, que foi o racismo contra Aranha. E uma opinião que vem sendo reforçada pelo fracasso do gremista não-racista em posicionar-se da forma que um não-racista tem a obrigação moral de assumir - ou seja, de repúdio inequívoco e sem ressalvas ao racismo. A torcida reage à generalização com o que, para mim, fica na pura vitimização. Gestos de repúdio ao racismo (que ocorreram) se perderam na medida em que a torcida considerou-se atacada. E o racismo, que é o marco zero da história. virou detalhe. "O racismo contra Aranha foi condenável, MAS..." Eu acho que é fundamental eliminar esse "mas". Porque só deixando o "mas" de lado será possível agir quanto ao racismo, que infelizmente sentia-se (e periga ainda sentir-se) à vontade na Arena.

"Querem acabar com a graça do futebol!"

Eis um ponto importante para mim. Há uma discussão adjacente ao racismo contido (como eu creio) ou não contido (como outros creem) na vaia contra Aranha: até que ponto está tudo liberado num estádio de futebol? O que há de tão mágico e especial em um estádio que nos permita ser racista, homofóbico, misógino, machista, agressivo, injuriante, depredador e brutal sem maiores consequências? Que essas coisas manifestam-se livremente no estádio, todos sabemos; a questão é se desejamos que sigam se manifestando e mais, se é saudável para nossa sociedade e para nossa civilidade que se manifestem como tem sido hoje, praticamente sem barreiras e escudadas na aceitação comum. Que sentido há em eu ser contra o racismo no dia a dia, mas achar OK cantarem "chora macaco imundo" num estádio de futebol? Que lógica anima meu repúdio à homofobia na sociedade se, quando estou na arquibancada, chamo os adversários de "viado" e "puto" sem nenhum constrangimento? Qual é a explicação para eu ser simpático à causa feminista mas, quando na cancha, gritar que a bandeirinha só serve para fazer sexo ou achar graça quando o dirigente diz que ela deveria largar o futebol e viver de posar nua em revistas? Querer uma sociedade menos preconceituosa e ao mesmo tempo defender o estádio como um templo da sociopatia - eis algo que, para mim, não faz sentido algum. Se a "graça" do futebol está em servir de amplificador para algumas das mazelas mais repugnantes da sociedade, então penso que o futebol precisa MESMO reinventar-se.

"Mas EU não sou racista!"

Muito bem. E o que tens feito de acordo com essa posição? Onde tens saído do reino da palavra (dizer e insistir que não é racista) para o da ação (demonstrar, com gestos e posicionamentos, que não é racista)? Na última quinta-feira, por ex, a torcida gremista teve a chance de AGIR, ao invés de apenas falar. Poderia desarmar injustiças, calar a boca dos que generalizam, atuar de forma decisiva para tirar do Grêmio uma pecha extremamente desagradável. O que fez? Optou pelo clubismo. Achou que tinha que ser explícita quanto a seu desconforto para com Aranha, ao invés de ser explícita quanto a seu desconforto em relação ao racismo. Ignorou o problema social gravíssimo em nome do direito de vaiar quem dele foi vítima. É uma escolha - e como todas as escolhas, tem sua consequência. A consequência foi cristalizar no imaginário do futebol que a torcida gremista é racista - já que, quando pode se posicionar a favor do negro ofendido e agir acima do clubismo, optou pela vaia. Falar não adianta: o Grêmio agora é a MULHER DE CÉSAR e tem que mostrar sua virtude, ao invés de simplesmente apregoá-la. Então reforço a pergunta, direcionada ao gremista não-racista: o que tens feito para mostrar que não és racista e que teu clube do coração não é racista? De que forma a tua ação casa com teu discurso?

Termino a exposição sobre o assunto (que sinceramente anda me chateando bastante e que eu só insisto em abordar por questão de consciência) pedindo uma reflexão ao torcedor que hoje sente-se ofendido por Aranha, injustiçado por virar símbolo do racismo, indignado por ter sido excluído da Copa do Brasil, revoltado com a exposição negativa em âmbito nacional. Isso tudo veio do nada, torcedor? Simplesmente escolheram o Grêmio como vítima, resolveram que seria esse clube sem manchas em seu passado a carregar a cruz do racismo brasileiro por toda a eternidade - ou o Grêmio carrega sim a mancha de uma convivência amistosa com gestos racistas, traz sim em sua história uma incansável crítica racista ao Internacional, permitiu sim durante tempo demais que o racismo fosse visto como coisa menor e, assim, ficasse cada vez mais à vontade dentro de si? Estão todos sujos, me dizem - e isso nos exime da necessidade de fazermos a faxina, de removermos a sujeira que atravanca nosso caminho? É válido apontar o erro do outro para seguir ignorando o erro em si? Enquanto seguirmos discutindo o acessório, seguiremos de mãos dadas com o racismo, fingindo que não temos nada a ver com ele. Uma postura totalmente contrária ao que eu espero de quem quer uma sociedade arejada de preconceitos - e contrária ao que espero de um gremista que deseja seu clube respirando um ar menos poluído, sem precisar gritar o tempo todo que não é racista, não é racista, de jeito nenhum.
TL;DR = "Um grupo racista do time proferiu injurias e por causa disso o negão fudeu com o time todo, o time revidou a merda que o nego fez e isso significa que o time todo é racista"

Tou achando que isso tudo é clubismo anti-grêmio, viu? Como uma pessoa que não entende nada de futebol (e não é necessario entender esporte algum pra julgar o racismo), eu não consigo ver nenhum outro motivo sensato pra culparem tanto a torcida do time.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Antonio Felipe » 23 Set 2014, 12:51

Pessoal nem é capaz de refletir sobre o que está escrito. Assim fica difícil.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Igorkk33 » 23 Set 2014, 13:02

Riddle Snowcraft escreveu:
Antonio Felipe escreveu:Leitura absolutamente necessária. Texto do jornalista Igor Natusch:
Muitas e muitas são as vozes que se erguem para supostamente defender o Grêmio das acusações de ser um clube e/ou uma torcida racista. Algo potencializado desde a última quinta-feira, quando a Arena dedicou-se a vaiar incansavelmente o goleiro Aranha, que denunciou (como todo mundo sabe) atos racistas por ele sofridos em partida contra o Grêmio. Infelizmente, penso serem poucas as figuras que agem no sentido de ir além das palavras, de colocar o Grêmio em uma trilha que efetivamente repudie o racismo como a coisa abominável que é, que demonstrem com ações que o Grêmio e seu torcedor se recusam a ter qualquer coisa a ver com semelhante vergonha da humanidade. O ultraje - muitas vezes mera exacerbação de questões que eu julgo muito menores que o tema central, que é o racismo - tem servido de desculpa para omissão, para que o gremista tente vestir o papel de vítima que pouco ou nada cabe a ele nessa história, em prejuízo dele próprio e de toda a sociedade.

A seguir, listo algumas das colocações que mais ouvi nos últimos dias por parte de gremistas, e exponho a resposta que eu daria a cada uma delas.

"A vaia não foi por racismo: foi porque Aranha prejudicou o Grêmio."

Sim, acredito que é verdade. Penso que poucos foram os que conscientemente vaiaram Aranha por ele ser negro, que conscientemente exerceram racismo: a maioria queria apenas reproduzir o sentimento de ultraje pela situação do Grêmio, que atribuem parcial ou totalmente a posturas adotadas por Aranha. O diabo é que o racismo, essa chaga maldita que até hoje sangra na consciência brasileira, muitas vezes não precisa de intenção para se manifestar. E penso que foi o que ocorreu: sem desejarem o racismo e sem pretenderem reforçá-lo, os torcedores gremistas que vaiaram Aranha ainda assim acabaram invocando o racismo, reforçando-o junto à imagem do clube e o exercendo ativamente. Vaiar a pessoa que foi alvo de racismo, no local e nas circunstâncias em que foi alvo de racismo, soará como racismo no mundo inteiro, em qualquer ponto de vista, independente de quanto o gremista falar e gritar e insistir que não é bem isso. Vaiar é uma escolha: lide-se com as consequências.

"O Grêmio foi alvo de generalização. Aranha não aceitou fazer uma campanha com o Grêmio. Fomos punidos e ficamos com raiva do Aranha. Estão ignorando tudo isso!"

Não ignoro os fatos entre a quinta-feira fatídica onde Aranha foi insultado e esta outra quinta-feira, da semana passada, onde foi vaiado. Considero eles significativos na formação de um sentimento gremista de desconforto e indignação. Do mesmo modo que não ignorava, por ex, que havia no "macaco" gritado contra colorados intenções que transcendem o puro ato racista. Minha questão é: esses elementos não incidem sobre o EFEITO da vaia, o EFEITO de xingar de macaco. Não esvaziam os gestos cometidos de uma carga que é inerentemente racista, independente dos motivos que os animem. A vaia não tem nota de rodapé. O grito "macaco" idem. Ambos carregam, nas circunstâncias, um efeito racista em si. Por isso critico a vaia, mesmo compreendendo que ela longe está de ser um gesto que só gremistas cometeriam, por ex. E não porque ache que a torcida gremista é racista. Mas porque opta por atitudes que reproduzem racismo e, assim fazendo, o amplificam. Erra por assumir papel de caixa de ressonância e apegar-se a ele.

"Estão dizendo que TODO GREMISTA é racista, e isso é injusto!"

É uma consequência do ato primeiro, que foi o racismo contra Aranha. E uma opinião que vem sendo reforçada pelo fracasso do gremista não-racista em posicionar-se da forma que um não-racista tem a obrigação moral de assumir - ou seja, de repúdio inequívoco e sem ressalvas ao racismo. A torcida reage à generalização com o que, para mim, fica na pura vitimização. Gestos de repúdio ao racismo (que ocorreram) se perderam na medida em que a torcida considerou-se atacada. E o racismo, que é o marco zero da história. virou detalhe. "O racismo contra Aranha foi condenável, MAS..." Eu acho que é fundamental eliminar esse "mas". Porque só deixando o "mas" de lado será possível agir quanto ao racismo, que infelizmente sentia-se (e periga ainda sentir-se) à vontade na Arena.

"Querem acabar com a graça do futebol!"

Eis um ponto importante para mim. Há uma discussão adjacente ao racismo contido (como eu creio) ou não contido (como outros creem) na vaia contra Aranha: até que ponto está tudo liberado num estádio de futebol? O que há de tão mágico e especial em um estádio que nos permita ser racista, homofóbico, misógino, machista, agressivo, injuriante, depredador e brutal sem maiores consequências? Que essas coisas manifestam-se livremente no estádio, todos sabemos; a questão é se desejamos que sigam se manifestando e mais, se é saudável para nossa sociedade e para nossa civilidade que se manifestem como tem sido hoje, praticamente sem barreiras e escudadas na aceitação comum. Que sentido há em eu ser contra o racismo no dia a dia, mas achar OK cantarem "chora macaco imundo" num estádio de futebol? Que lógica anima meu repúdio à homofobia na sociedade se, quando estou na arquibancada, chamo os adversários de "viado" e "puto" sem nenhum constrangimento? Qual é a explicação para eu ser simpático à causa feminista mas, quando na cancha, gritar que a bandeirinha só serve para fazer sexo ou achar graça quando o dirigente diz que ela deveria largar o futebol e viver de posar nua em revistas? Querer uma sociedade menos preconceituosa e ao mesmo tempo defender o estádio como um templo da sociopatia - eis algo que, para mim, não faz sentido algum. Se a "graça" do futebol está em servir de amplificador para algumas das mazelas mais repugnantes da sociedade, então penso que o futebol precisa MESMO reinventar-se.

"Mas EU não sou racista!"

Muito bem. E o que tens feito de acordo com essa posição? Onde tens saído do reino da palavra (dizer e insistir que não é racista) para o da ação (demonstrar, com gestos e posicionamentos, que não é racista)? Na última quinta-feira, por ex, a torcida gremista teve a chance de AGIR, ao invés de apenas falar. Poderia desarmar injustiças, calar a boca dos que generalizam, atuar de forma decisiva para tirar do Grêmio uma pecha extremamente desagradável. O que fez? Optou pelo clubismo. Achou que tinha que ser explícita quanto a seu desconforto para com Aranha, ao invés de ser explícita quanto a seu desconforto em relação ao racismo. Ignorou o problema social gravíssimo em nome do direito de vaiar quem dele foi vítima. É uma escolha - e como todas as escolhas, tem sua consequência. A consequência foi cristalizar no imaginário do futebol que a torcida gremista é racista - já que, quando pode se posicionar a favor do negro ofendido e agir acima do clubismo, optou pela vaia. Falar não adianta: o Grêmio agora é a MULHER DE CÉSAR e tem que mostrar sua virtude, ao invés de simplesmente apregoá-la. Então reforço a pergunta, direcionada ao gremista não-racista: o que tens feito para mostrar que não és racista e que teu clube do coração não é racista? De que forma a tua ação casa com teu discurso?

Termino a exposição sobre o assunto (que sinceramente anda me chateando bastante e que eu só insisto em abordar por questão de consciência) pedindo uma reflexão ao torcedor que hoje sente-se ofendido por Aranha, injustiçado por virar símbolo do racismo, indignado por ter sido excluído da Copa do Brasil, revoltado com a exposição negativa em âmbito nacional. Isso tudo veio do nada, torcedor? Simplesmente escolheram o Grêmio como vítima, resolveram que seria esse clube sem manchas em seu passado a carregar a cruz do racismo brasileiro por toda a eternidade - ou o Grêmio carrega sim a mancha de uma convivência amistosa com gestos racistas, traz sim em sua história uma incansável crítica racista ao Internacional, permitiu sim durante tempo demais que o racismo fosse visto como coisa menor e, assim, ficasse cada vez mais à vontade dentro de si? Estão todos sujos, me dizem - e isso nos exime da necessidade de fazermos a faxina, de removermos a sujeira que atravanca nosso caminho? É válido apontar o erro do outro para seguir ignorando o erro em si? Enquanto seguirmos discutindo o acessório, seguiremos de mãos dadas com o racismo, fingindo que não temos nada a ver com ele. Uma postura totalmente contrária ao que eu espero de quem quer uma sociedade arejada de preconceitos - e contrária ao que espero de um gremista que deseja seu clube respirando um ar menos poluído, sem precisar gritar o tempo todo que não é racista, não é racista, de jeito nenhum.
TL;DR = "Um grupo racista do time proferiu injurias e por causa disso o negão fudeu com o time todo, o time revidou a merda que o nego fez e isso significa que o time todo é racista"

Tou achando que isso tudo é clubismo anti-grêmio, viu? Como uma pessoa que não entende nada de futebol (e não é necessario entender esporte algum pra julgar o racismo), eu não consigo ver nenhum outro motivo sensato pra culparem tanto a torcida do time.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por bebida com metanol CH » 23 Set 2014, 13:19

Refletir o que? Que o Aranha, por mais certo que esteja em ~ACHAR~ que as vaias foram racistas, está com a razão em generalizar todo mundo, que não se deve corrigir o mal entendido dele, como se ele não tivesse feito nada e que é pra deixar o caso esfriar, deixando registrado como se o time fosse o vilão?

Vou deixar uma leitura necessaria tambem, por Lucas von Silveira:
MANDA ME PRENDER, ARANHA

O goleiro do Santos perdeu mais uma bela chance de ficar calado. É a vítima que não está preocupada em resolver a situação: prefere ver o circo pegar fogo. Transforma uma onda em um tsunami e, na ânsia pelo holofote, maximiza cada vez mais seu papel de vítima.

Aranha estava completamente certo quando chamou a atenção da arbitragem naquele fatídico jogo na Arena do Grêmio. Creio que estava coberto de razão até mesmo quando buscou seus direitos na justiça. Não o condeno por nada. Meia dúzia de torcedores errou - e errou feio - naquela partida. Ele fez o que tinha que ser feito, tanto no jogo quanto fora das 4 linhas.

Mas foi além. Se jogou aos microfones. Vomitou preconceitos e baboseiras em suas mega-aparições midiáticas. Chegou a dizer, enquanto falava dos gaúchos, que "precisava ser melhor que aquele povo". Pelo ato infeliz de quatro ou cinco pessoas, o goleiro santista generalizou e classificou um Estado inteiro como racista. Não podia julgar nem a Patrícia, pois essa competência é da justiça brasileira. Mas aplicou seu julgamento ao Rio Grande do Sul inteiro.

Quem é o Aranha para falar de um povo que lutou para defender as fronteiras do Brasil e só faz parte desse país porque quis? Quem é o Aranha pra falar desse ou de qualquer outro povo? Professor de história? Diretor da ONU? Quem és tu, Aranha? Te enxerga. Sofrer injúria é lamentável. Mas não te dá alvará pra sair papagaiando qualquer baboseira para o Brasil inteiro. Estás sendo tão ou mais irresponsável que a menina que te desrespeitou.

E aí, obviamente, a gauchada implicou de vez com o goleiro. Sobretudo os gremistas. No jogo de ontem a vaia comeu solta. Além da birra inevitável, era uma forma de desestabilizá-lo e, quem sabe, tirar vantagem futebolística disso. O fato é que ele encostava na bola e a Arena rugia em vaias. Apenas vaias. Nada de macaquices e afins.

Fim de jogo. E lá foi a Aranha venenosa rumo aos aos microfones de novo. Reclamou das vaias. Um repórter, quase incrédulo, o questiona: "que tipo de recepção esperava encontrar aqui?" Só faltou perguntar se esperava homenagens e festa com show pirotécnico. Respondeu que esperava outra coisa. "Achei que o ato da menina tinha sido isolado e a maioria da torcida gremista discordava, mas pelo visto concordam".

Opa, generalizou de novo. Interpretou errado ou se fez de bobo pra polemizar mais? A vaia rolou porque tu és um boçal. Rolou pelas palavras preconceituosas que proferiste na tentativa de combater o preconceito. E, é claro, porque defendia outro time na Arena DO GRÊMIO. Faz parte do futebol. Ninguém vaiou porque concordava com a Patrícia Moreira ou com a Dilma ou com o Obama.

Ele condena a fogueira criada pela menina, mas não traz o extintor de incêndio. Quando chamado, traz lenha. Se faz de vítima e joga querosene nessa fogueira. Pra depois dizer: "olha só como esse fogo tá alto! Mimimi".

Se jogou pateticamente no chão duas vezes durante o jogo, simulando "colisões fortes" dos adversários gremistas. Árbitro podia ter aplicado amarelo nos dois lances, mas é fraquinho e se omitiu. Essa atitude não me pareceu catimba típica de um jogo normal. Foi pra irritar. Irritar sobretudo o torcedor. Provocar. Mostrar que é malandro. Talvez instigar novos xingamentos. Talvez ganhar mais alguns minutos no Fantástico.

Tua conduta é deplorável, Aranha. Tu, de fato, era a vítima da história. E cá estou, criticando a vítima. Perdeste a razão numa curva qualquer. Começou bem: dono da situação e da razão. Quis ir além. Concluir, julgar, CAUSAR. Lamentável. Com isso tu não ajuda em nada a importante causa dos negros no país. Não ajuda a combater preconceito com ódio, veneno e provocação. A oportunidade era boa, mas fica difícil simpatizar com um boçal.

Futebol é uma "terra de ninguém" onde muitos absurdos e injustiças acontecem, concordo. Mas às vezes também há um pouco de bom senso. E, entre eles, via de regra personalidades boçais são vaiadas nos estádios do mundo inteiro. Democraticamente vaiadas, sejam negras, brancas, orientais ou o que forem. Ninguém vaiou tua cor. Muitos negros ao meu lado, inclusive, te vaiaram. Vaiaram tua pessoa. Tua conduta.

Aliás, eu te vaiei. Quero que tu prove que o fiz porque concordo com a Patrícia. Prova e manda me prender. Estou aqui, com foto e nome, admitindo que te vaiei. Ou tu prova, ou o injuriador da vez é tu.

@lucasvon.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Antonio Felipe » 23 Set 2014, 13:23

Pessoal acha que o problema é o Aranha e não o racismo... É brabo.

Aliás, mais um caso de racismo: http://globoesporte.globo.com/futebol/t ... cedor.html
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por bebida com metanol CH » 23 Set 2014, 13:28

outro escurinho vitimista

se aparecer mais um já dá pra tocar Raça Negra no fantástico
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por CHarritO » 23 Set 2014, 14:36

http://globoesporte.globo.com/futebol/t ... cedor.html

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Após o episódio envolvendo o goleiro Aranha, do Santos, e a torcedora Patrícia Moreira, do Grêmio, em partida realizada em Porto Alegre no dia 28 de agosto, uma nova polêmica surge no mundo do futebol envolvendo injúria racial. Desta vez, foi um torcedor que ofendeu o zagueiro Gil, do Corinthians, em uma foto que o jogador postou há um mês em uma rede social.

- Macaco de m....- escreveu o torcedor.

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Gil esteve envolvido em uma polêmica com o volante são-paulino Souza após o Majestoso realizado no último domingo. O defensor começou ao responder para o atacante Alexandre Pato que, antes da partida, havia postado uma foto de sua equipe e desejado boa sorte para os companheiros.

- Chupa, Pato. Aqui é Corinthians, mano.

Souza, na sequência, defendeu o camisa 11 do Tricolor.

- Não se esqueça, Gil, que ainda estão a dois pontos da gente... relaxa e respeita o moleque, ele não falou nada contigo... parece torcedor.

Na sequência, o beque do Timão pediu desculpas.

- Grande vitória a de hoje contra um grande rival. Todos de parabéns! E desculpa se alguém se sentiu ofendido com a brincadeira que fiz aqui com o Alexandre Pato. Fomos companheiros de clube e de maneira alguma quis desrespeitar alguém ou o clube. O futebol também vive de brincadeiras, mas muitos não olham dessa maneira. Vai, Corinthians!

Procurado pela reportagem, o zagueiro Gil não quis se manifestar. Mas a assessoria de imprensa do jogador informou que o jogador estuda acionar seus advogados para processar o torcedor que o ofendeu. Depois da polêmica com Pato, ele recebeu muitos xingamentos no Instagram.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Giovani Chambón » 23 Set 2014, 15:46

Ao ele mandar "chupar", não foi homofobia ou nenhum tipo de ofensa? Sei lá, são tantas que nem sei mais rs
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Chad' » 23 Set 2014, 20:54

A questão principal é: porque raios punir o time por algo que a torcida fez e depois apoiou?

É a mesma coisa que punir uma empresa, porque o cara que trabalha no almoxarifado jogou chiclete na calçada.

Mas eu repito: se fosse a torcida do São Paulo que tivesse feito isso, teria a mesma repercussão?

Pega esse caso do Gil pra ter uma ideia do que eu estou falando.

E antes que pensem algo: não, não sou a favor ou apoio o racismo.

Mas não dá pra combater o racismo com mais racismo.

É certo que os negros sofreram e muito com a exploração, mas vai ficar dando privilégio por mais quantos anos? Isso é dívida a ser sanada?

Igualem ambos e ponto. Ou melhor: chama alguém de branquelo e vai ver se tem a mesma repercussão.

E o tópico tá andando em círculos igual ao do sexismo...
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Antonio Felipe » 23 Set 2014, 21:25

Para se atingir uma igualdade, você tem que tratar os desiguais de uma forma desigual. Isso se chama equidade.
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Chad' » 23 Set 2014, 21:31

E isso vai até quando?

Até o ponto que comecem a ter genocídios vindos de alguém?

Porque não existe um prazo certo pra que essa "dívida" acabe... e vai sempre se arrastando, e os brancos ficam putos, e causam o racismo, e isso dá audiência..
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Re: Racismo no futebol e em outros esportes

Mensagem por Giovani Chambón » 23 Set 2014, 23:00

Que conversinha fiada, ou é igual ou é diferente.
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