O elenco é perfeitamente funcional. Ainda prefiro o Clark / Superman do Christopher Reevee, bem como o Lex do Kevin Spacey. Contudo, David Corenswet e Nicholas Hoult mandaram muito bem em seus respectivos papéis!
Quanto aos demais, todos se superaram, incluindo a Rachel Brosnahan como Lois Lane. Já é a minha versão favorita da personagem. Muito talvez pela questão de que, atualmente, os pares românicos dos heróis não estejam mais limitadas somente a serem "donzelas em perigo". Ainda acho extremamente importante manter este "núcleo de salvamento" da mulher frágil nas histórias, desde que tenha um certo equilíbrio. Tanto que, uma das minhas principais críticas à trilogia de Sam Raimi do Homem-Aranha (a qual ainda é a minha saga favorita de heróis) é o quanto a Mary Jane não evolui, praticamente, em nada nas histórias.
Milly Alcock como Kara Danvers / Supergirl também caiu como uma luva! O pouco que ela apareceu já elevou a moral da personagem pra mim, depois daquela série fraquinha da DC.
E o que falar do Krypto? Sensacional! Sei que, nos quadrinhos, especialmente na Era de Prata, ele está longe de ser um cachorrinho estabanado. Mas compreendo a proposta do James Gunn neste filme, sobretudo em relação ao final do filme, quando a "inteligência supera a força". Foi uma sacada genial!
É incrível como este diretor consegue trabalhar perfeitamente bem com animais heróis, vide o Rocket Raccoon. Aliás, me deu até uma certa nostalgia do desenho do Supercão que passava no SBT. Pra mim, o Krypto é um dos pontos altos do filme, ainda mais que eu sou fascinado por animais, especialmente cachorros.
Outros que mandaram bem à beça é o Nathan Fillion como Guy Gardner / Lanterna Verde e o Edi Gathegi como o Mr. Terrific (Senhor Incrível). Ambos estão fiéis aos quadrinhos, e aquela cena do Mr. Terrific protegendo a Lois Lane e, ao mesmo tempo, lutando com a tropa do Lex é o "puro suco" do James Gunn.
Uma que eu ainda não "processei" direito, se é que dá para dizer desta forma, é a Kendra Saunders / Mulher-Gavião. Sei lá... Ainda prefiro a versão da Shayera Hol do desenho da "Liga da Justiça". Metamorfo está ok no filme.
E, pra aqueles que acham forçado o plot do Jimmy Olsen, bastam ver como ele é retratado nos quadrinhos. O cara, realmente, atrai qualquer mulher.
Mas, sim, confesso também que achei forçado o lance de como eles descobriram os planos do Lex através de selfies. Seria muito mais viável que o Planeta Diário tivesse agido ao lado do Mr. Terrific, por exemplo, através de hackeamentos dos sistemas da LuthorCorp (algo que, inclusive, foi explorado nos universos compactos).
Agora, uma das coisas que achei meio esquisita é a mensagem verdadeira dos pais do Superman. Entendo que há retcons onde Jor-El, por exemplo, chega a ser um vilão. Mas, pra quem cresceu assistindo aos filmes clássicos, contendo a famosa frase "o filho se torna o pai, e o pai se torna o filho", além de todo aquele lance do "S" ser o símbolo da "esperança", acaba sendo pego de surpresa com a mudança de narrativa proposta por James Gunn.
Todavia, compreendo também que o objetivo final é para fortalecer os laços entre os pais adotivos e o Clark. E isso ficou muito bom no filme!
Mas ainda espero que, nos próximos filmes, seja revelado que a mensagem do Jor-El foi um erro de interpretação, talvez até mesmo uma versão modificada criada por Brainiac, por exemplo. E isso não vai atrapalhar em nada naquilo que já foi desenvolvido com os pais adotivos do Clark.
E, falando de futuras sequências, é evidente que o Ultraman retornará como Bizarro. É aquilo... Em ficção, se a gente não vê um personagem morrer, ele certamente voltará. E, quem sabe, a Engenheira também possa aparecer novamente? Gostei da personagem (não conhecia) e a atriz mandou bem também.
Sobre a dublagem, pensei que sentiria falta do Guilherme Briggs, mas o Diego Lima executou brilhantemente o seu papel. E os demais dubladores estão muito bons também.
Ah, esqueci de comentar sobre as similaridades com as questões políticas de Israel. Porém, acho que foi mais uma questão de adaptação daquilo que estamos vivenciando na atualidade. Pois, nos quadrinhos, desde a década de 30 e 40, durante a Segunda Guerra Mundial, o Superman já interferia nas guerras entre nações.