Economia

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 20 Out 2011, 11:14

BC faz novo corte nos juros e taxa Selic cai para 11,5% ao ano

Copom reafirma estratégia adotada em agosto para estimular o crescimento econômico e atenuar os efeitos da crise mundial no Brasil

http://economia.ig.com.br/bc-faz-novo-c ... 83738.html

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 20 Out 2011, 15:48

O GLOBO

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 20 Out 2011, 16:57

Talvez se tenha percebido que a inflação já não é o maior problema do Brasil... mas duvido muito que um tipo como presidente de Banco Central erre quanto a políticas padrões como esta. Os caras que decidem essa taxa são muito inteligentes e sabem muito bem o que estão querendo fazer.

Há dois ponto opostos: aumentar ou diminuir. Pode se errar quando fazer para um lado mais ou menos, mas não pode errar quanto a escolher aumentar ou diminuir, porque os resultados disso são bem diferentes.

É claro que sempre que altera para menos a taxa, prejudica-se uma parte importante do mundo dos negócios: os banqueiros e os capitalistas e investidores financeiros. É essa gente que sempre reclama e tanta nos assustar com o fantasma da inflação. Esses são parasitas que sugam riqueza criada no setor produtivo.

Por outro lado, a taxa mais baixa favorece a geração de emprego, pois o dinheiro fica mais barato para os capitalistas produtivos, aqueles empresários a moda antiga que investem em produção, fábricas, industrias, etc; os que geram o crescimento econômico.

É preciso tomar cuidado no diagnóstico da inflação para não cair no jogo dos parasitas do mercado, que sempre vão falar em favor de uma taxa de juros mais alta. Grande parte de nossa inflação vem do fato de que os alimentos são cotados em bolsa como se fossem qualquer mercadoria, cortesia neoliberal. Deste modo, o custo de vida fica a merce dos humores do mercado e a economia fica refém dos especuladores. Esses dias um só investidor comprou de uma vez 7% da soja do mundo e estocou. Isso vai alterar a oferta e fazer os preços dispararem. Depois ele vai vender o que comprou a preço alto... a soja é a base da alimentação dos animais de pecuárias e de diversos produtos básicos... vejam o poder destes senhores...

A isso aí os especialistas chamam de inflação de commodities. Não há taxa de juros que vá resolver isso.

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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 27 Out 2011, 09:58

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 27 Out 2011, 10:59

O movimento e as leis de acumulação e concentração de capital já estão descritas n'O Capital de Karl Marx desde 1867 e brilhantemente demonstrados na obra de Lenin "Imperialismo: fase superior do capitalismo" em 1916. Recomendo a leitura, lá tem as tabelas, os dados, os números e tudo mais. Aviso: são obras sérias, não há juízos de valor, não há demonizações, não há culpados. É a analise da formação econômica e desenvolvimento do capitalismo.

Fora do marxismo é difícil encontrar alguma coisa sobre o tema que ultrapasse a mera "eficiência e maestria dos empresários brilhantes que conduziram estas empresas".

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 07 Nov 2011, 19:01

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/ ... pecialista

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O que segue abaixo é o depoimento de um especialista em finanças que já serviu de fonte de informação para centenas de reportagens sobre a bolsa.

Sob a condição de não ter seu nome publicado, ele fez uma análise bastante sincera sobre a chance de as pessoas físicas ganharem dinheiro no mercado acionário e os motivos para a fuga de 38.000 investidores da bolsa nos últimos 12 meses - tema da reportagem de capa da edição de EXAME que está nas bancas. Seguem abaixo os principais trechos da conversa:

A bolsa não é para pessoas físicas. A maioria dos pequenos investidores não tem tempo nem conhecimentos técnicos para selecionar as melhores ações e montar uma carteira vencedora com o gerenciamento de risco adequado".

"Quem não acompanha o mercado acaba fazendo um investimento passivo em ações, colocando dinheiro em um fundo que segue um índice como o Ibovespa. Isso não seria nenhum problema se a bolsa não permitisse que tantas empresas com problemas de governança fizessem parte do principal termômetro do pregão paulista.

Pegue o caso da Petrobras, que responde por 13% do índice. A empresa fez a capitalização no ano passado, em uma operação que foi bastante interessante para o governo, mas gerou prejuízo para os acionistas minoritários. O mercado ainda não esqueceu a forma como o controlador da empresa conduziu todo o processo, principalmente em relação ao preço estabelecido para a compra dos direitos de explorar 5 bilhões de barris de petróleo no pré-sal.

O problema é que em cinco anos o governo terá o direito de rever o valor já pago pela estatal, dependendo do resultado que a Petrobras tiver na exploração desses barris. É lógico que os resultados podem ser muito bons, mas outro dia eu conversei com um gestor de um fundo de investimentos e adivinhe qual é seu maior temor em relação à empresa ? Que o governo se aproveite para novamente drenar os recursos da Petrobras. É isso que hoje afasta investidores de todo o mundo das ações da estatal.

Outro exemplo é o das companhias do bilionário Eike Batista, que hoje têm um peso somado de 8% do Ibovespa. A MMX, a LLX e a OGX são pré-operacionais e ainda não geram receitas relevantes [nota de EXAME.com : na verdade, a MMX já é operacional, mas ainda deve fazer pesados investimentos pela frente]. Não sei avaliar se essas companhias vão ser bem-sucedidas ou não. O problema é que, quando uma empresa entra no Ibovespa, muitos fundos de pensão e outros vão ter de colocar essas ações na carteira porque, por estatuto, seguem o indicador. Não acho que pessoas que estão poupando para se aposentar deveriam necessariamente correr esse risco.

Os problemas de governança das empresas do índice vão além. Temos também a Hypermarcas. Em poucos meses, as ações da empresa despencaram de 29 para 9 reais. Quando estavam no pico, muitos analistas recomendavam a compra dos papéis com a justificativa de que a empresa estava colocando em prática uma estratégia bem-sucedida de aquisições. Hoje em dia, fica claro que ninguém sabia exatamente o que essa empresa comprou.

A decisão da BM&FBovespa de privilegiar a liquidez na hora de decidir quais papéis farão ou não parte do principal índice de ações brasileiro também permitiu que a Brasil Ecodiesel entrasse no Ibovespa. Essa companhia chegou ao mercado com a promessa de se tornar líder em biodiesel no Brasil. Poucos anos depois, a empresa mudou de nome para Vanguarda e nem produz mais combustíveis renováveis. Virou uma empresa de agronegócio. O investidor que comprou o papel na oferta pública por 12 reais hoje tem uma ação que vale centavos.

Temos ainda as empresas do grupo Oi, que está no meio de um processo de reestruturação societária bastante criticado pelos minoritários.

Não vejo problemas de governança em Vale e nas siderúrgicas, mas as expectativas do mercado para essas empresas, que respondem por 21% do Ibovespa, não são muito boas. Os investidores acreditam que o preço do minério de ferro deverá recuar nos próximos anos. Então não tem como o Ibovespa se valorizar muito num cenário como esse.

O que sobra então dentro do índice ? As ações dos grandes bancos e algumas outras exceções. Não sei se somente esses papéis conseguiriam levar o índice como um todo para cima num cenário como o atual.

Eu acho que a BM&FBovespa deveria fixar critérios que fossem bem além da liquidez ao avaliar a composição da carteira do Ibovespa. Deveria ser algo parecido com o índice Dow Jones, em que as empresas da carteira são escolhidas a dedo. Ou então um índice mais amplo, como o S&P 500, que engloba as 500 maiores empresas com ações negociadas em Nova York.

Pessoalmente eu acredito que há empresas baratas na bolsa e que comprar ações aos pouquinhos em momentos de fortes quedas pode ser bastante lucrativo. Da mesma forma que a bolsa está em uma maré de baixa hoje, certamente virão tempos melhores em um algum momento no futuro. O problema é que, do jeito que as coisas estão hoje, não sei se as pessoas físicas conseguirão pôr em prática uma estratégia que lhes permitirá colher lucros quando a recuperação vier.”
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Re: Economia

Mensagem por E.R » 11 Nov 2011, 18:34

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 15 Nov 2011, 13:07

Fernando Brito: O poder tecnocrático resolve a crise?

A crise europeia faz mais que abalar a economia de seus países.

Abala os fundamentos da democracia.

Dois governos foram derrubados e não se pode dizer que o foram livremente por seus parlamentos. Aconteceu sob a pressão dos mercados, que não a votos, mas a juros, exigiram suas cabeças – no caso do grego Georges Papandreou, pela heresia do referendo, e no de Sílvio Berlusconi, pela renúncia “demorada demais”.

Mas a intervenção não parou aí.

Os novos governantes não foram (ou serão, no caso da Itália) escolhidos pelos parlamentos.

O recém-empossado primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, é um físico formado nos Estados Unidos, que foi vice-presidente do Banco Central Europeu até o ano passado e até agora lecionava em Harvard.

O provável (se é que hoje se pode dizer que algo é provável na Europa) novo primeiro-ministro italiano é Mario Monti, nomeado senador vitalício ontem para preencher os requisitos para o cargo. Tem a mesma origem de Papademos, era comissário da União Europeia.

À parte seus méritos e qualificações pessoais, são dois tecnocratas, ao contrário de Papandreou e Berlusconi que, com erros e acertos, eram figuras da vida social de seus países.

A crise consagrou soluções tecnocráticas e mais preocupadas em satisfazer os mercados “fora” do que a população de seus países.

Se ambos fossem assumir e tocar nos problemas econômicos com varinhas de condão, fazendo-os desaparecer, muito bem.

O problema é que os dois terão de impor uma profunda recessão aos países que dirigirão.

A Europa não apenas está em crise, mas está se tornando um mar de ressentimentos.

Se eles pudessem se dissolver com a recuperação econômica, bem. Mas não haverá recuperação econômica nem no curto, nem no médio prazos.

Em 2008, os governos eram a saída para as crises. Em 2011, a crise faz saírem os governos.

http://www.viomundo.com.br/politica/fer ... crise.html

Como se sabe, Karl Marx foi correspondente de vários jornais, inclusive americanos de grande peso em seu tempo. Aqui a faceta jornalistica do Marx, para quem se interessar:

"O mínimo que se pode dizer do governo de coalizão (“técnico”) é que ele representa a impotência do poder (político) em um momento de transição” (Marx)
Grécia, Itália e os sagazes sarcasmos de Marx sobre os “governos técnicos”

Se retornasse ao debate jornalístico, analisando o caráter cíclico e estrutural das crises capitalistas, Marx seria lido com particular interesse na Grécia e na Itália por um motivo especial: a reaparição do “governo técnico”. Para ele, o mínimo que se pode dizer desse tipo de governo é que representa a impotência do poder político em um momento de transição. Os governos já não discutem as diretrizes econômicas, mas, ao contrário, elas é que são as parteiras dos governos. O artigo é de Marcello Musto.

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18956
"A história não se repete. Mas rima" (Mark Twain)

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 19 Nov 2011, 23:11

Que não haja democracia no socialismo real praticado no século XX a gente justifica dizendo que esse é um valor burguês, basilar do sistema capitalista. Mas e quando o próprio sistema capitalista força a antidemocracia?

Goldman Sachs: como criar uma crise e governar o mundo

Muitos dos homens que fabricaram o desastre foram chamados agora para tomar as rédeas de postos chaves e com a missão de reparar, ao custo do bem estar da população, as consequências dos calotes que eles mesmos produziram. O banco de investimentos Goldman Sachs conseguiu uma façanha pouco frequente na história política mundial: colocar os seus homens na direção dos governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do BC Europeu, Mario Monti, presidente do Conselho Italiano, Lukas Papademos, o novo primeiro ministro grego, todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs. O artigo é de Eduardo Febbro.
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A história poderia satisfazer a todas as expectativas dos adeptos das teorias da conspiração: onde está o poder mundial? A resposta cabe num nome e num lugar: na sede do banco de investimentos Goldman Sachs. O banco estadunidense conseguiu uma façanha pouco frequente na história política mundial: colocar os seus homens na direção dos governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu, Mario Monti, o presidente do Conselho Italiano que substituiu a Silvio Berlusconi, Lukas Papademos, o novo primeiro ministro grego, todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs.

Desses três responsáveis, dois, Monti e Papademos, formam o anexo avançado da política pela tecnocracia econômica, pertencem à rede que o Goldman Sachs teceu no Velho Continente e, em graus diversos, participaram nas mais truculentas operações ilícitas orquestradas pela instituição estadunidense. Além do mais, não são os únicos. Pode-se também mencionar Petros Christodoulos, hoje à frente do organismo que administra a dívida pública grega e que no passado recente foi presidente do Banco Nacional da Grécia, a quem o Goldman Sachs vendeu o produto financeiro hoje conhecido como “swap” e com o qual as autoridades gregas e o Goldman Sachs orquestraram a maquiagem das contas gregas.

O dragão que protege os interesses de Wall Street conta com homens chave nos postos mais decisivos, e não só na Europa. Henry Paulson, ex presidente do Goldman Sachs, foi em seguida nomeado Secretário do Tesouro estadunidense, ao passo que William C. Dudley, outro alto funcionário do Goldman Sachs, é o atual presidente do Federal Reserve de Nova York. Mas o caso dos responsáveis europeus é mais paradigmático. A palma de ouro quem leva é Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu, que foi vice presidente do Goldmann Sachs para a Europa entre os anos 2002 e 2005.

Neste posto, Draghi teve um desempenho mais do que ambíguo. O título de seu cargo era “empresas e dívidas soberanas”. Precisamente nesse cargo Draghi teve como missão vender o produto incendiário “swap”. Este instrumento financeiro é um elemento determinante no ocultamento das dívidas soberanas, quer dizer, na maquiagem das contas gregas. Esse engodo foi a astúcia que permitiu que a Grécia se qualificasse para fazer parte da zona do euro. Tecnicamente e com o Goldmann Sachs como operador, tratou-se de então de transformar a dívida externa da Grécia numa dívida em euros. Com isso, a dívida grega desapareceu dos balanços negativos e o Goldmann Sachs ganhou uma vultuosa comissão.

Depois, em 2006, o banco vendeu parte desse pacote de swaps ao principal banco comercial do país, o Banco Nacional da Grécia, dirigido por outro homem do Goldmann Sachs, Petros Christodoulos, ex trader do Goldmann Sachs e...atualmente diretor do organismo de gestão da dívida da Grécia, que o mesmo e os já mencionados contribuíram para primeiro mascarar e depois, incrementar. Mario Draghi tem um histórico pesado. O ex presidente da República italiana Francesco Cossiga acusou Draghi de ter favorecido o Goldmann Sachs em contratos importantes, quando Draghi era diretor do Tesouro e a Itália estava em pleno processo privatizador.

O certo é que o agora presidente do Banco Central Europeu aparece massivamente indicado como o grande vendedor de swaps em toda a Europa.

Nesse entrevero de falsificações surge o chefe do executivo grego, Lukas Papademos. O primeiro ministro foi governador do Banco Central grego entre 1994 e 2002. Esse é precisamente o período em que o Sachs foi cúmplice de ocultamento da realidade econômica grega e, enquanto responsável pela entidade bancária nacional, Papademos não podia ignorar o engodo que estava montando. As datas em que o cargo coincidem com a operação da montagem. Na lista de notáveis Mario Monti o segue. O atual presidente do Conselho Italiano foi conselheiro internacional do Goldmann Sachs desde 2005.

Em resumo, muitos dos homens que fabricaram o desastre foram chamados agora para tomar as rédeas de postos chaves e com a missão de reparar, ao custo do bem estar da população, as consequências dos calotes que eles mesmos produziram. Não cabe dúvida de que existe o que os analistas chamam de “um governo Sachs europeu”.

O português Antonio Borges dirigiu até há pouco – acaba de renunciar – o Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional. Até 2008, Antonio Borges foi vice presidente do Goldmann Sachs. O desaparecido Karel Van Miert – Bélgica – foi Comissário Europeu da Competição e também um quadro do Goldmann Sachs. O alemão Ottmar Issing foi sucessivamente presidente do Bundesbank europeu, conselheiro internacional do Sachs e membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu. Peter O’Neill é outro homem do esquema: presidente do Goldmann Sachs Asset Management, O’Neill, apelidado de “o guru” do Goldmann Sachs, é o inventor do conceito de BRICS, o grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O’Neill é acompanhado por outro peso pesado, Peter Sutherland, ex presidente do Goldmann Sachs Internacional, membro da seção “Europa” da Comissão Trilateral – o mesmo que Lukas Papademos – ex integrante da Comissão de Competição na União Europeia, Procurador Geral da Irlanda e mediador influente no plano que culminou com o resgate da Irlanda.

Alessio Rastani tem toda razão. Este personagem que se apresentou perante o BC como um trader disse há algumas semanas: “os políticos não governam o mundo. O Goldmann Sachs governa o mundo”. Sua história é exemplar, de jogo duplo, como as das personalidades e carreiras dos braços mundiais do Goldmann Sachs. Alessio Rastani disse que ele era um trader londrino, mas que depois se descobriu que trader não era e poderia ser parte do Yes Men, um grupo de ativistas que, através da caricatura e da infiltração na mídia, denunciam o liberalismo.

Entrará para as páginas da história mundial da impunidade a figura desses personagens. Empregados por uma firma estadunidense, eles orquestraram um dos maiores calotes já conhecidos, cujas consequências hoje estão sendo pagas. Foram premiados com o timão da crise que eles produziram.

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18998



Há muito já se sabe que o capitalismo se tornou tão pouco democrático quanto liberal. É no mínimo interessante e curioso que este sistema esteja minando as suas próprias bases de valores, mas não é em si um mistério.

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 20 Nov 2011, 01:00

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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 20 Nov 2011, 16:00

Historicamente, parece haver uma relação entre crescimento e inflação. Se o Estado toma as rédeas, prioriza a política fiscal e lidera os investimentos [um estado desenvolvimentista, keynesiano], o emprego, o produto e a renda aumentam, mas a inflação e o déficit podem vir como contrapartida. Assim, o sistema força, através da inflação, uma espécie reequilíbrio na distribuição dos valores reais.

Se o Estado fica só nível da política monetária, brincando com taxas de juros, o crescimento será comprometido, bem como a geração de emprego e renda. O desemprego tende a se acentuar como custo de controle da inflação.

Agora vem as influências externas. E se no cenário atual de crise tivermos baixo crescimento, desemprego e alta inflação? Esse é o cenário histórico de muitas crises do capitalismo. Como é que sai? Se a base de financiamento do Estado é o capital financeiro especulativo que entra através do investimento nos títulos do governo, é de imaginar que a taxa de juros não deverá cair demais. Isso pois a economia Brasileira não é tão forte assim. O produto gerado aqui é muito pouco nosso e o nível de poupança interno é bem baixo, o que impossibilita que cresçamos com uma base de acumulação interna; impossibilita que o excedente não saia do país.

Então, como é que faz? Como é que se paga uma dívida quase tão grande quanto o PIB? Como é que se foge de ter de pagar 45% do PIB em juros e encargos da dívida? Como é que gera emprego, renda e crescimento se não temos base de acumulação interna?

Pode esperar, essa crise vai arrebentar a nossa economia nos próximos tempos, justamente porque o aparato nacional que poderia impulsionar um crescimento com bases internas foi sistematicamente desmontado em prol da nossa inserção no ciclo de acumulação internacional de capital.

Vejam quem são os grandes ricos e as grandes empresas do Brasil e de onde vêm sua riqueza: se da produção material de riqueza, que gera emprego e renda, ou se dá especulação com capitais de curto prazo.

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Re: Economia

Mensagem por E.R » 25 Nov 2011, 10:18

http://economia.uol.com.br/cotacoes/ult ... tubro.jhtm

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O dólar subiu quase 2% e fechou perto de R$ 1,90 nesta quinta-feira (24), aumentando a expectativa no mercado por novas intervenções do Banco Central (BC) em meio à piora da crise na zona do euro.

A moeda norte-americana fechou com alta de 1,74%, a R$ 1,892 na venda. É o maior valor de fechamento desde 3 de outubro, quando fechou no mesmo patamar.

Só nesta semana, o dólar já avançou 6,12%. Em novembro, a alta acumulada é de 11,13% e no ano, de 13,57%.

Apesar do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que reduziu o volume do mercado em todo o mundo, continuou a imperar a preocupação com a crise da dívida da zona do euro.

A piora no exterior aumenta a aversão a risco, com impacto direto sobre o real e as commodities, principal componente da pauta de exportações do Brasil.

A volta do dólar ao patamar de R$ 1,90 esquentou a expectativa por novas atuações do Banco Central (BC), que ainda não interveio no mercado em novembro.

Operadores ouvidos pela Reuters listaram como possíveis ações a realização de leilões de swap cambial, a venda de dólares no mercado à vista ou a oferta de linhas de crédito em dólar.

Em agosto, porém, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, disse que a atuação do banco se pautava pelo fluxo, o que indica que a venda de dólares no mercado só ocorreria caso houvesse uma saída repentina de moeda.

Os dados mais recentes de fluxo cambial, porém, até o momento mostram uma situação equilibrada no câmbio, com entrada de US$ 1,207 bilhão no mês até dia 18.

O principal índice das ações europeias fechou em queda pelo sexto pregão consecutivo, em meio a um menor volume de negócios, depois que a chanceler alemã, Angela Merkel, reafirmou sua posição contra modificar o papel do Banco Central Europeu (BC) para amenizar a crise de dívida na zona do euro.

O leilão de títulos de dívida da Alemanha na quarta-feira teve o pior resultado desde a introdução do euro, produzindo receios sobre o preço que Berlim pode ter de pagar como credora de uma região sacodida pela crise, que já derrubou governos nos países mais afetados.

Também, dados fracos da Europa e dos Estados Unidos (em crise política entre republicanos e democratas) alimentaram temores sobre a possibilidade de uma recessão global.
--

Curto prazo :[/color]

- Inflação aumentando (preço dos alimentos em dezembro deve subir e no primeiro trimestre de 2012 terá o aumento do salário mínimo).

- Possível queda da taxa de juros (governo estimulando consumo interno, para compensar eventuais perdas no mercado externo, já que Europa e Estados Unidos estão em crise).

- Aumento do dólar (com crise do euro, investidores dão preferência ao dólar).
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Re: Economia

Mensagem por Scopel » 25 Nov 2011, 12:19

Engraçado é nenhum economista ou país discute mais temas como desenvolvimento econômico, planejamento, industrialização, modernização, pesquisa e desenvolvimento, etc. Agora só se fala em taxa de juros, taxa de câmbio, inflação, etc. Será que são apenas vândalos aqueles que se revoltam com o sistema financeiro e vão às ruas em Wall Street? Vocês viram o orçamento da União que eu postei.

Deixemos a realidade falar por si, não os preconceitos. O nosso inimigo é comum.

_________________________

Austeridade é "o caminho"

Greve geral alarga fosso entre Governo e sindicatos


O Governo “compreende a frustração dos portugueses” perante uma política de austeridade que “é penalizadora”, mas não admite qualquer inversão de rumo. Foi esta a posição assumida pelo ministro dos Assuntos Parlamentares no rescaldo da greve geral de quinta-feira. Ouvido pela RTP, Miguel Relvas vincou que, para o Executivo do PSD e do CDS-PP, “não há alternativa” a uma correção do “rumo que Portugal seguiu ao longo dos últimos anos”. CGTP e UGT discordam. Finda a paralisação, as centrais sindicais exigem que “o Governo mude o comportamento”.

http://www.rtp.pt/noticias/?t=Greve-ger ... ut=10&tm=9
E o povo pagando a conta.

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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 06 Dez 2011, 09:37

Bons vídeos que derrubam aquelas bobagens ditas pelos atores da Globo sobre Belo Monte:





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Re: Economia

Mensagem por Antonio Felipe » 10 Dez 2011, 13:56

O GLOBO

O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, disse nesta sexta-feira que o governo vai adotar medidas em setores estratégicos para elevar o conteúdo nacional dos produtos, a exemplo do que aconteceu no setor automotivo e de tecnologia.

O ministro não deu os detalhes, mas disse que a presidente Dilma Roussef já determinou o aumento de peças nacionais em produtos fabricados no Brasil para barrar a concorrência com os importados.

- Toda estratégia do governo tem sido nesse sentido de exigir conteúdo nacional para todas as cadeias estratégicas. Começamos a fazer no setor automotivo e vamos aprofundar as exigências do plano de produção básica. A presidente Dilma tem a determinação de aumentar o conteúdo local das indústrias estrangeiras que entram no país – disse Mercadante, ao participar de um evento na Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abimee).

A medida envolve entendimentos no âmbito do Mercosul que prevê uma Zona de Livre Comércio entre os países. Neste ano, em outubro, o governo elevou o Imposto de Importação de Produtos Industrializados (IPI) pata as montadoras que não tem pelo menos 65% de peças fabricadas no Brasil.

Mercadante afirmou ainda que o percentual de 65% de pelas de conteúdo nacional para os carros ainda é baixo. Segundo ele, o Brasil tem espaço para elevar esse índice de lembrou que na China, por exemplo, essa exigência é de 90%.

- Os 65% do conteúdo que propusemos para as peças nacionais de carros estão aquém do limite imposto pelo Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio).
O ministro afirmou aos empresários que a crise internacional abre ‘brechas’ para importação predatória de produtos já que o Brasil é um grande mercado de consumo. Ele disse que o governo não vai aceitar a prática de dumping e que usará todos os instrumentos previstos nas regras de comércio internacional para proteger a indústria brasileira.

Ele lembrou que o Brasil não lidera a lista de países protecionistas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Em Tecnologia da Informação, o ministro lembrou que seis empresas já estão produzindo no Brasil com exigências de terem componentes nacionais em seus produtos.
Administrador desde 2010, no meio CH desde 2003.

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