A problemática de CH como lost media e como grupo de fãs interessados é MUITO extensa.
Quando se pensa em caçar um arquivo perdido, a noção básica é: X está faltando -> busca-se X de um jeito, e outro, e outro -> X é encontrado por algum desses caminhos.
Foi assim com uma das losts mais interessantes e que demorou 17 ANOS pra aparecer, a famosa "música mais misteriosa do mundo". Um cara gravou uma canção amadora da rádio nos anos 80, sem título, nome de compositor, nada. Até que com o esforço de uma vida, o impossível aconteceu. Acharam um dos caras que tocou aquilo.
"Ain, porque mídia estrangeira tem público mesmo". Não. Era uma música alemã. Quase ninguém fala aquela budega. Sabe por que o interesse não esfriou em quase duas décadas? Porque o objetivo era claro. Era aquele som ali. Cristalino.
Do jeito que no Brasil teve um puta movimento pra achar aquele programa específico do Gilberto Barros sobre Yu-Gi-Oh e que também durou anos. Vai dizer que brasileiro não sabe se reunir? Ou que Yu-Gi-Oh é mais forte na nossa cultura que Chaves?
O problema de CH é que o primeiro passo pra atrair atenção é justamente o que afasta o povo. "X está faltando". O que está faltando? Eu já vi esse episódio no SBT. Mas qual versão? Aquela é comum. Mas com essa dublagem? Não em tal canal.
Isso é um saco. É um problema estrutural que vai desde o SBT que fez distinção do que comprou, passando pela Televisa que embaralhou o que vendeu, até o próprio Roberto que, vamos ser fracos, cagou a obra dele na reciclagem de roteiro. E outra: os fãs também são um saco. Um porre. A linguagem é tão técnica que quem tá de fora é leigo, burro, SBTista. Olha o nível do nosso elitismo.
Claro que calhou da grande massa assimilar que os "episódios perdidos" já foram exibidos. Que são aqueles com roupa e cenário diferentes que voltaram à programação, e que isso é tudo. Enquanto em um modelo arcaico de fórum de internet estão menos de cinquenta fãs ativos, que realmente sabem o que falta, mas que não podem fazer nada sem adesão popular.
É uma falha estrutural tão pesada e tão difícil de remover que um dos produtos brasileiros mais amados e mais esburacados... Parece que não tem buraco nenhum. É bizarro.
Outro ponto que afastou CH do foco dos caçadores de lost é que o conteúdo que se quer não tá mais no solo dos maiores interessados. Tá em outros países, onde também tem fãs, mas não existe comunidade. São todos pulverizados pela latinoamérica, alheios, incomunicáveis.
O conhecimento que temos aqui não chegou até eles. Não há uma ponte, um laço, um grupo de atração único pra se compartilhar o que sabe. Muito episódio raro pode estar em coleções sendo tratado como comum. Não venha me dizer que basta chegar no Fórum Chaves e aprender português, porque isso é outro elitismo do carai.
Vou ser bem franco. O que a fanbase precisa pra prosperar é:
1) ACABAR com as terminologias brasileiras. Chega de semelhante, perdido nacional, inédito, escambau. Já ponderei isso em outro tópico.
viewtopic.php?f=145&t=20364
Chega. Isso não faz sentido nenhum. Só vai eternamente cansar a vida dos fãs que já existem, espantar novos e criar incompatibilidade com os hispanohablantes.
O pacote foi unificado pela Televisão em 2025. Então pronto. A partir de hoje, só existem COMUNS e PERDIDOS.
Assim todo mundo sabe exatamente o que TEM e o que FALTA.
2) Expandir o Fórum Chaves para o resto da América. Vai dar trabalho, mas é necessário que seja feito.
Tem que haver uma central. Um núcleo onde tudo que se sabe está reunido e que seja constantemente alimentado com as informações que forem chegando e os resultados de pesquisas, caçadas, tentativas e erros.
Se não me engano, no caso da música misteriosa, o núcleo era um subreddit.
"Ah, mas o fórum não já é isso?" Não. O fórum, além de ser uma panelinha brazuca, tem muitas distrações. Exibições atuais, notícias gerais de atores, dubladores, produtos licenciados... Sem contar os off-topics (televisão, esportes, Segundo Pátio).
É preciso um lugar novo, com interface atual, tradução automática para favorecer qualquer participante, e aquela velha coisinha que sempre faltou... Objetivo claro.
Tenho uma ideia do que poder ser, mas o texto já tá gigante. Ou vão fazer piada com o tamanho dele, ou vão entrar naquele discurso derrotista de "é complicado e não dá certo".