Por mais sete dias apenas, milhões de assinantes de TV paga no Brasil perderão três canais dedicados ao público infantojuvenil, e mais um com foco na natureza.
Para usar a linguagem eufemística das grandes corporações, o Grupo Disney vai "descontinuar" da TV paga a distribuição do Disney Jr. e Disney XD.
Também eliminará os canais NatGeo Wild e NatGeo Kids.
Parte do conteúdo dos dois primeiros canais — mais uma parte do NatGeo Kids — migrarão para o Disney Channel, o único infanto juvenil do grupo que permanecerá no "menu" das operadoras (por enquanto).
Já o NatGeo Wild terá um "bloco" dentro do NatGeo (até quando, também não se sabe).
O que antes era especulação do mercado se tornou realidade : a estratégia de mega conglomerados como Disney (e Globo) é distribuir seu próprio conteúdo nas suas próprias plataformas (de streaming), sem precisar de nenhuma operadora "atravessando" o negócio.
Esse (operadoras distribuindo conteúdo) foi o modelo mundial até o advento e popularização do streaming.
É verdade que as operadoras ainda continuarão faturando bilhões com o consumo de internet (e em breve o 5G). Mas, agora, o produtor de conteúdo pode levar seu acervo diretamente à casa do consumidor.
A Walt Disney Company registrou lucro líquido de US$ 1,41 bilhão no terceiro trimestre fiscal de 2022, alta de 52,8% ante o lucro registrado no mesmo período do ano anterior.
O segmento de parques alcançou receita de US$ 7,39 bilhões no trimestre findo em julho, salto de 70% no comparativo anual.
O diretor-presidente da companhia, Bob Chapek, afirma que o trimestre foi excelente, com maior número de assinantes e audiência de esportes ao vivo.
O Disney+ registrou 14,4 milhões de novos assinantes no período. Com isso, o serviço de streaming da empresa — que também inclui o Hulu e o ESPN+ — atingiu 221 milhões de assinaturas, superando pela primeira vez o número de assinantes da Netflix, que reportou 220,7 milhões de assinaturas em julho.