Foi em junho de 2005 que as atrizes Andréa Beltrão e Marieta Severo inauguraram o Teatro Poeira, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Não se tratava de um palco convencional, mas de um espaço que privilegiaria a liberdade para a criação. “Estávamos cansadas de teatros comerciais, que só se interessavam por peças de sucesso”, conta Marieta Severo que, como Andréa Beltrão, investiu as economias guardadas ao longo de uma carreira para construir um lugar que se tornasse referência de qualidade.
É o que poderá ser comprovado na exposição Antes e Depois do Espetáculo, a ser inaugurada no dia 18 de janeiro de 2022, e que vai ocupar todos os espaços (incluindo camarins, coxias, plateia) do Poeira e da sala menor, Poeirinha.
Com a curadoria da diretora Bia Lessa, a mostra não pretende relembrar apenas as 166 peças já encenadas lá. “Queremos homenagear também as mais de 300 mil pessoas que assistiram aos espetáculos, retribuindo o voto de confiança”, completa Andréa Beltrão.
Para a reabertura, além da mostra, as amigas planejam também retornar ao palco com uma peça impactante como a que inaugurou o espaço, Sonata de Outono, instigante drama de Ingmar Bergman.
“O que nos enche de orgulho é ouvir jovens dizendo que formaram suas ideias a partir dos trabalhos apresentados no Poeira”, conta Marieta Severo, lembrando que, além das encenações, o espaço foi ocupado também por dezenas de oficinas, workshops, seminários e cursos.
Este, aliás, era um dos pilares do nascimento do Poeira, fruto do diretor Aderbal Freire-Filho, que esteve junto das atrizes desde a fundação do espaço e está temporariamente afastado para se recuperar de um problema de saúde.