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Após adiar os shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Coldplay anunciou as datas remarcadas para março de 2023.
Em São Paulo, as apresentações serão transferidas do Allianz Parque para o Estádio do Morumbi devido à disponibilidade do local, e agora acontecerão nos dias 10, 11, 13, 14, 17 e 18 de março de 2023.
Já os shows no Rio de Janeiro permanecerão no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, e acontecerão nos dias 25 e 26 de março de 2023.
Os ingressos adquiridos anteriormente serão válidos para as novas datas, não sendo necessária nenhuma ação dos portadores de ingressos.
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI
A Universal Music Brasil disponibilizou na UMusic Store, plataforma de e-commerce da companhia, dois grandes clássicos álbuns da música popular brasileira. São eles “Transa” (1972), de Caetano Veloso, em vinil translúcido branco, e “Expresso 2222” (1972), de Gilberto Gil, em vinil verde.
Ambos os artistas, por sinal, completaram 80 anos em 2022.
VIOLÃO BRASILEIRO Baden Powell e a reinvenção do violão brasileiro Em tempos nefastos de ataques à cultura brasileira, vale insistir que o maior violonista do mundo é brasileiro e filho de trabalhadores
Qual instrumento musical é mais difícil de tocar? Talvez, a melhor resposta seria afirmar todos eles, afinal se trata, antes de tudo, de fazer música, e fazer música digna de respeito é sempre bastante difícil. Não estou me valendo de pontos de vista acadêmicos ao mencionar tal dificuldade, vale a pena escutar Helena Meirelles tocando viola, Jimi Hendrix, guitarra elétrica, Sivuca, acordão, Zé Eduardo Nazário, bateria, Airto Moreira, percussão, Paulo Moura, clarinete e saxofone alto, Camarón de la Isla e Ivone Lara cantando ou Bezerra da Silva compondo, todos músicos de formação popular, e verificar o quanto eles estão à altura de músicos eruditos tais quais Artur Moreira Lima, Maria Lúcia Godoy, Gustavo Dudamel Ramírez, Jessye Norman… embora todos sejam músicos distintos, com variados pontos de vista musicais, estão unidos pelo respeito e o amor à música.
É com esse espírito plural, portanto, que convido meus leitores a escutar o saudoso Baden Powell tocando violão; em especial, detenho-me na versão da canção “Canto de Ossanha”, dele e de Vinícius de Moraes, do álbum “O grande show gravado ao vivo”, 1979, gravadora Atlantic. A obra de Baden gira em torno de 173 álbuns em seus 63 anos de vida e 53 de violonista; a primeira vez que escutei seus trabalhos foi nos LPs “Ao vivo no teatro Santa Rosa”, 1966, a segunda, “27 horas de estúdio”, 1969, ambos pela gravadora Elenco; do primeiro álbum, fiquei impressionado com a faixa “Consolação”, do segundo, com “Lótus” e “Cego Aderaldo”.
Baden e Banda
Diferentemente da guitarra elétrica, o violão não é propriamente um instrumento típico do jazz; comumente, quando aparece violão no jazz, são guitarristas tocando violão feito se toca guitarra; exceto Django Reinhardt e Ralph Towner, não me lembro de outros violonistas de jazz. Ao inserir-se entre músicos da bossa nova, portanto próximos do jazz com suas formações de piano, contrabaixo e bateria, Baden concebeu uma maneira própria de tocar violão dentro das coerções da linguagem musical jazzística baseada nas articulações entre tema e improviso; foi justamente isso a me surpreender quando escutei aquelas versões de “Consolação”, Lótus” e “Cego Aderaldo”; na última, a referência musical não se aproxima tanto do jazz quanto nas duas primeiras composições, mas da música brasileira, especificamente na tradição de nossos violeiros com seus temas e ponteios.
Entretanto, quando escutei a versão de “Canto de Ossanha” do álbum “O grande show gravado ao vivo”, de 1979, foi escutar a epifania da própria música se manifestando no homem, transformando Baden Powell em algo sobre humano. A gravação é ao vivo, não há truques, ele toca em apenas um canal, isto é, ele não colocou a base e depois solou em cima, tal qual se procede comumente em estúdios; no show, apresentando-se acompanhado por Lilian Carmona na bateria, Saulo Bezerra de Mello no contrabaixo, Don Bira e Jorginho Cebion na percussão, não havendo pianista, portanto, para fazer as bases harmônicas dos solos de violão, coube a Baden fazer ambas simultaneamente.
Baden Powell
É impossível explicar o que se passou lá, naquele momento do passado em 1979, felizmente, por haver registro, ele pode ser alcançado até os dias de hoje e projeta-se no futuro. Apenas para fazer algumas comparações, Baden com seu violão foi além do célebre trio de violões formado por Paco de Lucia, John Mac Laughlin e Al Di Meola em 1981… dito de outro modo, pode parecer exagero meu, mas Baden faz sozinho coisas que sequer aquele trio, com três virtuosos do instrumento tocando juntos, foi capaz de fazer. Ademais, tocar bases harmônicas com a mão esquerda e solar, com a direita, algo trivial para tecladistas, assume outras proporções no violão, cuja técnica, em princípio, implicaria um violão fazendo base e outro solando, feito é costume entre os guitarristas de rock, exceto monstros semelhantes a Baden, tais quais Jimi Hendrix ou Tony Iommi – outro guitarrista sem alguns dedos da mão, semelhantemente a Django Reinhardt –.
A versão referida de “Canto de Ossanha” tem início com a exposição do tema, bem mais complexo que os temas de jazz mais recorrentes, pressupondo riqueza de campo musical para os improvisos, mas também aumento da dificuldade em tocar. A letra é uma reza, eis os versos da canção dedicada ao orixá cujo domínios, no candomblé, são as folhas sagradas e as ervas medicinais e litúrgicas:
O homem que diz dou (não dá)
Porque quem dá mesmo (não diz)
O homem que diz vou (não vai)
Porque quando foi, já não quis
O homem que diz sou (não é)
Porque quem é mesmo é (não sou)
O homem que diz tô (não ‘tá)
Porque ninguém tá, quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha traidor
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor
Vai, vai, vai (não vou)
Vai, vai, vai (não vou)
Vai, vai, vai (não vou)
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pr’a ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Amigo sinhô Saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte pr’o seu Orixá
O amor só é bom se doer
Pergunte pr’o seu Orixá
O amor só é bom se doer
Vai vai vai vai (amar)
Vai vai vai vai (sofrer)
Vai vai vai vai (chorar)
Vai vai vai vai (dizer)
Em seu filme “Ensaio de orquestra”, Federico Fellini abre os trabalhos com o lema “toda música é sagrada, todo concerto é uma missa”. Pois bem, imerso nessa liturgia sagrada, Baden torna-se cavalo de Ossanha e faz milagres no violão. Logo após a exposição do tema, os demais músicos se recolhem, mantendo as bases rítmicas para o improviso do violonista, quem, no princípio, faz apenas uma linha de solo; em seguida, dialoga consigo mesmo alternando as frequências mais graves com as agudas, parecem dois violonistas tocando juntos; por fim, o assombro, Baden se multiplica em meio a técnicas absurdas, mas não apenas isso, a energia é singular, a massa sonora desencadeada no ar é brutal.
Capa do disco
Baden Powell nasceu em 6 de agosto de 1937 e veio a falecer em 26 de setembro do ano 2000, no estado do Rio de Janeiro. Quando me lembro dele, pois tive o prazer e escutá-lo ao vivo algumas vezes, lembro-me também de brasileiros tais quais Edson Arantes do Nascimento, outro brasileiro quem fez no futebol arte semelhante ao violão de Baden; em tempos nefastos de ataques à cultura brasileira, vale insistir que o maior jogador de futebol e o maior violonista do mundo são dois brasileiros, nenhum deles oriundo da burguesia, mas filhos de trabalhadores, eles trabalhadores também.
A versão mencionada do “Canto de Ossanha” está reproduzida integralmente no seguinte endereço do Youtube; desejo aos companheiros uma excelente audição!
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI
"E VOU SENDO COMO POSSO" Morre Luiz Galvão, fundador do Novos Baianos, aos 87 anos Mais um dos grandes nomes da MPB nos deixa
Luiz Galvão nasceu em Juazeira da Bahia no ano de 1937 e foi morar em sua juventude em Salvador, onde conheceu Moraes Moreira e Paulinho Boca de Cantor que em conjunto fundaram o grupo musical Novos Baianos em 1968.
Novos Baianos, é um grupo musical de MPB famoso na década de 1970 que tem como sua obra mais icônica o álbum Acabou Chorare, surgido de uma reclusão em um sítio para fugir da repressão da ditadura militar. Foram influenciados por João Gilberto, um dos mais famosos músicos da Bossa Nova. Luiz Galvão compôs as mais famosas músicas do grupo, dentre elas “Acabou Chorare”, “Preta Pretinha” e “Mistério do Planeta”.
O músico faleceu na madrugada de hoje em São Paulo após passar 4 dias na UTI do Incor após ter passado por uma cirurgia cardiovascular.
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Amanhã, os 61 membros do Conselho Universitário da UFRJ vão se reunir. Na pauta, o projeto da reitora Denise Pires de Carvalho de revitalização de uma boa parte do antigo campus da Universidade na Praia Vermelha, incluindo a construção do novo Canecão.
De posse dessa decisão, a UFRJ vai licitar a nova casa de shows por 25 anos.
O antigo Canecão teve mais de 40 anos de funcionamento, recebeu grandes artistas em seu palco. O último show por lá aconteceu em 2010.
PRÓ CULTURA Histeria: o cancelamento de Kanye West Histéricos cancelam Kanye West por falar bobagem como se isso resolvesse a situação dos oprimidos nos EUA.
Todo mundo sabe que o rapper Kanye West sempre se envolve em polêmicas cada vez mais absurdas. Recentemente, o artista teve o contrato com a Adidas suspenso ao ser acusado de antissemitismo. Nesta matéria, citaremos algumas das outras falas de Kanye West que renderam o famoso cancelamento.
Principais polêmicas
O rapper, que já considerou a hipótese de concorrer à Presidência dos EUA, teria dito – segundo a TMZ – que adorava “Hitler e o nazismo”. Além disso, teria declarado que a escravidão era uma escolha e que a vacina contra o coronavírus era a marca da besta. “Quando você ouve sobre escravidão durante 400 anos. Durante 400 anos? Isso parece uma escolha”, disse o rapper ao falar sobre a escravidão.
Em relação ao caso de George Floyd, homem morto pela polícia que resultou em diversos protestos nos Estados Unidos, West afirmou que Floyd não morreu asfixiado, mas sim vítima de fentanil (um remédio de uso controlado). O caso gerou um processo movido pela família de Floyd contra Kanye, no qual é reivindicado o equivalente a mais de R$ 1 bilhão.
No entanto, depois, ele chegou a pedir desculpas pelo comentário feito sobre George Floyd – mas de uma maneira muito inusitada. Ele disse: “Então, eu disse isso e questionei a morte de George Floyd, machucou meu povo. Isso machucou o povo negro. Então, quero me desculpar por machucá-los, porque agora Deus me mostrou pelo que a Adidas está fazendo e pelo que a mídia está fazendo, sei como é ter um joelho no meu pescoço agora. Então eu agradeço a você, Deus, por me humilhar e me deixar saber como realmente me senti. Por que, como um homem negro mais rico poderia ser humilhado, além de não ser um bilionário, na frente de todos por causa de um comentário?”.
Ainda antes, ele também havia usado uma camisa com os dizeres “White Lives Matter”, algo como “Vidas brancas importam”, uma paródia do movimento Black Lives Matter, que gerou uma onda de manifestações após a morte de George Floyd.
Para Kanye West, a perseguição que ele disse estar sofrendo por seu comentário em relação aos judeus era um verdadeiro “linchamento” – e se comparou ao Emmet Till, que foi um adolescente brutalmente linchado. Além disso, ele disse que, às vezes, se sentia como Malcom X e como Martin Luther King Jr.
Kanye West também teve sua estátua removida do museu de cera Madame Tussad; na esteira deste acontecimento, o fim do contrato com a Adidas fez com que ele deixasse de ser bilionário, segundo a Forbes. A vida de Kanye West sofreu uma virada brusca neste último período e ninguém sabe exatamente como será sua carreira daqui para frente. Ele reunia grande popularidade, tendo sido um grande apoiador de Trump e contribuindo com a campanha do republicano; em 2020, chegou a ensaiar uma candidatura própria à Presidência e, por fim, alavancou durante muito tempo as vendas da Adidas. Agora, em que mais nenhuma empresa quer ser vinculada a ele, cabe perguntar: qual será o futuro de Kanye West?
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI