Isso é porque você não conhece o meu Corpo Docente.Fabão escreveu:Olha a idade deles e há quanto tempo eles fumam...Valter May escreveu:Porra, mais um colocando palavras na minha boca (pior é que acho que o Antonio Felipe não faz isso nem por mal, mas por intolerância de uma ideia já fixada na mente dele que ele tem medo de tirar, típico de quem tacha anarquistas e esquerdistas em geral como vagabundos). O que eu disse foi que eles fumam e que mesmo assim não tiveram sua atividade cerebral afetada de modo que perdessem inteligência.Antonio Felipe escreveu:E eles são mais criativos, esforçados, passaram pelo vestibular mais difícil de todos, só por causa da maconha?
Um cara de vinte e tantos anos que fuma cigarro provavelmente também ainda tem o pulmão e o resto do corpo em bom estado. Mas pega um cara que fuma há décadas... tem toda a carne em mal estado. E a barriga dura, dura... e os rins piores, totalmente podres.
Maconha
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Re: Maconha
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Re: Maconha
Não consigo imaginar como algum entorpecente pode ajudar na compreensão Wittgenstein ou Hegel; ou ajudar na solução do problema de se determinar uma fórmula que descreva o padrão dos números primos.
Acerca da arte: a arte é relativa, é determinada culturalmente. Qualquer noção de belo ou significação subjetiva é variável se se considerar o contexto temporal, econômico, social ou cultural. Dizer que as drogas ajudam na arte é bastante relativo ao conceito de cada um do que é interessante ou mesmo do que é arte.
Eu sei é que as drogas destruíram muitos de meus ídolos favoritos dentro da arte e não consigo associar a genialidade desses homens ao uso de entorpecentes. Infelizmente, esse ideários dos anos 60 [acerca do poder das drogas na mente] - uma época de liberação, de conquistas populares, de "livre pensar", de expansão de horizontes - subsiste no mundo de hoje, que já é bem outro. É pura poesia.
Eu falo sobre o uso sistemátivo de entorpecentes como meio de "amplificar'' ou "potencializar" a mente em algum sentido desejado previamente.
Acerca da arte: a arte é relativa, é determinada culturalmente. Qualquer noção de belo ou significação subjetiva é variável se se considerar o contexto temporal, econômico, social ou cultural. Dizer que as drogas ajudam na arte é bastante relativo ao conceito de cada um do que é interessante ou mesmo do que é arte.
Eu sei é que as drogas destruíram muitos de meus ídolos favoritos dentro da arte e não consigo associar a genialidade desses homens ao uso de entorpecentes. Infelizmente, esse ideários dos anos 60 [acerca do poder das drogas na mente] - uma época de liberação, de conquistas populares, de "livre pensar", de expansão de horizontes - subsiste no mundo de hoje, que já é bem outro. É pura poesia.
Eu falo sobre o uso sistemátivo de entorpecentes como meio de "amplificar'' ou "potencializar" a mente em algum sentido desejado previamente.
- Dani Vieira
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Re: Maconha
Os grandes ídolos não morreram pelo uso da maconha, pode até ser pelo uso de drogas.
Não é maconha que desenvolve a genialidade desses ídolos, mas pode ter ajudado. Isso não significa que é bom e vamos todos usar. NÃO!
Não é maconha que desenvolve a genialidade desses ídolos, mas pode ter ajudado. Isso não significa que é bom e vamos todos usar. NÃO!
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Re: Maconha
Ravi Shankar disse em entrevista, se referindo à mania de indianismos na música pop do final dos anos 60 e o uso de sitar da parte destes, considerar é uma tremenda bobagem achar que o uso de LSD ou alguma outra droga trará mais habilidades para tocar sitar, que pelo contrário exige muita concentração.
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Re: Maconha
Dani Vieira escreveu:
Não é maconha que desenvolve a genialidade desses ídolos, mas pode ter ajudado.
E quem disse que maconha ou qualquer droga auxilia em alguma coisa referente a criatividade ? só porque 'artistas' usam ? . Se fosse assim , a cracolândia ou qualquer bocada estaria cheia deles .Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.
O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.
Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.
Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.
aham, não que isso seja bom, mas...Don Juan Thiago escreveu:É?Valter May escreveu:Mas é verdade.Don Juan Thiago escreveu:Na boa, Valter, você defecou pelo teclado agora.Valter May escreveu: A maconha é um instrumento que acelera a sua associação dentro do cérebro.![]()
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Re: Maconha
Maconha faz você brisar. Brisar faz você encontrar elementos que estão escondidos na sua mente. Usar muito faz você ficar lesado. Qualquer vício é uma merda, seja de carne vermelha ou de tempo que fica mexendo na Internet. Maconha tem efeito diferente nas pessoas que fumam. Como a droga não é legalizada, se você fumar você está contribuindo para o crime organizado e será cúmplice de toda essa merda que ronda o mundo. To com preguiça de formular frases, por isso to lançando as sentenças.
- Dani Vieira
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Re: Maconha
1 a cada 4 pacientes com câncer de testículo usa maconha
Um levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, aponta que 25% dos pacientes com câncer de testículo atendidos no setor de urologia da unidade assumem o consumo regular de maconha.
O uso da droga está associado ao surgimento do câncer de testículo, provocando diversos efeitos adversos sobre os sistemas endocrinológico e reprodutivo.
Mensalmente, 500 pacientes são atendidos na clínica de uro-oncologia do Icesp. Destes, 30% apresentam tumores localizados no testículo, dos quais 70% têm sinais de doença avançada (fora do testículo) no momento do diagnóstico.
As cirurgias para retirada total ou parcial dos testículos e da próstata representam um terço das 10 mil cirurgias já realizadas pelo hospital.
“Evitar o uso da droga é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolvimento do tumor. Além disso, é fundamental que os homens realizem o autoexame para o diagnóstico precoce da doença”, alerta Daniel Abe, urologista do Icesp.
Cura
O câncer de testículo é altamente curável, principalmente quando detectado precocemente. A doença acomete predominantemente homens que têm entre 15 e 34 anos de idade. O diagnóstico precoce pode ser feito por meio do autoexame do órgão. Percebendo qualquer anormalidade, como nódulo indolor ou massa, sensação de peso no escroto ou dor na região inferior abdominal, deve-se procurar ajuda médica.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienc ... conha.jhtmO uso da droga está associado ao surgimento do câncer de testículo, provocando diversos efeitos adversos sobre os sistemas endocrinológico e reprodutivo.
Mensalmente, 500 pacientes são atendidos na clínica de uro-oncologia do Icesp. Destes, 30% apresentam tumores localizados no testículo, dos quais 70% têm sinais de doença avançada (fora do testículo) no momento do diagnóstico.
As cirurgias para retirada total ou parcial dos testículos e da próstata representam um terço das 10 mil cirurgias já realizadas pelo hospital.
“Evitar o uso da droga é fundamental para diminuir consideravelmente as chances de desenvolvimento do tumor. Além disso, é fundamental que os homens realizem o autoexame para o diagnóstico precoce da doença”, alerta Daniel Abe, urologista do Icesp.
Cura
O câncer de testículo é altamente curável, principalmente quando detectado precocemente. A doença acomete predominantemente homens que têm entre 15 e 34 anos de idade. O diagnóstico precoce pode ser feito por meio do autoexame do órgão. Percebendo qualquer anormalidade, como nódulo indolor ou massa, sensação de peso no escroto ou dor na região inferior abdominal, deve-se procurar ajuda médica.
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Re: Maconha
VEJA
MACONHA FAZ MAL SIM
O atual liberalismo em torno do consumo da droga está em descompasso com as pesquisas médicas mais recentes. As sequelas cerebrais são duradouras, sobretudo quando o uso se dá na adolescência.
"Hoje ainda, até o fim do dia, 1 milhão de brasileiros terão fumado maconha. A maioria dessas pessoas está plenamente convencida de a droga não faz mal. Elas conseguem trabalhar, estudar, namorar, dirigir, ler um livro, cuidar dos filhos... A folha seca e as flores de Cannabis são consumidas agora com uma naturalidade tal que nem parece ser um comportamento definido como crime pela lei penal brasileira. O aroma penetrante inconfundível permeia o ar nas baladas, nas áreas de lazer dos condomínios fechados, nos carros, nas imediações das escolas. A maconha que em outros tempos já foi chamada de "erva maldita", agora ganhou uma aura inocente de produto orgânico e muitos de seus usuários acendem os "baseados" como se isso fosse parte de um ritual de comunhão com a natureza, uma militância - espiritual de sintonia com o cosmo. Ha uma gigantesca onda de tolerância com esse vício. Nos Estados Unidos, dezessete estados já regulamentaram seu uso medicinal. Em novembro, os estados de Washington E Colorado farão um plebiscito sobre a legalização. No Uruguai, o presidente José Mujica pretende estatizar a produção e a distribuirão da droga. Em maio deste ano, no Brasil, sob o argumento do direito à liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a marcha da maconha - desde, é caro que ela não fosse consumida pelos manifestantes, em um de seus shows, em janeiro, Rita Lee causou tumulto ao interromper a apresentação em Sergipe para interpelar os policiais que tentavam reprimir o fumacê na platéia : ""Este show é meu. Não é de vocês. Por que isso ? Não pode ser por causa de um baseadinho. Cadê um baseadinho pra eu fumar aqui ?"".
Na contramão da liberalidade oficial, legal e até social com o uso da maconha, a ciência médica vem produzindo provas cada dia mais eloquentes de que a fumaça da maconha faz muito mal para a saúde do usuário crônico - quem fuma no mínimo um cigarro por semana durante um ano. Fumar na adolescência, então, é um hábito que pode ter consequências funestas para o resto da vida da pessoa. Aqueles cartazes das marchas que afirmam que "maconha faz menos mal do que álcool e cigarro" são fruto de percepções disseminadas por usuários, e não o resultado de pesquisas científicas incontrastáveis. Maconha não faz menos mal do que álcool ou cigarro. Cada um desses vícios agride o organismo a sua maneira, mas, ao contrário do que ocorre com a maconha, ninguém sai em passeata defendendo o alcoolismo ou o tabagismo. Diz um dos mais respeitados estudiosos do assunto, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo: "Encarar o uso da maconha com leniência é uma tese equivocada, arcaica e perigosa".
Alguns dos argumentos para a legalização da maconha têm uma lógica perfeita apenas na aparência. Os defensores da legalização alegam que, vendida legalmente, a maconha também seria cultivada dentro da lei e industrializada. A oferta aumentaria e os preços cairiam. Isso tornaria inúteis os traficantes. Eles sumiriam do mapa, levando consigo todo o imenso colar de roubos, assassinatos e corrupção policial que a repressão à maconha provoca. O argumento não resiste ao mais simples teste de realidade embutido na pergunta: "Quem disse que traficante vende só maconha ?". Se a maconha fosse liberada, o tráfico de cocaína, heroína e crack continuaria e todos os problemas sociais decorrentes do poder desse submundo ficariam intactos. Acrescente-se à equação o fato de que a maconha efetivamente faz mal à saúde, e a lógica dos defensores de sua legalização evapora-se no ar ainda mais rapidamente.
Um dos estudos mais impactantes e recentes sobre os males da maconha foi conduzido por treze reputadas instituições de pesquisa, entre elas as universidade Duke, nos Estados Unidos, e de Otago, na Nova Zelândia. Os pesquisadores acompanharam 1000 voluntários durante 25 anos. Eles começaram a ser estudados aos 13 anos de idade. Um grupo era composto de fumantes regulares de maconha. Os integrantes do outro grupo não fumavam. Quando os grupos foram comparados, ficou evidente o dano à saúde dos adolescentes usuários de maconha que mantiveram o hábito até a idade adulta. Os fumantes tiveram uma queda significativa no desempenho intelectual. Na média, os consumidores crônicos de maconha ficavam 8 pontos abaixo dos não fumantes nos testes de Q.I. Os usuários de maconha saíram-se mal também nos testes de memória, concentração e raciocínio rápido. Os resultados mostram que é falaciosa a tese de que fumar maconha com frequência não compromete a cognição. Diz o psiquiatra Laranjeira : "Se o usuário crônico acha que está bem, a ciência mostra que ele poderia estar muito melhor sem a droga. A maconha priva a pessoa de atingir todo o potencial de sua capacidade".
O cineasta paulistano Álvaro Zunckeller, de 32 anos, fumou maconha durante duas décadas, desde a adolescência, com os amigos, na roda do bar e na saída da escola. No início, era um cigarro a cada duas semanas. Chegou a três por dia. "Era um viciado, mas para a maioria das pessoas eu era um sujeito sossegado, apenas um pouco desatento", conta ele. Zunckeller é um caso típico da brasa dormida dos danos da maconha ao cérebro confundidos com um comportamento ameno e um estilo de vida mais contemplativo. Apenas 10% dos pacientes internados em clínicas de recuperação de dependentes foram parar ali para tentar se livrar do vício da maconha. Ainda assim, muitos dos usuários da droga nessas clínicas foram diagnosticados com esquizofrenia, bipolaridade, depressão aguda ou ansiedade — sendo o vício de maconha apenas um componente do quadro psicótico e não seu determinante.
Até pouco tempo atrás vigorou a tese de que a maconha só deflagra transtornos mentais em pessoas com histórico familiar dessas doenças. Essa noção benigna da maconha foi sepultada, entre outros trabalhos, por uma pesquisa feita pelo Instituto de Saúde Pública da Suécia. Um grupo de 50000 voluntários foi avaliado durante 35 anos. Eles consumiram maconha na adolescência. Os suecos demonstraram que o risco de usuário de maconha sem antecedentes genéticos vir a desenvolver esquizofrenia ou depressão é muito mais alto do que o da população em geral. Entre os usuários de maconha pesquisados, surgiram 3,5 mais casos de esquizofrenia do que na média da população. No que se refere à depressão, o número de casos clínicos foi o dobro. Os sinais de perigo da fumaça estão surgindo em toda parte. "O bombardeio repetido da maconha sobre o cérebro cria uma marca neuronal indelével", diz Ana Cristina Fraia, psicóloga da Clínica Maia Prime, em São Paulo, especializada no tratamento de dependência química.
A razão básica pela qual a maconha agride com agudeza o cérebro tem raízes na evolução da espécie humana. Nem ó álcool, nem a nicotina do tabaco; nem a cocaína, a heroína ou o crack; nenhuma outra droga encontra tantos receptores prontos para interagir com ela no cérebro como a cannabis. Ela imita a ação de compostos naturalmente fabricados pelo organismo, os endocanabinoides. Essas substâncias são imprescindíveis na comunicação entre os neurônios, as sinapses. A maconha interfere caoticamente nas sinapses, levando ao comprometimento das funções cerebrais. O mais assustador, dada a fama de inofensiva da maconha, é o fato de que, interrompido seu uso, o dano às sinapses permanece muito mais tempo — em muitos casos para sempre, sobretudo quando o consumo crônico começa na adolescência. Em contraste, os efeitos diretos do álcool e da cocaína sobre o cérebro se dissipam poucos dias depois de interrompido o consumo.
Com 224 milhões de usuários em todo o mundo, a maconha é a droga ilícita universalmente mais popular. E seu uso vem crescendo — em 2007, a turma do cigarro de seda tinha metade desse tamanho. Cerca de 60% são adolescentes. Quanto mais precoce for o consumo, maior é o risco de comprometimento cerebral. Dos 12 aos 23 anos, o cérebro está em pleno desenvolvimento. Em um processo conhecido como poda neural, o organismo faz uma triagem das conexões que devem ser eliminadas e das que devem ser mantidas para o resto da vida. A ação da maconha nessa fase de reformulação cerebral é caótica. Sinapses que deveriam se fortalecer tornando-se débeis. As que deveriam desaparecer, ganham força.
Os efeitos psicoativos da maconha são conhecidos desde o ano 2000 antes de Cristo. Seu princípio psicoativo mais atuante é o tetraidrocanabinol (THC). Um outro componente da droga, o canabidiol, é o principal responsável pelos seus efeitos potencialmente terapêuticos. No campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o psiquiatra José Alexandre Crippa estuda o efeito do canabidiol no tratamento da fobia social. Trinta e seis voluntários, metade deles composta de fóbicos, ingeriram cápsulas da substância e, em seguida, tiveram de falar em público. Os níveis de ansiedade apresentados pelos portadores do transtorno equivaleram aos registrados pelos participantes sem a fobia. Todos os estudos sérios sobre os potenciais usos médicos da maconha mediram os efeitos de uma única substância, selecionada e isolada em laboratório — e não da inalação da fumaça de um cigarro. Diz Crippa: "Os defensores do uso medicinal do cigarro da maconha querem mesmo é obter a liberação da droga". Nos Estados Unidos floresce uma indústria de falsificação de receitas depois da legalização da erva para o tratamento do glaucoma e no controle da náusea de pacientes submetidos a quimioterapia. Para a alegria dos viciados, médicos inescrupulosos prescrevem a droga por preços que variam de 100 a 500 dólares.
Em nenhum país a maconha é completamente liberada. Um dos mais notoriamente tolerantes é a Holanda, que permite o consumo da erva nos coffee shops, mas, ainda assim, os proprietários só estão autorizados a vender 5 gramas, o equivalente a um cigarro, para cada cliente. Recentemente, o governo holandês proibiu a venda da droga para estrangeiros. Nem sempre foi assim. Na década de 70, quando a Holanda descriminalizou a maconha e se tornou uma espécie de Disney libertária, fumava-se em praça pública. A festa acabou cedo. Desde então, o tráfico só aumentou. A experiência holandesa — e o recuo das autoridades — derruba um dos mais rígidos pilares da defesa pela liberação: o de que a venda autorizada poria fim ao tráfico. Não pôs.
No Brasil, desde 2006, com a lei antidrogas sancionada pelo então presidente Lula, foi estabelecida uma distinção na punição de traficantes e usuários. Os bandidos estão sujeitos a até quinze anos de prisão. O consumidor não vai para a cadeia. Nesse caso, o juiz decide por uma advertência verbal, pela prestação de serviços comunitários ou recomenda um tratamento médico. A lei brasileira não contempla o volume máximo da droga a ser classificado como uso pessoal. Luana Piovani e Isabel Filardis são algumas das celebridades que defendem a tese de que a maioria dos presos com maconha "nunca cometeu outros delitos, não tem relação com o crime organizado e portava pequenas quantidades da droga no ato da detenção". Do ponto de vista social, elas estão corretíssimas. Do ponto de vista da saúde e da aplicação das leis, nem tanto. O advogado criminalista Pedro Lazarini faz restrições: "Um bandido pode se valer desses limites para nunca ser condenado". O ideal seria que as evidências científicas incontestáveis sobre os ruinosos efeitos da maconha para a saúde sejam levadas em conta. Todos ganham com isso.
--
Aos 66 anos, o paulistano Valentim Gentil Filho é um dos mais renomados psiquiatras do país. Com doutorado em psicofarmacologia clínica pela Universidade de Londres, ocupou o cargo de presidente do conselho diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas durante doze anos — sem nunca ter abandonado a prática clínica. Tamanha experiência o levou a defender a condenação da maconha. "Trata-se da única droga a interferir nas funções cerebrais de forma a causar psicoses irreversíveis", disse a VEJA. "Se fosse para escolher uma única droga a ser banida, seria a maconha."
Nos últimos dois anos, a ideia da descriminalização para o usuário da maconha ganhou força no país. Recentemente, um grupo de juristas apresentou a proposta no Senado com o objetivo de a medida ser adotada na reforma do Código Penal. O que o senhor acha disso ?
O tráfico deve adorar isso. Em hipótese alguma dá para liberar geral. Estamos fadando de substâncias altamente tóxicas. Um dos argumentos pró-maconha é que a legalização reduziria o consumo da droga. As pesquisas mostram, no entanto, que, quando o consumo é referendado e a droga é considerada segura, o adolescente experimenta mais. A história de que os jovens se sentem estimulados a usar drogas por serem proibidas se aplica apenas a uma minoria.
Há muitos médicos, inclusive da sua especialidade, que não pensam como o senhor.
Não é simpático expressar uma opinião contrária à cultura da "anticaretice" que impera no país em relação à maconha. Atualmente, "pega mal" ser contra a liberação da maconha. Até mesmo entre oi médicos. O fato de a maconha não ser tão agressiva como primeiras vezes contribui para isso. Mas ou esses médicos estão muito desinformados ou eles têm acesso a fontes científicas bem diferentes das minhas. Se fosse obrigado a escolher uma única droga a ser banida, seria a maconha, sem sombra de dúvida.
De que forma a maconha seria mais prejudicial do que as outras drogas ?
Drogas como heroína, cocaína e crack são devastadoras porque podem matar a curto ou curtíssimo prazo. Além disso, é difícil se livrar dessas substâncias pelo alto grau de dependência que apresentam. Os danos que elas causam ao cérebro, porém, cessam quando deixam de ser usadas. Ou seja, passado o período de abstinência, as funções do organismo se restabelecem. Com a maconha a história é outra. É a única droga a interferir nas funções cerebrais de forma a causar psicoses definitivas, mesmo quando seu uso é interrompido.
Qualquer usuário está suscetível a tais danos ?
Sim, mas em graus diferentes, a depender da frequência de consumo e da tolerância do organismo do usuário. É uma roleta-russa. O consumidor esporádico, aquele que fuma às vezes, está sujeito a sofrer estados psicóticos transitórios, como alucinação e paranoia, ataques de pânico e ansiedade. O efeito permanente nas conexões nervosas se dá no uso crônico. Aí, sim, absolutamente todos sofrem algum prejuízo.
O astrônomo americano Carl Sagan (1934-1996) foi usuário da maconha e um defensor ferrenho da droga. Ainda assim, deixou o legado de uma carreira brilhante. Ele teria sido uma exceção ?
Carl Sagan foi um gênio, e sou fã dele. Mas penso que, se não tivesse usado tanta maconha, ele teria sido um profissional ainda mais brilhante e mais responsável. Repito aqui : Não há exceções para os danos causados pela maconha.
É possível identificar os adolescentes mais propensos a usar a droga ?
Há entre eles um traço de personalidade conhecido como "busca de novidade" (novelty seeking) ou "busca de sensações" (sensation seeking). Pessoas com esse perfil se expõem mais a riscos, têm menor controle sobre suas emoções, são mais impulsivas e têm maior probabilidade de se tomarem dependentes da maconha. No extremo oposto, alguns jovens introvertidos e ansiosos também ficam vulneráveis, dependendo do ambiente. Famílias estruturadas ajudam, e a presença dos pais monitorando o comportamento é uma proteção importante, mas não é garantia contra o uso.
Qual é a sua opinião sobre o uso medicinal da maconha ?
Acredito em benefícios de determinadas substâncias extraídas da planta que dá origem à maconha, a Cannabis. Isso é diferente de preconizar o uso terapêutico da maconha fumada, que tem muitos compostos nocivos ao organismo, além da fumaça quente retida no pulmão, com potencial cancerígeno. Não acredito nem mesmo nas versões "purificadas" da planta, vendidas em alguns estados americanos e em coffee shops europeus. Não há tecnologia capaz de certificar que um baseado tenha apenas substâncias não tóxicas da planta. Aliás, a venda nesses lugares é uma bagunça. O filho de um amigo conseguiu comprar maconha medicinal na Califórnia porque no mesmo lugar onde comprou a droga comprou também a receita médica. Uma coisa tem de ficar clara : a agência de saúde oficial americana (FDA) não valida o consumo da maconha ou de outros preparados da Cannabis para fins medicinais. Alguns estados liberam por meio de seus governos.
MACONHA FAZ MAL SIM
O atual liberalismo em torno do consumo da droga está em descompasso com as pesquisas médicas mais recentes. As sequelas cerebrais são duradouras, sobretudo quando o uso se dá na adolescência.
"Hoje ainda, até o fim do dia, 1 milhão de brasileiros terão fumado maconha. A maioria dessas pessoas está plenamente convencida de a droga não faz mal. Elas conseguem trabalhar, estudar, namorar, dirigir, ler um livro, cuidar dos filhos... A folha seca e as flores de Cannabis são consumidas agora com uma naturalidade tal que nem parece ser um comportamento definido como crime pela lei penal brasileira. O aroma penetrante inconfundível permeia o ar nas baladas, nas áreas de lazer dos condomínios fechados, nos carros, nas imediações das escolas. A maconha que em outros tempos já foi chamada de "erva maldita", agora ganhou uma aura inocente de produto orgânico e muitos de seus usuários acendem os "baseados" como se isso fosse parte de um ritual de comunhão com a natureza, uma militância - espiritual de sintonia com o cosmo. Ha uma gigantesca onda de tolerância com esse vício. Nos Estados Unidos, dezessete estados já regulamentaram seu uso medicinal. Em novembro, os estados de Washington E Colorado farão um plebiscito sobre a legalização. No Uruguai, o presidente José Mujica pretende estatizar a produção e a distribuirão da droga. Em maio deste ano, no Brasil, sob o argumento do direito à liberdade de expressão, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a marcha da maconha - desde, é caro que ela não fosse consumida pelos manifestantes, em um de seus shows, em janeiro, Rita Lee causou tumulto ao interromper a apresentação em Sergipe para interpelar os policiais que tentavam reprimir o fumacê na platéia : ""Este show é meu. Não é de vocês. Por que isso ? Não pode ser por causa de um baseadinho. Cadê um baseadinho pra eu fumar aqui ?"".
Na contramão da liberalidade oficial, legal e até social com o uso da maconha, a ciência médica vem produzindo provas cada dia mais eloquentes de que a fumaça da maconha faz muito mal para a saúde do usuário crônico - quem fuma no mínimo um cigarro por semana durante um ano. Fumar na adolescência, então, é um hábito que pode ter consequências funestas para o resto da vida da pessoa. Aqueles cartazes das marchas que afirmam que "maconha faz menos mal do que álcool e cigarro" são fruto de percepções disseminadas por usuários, e não o resultado de pesquisas científicas incontrastáveis. Maconha não faz menos mal do que álcool ou cigarro. Cada um desses vícios agride o organismo a sua maneira, mas, ao contrário do que ocorre com a maconha, ninguém sai em passeata defendendo o alcoolismo ou o tabagismo. Diz um dos mais respeitados estudiosos do assunto, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo: "Encarar o uso da maconha com leniência é uma tese equivocada, arcaica e perigosa".
Alguns dos argumentos para a legalização da maconha têm uma lógica perfeita apenas na aparência. Os defensores da legalização alegam que, vendida legalmente, a maconha também seria cultivada dentro da lei e industrializada. A oferta aumentaria e os preços cairiam. Isso tornaria inúteis os traficantes. Eles sumiriam do mapa, levando consigo todo o imenso colar de roubos, assassinatos e corrupção policial que a repressão à maconha provoca. O argumento não resiste ao mais simples teste de realidade embutido na pergunta: "Quem disse que traficante vende só maconha ?". Se a maconha fosse liberada, o tráfico de cocaína, heroína e crack continuaria e todos os problemas sociais decorrentes do poder desse submundo ficariam intactos. Acrescente-se à equação o fato de que a maconha efetivamente faz mal à saúde, e a lógica dos defensores de sua legalização evapora-se no ar ainda mais rapidamente.
Um dos estudos mais impactantes e recentes sobre os males da maconha foi conduzido por treze reputadas instituições de pesquisa, entre elas as universidade Duke, nos Estados Unidos, e de Otago, na Nova Zelândia. Os pesquisadores acompanharam 1000 voluntários durante 25 anos. Eles começaram a ser estudados aos 13 anos de idade. Um grupo era composto de fumantes regulares de maconha. Os integrantes do outro grupo não fumavam. Quando os grupos foram comparados, ficou evidente o dano à saúde dos adolescentes usuários de maconha que mantiveram o hábito até a idade adulta. Os fumantes tiveram uma queda significativa no desempenho intelectual. Na média, os consumidores crônicos de maconha ficavam 8 pontos abaixo dos não fumantes nos testes de Q.I. Os usuários de maconha saíram-se mal também nos testes de memória, concentração e raciocínio rápido. Os resultados mostram que é falaciosa a tese de que fumar maconha com frequência não compromete a cognição. Diz o psiquiatra Laranjeira : "Se o usuário crônico acha que está bem, a ciência mostra que ele poderia estar muito melhor sem a droga. A maconha priva a pessoa de atingir todo o potencial de sua capacidade".
O cineasta paulistano Álvaro Zunckeller, de 32 anos, fumou maconha durante duas décadas, desde a adolescência, com os amigos, na roda do bar e na saída da escola. No início, era um cigarro a cada duas semanas. Chegou a três por dia. "Era um viciado, mas para a maioria das pessoas eu era um sujeito sossegado, apenas um pouco desatento", conta ele. Zunckeller é um caso típico da brasa dormida dos danos da maconha ao cérebro confundidos com um comportamento ameno e um estilo de vida mais contemplativo. Apenas 10% dos pacientes internados em clínicas de recuperação de dependentes foram parar ali para tentar se livrar do vício da maconha. Ainda assim, muitos dos usuários da droga nessas clínicas foram diagnosticados com esquizofrenia, bipolaridade, depressão aguda ou ansiedade — sendo o vício de maconha apenas um componente do quadro psicótico e não seu determinante.
Até pouco tempo atrás vigorou a tese de que a maconha só deflagra transtornos mentais em pessoas com histórico familiar dessas doenças. Essa noção benigna da maconha foi sepultada, entre outros trabalhos, por uma pesquisa feita pelo Instituto de Saúde Pública da Suécia. Um grupo de 50000 voluntários foi avaliado durante 35 anos. Eles consumiram maconha na adolescência. Os suecos demonstraram que o risco de usuário de maconha sem antecedentes genéticos vir a desenvolver esquizofrenia ou depressão é muito mais alto do que o da população em geral. Entre os usuários de maconha pesquisados, surgiram 3,5 mais casos de esquizofrenia do que na média da população. No que se refere à depressão, o número de casos clínicos foi o dobro. Os sinais de perigo da fumaça estão surgindo em toda parte. "O bombardeio repetido da maconha sobre o cérebro cria uma marca neuronal indelével", diz Ana Cristina Fraia, psicóloga da Clínica Maia Prime, em São Paulo, especializada no tratamento de dependência química.
A razão básica pela qual a maconha agride com agudeza o cérebro tem raízes na evolução da espécie humana. Nem ó álcool, nem a nicotina do tabaco; nem a cocaína, a heroína ou o crack; nenhuma outra droga encontra tantos receptores prontos para interagir com ela no cérebro como a cannabis. Ela imita a ação de compostos naturalmente fabricados pelo organismo, os endocanabinoides. Essas substâncias são imprescindíveis na comunicação entre os neurônios, as sinapses. A maconha interfere caoticamente nas sinapses, levando ao comprometimento das funções cerebrais. O mais assustador, dada a fama de inofensiva da maconha, é o fato de que, interrompido seu uso, o dano às sinapses permanece muito mais tempo — em muitos casos para sempre, sobretudo quando o consumo crônico começa na adolescência. Em contraste, os efeitos diretos do álcool e da cocaína sobre o cérebro se dissipam poucos dias depois de interrompido o consumo.
Com 224 milhões de usuários em todo o mundo, a maconha é a droga ilícita universalmente mais popular. E seu uso vem crescendo — em 2007, a turma do cigarro de seda tinha metade desse tamanho. Cerca de 60% são adolescentes. Quanto mais precoce for o consumo, maior é o risco de comprometimento cerebral. Dos 12 aos 23 anos, o cérebro está em pleno desenvolvimento. Em um processo conhecido como poda neural, o organismo faz uma triagem das conexões que devem ser eliminadas e das que devem ser mantidas para o resto da vida. A ação da maconha nessa fase de reformulação cerebral é caótica. Sinapses que deveriam se fortalecer tornando-se débeis. As que deveriam desaparecer, ganham força.
Os efeitos psicoativos da maconha são conhecidos desde o ano 2000 antes de Cristo. Seu princípio psicoativo mais atuante é o tetraidrocanabinol (THC). Um outro componente da droga, o canabidiol, é o principal responsável pelos seus efeitos potencialmente terapêuticos. No campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o psiquiatra José Alexandre Crippa estuda o efeito do canabidiol no tratamento da fobia social. Trinta e seis voluntários, metade deles composta de fóbicos, ingeriram cápsulas da substância e, em seguida, tiveram de falar em público. Os níveis de ansiedade apresentados pelos portadores do transtorno equivaleram aos registrados pelos participantes sem a fobia. Todos os estudos sérios sobre os potenciais usos médicos da maconha mediram os efeitos de uma única substância, selecionada e isolada em laboratório — e não da inalação da fumaça de um cigarro. Diz Crippa: "Os defensores do uso medicinal do cigarro da maconha querem mesmo é obter a liberação da droga". Nos Estados Unidos floresce uma indústria de falsificação de receitas depois da legalização da erva para o tratamento do glaucoma e no controle da náusea de pacientes submetidos a quimioterapia. Para a alegria dos viciados, médicos inescrupulosos prescrevem a droga por preços que variam de 100 a 500 dólares.
Em nenhum país a maconha é completamente liberada. Um dos mais notoriamente tolerantes é a Holanda, que permite o consumo da erva nos coffee shops, mas, ainda assim, os proprietários só estão autorizados a vender 5 gramas, o equivalente a um cigarro, para cada cliente. Recentemente, o governo holandês proibiu a venda da droga para estrangeiros. Nem sempre foi assim. Na década de 70, quando a Holanda descriminalizou a maconha e se tornou uma espécie de Disney libertária, fumava-se em praça pública. A festa acabou cedo. Desde então, o tráfico só aumentou. A experiência holandesa — e o recuo das autoridades — derruba um dos mais rígidos pilares da defesa pela liberação: o de que a venda autorizada poria fim ao tráfico. Não pôs.
No Brasil, desde 2006, com a lei antidrogas sancionada pelo então presidente Lula, foi estabelecida uma distinção na punição de traficantes e usuários. Os bandidos estão sujeitos a até quinze anos de prisão. O consumidor não vai para a cadeia. Nesse caso, o juiz decide por uma advertência verbal, pela prestação de serviços comunitários ou recomenda um tratamento médico. A lei brasileira não contempla o volume máximo da droga a ser classificado como uso pessoal. Luana Piovani e Isabel Filardis são algumas das celebridades que defendem a tese de que a maioria dos presos com maconha "nunca cometeu outros delitos, não tem relação com o crime organizado e portava pequenas quantidades da droga no ato da detenção". Do ponto de vista social, elas estão corretíssimas. Do ponto de vista da saúde e da aplicação das leis, nem tanto. O advogado criminalista Pedro Lazarini faz restrições: "Um bandido pode se valer desses limites para nunca ser condenado". O ideal seria que as evidências científicas incontestáveis sobre os ruinosos efeitos da maconha para a saúde sejam levadas em conta. Todos ganham com isso.
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Aos 66 anos, o paulistano Valentim Gentil Filho é um dos mais renomados psiquiatras do país. Com doutorado em psicofarmacologia clínica pela Universidade de Londres, ocupou o cargo de presidente do conselho diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas durante doze anos — sem nunca ter abandonado a prática clínica. Tamanha experiência o levou a defender a condenação da maconha. "Trata-se da única droga a interferir nas funções cerebrais de forma a causar psicoses irreversíveis", disse a VEJA. "Se fosse para escolher uma única droga a ser banida, seria a maconha."
Nos últimos dois anos, a ideia da descriminalização para o usuário da maconha ganhou força no país. Recentemente, um grupo de juristas apresentou a proposta no Senado com o objetivo de a medida ser adotada na reforma do Código Penal. O que o senhor acha disso ?
O tráfico deve adorar isso. Em hipótese alguma dá para liberar geral. Estamos fadando de substâncias altamente tóxicas. Um dos argumentos pró-maconha é que a legalização reduziria o consumo da droga. As pesquisas mostram, no entanto, que, quando o consumo é referendado e a droga é considerada segura, o adolescente experimenta mais. A história de que os jovens se sentem estimulados a usar drogas por serem proibidas se aplica apenas a uma minoria.
Há muitos médicos, inclusive da sua especialidade, que não pensam como o senhor.
Não é simpático expressar uma opinião contrária à cultura da "anticaretice" que impera no país em relação à maconha. Atualmente, "pega mal" ser contra a liberação da maconha. Até mesmo entre oi médicos. O fato de a maconha não ser tão agressiva como primeiras vezes contribui para isso. Mas ou esses médicos estão muito desinformados ou eles têm acesso a fontes científicas bem diferentes das minhas. Se fosse obrigado a escolher uma única droga a ser banida, seria a maconha, sem sombra de dúvida.
De que forma a maconha seria mais prejudicial do que as outras drogas ?
Drogas como heroína, cocaína e crack são devastadoras porque podem matar a curto ou curtíssimo prazo. Além disso, é difícil se livrar dessas substâncias pelo alto grau de dependência que apresentam. Os danos que elas causam ao cérebro, porém, cessam quando deixam de ser usadas. Ou seja, passado o período de abstinência, as funções do organismo se restabelecem. Com a maconha a história é outra. É a única droga a interferir nas funções cerebrais de forma a causar psicoses definitivas, mesmo quando seu uso é interrompido.
Qualquer usuário está suscetível a tais danos ?
Sim, mas em graus diferentes, a depender da frequência de consumo e da tolerância do organismo do usuário. É uma roleta-russa. O consumidor esporádico, aquele que fuma às vezes, está sujeito a sofrer estados psicóticos transitórios, como alucinação e paranoia, ataques de pânico e ansiedade. O efeito permanente nas conexões nervosas se dá no uso crônico. Aí, sim, absolutamente todos sofrem algum prejuízo.
O astrônomo americano Carl Sagan (1934-1996) foi usuário da maconha e um defensor ferrenho da droga. Ainda assim, deixou o legado de uma carreira brilhante. Ele teria sido uma exceção ?
Carl Sagan foi um gênio, e sou fã dele. Mas penso que, se não tivesse usado tanta maconha, ele teria sido um profissional ainda mais brilhante e mais responsável. Repito aqui : Não há exceções para os danos causados pela maconha.
É possível identificar os adolescentes mais propensos a usar a droga ?
Há entre eles um traço de personalidade conhecido como "busca de novidade" (novelty seeking) ou "busca de sensações" (sensation seeking). Pessoas com esse perfil se expõem mais a riscos, têm menor controle sobre suas emoções, são mais impulsivas e têm maior probabilidade de se tomarem dependentes da maconha. No extremo oposto, alguns jovens introvertidos e ansiosos também ficam vulneráveis, dependendo do ambiente. Famílias estruturadas ajudam, e a presença dos pais monitorando o comportamento é uma proteção importante, mas não é garantia contra o uso.
Qual é a sua opinião sobre o uso medicinal da maconha ?
Acredito em benefícios de determinadas substâncias extraídas da planta que dá origem à maconha, a Cannabis. Isso é diferente de preconizar o uso terapêutico da maconha fumada, que tem muitos compostos nocivos ao organismo, além da fumaça quente retida no pulmão, com potencial cancerígeno. Não acredito nem mesmo nas versões "purificadas" da planta, vendidas em alguns estados americanos e em coffee shops europeus. Não há tecnologia capaz de certificar que um baseado tenha apenas substâncias não tóxicas da planta. Aliás, a venda nesses lugares é uma bagunça. O filho de um amigo conseguiu comprar maconha medicinal na Califórnia porque no mesmo lugar onde comprou a droga comprou também a receita médica. Uma coisa tem de ficar clara : a agência de saúde oficial americana (FDA) não valida o consumo da maconha ou de outros preparados da Cannabis para fins medicinais. Alguns estados liberam por meio de seus governos.



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Re: Maconha
Há na matéria uma entrevista com um psiquiatra que usa um argumento interessante: a maconha é a única droga com efeitos permanentes, todas as outras cessam seus efeitos sobre organismos quando o uso é suspenso [eu duvido, tenho vários amigos sequelados, tanto por maconha quanto por drogas pesadas]. Os efeitos da maconha são a longo prazo, principalmente sobre o cérebro e o pulmão. As outras drogas não, porque geralmente os usuários não sobrevivem tanto. Assim, conclui o psiquiatra, se tivesse que proibir apenas uma droga, seria a maconha. O que????
De todo modo, ninguém diz que maconha não faz mal, só os ignorantes [que estão em qualquer lugar, diga-se de passagem, não apenas entre os defendem a descriminalização da maconha]. O principal argumento, meus caros, é sobre os efeitos e a relevância disso para a sociedade. É uma droga inofensiva para quem não usa e não gera gastos comprovados ao sistema público de saúde. Gasta-se, isso sim, e muito, no combate ao tráfico.
O cigarro tem sido perseguido não porque faz mal ou porque incomoda os demais, mas porque gera gastos excessivos aos sistemas público de saúde.

De todo modo, ninguém diz que maconha não faz mal, só os ignorantes [que estão em qualquer lugar, diga-se de passagem, não apenas entre os defendem a descriminalização da maconha]. O principal argumento, meus caros, é sobre os efeitos e a relevância disso para a sociedade. É uma droga inofensiva para quem não usa e não gera gastos comprovados ao sistema público de saúde. Gasta-se, isso sim, e muito, no combate ao tráfico.
O cigarro tem sido perseguido não porque faz mal ou porque incomoda os demais, mas porque gera gastos excessivos aos sistemas público de saúde.
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Re: Maconha
Colorado e Washington legalizam o uso recreativo da maconha
Colorado e Washington se tornaram os primeiros estados norte-americanos a legalizar a posse e a venda de maconha para uso recreativo, desafiando a legislação federal e provavelmente abrindo caminho para um confronto com o governo de Barack Obama. O uso foi aprovado em referendo realizado durante as eleições desta terça-feira (6).
Mas uma outra proposta para descriminalizar a posse pessoal e cultivo de maconha para uso recreativo foi derrotada no Oregon, onde significativamente menos dinheiro foi dedicado à campanha pela causa.
Os defensores da emenda constitucional legalizando a maconha no Colorado foram os primeiros a declarar vitória, e os adversários reconheceram a derrota, após contagens mostrando a aprovação da medida com quase 53% dos votos a favor, ante 47% contra.
"O Colorado não terá mais leis que orientam as pessoas para o uso de álcool, e os adultos estarão livres para usar maconha ao invés, se isso é o que eles preferem. E nós seremos uma sociedade melhor por causa disso", disse Mason Tvert, co-diretor da campanha pró-legalização no Colorado.
A Drug Policy Alliance, um grupo nacional que apoiou a iniciativa, disse que os resultados em Washington e Colorado refletem o crescente apoio nacional para leis sobre a liberalização da maconha, citando uma sondagem do instituto Gallup, feita no ano passado, segundo a qual 50% dos norte-americanos eram favoráveis à legalização,
Os defensores da legalização no Estado de Washington declararam vitória após o Seattle Times e outros meios de comunicação terem projetado uma vitória para os grupos favoráveis à mudança da lei.
Resultados iniciais mostraram vantagem de 55% dos votos a favor ante 44% para a oposição, com cerca de 60% dos votos computados no sistema eleitoral estadual.
Os resultados do Colorado e de Washington, que já têm leis que legalizam a maconha para fins médicos, colocam os dois Estados em situação de conflito com o governo federal, que classifica a maconha como um narcótico ilegal.
O Departamento de Justiça dos EUA reagiu à aprovação da medida no Colorado dizendo que as políticas de aplicação da lei permanecem inalteradas, acrescentando: "Estamos revisando a iniciativa eleitoral e não temos nenhum comentário adicional neste momento".
Separadamente, medidas para o uso medicinal da maconha foram votadas em três outros Estados, incluindo Massachusetts, onde a CNN informou que os eleitores aprovaram uma iniciativa para permitir o uso da maconha para fins medicinais.
Os defensores da medida no Estado emitiram um comunicado declarando vitória para o que descreveram como "a lei mais segura de maconha medicinal no país". Dezessete outros Estados, mais o Distrito de Columbia, já têm leis sobre uso de maconha medicinal aprovadas.
No âmbito das medidas para o uso recreativo da maconha no Colorado e Washington, a posse pessoal de até uma onça (28,5 gramas) de maconha será considerada legal para qualquer um com pelo menos 21 anos de idade. Os Estados também vão permitir que a maconha seja vendida legalmente e tributadas em estabelecimentos licenciados pelo Estado, em um sistema modelado a partir de um regime que muitos Estados têm para venda de álcool.
http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos- ... conha.html
Mas uma outra proposta para descriminalizar a posse pessoal e cultivo de maconha para uso recreativo foi derrotada no Oregon, onde significativamente menos dinheiro foi dedicado à campanha pela causa.
Os defensores da emenda constitucional legalizando a maconha no Colorado foram os primeiros a declarar vitória, e os adversários reconheceram a derrota, após contagens mostrando a aprovação da medida com quase 53% dos votos a favor, ante 47% contra.
"O Colorado não terá mais leis que orientam as pessoas para o uso de álcool, e os adultos estarão livres para usar maconha ao invés, se isso é o que eles preferem. E nós seremos uma sociedade melhor por causa disso", disse Mason Tvert, co-diretor da campanha pró-legalização no Colorado.
A Drug Policy Alliance, um grupo nacional que apoiou a iniciativa, disse que os resultados em Washington e Colorado refletem o crescente apoio nacional para leis sobre a liberalização da maconha, citando uma sondagem do instituto Gallup, feita no ano passado, segundo a qual 50% dos norte-americanos eram favoráveis à legalização,
Os defensores da legalização no Estado de Washington declararam vitória após o Seattle Times e outros meios de comunicação terem projetado uma vitória para os grupos favoráveis à mudança da lei.
Resultados iniciais mostraram vantagem de 55% dos votos a favor ante 44% para a oposição, com cerca de 60% dos votos computados no sistema eleitoral estadual.
Os resultados do Colorado e de Washington, que já têm leis que legalizam a maconha para fins médicos, colocam os dois Estados em situação de conflito com o governo federal, que classifica a maconha como um narcótico ilegal.
O Departamento de Justiça dos EUA reagiu à aprovação da medida no Colorado dizendo que as políticas de aplicação da lei permanecem inalteradas, acrescentando: "Estamos revisando a iniciativa eleitoral e não temos nenhum comentário adicional neste momento".
Separadamente, medidas para o uso medicinal da maconha foram votadas em três outros Estados, incluindo Massachusetts, onde a CNN informou que os eleitores aprovaram uma iniciativa para permitir o uso da maconha para fins medicinais.
Os defensores da medida no Estado emitiram um comunicado declarando vitória para o que descreveram como "a lei mais segura de maconha medicinal no país". Dezessete outros Estados, mais o Distrito de Columbia, já têm leis sobre uso de maconha medicinal aprovadas.
No âmbito das medidas para o uso recreativo da maconha no Colorado e Washington, a posse pessoal de até uma onça (28,5 gramas) de maconha será considerada legal para qualquer um com pelo menos 21 anos de idade. Os Estados também vão permitir que a maconha seja vendida legalmente e tributadas em estabelecimentos licenciados pelo Estado, em um sistema modelado a partir de um regime que muitos Estados têm para venda de álcool.
http://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos- ... conha.html
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Re: Maconha
Eu nunca usei e nem pretendo a maconha é a pior coisa do mundo por causa dela e de outras drogas certos artistas morreram.
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Re: Maconha
Hyuri CH escreveu:Eu nunca usei e nem pretendo a maconha é a pior coisa do mundo por causa dela e de outras drogas certos artistas morreram.

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Re: Maconha
hauehauehuaehauehauehauehauehaueHyuri CH escreveu:Eu nunca usei e nem pretendo a maconha é a pior coisa do mundo por causa dela e de outras drogas certos artistas morreram.
Eu acho que não é bem por aí...
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