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Nos dias 25 e 26 de janeiro, no Festival Sundance, em Salt Lake City, Dan Reed lançou seu documentário de quatro horas chamado Leaving Neverland. A exibição deixou a audiência em silêncio com o sombrio mundo pessoal do Rei do Pop. Todos se lembram das acusações contra Michael Jackson feitas por diversas pessoas ao longo dos anos, contando histórias de abuso sexual que nunca resultaram na condenação do astro. O documentário está previsto para ser lançado na HBO durante a primavera de 2018.
No festival, a jornalista Francesca Bacardi tuitou: “[O filme] deixou as pessoas chocadas e se perguntando como Michael Jackson foi absolvido. E só assistimos à primeira parte até agora”. O sentimento foi compartilhado por outros membros da imprensa, que não se acanharam ao escrever sobre as perturbadoras experiências dos jovens Wade Robson e James Safechuck.
Centrado nos depoimentos de Wade e James, o documentário conta histórias não somente das alegadas vítimas, mas também de suas mães, esposas e irmãos, para contextualizar os episódios de abuso.
De acordo com a matéria de Sam Adams, publicada na Slate, Michael Jackson havia “preparado [os meninos] e seus pais até que eles pudessem dormir no quarto [do popstar] sozinhos. Ele começou com uma mão na coxa, depois na virilha e, em seguida, teria posto a mão dentro de seus pijamas para acariciar seus genitais. O cantor teria pedido aos meninos para fazerem o mesmo nele”, escreve o jornalista.
O repórter ainda descreveu que os garotos também falaram “[da] instrução [de Jackson] para os meninos abrirem suas nádegas para que ele pudesse ver seus ânus enquanto se masturbava até terminar”. E essa foi somente a primeira parte do filme.
A segunda parte do filme, porém, esclareceu que a história não era sobre sofrer abuso sexual, mas como sobreviver a essa violência. Após a exibição do longa, Safechuck e Robson foram recebidos pelo público com aplausos e responderam a algumas questões.
“Desde o começo, não havia oferta de dinheiro e nunca esperamos nada”, disse Safechuck. O comentário foi em resposta à acusação, feita por fãs de Jackson, de que as vítimas estariam expondo os fatos para “ganhar dinheiro”.
“Não podemos mudar o que aconteceu conosco, e não podemos fazer nada para impedir o Michael. Ele está morto. Já acabou”, afirmou Robson. “Queremos usar essa plataforma para contar nossa história. Espero que [o filme] ajude outras vítimas a se sentirem menos isoladas”, completou.