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Espaço para debates sobre assuntos que não sejam relacionados a Chespirito, como cinema, política, atualidades, música, cotidiano, games, tecnologias, etc.
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Mensagem por E.R » 01 Out 2022, 08:22

NOTÍCIAS
https://www.agazeta.com.br/hz//cultura/ ... uturo-0922

Às vésperas da eleição, entidades do livro enviam uma carta aos candidatos à Presidência com alguns pedidos e alertas, como a necessidade de valorizar iniciativas direcionadas à educação, ao livro e à leitura como estratégia para o desenvolvimento econômico, cultural e humano.

Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) disse que o principal projeto é a implantação e execução efetiva do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL).

O plano, de 2006, tem quatro eixos : democratização do acesso, fomento à leitura e à formação de mediadores, valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico e desenvolvimento da economia do livro.

"Pretendemos falar para o novo Congresso sobre a importância fundamental da preservação da situação tributária do livro, do respeito ao direito autoral e proteção da propriedade intelectual, além do apoio a projetos de lei que fomentem o livro e a leitura e do fortalecimento do Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD)", explica Vitor Tavares.

Profissionais do mercado editorial se reúnem em Campinas, entre os dias 26 e 28 de outubro, para o Encontro de Editores, Livreiros, Distribuidores e Gráficos 2022.

Com o tema "O livro que nos une" e curadoria do jornalista Leonardo Neto, a ideia do encontro é estreitar as relações e ampliar o diálogo acerca dos desafios e soluções para fortalecer o setor.

Entre os assuntos em pauta estão a formação do novo Congresso Nacional, o futuro das livrarias físicas, a influência do TikTok no mercado editorial, entre outros temas.

"Estimular o hábito da leitura no Brasil ainda é a nossa questão mais urgente. A última edição da pesquisa Retratos da Leitura apontou que 48% dos brasileiros com 5 anos de idade ou mais não são leitores. Considero que a defesa da educação, da cultura, do livro e das livrarias precisa fazer parte da agenda do nosso País, sendo necessário implementar políticas que contribuam e fortaleçam o hábito da leitura", comenta Vitor Tavares.

Outro tema relevante diz respeito ao fortalecimento da cadeia produtiva do livro "que necessita estabelecer condições saudáveis de concorrência para equilibrar a competitividade entre os grandes players do varejo e as livrarias físicas que são a base da bibliodiversidade".

O evento será no Royal Palm Plaza Resort pela CBL com o apoio da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF), Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (ABRELIVROS), Associação Nacional de Livrarias (ANL), Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF-SP), Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) e Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU).
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Mensagem por E.R » 06 Out 2022, 17:09

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo- ... -abl.ghtml

Com 32 votos (de 35 possíveis), o escritor e jornalista Ruy Castro acaba de ser eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).
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Mensagem por E.R » 12 Out 2022, 01:20

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo- ... vuna.ghtml

O acervo de livros da saudosa atriz Cláudia Jimenez, foi doado para a Biblioteca Elisa Lucinda, na Pavuna.
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Mensagem por E.R » 17 Out 2022, 00:12

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/cultura/notici ... imes.ghtml

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Os fãs de Bob Dylan foram apresentados a trechos do novo livro da lenda do “folk-rock” americano e ganhador do Nobel, “The Philosophy of Modern Song” (A Filosofia da Canção Moderna, em tradução livre), previsto para ser publicado no mês que vem, após a divulgação de trechos no jornal "The New York Times".

Trata-se de uma coleção de ensaios, seu primeiro livro escrito desde 2004, quando lançou “Chronicles, Volume One” (Crônicas, Volume Um), e explora o poder da composição musical.

Sua publicação está prevista para 8 de novembro de 2022 pela editora Simon and Schuster.
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Mensagem por E.R » 21 Out 2022, 18:20

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/blogs/ancelmo- ... umes.ghtml

Já está nas livrarias a reedição da tradução de "Ulisses", o fabuloso romance do escritor irlandês James Joyce, desdobrado em dois volumes.

A tradução é de Bernardina da Silveira Pinheiro, com edição pela Editora Nova Fronteira.
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Mensagem por Chapolin Gremista » 25 Out 2022, 15:22

NOTÍCIAS
LITERATURA BRASILEIRA
O neorrealismo na literatura brasileira contemporânea
A literatura engajada ainda persiste na poesia brasileira contemporânea

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Em meio às interpretações do termo, vale a pena definir o que se entende por neorrealismo antes de recorrer ao conceito; em linhas gerais, contrariamente ao realismo, de viés burguês e positivista, o neorrealismo tem inspiração marxista, portanto, nele são tematizadas as causas operárias contra a ditadura dos valores burgueses. Não se pretende a partir disso separar escritores em reacionários e revolucionários, as relações entre literatura e política nunca são simplistas, todavia, mediante o estudo dos temas tratados em verso e prosa, é possível analisar as variadas políticas da literatura.

Nos países explorados pelo imperialismo – a etapa superior do capitalismo, segundo Lênin –, há contradições insuperáveis entre três instâncias sociais: (1) a economia agrária baseada no latifúndio e na mão de obra camponesa; (2) a burguesia nacional baseada na exploração do proletariado nacional e em busca da industrialização; (3) a burguesia imperialista baseada na exploração das burguesias nacionais e do proletariado mundial. Assim, por serem exploradas pelo imperialismo, as burguesias nacionais nunca conseguem terminar as revoluções burguesas nos países atrasados, sempre divididos entre a indústria e o latifúndio, incapazes de concorrer contra os monopólios dos bancos internacionais e da burguesia multinacional. Ora, nesse estado de industrialização precária e incompleta, acentuam-se as contradições sociais do proletariado, cujas causas expressam-se em sindicatos, partidos políticos etc. e na arte literária dos autores engajados. Dessa forma, por ser país explorado pelo imperialismo internacional, há no Brasil um neorrealismo permanente, pois não são superadas as contradições políticas entre a burguesia, o campesinato e o proletariado; elas sequer são resolvidas embora, durante alguns breves períodos de políticas reformistas, haja a falsa impressão da literatura política no Brasil estar superada em função de outros temas.

Por tudo isso, poetas brasileiros contemporâneos ainda jovens, por exemplo Bellé Jr. e Bruno Molinero, fazem poesia social. Bellé Jr., no livro “Trato de levante”, 2014, narra uma ocupação de terra em que relações amorosas ganham novos sentidos durante o movimento político, entremeando-se trechos em prosa e em poesia, entre eles, estes versos:

o poeta que amo é comunista
não tenho dúvidas sobre meu coração anarquista
e assim seguimos de versos dados

apertamos o caudilho e disparo
meu pássaro negro vara a tempestade
num desespero libertário de vida
e de morte

rima no poente sangue de nosso povo sulamericano
as tintas sílabas em teu vermelho de oceano
rebelde que nunca se rende
não sei se somos
ou nos tornamos

tua poesia tem densidade de cobre
verve vulcânica aflora na altura dos andes
pura lava de copihue
que lavra
a brava terra mapuche

Enquanto Bellé Jr. dá voz ao campesinato e às comunidades nativas da América do Sul, Bruno Molinero, no livro de poemas “Alarido”, 2015, verte em poesia as impressões do proletariado em suas desventuras, simulando vários narradores, todos eles operários; eis o poema “Salete, 66, centro de atenção psicossocial álcool e drogas III”, quem assume a voz:

como estão os répteis?
sacodem as inexoráveis
escamosas
patas pela sala?
e os demais tortos
insondáveis
sempre deitados
nas saliências sinuosas
ainda seguem
salutares
inoxidáveis?
os répteis da somália
onde estão?
bocas cheias de cáries
e gengivas incipientes
segregados
dos novos répteis da sarjeta?
e os toscos ascos
santificados
pelas sementes do sussurro
do socorro
do insano
sentados com os velhos
répteis sintomáticos
sibilantes de sovina
e soltos pelos cantos
onde estão?

silêncio
os répteis sopram
segredos

Os livros do Bellé Jr. e do Bruno Molinero são encontrados na Editora Patuá: https://www.editorapatua.com.br/

https://causaoperaria.org.br/2022/o-neo ... emporanea/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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Mensagem por E.R » 25 Out 2022, 15:31

NOTÍCIAS
https://cultura.estadao.com.br/blogs/ba ... os-popular

A Nova Fronteira está retomando sua coleção Clássicos para Todos.

Neste mês, estão sendo lançados 30 títulos e a outra boa notícia é que eles custam R$ 19,99, R$ 24,99 ou R$ 29,99.

Entre eles estão O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, e O Bem-Amado, de Dias Gomes.
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Mensagem por E.R » 30 Out 2022, 21:59

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/rio/noticia/20 ... -rio.ghtml

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Quem costuma andar pelo Leblon, na Zona Sul do Rio, pode se deparar com um comércio inusitado na orla ou no cruzamento das Avenidas Ataulfo de Paiva e Afrânio de Melo Franco.

Sobre quatro rodas, uma estante com cerca de 500 de livros circula todos os dias pelo bairro, com exemplares a partir de R$ 2.

O sebo itinerante é criação de Luciano Penedo, de 52 anos. Dono de uma barraca na areia do posto 11 há mais de 30 anos, ele viu na venda de livros uma forma de sobreviver em meio à pandemia.

– Passamos por uma crise. Na época, falei com a minha esposa que ia vender os livros que a gente tinha em casa. Meus filhos sempre leram bastante. Então, tínhamos uma quantidade boa por lá – conta.

O negócio começou modesto, mas, hoje, conta com um estoque que ocupa metade da sala do apartamento da família.

– Foi dando certo e comprei um carrinho pequeno. Logo depois, já precisava de um maior, e assim foi, até chegar nessa estrutura de hoje. Esse fui eu quem criei e pedi para fazerem. Antes, eu levantava todo o peso. Agora, eu só empurro e o carrinho comporta os livros – explica.

Com as doações que passou a receber, Luciano decidiu tornar o negócio temporário em algo permanente. Em abril de 2021, quando o movimento começou a voltar às praias do Rio e o governo do estado liberou a permanência nas areias, sua esposa, Angela, passou a tocar a barraca da família, e Carolina, filha do casal, a ajudar o pai com a venda de livros.

Por dia, Luciano e Carolina vendem, em média, 25 obras. – Graças a Deus recebemos bastante doação, tanto dos clientes que vêm até o sebo, quanto de quem vê nas redes sociais. Sempre que alguém tem interesse em doar e entra em contato, vamos até o local onde a pessoa mora ou trabalha para buscar os livros. Hoje, temos cerca de mil exemplares que chegaram até a gente em casa – conta o vendedor.

De acordo com Carolina, o cliente pode encontrar os mais variados livros no sebo. – Temos títulos como: A Garota do Lago, Os Segredos da Mente Milionária e O Pequeno Príncipe. No sebo, as pessoas podem encontrar obras de todos os tipos e em várias línguas — completa.
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Mensagem por E.R » 08 Nov 2022, 01:55

NOTÍCIAS
https://oglobo.globo.com/cultura/notici ... fama.ghtml

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Luiz Fernando Coutinho e Liège Monteiro fizeram o livro "Bastidores” (Editora Litteris).

No livro, eles falam de várias situações que viveram envolvendo pessoas famosas.
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Mensagem por Chapolin Gremista » 09 Nov 2022, 21:51

NOTÍCIAS
08/11/2022
Nascimento de criador de Drácula completa 175 anos
Bram Stoker, nascido em 08 de novembro de 1847, entrou para a história literária com sua obra "O Drácula"

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No dia 8 de novembro de 1847, em Dublin, Irlanda, nascia um dos grandes nomes da literatura gótica: Abraham “Bram” Stoker, homem que entrou para a história com sua imortal obra “Drácula”, o romance e conto de terror em que está presente o maior desenvolvimento do mito vampiro, lenda marcada na cultura universal, que influencia toda uma onda de produção cultural até os dias de hoje, estando presente em inúmeros filmes, livros, entre outras produções artísticas.

Bram Stoker foi um dos maiores escritores da “Era Vitoriana”, período em que reinou Vitória (1837-1901). Desde muito jovem frequentava teatros e adorava escrever, era também um grande admirador de ciência e medicina. Aos 16 anos escreveu seu primeiro ensaio, em 1875 terminou seu mestrado, já tendo importantes obras como seu primeiro conto de terror: “The Crystal Cup” e seu primeiro romance “The Primrose Path”. Prestou serviços como crítico no jornal “Dublin Eventing Mail” sem nenhuma remuneração. Em 1878 conheceu seu grande ídolo e futuro amigo, Henry Irving, que o convidou para secretariar sua carreira de ator. Ainda em 1879 muda-se para Londres para assumir a companhia teatral Irving Lyceum, onde trabalhou por 27 anos, tempo em que inicia uma vasta produção literária.

Sua obra de maior destaque foi “Drácula” em 1897, uma inovação na Europa ocidental, pois o folclore vampiresco estava presente na Europa oriental, na região dos “Balcãs”, em países como Albânia, Hungria, Grécia e Romênia, a cultura folclórica dos vampiros já havia sido importada pelo império Habsburgo devido a expansão e invasões da Áustria, porém quem eternizou e desenvolveu foi Bram Stoker. O personagem principal, o conde Drácula é inspirado em um personagem real, o príncipe Vlad III, de Valáquia (Romênia), conhecido como “o empalador”, por empalar com uma lança seus inimigos, deixando os sofrer por vários dias até a morte, característica que ilustra a brutalidade pertencente a este homem, à mesma violência presente na obra sanguinolenta de Bram.

O conto se passa na Transilvânia, atual região da Romênia, local onde o autor nunca conseguiu viajar. O livro é uma narração de uma série de documentos, uma leitura de fácil acesso que se tornou admirável ao público adolescente, por sua trama juvenil. O autor acabou morrendo em 20 de abril de 1912 em Londres, a causa de sua morte foi uma sequência de derrames cerebrais, há biógrafos que atribuem sua morte a um processo desencadeado por uma sífilis terciária.

Deixou um enorme legado na literatura, hoje sua obra de maior importância é considerada um clássico que dialoga com diversas épocas. Além de abordar diferentes discussões de época da maior relevância, por exemplo a teoria da evolução de Charles Darwin, fé cristã, e a revolução industrial que desencadeia mudanças econômicas fundamentais para se entender o contexto em que se passa a narrativa.

“Que espécie de homem será esse, ou que tipo de criatura ou simples fera está ali oculta sob as feições de um homem? Sinto o terror deste demoníaco lugar aniquilar-me. Estou em pânico – em pânico mortal – e não há uma saída para mim. Estou imobilizado por uma rede de terror sobre a qual o meu cérebro se nega a raciocinar”.




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Mensagem por Chapolin Gremista » 10 Nov 2022, 05:08

NOTÍCIAS
LITERATURA BRASILEIRA
Surrealismo na literatura brasileira contemporânea
Claudio Willer e Sérgio Lima sempre insistiram na participação significativa do surrealismo na arte brasileira

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a literatura brasileira moderna, a presença do surrealismo é carente de discussões porque, infelizmente, alguns críticos consideram-no irrelevante para o Brasil, reduzindo-o a manifestações isoladas tais quais alguns poemas de Murilo Mendes e Jorge de Lima, enquanto outros autores, entre eles Claudio Willer e Sérgio Lima, insistem na participação significativa da vertente surrealista na arte brasileira. Segundo eles e demais poetas brasileiros surrealistas, haveria no Brasil contradições entre modernismo e surrealismo, entre elas, a polêmica nacionalismo vs. internacionalismo, a qual não é devidamente problematizada.

Em linhas gerais, independentemente da vertente ser reacionária, a seguida por Menotti de Picchia, Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, ou progressista, aquela de Oswald de Andrade, Mario de Andrade e Patrícia Galvão, o tema principal do modernismo é a nação brasileira; o surrealismo, porém, devido a vocações distintas e bem mais abrangentes do que ser predominantemente movimentos literários ou políticos, vai de encontro aos nacionalismos por seu teor universalizante, tanto do ponto de vista psicológico quanto social. Assim, no contexto político brasileiro da primeira metade do século XX, quando se buscava superar as contradições entre os latifundiários e a burguesia nacional ainda em formação, priorizaram-se as polêmicas sobre o Brasil em vez da renovação humana mediante as reflexões e a práxis trazidas pela psicanálise e pelo marxismo, levadas a cabo pelo surrealismo. Em defesas de seus argumentos, os surrealistas brasileiros atuantes no campo da crítica discutem tais contradições, apontando numerosas influências do surrealismo nos poetas modernos além das ocorrentes em Murilo Mendes e Jorge de Lima.

Ligados diretamente à obra de Roberto Piva, quem dialoga em sua poética e seus modos de vida intensamente com o surrealismo, vale a pena lembrar de três poetas brasileiros contemporâneos: Chiu Yi Chih, Rita Medusa e Rubens Zárate. Talvez Chiu Yi Chih seja um dos representantes mais significativos da práxis surrealista, pois sua poesia está quase sempre inserida em performances artísticas, em que música, expressão corporal e artes plásticas estão integradas com o poeta, quem busca transcender os limiares da consciência humana desafiando os limites entre a arte e a metafísica. Eis o poema “Buda-Exu”, do livro “Metacorporeidade”, 2016, sendo ele apenas a semiótica verbal do ato poético realizado também em outras semióticas, constituído pela performance:

uma guerra se trava entre os clavicórdios de teus ossos porém mais do que dilúvio de sangue ou fome indiscriminada talvez seja apenas a inexprimível eclosão de outro império irrefletido pois tampouco se trataria de mero deslocamento do teus nervos senão do algo mais abstrato e desastroso assim como se um súbito inverno voraz viesse a irromper por si mesmo no distúrbio iminente das consciências ou como se o próprio tempo estivesse sendo esmagado por debaixo das águas engomadas de tua astúcia eclipsada tal como se aquela falha inerente jamais pudesse ser estancada no momento em que todas as paredes ovaladas se arqueiam diante do edifício em destroços onde ninguém pretende refazer os venenos da tua came assolada pelo pó das trevas ao mesmo tempo que nada parece se reconciliar com os alumínios do tua miséria mal reconquistada quando apenas o coração lacerado se alastra entre farrapos recalcitrantes tanto nesta língua atravessada pelos olhos calcinados como naquela viela de escamas enrugadas onde cada pétala se estilhaça com as estrelas esfarrapadas de tuas feridas impossíveis

A vertente surrealista, afastando-se do mundo consensual, aproxima-se do sonho e do delírio; isso se evidencia nos poemas de Chiu Yi Chih e Rita Medusa, próximos do fluxo de consciência. Eis o poema “Lucrando com os danos”, de Rita Medusa, do livro “Hipnose para um incêndio”, 2018:

Astronomia nas poças
quimeras elétricas
pátios transitando Salas fechadas
gigantes em sentinela
a altura dos mínimos
afogamento dos rasos
grandiosidade do inútil
como granadas apaixonadas
pelo impacto da explosão
antes de ser ativada
aquecendo a mão insana
como se do precipício
retirassem para um passeio
Uma alegria impregnada de mar
Porque todas as coisas vivas choram
e a vertigem é o delicioso jogo
Dos que não vão embora
Quando o concerto de bombas começa

Por fim, o poema “Nature ne peut conseiller que le crime”, de Rubens Zárate, do livro “Lolita em prado de bode”, 2016, cujas imagens oníricas oscilam entre a selvageria dos lobisomens e a delicadeza dos pavões, duas figuras simbolicamente ricas e complexas:

:: por trás de tua sombra vinha a tarde (cor de vinho)
dos batons :: por trás de tua sombra vinha o sol das
maquiagens ::

:: por trás dela a plumagem dos pavões brancos de
vênus :: os esmaltes aberrantes das histórias de alcateia ::

:: por trás de tua sombra as borboletas violadas :: e a
licantropia do verão vinha por trás de tua sombra ::

:: por trás dela havia um arsenal de arsénico & de
rouges :: c um cutelo (com ternura) fatiava óperas &
alho ::

Os livros citados anteriormente são todos da editora Córrego e podem ser encontrados neste endereço:

https://editoracorrego.com/
https://causaoperaria.org.br/2022/surre ... emporanea/
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Mensagem por E.R » 11 Nov 2022, 21:58

NOTÍCIAS
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Foi lançado nesse mês o livro ""Álbum da Cidade do Rio de Janeiro : Bicentenário da Independência — 2022".

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O livro tem muitas fotos antigas da cidade do Rio de Janeiro.

Fonte : https://oglobo.globo.com/rio/noticia/20 ... gens.ghtml
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Mensagem por E.R » 15 Nov 2022, 02:00

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Mensagem por E.R » 18 Nov 2022, 04:38

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https://oglobo.globo.com/cultura/musica ... isco.ghtml

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Esta semana chegaram da gráfica os primeiros exemplares de “Expresso 2222”, livro-objeto com ensaios e trabalhos visuais que Ana Oliveira organizou em homenagem ao disco homônimo lançado há 50 anos, do cantor Gilberto Gil.

O músico falou sobre o assunto :

— Ana Oliveira é uma pessoa que vem acompanhando com interesse o meu trabalho e se manifestando a respeito em muitas oportunidades. Eu acho que o livro resulta de uma densidade memorial muito forte e do interesse natural de uma realizadora como ela é, muito associada a todo o meu trabalho há muito tempo — diz o artista.

O livro-objeto com 252 páginas já está em pré-venda, e seu lançamento oficial será no dia 8 de dezembro de 2022, em São Paulo, no Auditório Ibirapuera.
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Mensagem por Chapolin Gremista » 19 Nov 2022, 15:53

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LITERATURA BRASILEIRA
19/11/1967: 55 anos da morte de Guimarães Rosa
19/11/1967: morria o escritor mineiro Guimarães Rosa

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João Guimarães Rosa:médico, diplomata, escritor mineiro, nascido em 1908. Faleceu em 19/11/67 no Rio de Janeiro. Durante o tempo em que viveu, Guimarães produziu obras literárias geniais, originais e genuinamente construídas com todos os sons, cheiros, paisagens e reflexões que só existiam – e talvez ainda existam – no sertão que se estende de Minas à Bahia, Tocantins, Goias. Uma realidade dura, cruel, mas nem por isso desprovida de beleza, de leveza e de reflexões profundas e universais sobre nossa própria existência, como faz Riobaldo, personagem da obra-prima de Rosa.

“Tempo é a vida da morte: imperfeição”. Assim proseia Riobaldo, já se encaminhando para o fim de sua história em Grande Sertão: Veredas. As narrativas de Guimarães Rosa, seja em romances ou contos, brincam com o tempo ao brincar com as palavras, ao criar, ao modo dos sertanejos, palavras que se ajustem ao seu falar, ao seu tempo e ao seu lugar. Neologismos, ou usos de certos vocábulos que já caíram em desuso, mudaram de sentido, mas que soam naturais nas vozes e pensamentos de seus personagens, principalmente quando narram momentos tensos ou dramáticos: batalhas, perrengues no atoleiro, enfrentamento com bichos do mato e assombrações. Porém, mais do que o vocabulário, chama a atenção do leitor a sintaxe usada pelo escritor.

A construção de frases fragmentadas, cortadas por interrupções, reminiscências, outras conversas, tornam o ritmo da narrativa semelhante ao ritmo de pensar, falar e viver das personagens, tipos bem diferentes dos cosmopolitas das grandes cidades e das regras da gramática normativa da língua. O trabalho minucioso do escritor mineiro na lapidação da linguagem é comparável à de outro mestre da literatura universal: James Joyce.

A prosa de Guimarães Rosa é uma prosa, acima de tudo, poética. Vejamos um exemplo:

“De graça berra é o boi, tirante a vaca. Desta vez que tudo não acabava sem fim…. E há vero jeito de contar – uma vivência dessas! Os tiros, os gritos, eco, baque, boléu, urros nos tiros e essas coisas rebentaveis. ..Tempo que me mediu. Tempo? Se as pessoas esbarrassem – para pensar – tem uma coisa !-: eu vejo é o puro tempo vindo de baixo, quieto, mole, como a enchente duma água…Tempo é a vida da morte: imperfeição” ( Riobaldo,Grande Sertão : Veredas).

“E há vero jeito de contar – uma vivência dessas”, afirma Riobaldo. Guimarães Rosa sabia disso mais do que ninguém. Sabia contar as histórias que nasciam de suas vivências e experiências no sertão, usando não apenas o argumento, personagens e expressões locais, mas todo um universo de pessoas, culturas, tempos e políticas cuja tensão e sentido só existem dentro de seu contexto de origem. Sem isso, as obras de Rosa não seriam o que são: universais e extremamente locais simultaneamente. O conteúdo da prosa não se dissocia de sua expressão, de sua linguagem.

Na passagem acima, Riobaldo fala de balas, tiros, gritos. As cenas em que descreve batalhas entre jagunços são de uma plasticidade cinematográfica. Perseguições, fugas para o mato, morte a queima roupa, a mando de coronéis, políticos ou mortes por pura vingança passional. No romance, admiramos tais cenas. Porém, infelizmente, tais barbaridades ainda acontecem no interior do Brasil, com jagunços matando e perseguindo camponeses, vaqueiros e índios. No sertão de Guimarães Rosa, o agro ainda não era o que é hoje, mas já tinha suas raízes políticas desenhadas. Algumas, infelizmente, se mantém: imperfeição…



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Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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