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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 18 Mar 2014, 16:34

Silvester escreveu:96% querem se unir a Russia ,acho que temos que respeitar esses 96%.
Mesmo que essa maioria decida desalojar a minoria que reside na área?

http://br.noticias.yahoo.com/crimeia-an ... 49695.html

E esses 96% são bem questionáveis. Há acusações de manipulação, e também houve boicote por parte das minorias tártaras e ucranianas ao referendo. O fato é que a população russa do local é de cerca de 60%, o que torna esse resultado de mais de 96% bem duvidoso...

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Re: MUNDO

Mensagem por Silvester » 18 Mar 2014, 17:17

Em todo lugar que tem 2 povos diferentes tem esse tipo de briga.O que não pode é a maioria se submeter a vontade da minoria.
Eu acho que os EUA ao inves de simplesmente desconsiderar o referendo, deve investigar se houve ou não fraude e caso não tenha aceitar o referendo e pronto.

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Re: MUNDO

Mensagem por E.R » 18 Mar 2014, 19:39

Silvester escreveu:
Barbano escreveu:Nada é tão simples assim. Não é uma região com 100% de russos ou de ucranianos. Sempre vai ter uma minoria significativa que dormiu ucraniana e acordou russa.
96% querem se unir a Russia ,acho que temos que respeitar esses 96%.
Concordo com você. :joinha:

E os 4% (ou 40%, como disse o Fabão) que se mudem para a Ucrânia.
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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 19 Mar 2014, 00:07

Silvester escreveu:Em todo lugar que tem 2 povos diferentes tem esse tipo de briga.O que não pode é a maioria se submeter a vontade da minoria.
E nem a maioria se impor sobre as minorias. É o que faz a lei garantir, aqui no Brasil, direitos a negros, homossexuais e outras minorias.
Silvester escreveu:Eu acho que os EUA ao inves de simplesmente desconsiderar o referendo, deve investigar se houve ou não fraude e caso não tenha aceitar o referendo e pronto.
E não é só os EUA, os países mais relevantes do Ocidente consideraram ilegítimo esse referendo. Assim como a Rússia considera ilegítimo o novo governo ucraniano.

Para esses países ocidentais, o que houve lá foi um confisco de território. Cheira a isso mesmo, já que bem antes do referendo já houve a invasão de tropas russas por lá. Mas, à bem da verdade, Oriente e Ocidente estão cagando para a Crimeia. O que interessa mesmo é a demonstração de poder.
E.R escreveu:Concordo com você. :joinha:

E os 4% (ou 40%, como disse o Fabão) que se mudem para a Ucrânia.
É? Se fosse para os 10% de cariocas aqui do Brasil mudarem do RJ para outro estado, você aprovaria? :asso:

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Re: MUNDO

Mensagem por Rafinha » 19 Mar 2014, 00:19

A verdade é que pimenta no dos outros é refresco.
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Re: MUNDO

Mensagem por E.R » 19 Mar 2014, 03:15

Essa comparação Rio de Janeiro e Criméia não tem nada a ver.

Na Criméia se fala russo e o povo tem mais identificação com a Rússia do que com a Ucrânia, a Criméia já fez parte do território russo.
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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 19 Mar 2014, 10:02

A comparação foi mais no sentido do que o Rafinha disse, que pimenta no dos outros é refresco. É uma região que tinha status de república autônoma, e que passa a ser um estado russo, mesmo com a pluralidade de etnias que existe no local.

Lembrei do que o Goldman falava sobre o BRIC. Realmente, no caso dos países orientais, eles podem formar um bloco econômico e político forte dentro de algum tempo. São países extensos e, no caso de China e Índia, muito populosos. O mundo como conhecemos, com domínio norte-americano e da união europeia, pode mudar bastante.

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Re: MUNDO

Mensagem por Silvester » 19 Mar 2014, 10:42

Barbano escreveu: E nem a maioria se impor sobre as minorias. É o que faz a lei garantir, aqui no Brasil, direitos a negros, homossexuais e outras minorias.
Aí voce já está embaralhando as coisas,uma coisa é a lei garantir direitos básicos e proteger as minorias de perseguição,outra coisa é querer que a minoria decida o destino do país,seria o mesmo que os homossexuais decidirem que o presidente deve ser o Jean Wyllis ou os negros decidirem unir o Brasil a Angola e a maioria ter que acatar.
Barbano escreveu: E não é só os EUA, os países mais relevantes do Ocidente consideraram ilegítimo esse referendo. Assim como a Rússia considera ilegítimo o novo governo ucraniano.

Para esses países ocidentais, o que houve lá foi um confisco de território. Cheira a isso mesmo, já que bem antes do referendo já houve a invasão de tropas russas por lá. Mas, à bem da verdade, Oriente e Ocidente estão cagando para a Crimeia. O que interessa mesmo é a demonstração de poder.
Os EUA só querem mostrar que é forte,a Russia tambem quer mostrar que não tem medo de cara feia,nenhum dos 2 é santo,mas analisando bem a situação eu tendo a dar razão a Russia.

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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 19 Mar 2014, 11:49

Silvester escreveu:Aí voce já está embaralhando as coisas,uma coisa é a lei garantir direitos básicos e proteger as minorias de perseguição,outra coisa é querer que a minoria decida o destino do país,seria o mesmo que os homossexuais decidirem que o presidente deve ser o Jean Wyllis ou os negros decidirem unir o Brasil a Angola e a maioria ter que acatar.
Mas é uma decisão que afeta diretamente os direitos dessas minorias, que passam a obedecer à legislação russa, e que podem inclusive ser desalojadas, como mostra a notícia que linkei.
Barbano escreveu:Os EUA só querem mostrar que é forte,a Russia tambem quer mostrar que não tem medo de cara feia,nenhum dos 2 é santo,mas analisando bem a situação eu tendo a dar razão a Russia.
Eu não dou razão a ninguém. Para mim fica claro que a Rússia se aproveitou da crise política na Ucrânia para invadir e anexar um território, ainda que de forma relativamente democrática. Levo em conta ainda que a mesma Rússia não reconhece o novo governo ucraniano. Pura disputa de poder mesmo.

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Re: MUNDO

Mensagem por Silvester » 19 Mar 2014, 17:15

Por esse teu raciocinio o Brasil nunca teria se separado de Portugal.

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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 19 Mar 2014, 19:10

Ao contrário, pelo seu seria válido anexar o Brasil novamente a Portugal. :[

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Re: MUNDO

Mensagem por Silvester » 19 Mar 2014, 19:24

Não senhor,o seu raciocinio é seguir o que a minoria quer,e a minoria queria que o Brasil continuasse unido com Portugal.

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Re: MUNDO

Mensagem por Leandro Boutsen » 19 Mar 2014, 20:57

http://knowyourmeme.com/memes/people/na ... oklonskaya


Depois dessa sou Crimeia até a morte. :vamp:

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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 20 Mar 2014, 00:12

Silvester escreveu:Não senhor,o seu raciocinio é seguir o que a minoria quer,e a minoria queria que o Brasil continuasse unido com Portugal.
A independência não representou nenhuma forma de opressão contra os portugueses que aqui viviam. Pelo contrário, a família real continuou com a mesma descendência.

De qualquer forma, não estamos mais no século XIX. Anexar áreas de outras nações com referendo feito às pressas e com invasão militar, aproveitando um momento de crise política local, não é lá muito aceitável. Tanto que a maioria das grandes nações repudiaram a ação russa.

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Re: MUNDO

Mensagem por Barbano » 20 Mar 2014, 10:38

O plano que permitiu à Rússia a anexação secreta da Crimeia

Primeiro sinal de que a Crimeia seria tomada veio em 28 de fevereiro.
Tomada da Crimeia foi uma infiltração, não uma invasão.


A anexação da Crimeia foi a mais suave invasão dos tempos modernos. Ela terminou antes mesmo que o mundo se desse conta de que havia começado.

E até 18 de março, quando um grupo armado pró-Rússia atacou uma pequena base do Exército ucraniano em Simferopol – assassinando um oficial e ferindo outro –, a invasão vinha ocorrendo sem derramamento de sangue.

Durante boa parte do mês de fevereiro, milhares de soldados foram mandados silenciosamente para bases russas situadas na Crimeia com base em um tratado antigo entre Kiev e Moscou. "Voluntários" civis também foram levados para essas unidades. O plano foi executado secretamente e teve sucesso.

O primeiro sinal óbvio de que a Crimeia estava sendo tomada veio em 28 de fevereiro, quando barreiras de controle foram montadas em Armyasnk e Chongar – as duas maiores estradas que ligam a península à Ucrânia.

'Bem-vindo à Rússia'
Esses pontos eram controlados por homens que usavam uma grande variedade de uniformes: do Exército ucraniano, da polícia ucraniana e fardas camufladas sem a insígnia do país. Muitos usavam roupas civis.

Quando eu tentei passar por uma dessas barreiras em Armyansk no sábado, 1º de março, com um cinegrafista da BBC, esses homens foram hostis e ameaçadores.

Eles abriram o porta-malas do táxi e roubaram as malas onde estavam nossos coletes à prova de balas. Depois abriram nossas pastas agressivamente, jogando parte do que estava dentro na estrada. Eles pegaram nossa câmera e retiraram os cartões de memória e as baterias.

Eles sabiam exatamente o que procurar. Havia mais malas contendo coletes à prova de balas empilhadas ao lado da estrada – sinal de que outros jornalistas tentaram passar por lá antes de nós.

Os homens da barreira estavam parando todos, exceto os moradores locais. Não entendi no início o que estava realmente acontecendo.

Foi apenas quando um deles, que usava roupas da polícia, disse "Bem-vindo à Rússia!" que eu entendi – seus uniformes podiam ser ucranianos, mas eles estavam isolando a Crimeia em nome de Moscou.

Bases cercadas
No dia seguinte, 2 de março, tudo já estava feito. Enquanto o mundo esperava que navios de guerra russos chegassem para tomar a Crimeia, isso já havia acontecido de forma discreta.
Em dois dias, as bases miliares ucranianas foram cercadas por soldados. Eles carregavam armas russas modernas, mas seus uniformes não tinham nem símbolos nacionais ou brevês de unidades – tampouco marcas de patentes.

Junto com eles estavam "voluntários" – normalmente homens mais velhos, muitos aparentemente vindos da Rússia. Alguns deles usavam peças de uniformes ou roupas civis. Eles isolaram as bases ucranianas e impediam qualquer um de se aproximar.

Presumivelmente, eles eram reservistas russos. Eram duros e agressivos, mas obedeciam ordens de superiores. Alguns eram até beberrões e foram vistos claramente alcoolizados durante a noite.

No entanto, a disciplina era mantida. Não houve notícias de pilhagens e, apesar de seu comportamento, eles não ameaçaram nem atacaram civis.

Infiltração
Nos dias seguintes, outros grupos apareceram. Eles eram voluntários genuínos, que vieram de Moscou para se juntar ao que entenderam como a liberação da Crimeia. Eu conversei com três membros de um grupo ultranacionalista cujos uniformes tinham as cores de uma organização monarquista.

Eram todos de Moscou e planejavam ir da Crimeia para as cidades de Kharkiv e Donetsk, nas quais a Rússia exerce influência. Por quê? Solidariedade, disseram.

Mais cedo eu havia falado com um grupo de sete ou oito motoqueiros que usavam roupas de couro e brevês com títulos como "presidente", "vice-presidente", etc. Eles também vieram de Moscou e planejavam se dirigir a Kharkiv e Donetsk. "É um grande dia", disse o que ostentava a patente de "presidente".

Mas esses eram apenas amadores que queriam se juntar ao processo. Não havia absolutamente nenhum sinal de que o governo russo os havia mandado.

Em tempos modernos, Moscou protagonizou três grandes invasões: na Hungria, em novembro de 1956, e na Tchecoslováquia, em agosto de 1968, quando governos comunistas começaram a demonstrar tendências ocidentais; e no Afeganistão, em dezembro de 1979, quando um regime pró-comunista estava à beira do colapso.

Essas foram operações enormes e brutais, que envolveram um grande número de blindados e, às vezes, grande derramamento de sangue.

A tomada da Crimeia foi completamente diferente. Foi uma infiltração, não uma invasão. Diferente de Hungria, Tchecoslováquia e Afeganistão, ela teria sido apoiada por uma grande parte da população local.

De acordo com um conhecido opositor ao presidente russo Vladimir Putin, a votação na Crimeia para unir a região à Federação Russa foi "um referendo na mira de Kalashnikovs". Mas não foi.

O resultado foi o que a vasta maioria de russo étnicos queria, e houve pouco uso para fuzis nas ruas. Aqueles que queriam manter a Crimeia como parte da Ucrânia estavam chocados e intimidados demais para resistir.

A operação toda foi bem planejada e executada. Mas não há absolutamente nenhuma dúvida sobre o que ela foi – um rápido e sem muito derramamento de sangue golpe de Estado.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/ ... imeia.html

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