
Responsável por R$ 43 milhões de lucro e segunda fonte de receita do Flamengo no ano passado, o programa Nação Rubro-Negra dá mostra de esgotamento com seu modelo baseado na reconstrução financeira do clube e no apelo de jogos no Maracanã.
Depois de superar a barreira dos 100 mil integrantes, em junho de 2017, o plano perdeu mais de 25 mil sócios e hoje é o oitavo colocado no ranking nacional, recém-ultrapassado pelo Cruzeiro.
Sem o estádio e também sem público nas primeiras rodadas da Libertadores, por ocasião da punição da Conmebol, o clube viu o quadro se agravar no começo da temporada e busca alternativas para melhorar o atendimento e os benefícios, enquanto a presença nos jogos, principal objetivo, fica em segundo plano. A primeira partida de maior interesse dos torcedores do Flamengo será apenas em maio, contra o Emelec.
— A punição na Libertadores certamente foi um dos fatores para a queda que tivemos — atribuiu o diretor de marketing Bruno Spindel.
Mas não foi o único. Sem um sistema de fidelização, que premia a assiduidade dos torcedores e o tempo como sócios, o Flamengo incentiva que o plano seja cancelado por quase metade da temporada, e os associados o renovem perto de partidas de grande importância. Um exemplo foi a final da Copa do Brasil do ano passado. Uma nova adesão em um plano mais caro e o torcedor tinha prioridade na compra. Tanto sobre os sócios de planos mais baratos como sobre os do plano OFF-Rio, que têm poucos benefícios e não conseguem acompanhar o time nem em suas cidades. O Flamengo pretende mudar isso. Mas não sabe quando.
— Vamos reconhecer o tempo de associação ininterrupta do sócio-torcedor e sua frequência no estádio. A mecânica e implementação estão em fase inicial e ainda não é possível estabelecer um prazo — revelou Bruno Spindel.
A falta de resultados expressivos do time também influencia na debandada. Com a direção do futebol desalinhada ao que a torcida cobra, a presença de ídolos, desde a chegada de Diego, não tem sido suficiente para manter o programa com adesão regular.
O Nação Rubro-Negra foi propagado desde o princípio como uma ajuda da torcida para a formação de um elenco de peso. Acabou focado mais nos recursos que gerava, segundo o clube, exclusivamente ao futebol, do que em um serviço oferecido ao cliente exigente.
— O objetivo do programa, como tudo no clube, é possibilitar a contratação de grandes atletas e proporcionar vitórias e títulos ao Flamengo. O foco é vencer, fortalecer o futebol. Nunca foi outro e não vai deixar de ser esse. O torcedor, através do programa, pode ser ainda mais protagonista das nossas vitórias. E é evidente que estamos sempre pensando em melhorar a experiência dos nossos torcedores. Não estamos parados — prometeu Bruno Spindel.














