Adaptações Animadas vs. Roteiros do Roberto
Enviado: 24 Ago 2024, 14:41
Criei um tópico próprio para isso para não lotar o outro mas vamos lá:
Nós já estamos carecas de saber que Chaves Animado tem um problema gravíssimo com o fato deles botarem os personagens em locais de fantasia ou ficção que já não combinam com eles ou com a obra original, mas vocês já pararam para dissecar os outros problemas de estrutura narrativa que tanto ele quanto o Chapolin Animado tem em comparação com os roteiros bons e fracos do Chespirito no live-action?
Por isso eu gostaria de saber de vocês: além da exagerada fantasia e da falta de trejeitos/bordões dos personagens, no que mais os desenhos realmente pecaram no núcleo do storytelling/modo de contar deles? E como isso influencia nossas perspectivas para futuras críticas construtivas que podemos fazer aos produtos novos do Grupo CH?
Em minha opinião:o Chaves Animado não sabe o que ser ou pelo menos, qual seu estilo de narrativa a seguir(quer ser igual a fórmula do Roberto? Ou uma pegada diferente mas que seja amarrado com o humor?).
A gente nota isso até nos remakes do próprio desenho que não adicionam quase nada de diferente de um remake já ótimo do live-action, no máximo algumas piadas que foram favorecidas pelos visuais exagerados dos desenhos(ex: o Chaves real imaginando tudo o que ele diz sobre a avó do Madruga) e só uma coisinha ou outra real boa(ex: final da versão animada do Desjejum do Chaves onde o Quico faz uma boa ação e dá sanduíche pro menino do 8).
Uma coisa que eu real acho boa é que os escritores dos desenhos não tem medo de tentarem coisas novas, mas isso também acaba sendo um problema se você não pensa na situação ou condições dos personagens e como você vai fazer o público comprar aquela ideia(ou como você vai fazer aquela piada central para todos rirem), e isso é o negativo também das "novidades" das versões animadas.
Uma comparação que acho justa por que ambos os dois roteiros tem premissa de personagens passarem por uma confusão mas só um dá certo: "As Manchas do Quico"(temporada 7 do desenho) vs. "A morte do Seu Madruga"(de 1975, do Chaves Clássico).
No ep de 75, você consegue SIM comprar a ideia(rir) do Seu Madruga crendo de que ele vai morrer ou que vão matar ele por conta da confusão e da ingenuidade do Chaves em ouvir errado as fofocas da vila que na realidade estão planejando uma festa de aniversário pro Madruga, mas por que isso acontece com o telespectador?
A resposta é simples: o Chespirito sabia como fazer as situações parecerem realistas(não necessariamente sem fantasia ou imaginação envolvido no meio, mas sim, o que está no alcance dos personagens, levando em conta que personagens são pessoas com camadas profundas assim como nós na vida real).
Se eu me colocasse no mesmo pedestal que o Madruga, eu o entenderia totalmente, o porque de todos que moram perto de mim falando que tenho algo estranho ou se me sinto mal(sabendo que é um senhor adulto com certa idade) e depois perguntar pra alguém que não sabe de nada para ouvir as fofocas e depois descobrir que eu vou ser morto ou vou morrer, é totalmente aceitável as reações dos personagens.
Agora comparamos ao roteiro do "As Manchas do Quico" a gente não consegue ter essa mesma façanha de comprar a ideia de que até os adultos que estão acompanhando o Chaves e as crianças acreditam que o Quico, Florinda e Clotilde viraram cachorros, isso por que a história só joga ali sem mais nem menos.
Se fosse somente as crianças crendo que o Quico virou cão, teria sido muito mais aceitável pela ingenuidade delas e uma solução fácil para os escritores, agora para convencermos de que os adultos poderiam crer nisso, teria que ter um prop secundário muito genial ou que causaria dúvidas até para os telespectadores, o que não acontece aqui ou simplesmente é difícil de fazer isso.
Outra coisa que podemos tirar do enredo do Quico cachorro vs. morte(aniversário) do Madruga são os finais e seus plot twists, novamente o live-action do Chespirito foi o que mais surpreendeu.
Isso por que antes do plot-twist, a gente vê a cena do bolo com o Madruga e as duas vizinhas de boas e pensamos:
"Bom, acabaram com as confusões e tudo se resolveu e final feliz certo?" Ai chega a Chiquinha correndo do Chaves querendo bater nela e quebram totalmente a expectativa, de bônus ainda temos o Quico pendurado no barril caído depois dos golpes, deixando o final mais cômico por que o menino do barril ainda crê na mentira de que os dois vão matar o Madruga.
Agora o plot-twist do Quico cão, é totalmente esquecível ou até previsível, os cães conversarem aleatoriamente sem razão nenhuma e pronto.
Teria sido muito mais engraçado se o curandeiro e todo o lugar que ele mora, e até os cães fossem atores só se aproveitando da situação do Quico e de todos da vila preocupados para poderem gravar um trabalho para terem um currículo sabe ou o próprio curandeiro ser um charlatão falso mesmo usando todo o esquema dos cachorros(com atores anões também) como distração pros demais enquanto recebe pela consulta do Quico.
Enfim, eu poderia continuar a falar mais sobre o Chapolin Animado que tentou fazer algo diferente bom, mas ai deixo a conversa por vocês por enquanto!
Nós já estamos carecas de saber que Chaves Animado tem um problema gravíssimo com o fato deles botarem os personagens em locais de fantasia ou ficção que já não combinam com eles ou com a obra original, mas vocês já pararam para dissecar os outros problemas de estrutura narrativa que tanto ele quanto o Chapolin Animado tem em comparação com os roteiros bons e fracos do Chespirito no live-action?
Por isso eu gostaria de saber de vocês: além da exagerada fantasia e da falta de trejeitos/bordões dos personagens, no que mais os desenhos realmente pecaram no núcleo do storytelling/modo de contar deles? E como isso influencia nossas perspectivas para futuras críticas construtivas que podemos fazer aos produtos novos do Grupo CH?
Em minha opinião:o Chaves Animado não sabe o que ser ou pelo menos, qual seu estilo de narrativa a seguir(quer ser igual a fórmula do Roberto? Ou uma pegada diferente mas que seja amarrado com o humor?).
A gente nota isso até nos remakes do próprio desenho que não adicionam quase nada de diferente de um remake já ótimo do live-action, no máximo algumas piadas que foram favorecidas pelos visuais exagerados dos desenhos(ex: o Chaves real imaginando tudo o que ele diz sobre a avó do Madruga) e só uma coisinha ou outra real boa(ex: final da versão animada do Desjejum do Chaves onde o Quico faz uma boa ação e dá sanduíche pro menino do 8).
Uma coisa que eu real acho boa é que os escritores dos desenhos não tem medo de tentarem coisas novas, mas isso também acaba sendo um problema se você não pensa na situação ou condições dos personagens e como você vai fazer o público comprar aquela ideia(ou como você vai fazer aquela piada central para todos rirem), e isso é o negativo também das "novidades" das versões animadas.
Uma comparação que acho justa por que ambos os dois roteiros tem premissa de personagens passarem por uma confusão mas só um dá certo: "As Manchas do Quico"(temporada 7 do desenho) vs. "A morte do Seu Madruga"(de 1975, do Chaves Clássico).
No ep de 75, você consegue SIM comprar a ideia(rir) do Seu Madruga crendo de que ele vai morrer ou que vão matar ele por conta da confusão e da ingenuidade do Chaves em ouvir errado as fofocas da vila que na realidade estão planejando uma festa de aniversário pro Madruga, mas por que isso acontece com o telespectador?
A resposta é simples: o Chespirito sabia como fazer as situações parecerem realistas(não necessariamente sem fantasia ou imaginação envolvido no meio, mas sim, o que está no alcance dos personagens, levando em conta que personagens são pessoas com camadas profundas assim como nós na vida real).
Se eu me colocasse no mesmo pedestal que o Madruga, eu o entenderia totalmente, o porque de todos que moram perto de mim falando que tenho algo estranho ou se me sinto mal(sabendo que é um senhor adulto com certa idade) e depois perguntar pra alguém que não sabe de nada para ouvir as fofocas e depois descobrir que eu vou ser morto ou vou morrer, é totalmente aceitável as reações dos personagens.
Agora comparamos ao roteiro do "As Manchas do Quico" a gente não consegue ter essa mesma façanha de comprar a ideia de que até os adultos que estão acompanhando o Chaves e as crianças acreditam que o Quico, Florinda e Clotilde viraram cachorros, isso por que a história só joga ali sem mais nem menos.
Se fosse somente as crianças crendo que o Quico virou cão, teria sido muito mais aceitável pela ingenuidade delas e uma solução fácil para os escritores, agora para convencermos de que os adultos poderiam crer nisso, teria que ter um prop secundário muito genial ou que causaria dúvidas até para os telespectadores, o que não acontece aqui ou simplesmente é difícil de fazer isso.
Outra coisa que podemos tirar do enredo do Quico cachorro vs. morte(aniversário) do Madruga são os finais e seus plot twists, novamente o live-action do Chespirito foi o que mais surpreendeu.
Isso por que antes do plot-twist, a gente vê a cena do bolo com o Madruga e as duas vizinhas de boas e pensamos:
"Bom, acabaram com as confusões e tudo se resolveu e final feliz certo?" Ai chega a Chiquinha correndo do Chaves querendo bater nela e quebram totalmente a expectativa, de bônus ainda temos o Quico pendurado no barril caído depois dos golpes, deixando o final mais cômico por que o menino do barril ainda crê na mentira de que os dois vão matar o Madruga.
Agora o plot-twist do Quico cão, é totalmente esquecível ou até previsível, os cães conversarem aleatoriamente sem razão nenhuma e pronto.
Teria sido muito mais engraçado se o curandeiro e todo o lugar que ele mora, e até os cães fossem atores só se aproveitando da situação do Quico e de todos da vila preocupados para poderem gravar um trabalho para terem um currículo sabe ou o próprio curandeiro ser um charlatão falso mesmo usando todo o esquema dos cachorros(com atores anões também) como distração pros demais enquanto recebe pela consulta do Quico.
Enfim, eu poderia continuar a falar mais sobre o Chapolin Animado que tentou fazer algo diferente bom, mas ai deixo a conversa por vocês por enquanto!