Barbano escreveu:
A explicação mais óbvia é que a série não é cronológica e que, ao término de um episódio, tudo volta ao normal, e o Seu Madruga volta a dever os mesmos 14 meses de antes. Mas se você prefere criar toda essa justificativa mirabolante para tentar justificar a sua semi-cronologia para a série...
Esse é apenas um dos exemplos. Dá para citar também que o Nhonho explode em um episódio, e no próximo episódio com ele tá tudo normal. Ou que o Seu Madruga é esmagado no final de um episódio, e no próximo também já está normal. Ou que a Chiquinha pegou catapora três vezes, sendo que essa é uma doença que só se pega uma vez. Enfim, tem uma série de exemplos que mostram que cada episódio da série tem sua independência, e em geral não tem fatos que afetem os episódios seguintes.
Eu já expliquei antes essa questão do Nhonho explodir. E o mesmo também se aplica a esses outros casos que você citou.
Existe bons motivos sim para explicar a dívida do Seu Madruga, já foram falados e eles estão na série, assistindo dá pra ver isso. Logo, isso de "a explicação mais óbvia é de que não há é cronologia" não é verdade, pois há uma sequência de acontecimentos e uma cronologia, ainda que imperfeita, ao longo da série.
Barbano escreveu:Ao contrário, são completamente independentes. Poderiam tranquilamente ser exibidos ou produzidos em temporadas diferentes sem nenhum problema.
Desculpe, mas você não tem argumento algum pra sustentar isso.

Não são independentes, já expliquei várias vezes porque.
Barbano escreveu:Nesse episódio de Natal o Ramón já não estava mais no elenco. Por isso a menção à Dona Neves. Mas que eu saiba ela sumiu do nada sim, assim como o Ramón tanto em 79 quanto em 81.
Não foi bem assim: o Ramón saiu, mas no mesmo episódio falaram do Seu Madruga e a Chiquinha explicou a saída dele. E também explicou o sumiço da Dona Neves no episódio. Logo, Dona Neves não sumiu do nada, nem o Ramón em 81. A justificativa para a saída do Ramón em 1979 veio depois, em 81, quando ele voltou. Logo, houve uma sequência lógica de acontecimentos.
Barbano escreveu:Eles também foram apenas novos personagens inseridos na série. Não vejo diferença. Jaiminho nem morador da vila era, e participou de poucos episódios de Chaves. Tem até mais episódios com a Paty ou com o Godinez do que com o Jaiminho. Ele só se tornou um personagem relevante no programa Chespirito, em 82, quando virou morador da vila e um novo Madruga. Já a Dona Neves tem uma relevância maior, mas é uma personagem que já existia. Já havia aparecido em "O despejo do Seu Madruga" e "O dia da criança". Só ganhou mais espaço.
Mas a questão não é o espaço deles na série. A Dona Neves já existia, mas ela não morava na vila antes. Ela se mudou para a vila e tudo que aconteceu depois foi com ela morando lá e o Jaiminho participando também, ainda que sem morar ali. Se a Dona Neves e o Jaiminho tivessem sido simplesmente inseridos na série, não existiria o episódio "Nasce uma Biscavó", eles simplesmente apareciam lá com a Dona Neves morando no 72 e o Jaimnho já trabalhando de carteiro. Em vez disso, houve um episódio marcando a chegada dos dois e a partir daí, tudo que aconteceu foi depois desse episódio, assim como acontece em outras séries de TV cronológicas ou semi-cronológicas. Houve uma sequência de acontecimentos com a chegada dos dois.
Barbano escreveu:Não há problema algum se esse episódio for exibido aleatoriamente (como era nos anos 80). O público simplesmente considera que a Dona Florinda é uma moradora da vila que também tem um restaurante. O fato de na maioria dos episódios isso não fazer parte de seu universo não quer dizer nada.
Ao contrário, quer dizer sim, porque desse jeito que você diz a Dona Florinda já teria então um restaurante desde o início da série. E não foi assim, ela só passou a ter o restaurante à partir da temporada de 1979 (o que indica uma cronologia). Se o público considera que a Dona Florinda é uma moradora da vila que também tem um restaurante, é porque viu o episódio em que ela abre o restaurante, ela não poderia ficar a série inteira na vila e, de uma hora para outra, ter um restaurante, fica sem sentido.
Barbano escreveu: Nos anos 80, por exemplo, ela continuava dona do restaurante, e na maioria dos episódios é como se ele não existisse.
Claro, porque teve o episódio onde ela abre o restaurante, ainda em 1979. Aí o público entende que ela é também dona de um restaurante, mesmo que ela passe muito tempo na vila. Como eu expliquei aqui em cima, a Dona Florinda não poderia ficar a série inteira na vila e, de uma hora para outra, ter um restaurante.
Barbano escreveu:Oras, toda produção tem uma ordem original de exibição, seja ela cronológica ou não. O fato da saga de Acapulco ser da temporada de 1977 só interfere na ordem de exibição, e nada mais. O deslocamento que a Televisa fez não causa inconsistência alguma na série, não interfere em nada cronologicamente.
Nós sabemos que esse não foi o último episódio produzido com o Carlos, nem o último exibido originalmente. Mas, como não há cronologia, também não há problemas em deixá-lo na ordem atual (embora eu como fã preferisse que fosse mantida sempre a ordem original, assim como as BGMs e aberturas originais).
Indo no raciocínio do que você disse antes, se a Televisa exibe esse episódio antes do episódio do Cinema e o deixa como "o último com o Quico", então nós fãs, mesmo sabendo agora que não foi o último com o Quico, teríamos que considerar esse episódio como o último com o Quico definitivamente. A música "Boa Noite, Vizinhança" seria pra se despedir dele então. Não acho que estaria certo isso. Seria o mesmo que dizer que o Bolaños, estando brigado com o Villagrán, quis fazer uma música pra ele de despedida e isso é ilógico.
Pode ser que, dentro na série, não cause nada cronologicamente mas aí a gente volta em outra coisa que eu já repeti: Chaves é
semi-cronológico. Ou seja, há momentos em que há uma cronologia, e outros que não. Se não interfere, é porque esse é um dos momentos onde não tem cronologia, mas não quer dizer que não exista cronologia na série inteira.
Barbano escreveu:De qualquer forma, sabemos bem que isso é apenas consequência da entrada e saída de atores no elenco, e não algo planejado para que a série tivesse uma cronologia. E, isoladamente, não tem diferença um episódio de 1974 sem a Chiquinha, ou o de 76 que também não tem ela. Com a série sendo exibida de forma aleatória, são apenas episódios que não contam com a personagem. Idem para aquela doideira de primo do Seu Madruga.
Se foi planejado ou não, se foi consequência da entrada e saída dos atores ou não, o fato é que formou-se uma cronologia tanto nas fases sem o Quico como sem a Chiquinha. Quando a Chiquinha saiu, ficou vários episódios sem ela aparecer, até ela voltar da casa das tias no episódio "Chiquinha, o Terror do Cortiço". Com o Quico, logo na saída dele, no episódio do Cinema, foi explicado que ele foi morar com a madrinha rica e daí para frente ele não apareceu mais. Da forma como aconteceram, os dois casos seguem uma sequência lógica de acontecimentos.
Assistindo os episódios aleatoriamente, não dá pra explicar dentro da série porque o Quico (assim como o Seu Madruga) nunca se encontra com o Jaiminho ou não vai no restaurante da Dona Florinda. O Quico e o Seu Madruga não são da mesma fase que o Jaiminho, mas assistir tudo aleatoriamente, sem cronologia alguma, como você diz, faz parecer que tudo é uma fase só e aí fica sem explicação porque o Jaiminho, o Quico e o Seu Madruga não se encontram e porque o Quico e o Seu Madruga não vão ao restaurante da Dona Florinda. Também fica sem sentido o episódio do regresso da Chiquinha. Porque, se Chaves é só uma série sem cronologia, onde tudo pode ser visto fora de ordem, então a Chiquinha nunca teria saído da vila e não precisaria do regresso dela, mas o episódio existe e, se existe, é porque teve um retorno, e se teve retorno ela tem que ter ido embora. No caso do primo do Seu Madruga, ele apenas substituiu o Seu Madruga em um episódio, nada mais. Assistir os episódios da série aleatoriamente, como você diz, causa confusão.
EDIT: No caso do remake do retorno da Chiquinha de 1977, acontece que ali a Chiquinha ficou fora por apenas uma semana, isso o próprio Chaves diz no episódio, portanto é diferente da versão de 1975, onde a Chiquinha realmente saiu da vila e ficou fora por um período grande de tempo, isso é muito claro assistindo ao episódio. E sobre Turma da Mônica, que não tem cronologia, é diferente de Chaves. Em Turma da Mônica a entrada dos personagens não gera uma sequência de acontecimentos cronológicos. Por exemplo: lá os personagens não falam coisas como "vim morar aqui há poucas semanas", como acontece em Chaves, onde a Dona Neves menciona sua chegada a vila alguns episódios depois de ter chegado. Assistindo aos episódios isoladamente, quem vê pode até não saber que um personagem não existia antes, mas assistindo a série toda ou quase toda, vai notar que havia uma fase onde um ou outro personagem não existia.
Barbano escreveu:Na verdade não tem nada de cronológico.

Ao contrário, é semi-cronológico

Já expliquei várias vezes.
E pra mim chega, não vou continuar a conversa. Como diz mais ou menos o Chespirito no episódio O Show Deve Continuar parte 5: "Quantas vezes eu disse, disse, mas ele teima, teima, e assim a gente fica discutindo durante hora e hora até que eu paro, porque eu não sou daqueles homens que gosta de ficar repetindo repetindo a mesma coisa"
