O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - CONCLUÍDO

[ClebersonP]

2 otimos capítulos, parabéns Antônio.

[Tchory]

O capítulo 95, A Maior Surpresa de Todos os Tempos, é tão misterioso que nem eu decidi ainda qual surpresa será. Tenho dois temas, só falta decidir qual será publicado!

Qual era o outro tema?

[Ecco - Kiko Botones is my life]

Acho que o outro tema virá em algum outro capitulo.
Bem legal esses dois, estou ancioso pra morte da bruxa.

[Antonio Felipe]

96. Aqui Jaz uma Bruxa

A aparição surpreendente de Frederico aqui na vila mexeu com os brios de todos. Mas uma pessoa em especial ficou sem entender o que aconteceu: Kiko. A Florinda e o Professor Girafáles não quiseram lhe contar o que havia acontecido, apesar de ambos estarem sofrendo muito e não esconderem as lágrimas. Eu segurei o ímpeto da Chiquinha e evitei que ela abrisse a boca. O que fazer, então? Uma hora o garoto viria me perguntar o que tinha ocorrido e como eu poderia esconder? Algo grave ocorreu, era inútil esconder.

Mas eu precisava fazer algo antes.

Eu precisava encontrar Frederico.

Apesar de meu estado frágil, não foi difícil encontrar Frederico, justamente por que ele esqueceu algo na vila: deixou cair uma caixa de fósforos de um bar, que fica em um belo hotel aqui da Capital. E lá fui eu procurar o pai de Kiko. Cheguei ao hotel, pedi informações (descobri que Frederico usa outro nome) e consegui chegar até ele, que já estava fazendo as malas para ir embora, voltando para os Estados Unidos. Convenci-o a ficar mais um dia. Por quê? Para promover um encontro entre Kiko e seu pai.

E assim foi no dia seguinte. Conversei com o garoto, pedi que ele me acompanhasse até um parque, onde eu iria contar o que tinha acontecido. Lá estava Frederico. Kiko não acreditou que estivesse com seu pai, vivo. Eles se abraçaram e pude ver nos olhos de Frederico uma ponta de arrependimento pelo que fez. Mas ainda parecia seguro de si. O garoto não acreditava ainda na verdade sobre seu pai, que explicou que não se sentia feliz com a Florinda. O que mais me deixou estarrecido naquele momento foi a reação de Kiko. Ele disse que perdoava o pai por tudo o que tinha feito, mas que agora era inútil voltar. Kiko disse que preferia ter um pai como lembrança a ter um pai ausente. Disse também que o Professor nunca seria o pai dele, mas que não seria agora que Frederico supriria essa lacuna. E assim, Kiko pediu para ir embora. Frederico ficou ainda pior. Íamos nos afastando, Kiko olhava fixamente para frente e eu, olhando para trás, via o pai dele desolado, com as mãos na cabeça.

A verdade se fez.

(passam-se alguns meses)

Mais um momento triste aqui na vila. Dessa vez, aconteceu com a Dona Clotilde. Estava eu cuidando das plantinhas sob minha janela, quando ouvi um grito vindo da casa dela. Corri até ela e vi Clotilde caída no chão. Bati à porta de Dona Florinda, que pedi que chamasse uma ambulância com urgência. E a Dona Clotilde foi para o hospital.

Segundo disseram, ela teve um infarto e está muito mal. Pior ainda: está com câncer no pulmão, o que agrava seu estado. Ela agora vai ficar no hospital e está sedada. Corre grande risco de morrer. Que barbaridade. Mais uma que está a risco de morrer por conta do vício em cigarros.

(mais alguns meses se passam, entramos em 1982)

Mais um que se vai na vila. Depois de Jaiminho, o Carteiro, agora a Dona Clotilde morreu. Não teve jeito, ela estava muito, muito doente. Até me surpreendeu que tenha resistindo tantos meses nesse estado. Foram sete meses de muito sofrimento, até que há duas semanas, ela acabou partindo. Seu coração não agüentou a doença e parou mais uma vez. Os médicos não tiveram como salvá-la. Ela faleceu.

Pois bem, depois disso, o que aconteceu?

Não tínhamos conhecimento de nenhum familiar de Dona Clotilde. Eu, Florinda e Girafáles fomos até a casa de Clotilde para procurar alguma coisa que nos ajudasse. Afinal, precisávamos comunicar o falecimento a algum parente. A irmã dela, que teve bebê faz alguns anos, está morando na França e não temos nada além de um endereço. Por carta, vai demorar mais de uma semana para conseguirmos contato. Não tem um telefone sequer.

Em uma gaveta na cômoda do quarto de Clotilde, no entanto, achamos muitas, muitas cartas. Todas de uma única pessoa, um homem chamado Alfredo. Cartas, em sua maioria, amorosas. A mais recente é de cinco semanas antes do infarto de Clotilde. O tal homem perguntava por que ela não o visitava mais. Resolvemos ir até esse endereço e descobrir quem é o tal Alfredo.

Quando chegamos a esse endereço, tomamos um susto: era um asilo. Então me lembrei de uma conversa que tive muitos anos atrás com Dona Clotilde. Ela falou que foi casada por um tempo e que seu marido tinha adoecido e hoje estava em uma casa de repouso. Alfredo, então, só podia ser o seu marido.

Lá, buscamos o tal homem. Eis que o encontramos. É um senhor já com idade avançada, mais velho que Clotilde. A enfermeira do local nos disse que Alfredo tem Mal de Parkinson e sofre de alguns problemas da idade, como reumatismo. Contudo, ainda preservava a memória. A enfermeira também contou que uma mulher idosa sempre vinha visitá-lo, todos os meses. Era a sua esposa, dizia Alfredo.

Falamos com Alfredo. Ele contou que viveu com Dona Clotilde por muito tempo, desde que ela veio para o México. Alfredo contou ainda que está vivendo nessa casa desde que contraiu Parkinson. O mais surpreendente nem foi isso. Ele contou ainda que os dois romperam depois que ela teve dois abortos espontâneos seguidos. Clotilde sempre quis um filho. Quando ela soube da doença, no entanto, os dois acabaram voltando a se encontrar. Ela vinha a este asilo todo mês para visitá-lo. Alfredo ainda contou que não conhece nenhum parente de Clotilde, só sabe de sua irmã. Quando lhe contamos que Clotilde havia morrido, ele chorou apenas pelo canto do olho. Disse que sabia que isso tinha acontecido, pelo tempo que ela sumiu. Ela já sabia do câncer, mas não contou para ninguém só para ele. Não quis se tratar. Preferiu esperar a morte chegar.

Não nos restou outra opção: mandamos uma carta para a irmã de Clotilde, que chegou aqui há alguns dias. O enterro, nós que realizamos. Foi uma cerimônia simples e triste. Morreu uma senhora caridosa, uma mulher simpática. Ou como diriam as crianças, uma bruxa. Mas não há feitiço que evite a morte.

Próximo capítulo: A Última Perda

[Jader]

Invertem-se os papéis e a Bruxa morre primeiro... senão não daria pro Ramón continuar seu Diário

[Ecco - Kiko Botones is my life]

Mais 4 capitulos para o fim, um melhor que o outro.

[ClebersonP]

Mais um capítulo triste e emocionante, e agora restam apenas 4 capítulos desta maravilhosa e surpreendente história.

[Aolynthon]

E no próximo vai-se Dona Neves, não?

[Ruuki]

Tão triste que a bruxa morreu...
E ela queria ter filhos! Por isso que ela não quis contar ao Ramón sobre se ela tinha filho num episódio!
Quem será que vai morrer agora?

[Matheus_CH]

Capítulo emocionante Antonio, quase chorei
Quem sera o proximo a morrer?

acho que é a Dona Neves

[Cavallari]

Muito bom mesmo, gostei!
Ficou muito forte e emocionante esses capitulos finais.
Eu queria que o final desse diário fosse algo alegre, mas acho que fecharia com chave de ouro com algo melancólico e triste!


Falta MUITO pouco, que bacana!

[G@BR!&L]

Desde quando uma pessoa se emociona ao ler um livro sem imagens!!

Sem ofensas ao Antônio Felipe...

[Antonio Felipe]

As imagens você formula mentalmente... Faz assim com qualquer livro. Tipo, quando estou escrevendo as cenas mais dramáticas, eu acabo me emocionando junto e assim jogo o sentimento nas palavras. O capítulo da volta da Elisa eu acho mais elaborado nesse sentido, muito embora o dos pais do Chaves eu tenha procurado ser mais incisivo.

[Ruuki]

Pois é, Antonio!
Quando eu sempre leio, eu imagino as coisas, é como se eu estivesse dentro da história!

[G@BR!&L]

Fiz um exemplo de como ficaria esse Diario em um livro!!
http://www.myebook.com/ebook_viewer.php?ebookId=42518
Vejam.


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