O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - CONCLUÍDO
- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Retorno ao México no 86º capítulo!
87. Arrependimento
Não sei, mas acho que nem mesmo quando Maribel anunciou que estava grávida, eu me senti tão feliz como hoje. Voltei enfim para casa. Depois de tanto tempo, depois de três anos trabalhando em outra parte da América, depois de tanto suor, estou finalmente em minha casa. Incrível como as coisas mudaram.
Cheguei à vila de manhã cedo. A frente da vila estava reformada, um novo portão foi colocado. No primeiro pátio, a diferença: casas mais bonitas, com pintura ainda recente. O barril do Chaves estava no seu lugar, do lado da escada. Na frente de minha casa, muitas plantas – minha avozinha sempre gostou de jardinagem. Fiquei ali, parado, contemplando a vila que eu havia deixado para trás havia três anos. Meu sentimento naquela hora era o de quinze anos atrás, quando eu e Maribel nos mudamos para cá. Eu estava de novo em uma boa situação de vida. E principalmente, eu estava feliz. Então, ouço passos. Vindo do segundo pátio, o Chaves me avistou. Quanta diferença naquele menino. Já está mais crescido, alto. Deve ter o quê?, doze, treze anos? Não sei bem. Um bonito garoto. Ele não acreditou, correu até a minha direção e simplesmente perguntou:
- É o senhor mesmo, Seu Madruga?
- Sou eu, Chaves. Estou de volta.
Ele me deu um abraço apertado. Sentiu saudades. Também senti. Foi uma boa recepção aquele abraço. Mas eu queria mesmo era ver as mulheres de minha vida. Fui até minha casa. Bati à porta. Não foi a minha filha que abriu a porta. Foi uma garota de hoje quase quatorze anos. Crescendo bastante, já uma moça! Eu não contive as lágrimas ao vê-la, e ela também não. Só escutei ela gritar “papai!” e quando dei por mim, seus braços envolviam meu corpo. Era o abraço que eu mais esperava nesses três anos. Meu rosto estava todo molhado por causa do choro, da saudade. Não importava. Só queria botar para fora toda aquela saudade e poder abraçar a filha que tanto amo. Entrei em casa, casa esta toda mudada. Móveis em outros lugares, um sofá novo, decoração mais de casa de avó mesmo. E falando em avó, eis que ela sai do quarto. Da mesma forma, só ouvi um “Madruguinha!” e tomei mais um longo abraço. Mais choro. Menos saudade.
Eu estava, enfim, em casa.
Passei um bom tempo contando as novidades, as experiências, a minha vida na Venezuela. E contei também a boa nova: consegui juntar um dinheiro muito bom. O suficiente para não termos mais dificuldades nos próximos tempos – e o mais importante, que eu queria esperar para contar em casa: consegui um novo emprego aqui. Por indicação de Luna, vou trabalhar na empresa de construção, como supervisor de obras. Um emprego muito melhor e mais rentável. É o fim dos meus problemas.
Depois disso, saí ao pátio para ver tudo com mais clareza. Na escada, surge uma figura diferente. Um carteiro. O tal Jaiminho de quem Chiquinha falou. É um senhor já em certa idade, uma pessoa muito simpática, mas que parece não ter muito gosto pelo trabalho duro, já que seu quepe caiu e ele pediu que eu o pegasse, vez que “queria evitar a fadiga”. Ele mora agora onde moravam Glória e Paty. Enquanto estava ali no pátio, aparece a Dona Clotilde. A idade já lhe fez um pouco mal, visto sua cara mais enrugada. Mesmo assim, ela me agarrou com uma força impressionante, dando boas-vindas de uma maneira não muito agradável. Fiquei feliz pela recepção, mas disse que não era para tanto.
O encontro que eu sabia que seria mais difícil, por tudo o que já aconteceu no passado, era com a Dona Florinda. Não demorou muito para ele acontecer. Quando eu estava ali no pátio, ela abre a porta de sua casa para pendurar roupas no varal e, quando me viu, deixou as roupas caírem no chão. Um largo sorriso se abriu em seu rosto. Ela veio em minha direção, deu-me um abraço e pediu para que eu fosse à sua casa. Ela queria conversar. Achei estranho tudo isso, mas aceitei. Então conversamos.
- Seu Madruga, primeiro eu quero lhe dar as boas-vindas à vila. Todos sentiram muita saudade do senhor!
- Muito obrigado, Dona Florinda. Fico feliz pela recepção. Mas... O que a senhora deseja conversar comigo?
- Bom... Veja, Seu Madruga... O senhor deixou essa vila há três anos e eu não sabia se iria voltar, quando iria voltar... Confesso que no começo fiquei feliz pela sua saída aqui, mas depois, pensei bem sobre tudo e agora vejo as coisas de outra maneira. Estou arrependida.
- Arrependida?
- Sim. Arrependida de tudo o que fiz ao senhor nesses anos. De todos os tabefes, de todas as discussões, de todas as palavras duras.
- Puxa, Dona Florinda... Nem sei o que dizer.
- Vou ser sincera. Sempre achei o senhor um vagabundo. Você sabe que nossa amizade era mais por conta de Frederico do que de mim. Por minha vez, era mais amiga de sua esposa. Nunca fui muito com a sua cara, ainda mais pelo que o senhor fazia, matando touros. No entanto, ver o senhor largar tudo para buscar uma nova oportunidade em outro país me fez pensar. E pude perceber que eu estava totalmente errada.
- Que bom que isso aconteceu, Dona Florinda. Desculpe-me também todos os xingamentos, todas as brigas. Não quero mais brigar. Quero harmonia. Quero paz.
- Seja bem-vindo de volta, Ramón.
Depois disso, ela me abraçou mais uma vez. Senti sinceridade naquele momento. O arrependimento de Dona Florinda era real. Depois desse tempo todo, fizemos as pazes.
Falando na Dona Florinda, vim a saber depois, conversando com Chiquinha e minha avó, que a Florinda manteve o restaurante por um bom tempo. Depois do último ano-novo, ela fechou o restaurante, por não conseguir mais dedicar-se a ele. Acabou vendendo o restaurante para outra pessoa. O principal motivo daquilo era trazer Kiko de volta à vila. E ele vai voltar amanhã. Incrível, na mesma semana, dois retornos a esta vila!
Agora, quero apenas dormir. Dormir na minha casa, na minha cama, depois de três anos.
(no outro dia)
Mais um dia de várias emoções na vila. De manhã cedo, um retorno há muito aguardado nesta vila: Kiko voltou! Depois de alguns anos morando com as tias em outra cidade, o garoto voltou para o colo de sua mãe. E quanta diferença... Três anos mudaram essas crianças. O Kiko agora é um menino bonito, apesar das bochechas continuarem grandes. Pude abraçá-lo de forma fraternal. Também senti saudades dele. Ele, que cada vez mais se parece com seu pai.
A emoção maior ficou por minha parte. Encerrei uma dívida de tantos anos... Finalmente, quitei os aluguéis atrasados! O Senhor Barriga esteve aqui hoje para cobrar os aluguéis e quando bateu à minha porta, tomou um susto enorme quando eu a abri. De pronto ele largou sua maleta e deu-me um grande (grande mesmo) abraço. Convidei-o a entrar, contei de meu trabalho na Venezuela e então, fui ao meu quarto, peguei dinheiro e fui contando, em sua frente, até chegar ao valor dos aluguéis que devia. Ele chorou. Disse que nunca tinha acredito que eu poderia lhe pagar realmente. E revelou que aquela vez em que ele quase me despejou, só não fez isso por caridade. A dívida estava paga.
Agora sim, me sinto melhor. De alma lavada. Tudo está bem. Hora de dormir. Volto ao trabalho amanhã.
Próximo capítulo: A Volta de Elisa
Não sei, mas acho que nem mesmo quando Maribel anunciou que estava grávida, eu me senti tão feliz como hoje. Voltei enfim para casa. Depois de tanto tempo, depois de três anos trabalhando em outra parte da América, depois de tanto suor, estou finalmente em minha casa. Incrível como as coisas mudaram.
Cheguei à vila de manhã cedo. A frente da vila estava reformada, um novo portão foi colocado. No primeiro pátio, a diferença: casas mais bonitas, com pintura ainda recente. O barril do Chaves estava no seu lugar, do lado da escada. Na frente de minha casa, muitas plantas – minha avozinha sempre gostou de jardinagem. Fiquei ali, parado, contemplando a vila que eu havia deixado para trás havia três anos. Meu sentimento naquela hora era o de quinze anos atrás, quando eu e Maribel nos mudamos para cá. Eu estava de novo em uma boa situação de vida. E principalmente, eu estava feliz. Então, ouço passos. Vindo do segundo pátio, o Chaves me avistou. Quanta diferença naquele menino. Já está mais crescido, alto. Deve ter o quê?, doze, treze anos? Não sei bem. Um bonito garoto. Ele não acreditou, correu até a minha direção e simplesmente perguntou:
- É o senhor mesmo, Seu Madruga?
- Sou eu, Chaves. Estou de volta.
Ele me deu um abraço apertado. Sentiu saudades. Também senti. Foi uma boa recepção aquele abraço. Mas eu queria mesmo era ver as mulheres de minha vida. Fui até minha casa. Bati à porta. Não foi a minha filha que abriu a porta. Foi uma garota de hoje quase quatorze anos. Crescendo bastante, já uma moça! Eu não contive as lágrimas ao vê-la, e ela também não. Só escutei ela gritar “papai!” e quando dei por mim, seus braços envolviam meu corpo. Era o abraço que eu mais esperava nesses três anos. Meu rosto estava todo molhado por causa do choro, da saudade. Não importava. Só queria botar para fora toda aquela saudade e poder abraçar a filha que tanto amo. Entrei em casa, casa esta toda mudada. Móveis em outros lugares, um sofá novo, decoração mais de casa de avó mesmo. E falando em avó, eis que ela sai do quarto. Da mesma forma, só ouvi um “Madruguinha!” e tomei mais um longo abraço. Mais choro. Menos saudade.
Eu estava, enfim, em casa.
Passei um bom tempo contando as novidades, as experiências, a minha vida na Venezuela. E contei também a boa nova: consegui juntar um dinheiro muito bom. O suficiente para não termos mais dificuldades nos próximos tempos – e o mais importante, que eu queria esperar para contar em casa: consegui um novo emprego aqui. Por indicação de Luna, vou trabalhar na empresa de construção, como supervisor de obras. Um emprego muito melhor e mais rentável. É o fim dos meus problemas.
Depois disso, saí ao pátio para ver tudo com mais clareza. Na escada, surge uma figura diferente. Um carteiro. O tal Jaiminho de quem Chiquinha falou. É um senhor já em certa idade, uma pessoa muito simpática, mas que parece não ter muito gosto pelo trabalho duro, já que seu quepe caiu e ele pediu que eu o pegasse, vez que “queria evitar a fadiga”. Ele mora agora onde moravam Glória e Paty. Enquanto estava ali no pátio, aparece a Dona Clotilde. A idade já lhe fez um pouco mal, visto sua cara mais enrugada. Mesmo assim, ela me agarrou com uma força impressionante, dando boas-vindas de uma maneira não muito agradável. Fiquei feliz pela recepção, mas disse que não era para tanto.
O encontro que eu sabia que seria mais difícil, por tudo o que já aconteceu no passado, era com a Dona Florinda. Não demorou muito para ele acontecer. Quando eu estava ali no pátio, ela abre a porta de sua casa para pendurar roupas no varal e, quando me viu, deixou as roupas caírem no chão. Um largo sorriso se abriu em seu rosto. Ela veio em minha direção, deu-me um abraço e pediu para que eu fosse à sua casa. Ela queria conversar. Achei estranho tudo isso, mas aceitei. Então conversamos.
- Seu Madruga, primeiro eu quero lhe dar as boas-vindas à vila. Todos sentiram muita saudade do senhor!
- Muito obrigado, Dona Florinda. Fico feliz pela recepção. Mas... O que a senhora deseja conversar comigo?
- Bom... Veja, Seu Madruga... O senhor deixou essa vila há três anos e eu não sabia se iria voltar, quando iria voltar... Confesso que no começo fiquei feliz pela sua saída aqui, mas depois, pensei bem sobre tudo e agora vejo as coisas de outra maneira. Estou arrependida.
- Arrependida?
- Sim. Arrependida de tudo o que fiz ao senhor nesses anos. De todos os tabefes, de todas as discussões, de todas as palavras duras.
- Puxa, Dona Florinda... Nem sei o que dizer.
- Vou ser sincera. Sempre achei o senhor um vagabundo. Você sabe que nossa amizade era mais por conta de Frederico do que de mim. Por minha vez, era mais amiga de sua esposa. Nunca fui muito com a sua cara, ainda mais pelo que o senhor fazia, matando touros. No entanto, ver o senhor largar tudo para buscar uma nova oportunidade em outro país me fez pensar. E pude perceber que eu estava totalmente errada.
- Que bom que isso aconteceu, Dona Florinda. Desculpe-me também todos os xingamentos, todas as brigas. Não quero mais brigar. Quero harmonia. Quero paz.
- Seja bem-vindo de volta, Ramón.
Depois disso, ela me abraçou mais uma vez. Senti sinceridade naquele momento. O arrependimento de Dona Florinda era real. Depois desse tempo todo, fizemos as pazes.
Falando na Dona Florinda, vim a saber depois, conversando com Chiquinha e minha avó, que a Florinda manteve o restaurante por um bom tempo. Depois do último ano-novo, ela fechou o restaurante, por não conseguir mais dedicar-se a ele. Acabou vendendo o restaurante para outra pessoa. O principal motivo daquilo era trazer Kiko de volta à vila. E ele vai voltar amanhã. Incrível, na mesma semana, dois retornos a esta vila!
Agora, quero apenas dormir. Dormir na minha casa, na minha cama, depois de três anos.
(no outro dia)
Mais um dia de várias emoções na vila. De manhã cedo, um retorno há muito aguardado nesta vila: Kiko voltou! Depois de alguns anos morando com as tias em outra cidade, o garoto voltou para o colo de sua mãe. E quanta diferença... Três anos mudaram essas crianças. O Kiko agora é um menino bonito, apesar das bochechas continuarem grandes. Pude abraçá-lo de forma fraternal. Também senti saudades dele. Ele, que cada vez mais se parece com seu pai.
A emoção maior ficou por minha parte. Encerrei uma dívida de tantos anos... Finalmente, quitei os aluguéis atrasados! O Senhor Barriga esteve aqui hoje para cobrar os aluguéis e quando bateu à minha porta, tomou um susto enorme quando eu a abri. De pronto ele largou sua maleta e deu-me um grande (grande mesmo) abraço. Convidei-o a entrar, contei de meu trabalho na Venezuela e então, fui ao meu quarto, peguei dinheiro e fui contando, em sua frente, até chegar ao valor dos aluguéis que devia. Ele chorou. Disse que nunca tinha acredito que eu poderia lhe pagar realmente. E revelou que aquela vez em que ele quase me despejou, só não fez isso por caridade. A dívida estava paga.
Agora sim, me sinto melhor. De alma lavada. Tudo está bem. Hora de dormir. Volto ao trabalho amanhã.
Próximo capítulo: A Volta de Elisa
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
Mais um brilhante capítulo, e a cada capítulo que passa aumenta a anciosidade para o Gran Finale.

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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
Este capitulo é de fazer chorar!
Li ele ouvindo "Tenderness"...
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- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
Palpites sobre quem é Elisa? 
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
Elizabeth da estrelinha de bom menino? 
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
Irmã do Ramón?
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
É um personagem que eu citei beeem no começo do Diário... De noite, a resposta.
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- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
É Elisa, não Elisandro 
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
Achei que era tipo uma diminuição do nome 
- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Emoção e alegria no 87º capítulo!
88. A Volta de Elisa
Meus primeiros dias de volta à vila estão sendo gratificantes. O ar, mesmo que poluído, da Cidade do México, é algo incomparável. Como é bom poder sentir o cheiro de casa, o cheiro das praças, o cheiro da vila, o cheiro das crianças. Tudo ganha diferença. Tudo ganha um sabor diferente, especialmente após tantos anos longe. O ambiente da vila também é outro. Eu finalmente volto a sentir paz. Não há mais briga, enfim.
Não há discussão por causa do varal, não há discussão por causa do tanque, não há discussão por causa de varrição do pátio. Todos estamos cientes dos nossos papéis como vizinhos e fazemos o que é preciso sem discutir. A harmonia enfim é uma realidade. As crianças também se relacionam bem. Ontem, por exemplo, foi um momento muito interessante. Estavam aqui: Chaves, Chiquinha, Kiko, Nhonho, Pópis e Paty, todos juntos, como bons amigos. Havia também o Godinez. Enquanto falavam de coisas banais, faziam seu dever de casa. Que bicho terá mordido essas crianças? Foi eu passar três anos longe para todo mundo mudar de vez? Não que isso seja ruim, mas não deixa de ser surpreendente. É o novo ar que se respira. Talvez seja a maturidade que surge nessas crianças, agora rumando para a idade adulta.
Ontem, fiz uma visita que aguardava há bastante tempo. Fui procurar o meu amigo Elisandro. Em sua casa, ele me recebeu com um longo abraço, disse que estava muito feliz que tudo tenha dado certo. Contei a ele o que fiz, como recuperei a minha vida e as coisas loucas que aconteceram nos meus encontros com Luna. Tivemos uma franca conversa. Ao final, não tive como não abraçá-lo mais uma vez, já que ele foi o grande responsável por essa mudança. Elisandro abriu as portas para as oportunidades. Ele me proporcionou essa chance. É o amigo mais incrível que já tive. Mesmo nos momentos mais difíceis, ele nunca me ignorou, nunca deixou de conversar comigo. É um verdadeiro amigo.
(alguns dias depois...)
Pensei que não havia mais espaço para surpresas nestes novos tempos. Um final de semana bastou para virar de cabeça para baixo toda a vila. Não para pior, mas para melhor. Isso pelo acontecimento simplesmente inacreditável que tivemos aqui no sábado. Estava eu varrendo o pátio, de manhã cedo, quando uma bonita moça, com algo como trinta e poucos anos, alta, cabelo moreno, pose imponente, adentrou a vila. Dava para ver que não era uma pessoa comum, que aquela era uma pessoa de posses. Ela veio até mim pedir informações.
- Senhor, com licença, eu preciso de uma informação.
- O que seria, senhora?
- Bem, eu queria saber se o Zenon ainda mora aqui.
- Zenon? Nossa, há quanto tempo não ouço esse nome... Bem, ele não mora aqui há mais de dez anos.
- Sabe para onde ele se mudou?
- Sim, sei... Ele é o dono da vila atualmente.
- Ele é o dono desta vila?
- Sim.
- Meu Deus... Como as coisas mudaram...
- Bem, moça, qual o seu nome?
- Elisa.
- Elisa... Bem, eu posso lhe dar o endereço do Senhor Bar... digo, do Zenon. Se puder aguardar um momento...
- Sim, eu agradeço. Espere! Só me diga uma coisa: como está o filho dele?
- Por que quer saber?
- Só quero saber.
- Não sei quem você é... Como posso falar algo assim do filho dele... Aliás, nem sei quem você é, por que o interesse no Zenon. Por que devo dar-lhe seu endereço?
- Olha aqui, senhor, eu realmente não tenho tempo para explicar isso, nem é da sua conta saber disso. É um assunto particular.
- Eu não tenho por que dizer então, se não disser nada. Se quiser o endereço dele, melhor falar com... (nesse momento, o Senhor Barriga entra na vila)
- Olá, Seu Madruga, vim aqui para... Elisa?, diz o Barriga
- Zenon!, fala Elisa.
- Essa mulher estava lhe procurando, senhor..., disse.
- Eu sei quem é essa mulher. É a mulher que arruinou minha vida. É a mulher que deixou um filho para eu cuidar e se foi para o estrangeiro, sem dar explicação! Como você tem coragem de vir aqui, Elisa? Tantos anos depois, você se lembra de vir aqui ver o seu filho?
- Zenon, por favor, me deixe...
- Não, não! Está certo que nós nunca tivemos um grande amor, mas tivemos um filho e deveríamos dividir essa responsabilidade. Você que sempre quis se envolver comigo! Quando teve o bebê, só quis pensar em si e foi embora!
- Por favor, fale baixo, eu não quero...
- Fale baixo? Quero mais que todos saibam! Quero que vejam quem é a mulher que abandonou o seu próprio filho! A mulher que me deixou e a meu filho! Elisa! Como você pôde?
- Por favor, por favor, eu imploro, Zenon, pare! (ela chora copiosamente).
- Por que você está aqui, Elisa? Por quê?
- Não quero mais fugir disso! Quero ver meu filho! Quero poder chamá-lo de filho! Eu estou arrependida, estou com nojo de mim pelo que fiz! Por todos esses anos eu fiquei casada com outro homem, tentei várias vezes engravidar e nada! Nada! Não consigo ter filhos! Tentei por muito tempo esquecer o que aconteceu conosco, mas não dá! Essa dor não passa nunca! Eu preciso curá-la! Por favor, Zenon (Elisa se ajoelha), quero ver meu filho...
Nessa hora, Chiquinha, Dona Neves, Chaves, Kiko, Dona Florinda, Jaiminho e eu estávamos todos no pátio, vendo a discussão entre o Senhor Barriga e Elisa, a mãe de Nhonho, a mulher que o abandonou anos atrás.
- Elisa, o que você fez não tem perdão...
- Eu sei! Mas eu não posso mais viver assim! Preciso ver o único filho que Deus me deu!
Neste exato momento, o Nhonho entra na vila, chupando um grande pirulito.
- Papai, já estou aqui!, disse Nhonho.
- Meu Deus, esse é o nosso..., fala Elisa.
- Não!, fala o Barriga
- Meu filho!, grita Elisa, que corre até Nhonho e o abraça. O menino recua.
- Quem é a senhora?
- Sou eu, sua mãe!, fala Elisa, entre lágrimas.
- Mamãe?
- Sim, sou eu! Me dê um abraço, filhinho!
- Mamãe!!!! Por que a senhora demorou tanto a voltar?
- Eu?
- Sim, papai sempre disse que você estava a trabalho e não tinha tempo para vir me ver, você só me mandava cartas, não é, papai?
- Estou aqui, filho. Para nunca mais sair de perto de você.
Todos nós ficamos de queixo caído com isso tudo. Era a mãe do Nhonho que voltava para ver seu filho. E por uma incrível coincidência, eles aparecem aqui na mesma hora. Bom, depois de tudo isso, eles acabaram saindo, para não prolongar a discussão. Apesar de tudo, eu sabia que o momento teria um final feliz.
E assim foi.
Ontem, conversei com o Senhor Barriga. Ele e Elisa se reconciliaram. Ela vai ficar na casa dele por um tempo, até eles resolverem as coisas. Parece que Elisa não teve muita sorte recentemente, justamente por não conseguir ter um filho. E por isso, voltou. Vamos ver como tudo se desenrola. O importante é que Nhonho está feliz. Tem sua mãe, finalmente.
Próximo capítulo: Em Busca de Uma Resposta
Meus primeiros dias de volta à vila estão sendo gratificantes. O ar, mesmo que poluído, da Cidade do México, é algo incomparável. Como é bom poder sentir o cheiro de casa, o cheiro das praças, o cheiro da vila, o cheiro das crianças. Tudo ganha diferença. Tudo ganha um sabor diferente, especialmente após tantos anos longe. O ambiente da vila também é outro. Eu finalmente volto a sentir paz. Não há mais briga, enfim.
Não há discussão por causa do varal, não há discussão por causa do tanque, não há discussão por causa de varrição do pátio. Todos estamos cientes dos nossos papéis como vizinhos e fazemos o que é preciso sem discutir. A harmonia enfim é uma realidade. As crianças também se relacionam bem. Ontem, por exemplo, foi um momento muito interessante. Estavam aqui: Chaves, Chiquinha, Kiko, Nhonho, Pópis e Paty, todos juntos, como bons amigos. Havia também o Godinez. Enquanto falavam de coisas banais, faziam seu dever de casa. Que bicho terá mordido essas crianças? Foi eu passar três anos longe para todo mundo mudar de vez? Não que isso seja ruim, mas não deixa de ser surpreendente. É o novo ar que se respira. Talvez seja a maturidade que surge nessas crianças, agora rumando para a idade adulta.
Ontem, fiz uma visita que aguardava há bastante tempo. Fui procurar o meu amigo Elisandro. Em sua casa, ele me recebeu com um longo abraço, disse que estava muito feliz que tudo tenha dado certo. Contei a ele o que fiz, como recuperei a minha vida e as coisas loucas que aconteceram nos meus encontros com Luna. Tivemos uma franca conversa. Ao final, não tive como não abraçá-lo mais uma vez, já que ele foi o grande responsável por essa mudança. Elisandro abriu as portas para as oportunidades. Ele me proporcionou essa chance. É o amigo mais incrível que já tive. Mesmo nos momentos mais difíceis, ele nunca me ignorou, nunca deixou de conversar comigo. É um verdadeiro amigo.
(alguns dias depois...)
Pensei que não havia mais espaço para surpresas nestes novos tempos. Um final de semana bastou para virar de cabeça para baixo toda a vila. Não para pior, mas para melhor. Isso pelo acontecimento simplesmente inacreditável que tivemos aqui no sábado. Estava eu varrendo o pátio, de manhã cedo, quando uma bonita moça, com algo como trinta e poucos anos, alta, cabelo moreno, pose imponente, adentrou a vila. Dava para ver que não era uma pessoa comum, que aquela era uma pessoa de posses. Ela veio até mim pedir informações.
- Senhor, com licença, eu preciso de uma informação.
- O que seria, senhora?
- Bem, eu queria saber se o Zenon ainda mora aqui.
- Zenon? Nossa, há quanto tempo não ouço esse nome... Bem, ele não mora aqui há mais de dez anos.
- Sabe para onde ele se mudou?
- Sim, sei... Ele é o dono da vila atualmente.
- Ele é o dono desta vila?
- Sim.
- Meu Deus... Como as coisas mudaram...
- Bem, moça, qual o seu nome?
- Elisa.
- Elisa... Bem, eu posso lhe dar o endereço do Senhor Bar... digo, do Zenon. Se puder aguardar um momento...
- Sim, eu agradeço. Espere! Só me diga uma coisa: como está o filho dele?
- Por que quer saber?
- Só quero saber.
- Não sei quem você é... Como posso falar algo assim do filho dele... Aliás, nem sei quem você é, por que o interesse no Zenon. Por que devo dar-lhe seu endereço?
- Olha aqui, senhor, eu realmente não tenho tempo para explicar isso, nem é da sua conta saber disso. É um assunto particular.
- Eu não tenho por que dizer então, se não disser nada. Se quiser o endereço dele, melhor falar com... (nesse momento, o Senhor Barriga entra na vila)
- Olá, Seu Madruga, vim aqui para... Elisa?, diz o Barriga
- Zenon!, fala Elisa.
- Essa mulher estava lhe procurando, senhor..., disse.
- Eu sei quem é essa mulher. É a mulher que arruinou minha vida. É a mulher que deixou um filho para eu cuidar e se foi para o estrangeiro, sem dar explicação! Como você tem coragem de vir aqui, Elisa? Tantos anos depois, você se lembra de vir aqui ver o seu filho?
- Zenon, por favor, me deixe...
- Não, não! Está certo que nós nunca tivemos um grande amor, mas tivemos um filho e deveríamos dividir essa responsabilidade. Você que sempre quis se envolver comigo! Quando teve o bebê, só quis pensar em si e foi embora!
- Por favor, fale baixo, eu não quero...
- Fale baixo? Quero mais que todos saibam! Quero que vejam quem é a mulher que abandonou o seu próprio filho! A mulher que me deixou e a meu filho! Elisa! Como você pôde?
- Por favor, por favor, eu imploro, Zenon, pare! (ela chora copiosamente).
- Por que você está aqui, Elisa? Por quê?
- Não quero mais fugir disso! Quero ver meu filho! Quero poder chamá-lo de filho! Eu estou arrependida, estou com nojo de mim pelo que fiz! Por todos esses anos eu fiquei casada com outro homem, tentei várias vezes engravidar e nada! Nada! Não consigo ter filhos! Tentei por muito tempo esquecer o que aconteceu conosco, mas não dá! Essa dor não passa nunca! Eu preciso curá-la! Por favor, Zenon (Elisa se ajoelha), quero ver meu filho...
Nessa hora, Chiquinha, Dona Neves, Chaves, Kiko, Dona Florinda, Jaiminho e eu estávamos todos no pátio, vendo a discussão entre o Senhor Barriga e Elisa, a mãe de Nhonho, a mulher que o abandonou anos atrás.
- Elisa, o que você fez não tem perdão...
- Eu sei! Mas eu não posso mais viver assim! Preciso ver o único filho que Deus me deu!
Neste exato momento, o Nhonho entra na vila, chupando um grande pirulito.
- Papai, já estou aqui!, disse Nhonho.
- Meu Deus, esse é o nosso..., fala Elisa.
- Não!, fala o Barriga
- Meu filho!, grita Elisa, que corre até Nhonho e o abraça. O menino recua.
- Quem é a senhora?
- Sou eu, sua mãe!, fala Elisa, entre lágrimas.
- Mamãe?
- Sim, sou eu! Me dê um abraço, filhinho!
- Mamãe!!!! Por que a senhora demorou tanto a voltar?
- Eu?
- Sim, papai sempre disse que você estava a trabalho e não tinha tempo para vir me ver, você só me mandava cartas, não é, papai?
- Estou aqui, filho. Para nunca mais sair de perto de você.
Todos nós ficamos de queixo caído com isso tudo. Era a mãe do Nhonho que voltava para ver seu filho. E por uma incrível coincidência, eles aparecem aqui na mesma hora. Bom, depois de tudo isso, eles acabaram saindo, para não prolongar a discussão. Apesar de tudo, eu sabia que o momento teria um final feliz.
E assim foi.
Ontem, conversei com o Senhor Barriga. Ele e Elisa se reconciliaram. Ela vai ficar na casa dele por um tempo, até eles resolverem as coisas. Parece que Elisa não teve muita sorte recentemente, justamente por não conseguir ter um filho. E por isso, voltou. Vamos ver como tudo se desenrola. O importante é que Nhonho está feliz. Tem sua mãe, finalmente.
Próximo capítulo: Em Busca de Uma Resposta
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Muita emoção no 88º capítulo!
Legal, o bom do Diário é que muitos mistérios da série, pelo menos aqui se resolvem.
Mais um brilhante capítulo Antônio Felipe.
Mais um brilhante capítulo Antônio Felipe.

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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Muita emoção no 88º capítulo!
89. Em Busca de uma Resposta
Viver nesta vila nunca foi fácil. Sempre enfrentei inúmeras dificuldades, começando pelo difícil parto de Maribel, que acabou em sua morte, o nascimento difícil da Chiquinha, a morte de Frederico, a perda da minha carreira vitoriosa nas arenas, toda a reputação que tive um dia. Perdi dinheiro, perdi coisas, perdi minha identidade. Perdi minha dignidade em alguns momentos. Em outros, fui obrigado a perder a vergonha. Hoje, eu perdi o medo. Não tenho mais medo das dificuldades. Melhor: perdi as dificuldades. Alcancei um momento inédito na minha vida.
E assim o tempo vai passando. Com ele, as pedras vão ficando pelo caminho. Hoje, não paro diante das pedras. Simplesmente passo por cima delas. E assim vai indo.
Os meses estão passando. O trabalho está indo muito bem, o salário é ótimo. As crianças estão num clima muito bom de alegria e amizade. Minha convivência com Dona Florinda tem sido calma e serena. Tudo como deve ser.
(alguns meses depois)
Realizei um sonho de muitos anos: ofereci minha casa para os festejos de natal e ano-novo entre os vizinhos. Agora tenho como fazer uma festa grande e farta, diferente da penúria de tantos natais e viradas de ano que passei aqui. Convidei todo mundo: Dona Florinda, Professor Girafáles, Kiko, Jaiminho, Chaves, Senhor Barriga, Elisa, Nhonho. Todo mundo passou o natal e o ano-novo aqui. Nos reunimos como vizinhos normais, conversamos, rimos, comemos e bebemos bem, festejamos o natal e a entrada de mais um ano.
Esse ótimo ano passou. Agora, uma nova fase. Estamos em 1979. Ano de seguir trabalhando bastante, de fortalecer as amizades, de estreitar os laços entre todos os vizinhos.
Contudo, acho que esse ano vai exigir algo diferente de mim. Vou ter que encarar um desafio novo. Acho que é chegada a hora de não somente eu, como os demais da vila, buscar resolver um mistério de muito, muito tempo: de onde veio o Chaves?
Falo isso por que tenho visto o garoto muito cabisbaixo nos últimos tempos. Resolvi conversar com ele e saber o que vem se passando.
- Chavinho, eu tenho visto você pela vila, tão cabisbaixo, parecendo tão triste... Tem algo errado?
- Sabe, Seu Madruga, eu vejo todo mundo aqui feliz, todo mundo com suas famílias. Kiko voltou para sua mãe. O senhor voltou para casa. Até a mãe do Nhonho voltou para casa. Só eu estou sozinho aqui na vila, sem pai nem mãe.
- Ahhh... Aliás, não sei se você vai se lembrar... Mas eu devia ter perguntado isso há mais tempo. Você se lembra de onde veio? Onde esteve antes de vir para a vila?
- Puxa vida... Faz tantissississíssimo tempo, Seu Madruga...
- Busque lá fundo! Tente lembrar alguma coisa!
- Olha... Bom, eu me lembro de uma casa num bairro longe daqui... Uma mulher que cuidava de mim... Depois eu me lembro de um lugar cheio de outras crianças... E depois voltei para essa casa longe daqui.
- Lugar cheio de crianças? Uma escola? Um hospital? Um orfanato?
- Um orfanato... Não sei, Seu Madruga. Só sei que tinha uma mulher que me batia lá, depois acabei voltando pra casa dessa mulher que cuidava de mim...
- Se lembra de onde eram esses lugares?
- Acho que sim.
- Vamos procurar então esses lugares. Vou tentar ajudar a descobrir de onde você veio. Quem sabe seus pais estão por aí?
- Ah, lembrei de uma coisa!
- Diga!
- A mulher que cuidava de mim disse que meus pais tinham morrido.
- Puxa vida... Mas vamos assim mesmo. Quem sabe a gente não descobre algum parente seu? Você pode ter um irmão!
- Isso, isso, isso!
Nos próximos dias, vou aproveitar o período de férias no trabalho e ir em busca dessa resposta: onde está a família do Chaves?
==
Próximos capítulos: Estranhos Sinais e ?????????
O próximo capítulo será beeeem complicado... E no seguinte, cujo título vocês só saberão no dia da publicação (provavelmente no domingo), teremos a revelação do mistério: onde está a família do Chaves? De onde ele veio?
Viver nesta vila nunca foi fácil. Sempre enfrentei inúmeras dificuldades, começando pelo difícil parto de Maribel, que acabou em sua morte, o nascimento difícil da Chiquinha, a morte de Frederico, a perda da minha carreira vitoriosa nas arenas, toda a reputação que tive um dia. Perdi dinheiro, perdi coisas, perdi minha identidade. Perdi minha dignidade em alguns momentos. Em outros, fui obrigado a perder a vergonha. Hoje, eu perdi o medo. Não tenho mais medo das dificuldades. Melhor: perdi as dificuldades. Alcancei um momento inédito na minha vida.
E assim o tempo vai passando. Com ele, as pedras vão ficando pelo caminho. Hoje, não paro diante das pedras. Simplesmente passo por cima delas. E assim vai indo.
Os meses estão passando. O trabalho está indo muito bem, o salário é ótimo. As crianças estão num clima muito bom de alegria e amizade. Minha convivência com Dona Florinda tem sido calma e serena. Tudo como deve ser.
(alguns meses depois)
Realizei um sonho de muitos anos: ofereci minha casa para os festejos de natal e ano-novo entre os vizinhos. Agora tenho como fazer uma festa grande e farta, diferente da penúria de tantos natais e viradas de ano que passei aqui. Convidei todo mundo: Dona Florinda, Professor Girafáles, Kiko, Jaiminho, Chaves, Senhor Barriga, Elisa, Nhonho. Todo mundo passou o natal e o ano-novo aqui. Nos reunimos como vizinhos normais, conversamos, rimos, comemos e bebemos bem, festejamos o natal e a entrada de mais um ano.
Esse ótimo ano passou. Agora, uma nova fase. Estamos em 1979. Ano de seguir trabalhando bastante, de fortalecer as amizades, de estreitar os laços entre todos os vizinhos.
Contudo, acho que esse ano vai exigir algo diferente de mim. Vou ter que encarar um desafio novo. Acho que é chegada a hora de não somente eu, como os demais da vila, buscar resolver um mistério de muito, muito tempo: de onde veio o Chaves?
Falo isso por que tenho visto o garoto muito cabisbaixo nos últimos tempos. Resolvi conversar com ele e saber o que vem se passando.
- Chavinho, eu tenho visto você pela vila, tão cabisbaixo, parecendo tão triste... Tem algo errado?
- Sabe, Seu Madruga, eu vejo todo mundo aqui feliz, todo mundo com suas famílias. Kiko voltou para sua mãe. O senhor voltou para casa. Até a mãe do Nhonho voltou para casa. Só eu estou sozinho aqui na vila, sem pai nem mãe.
- Ahhh... Aliás, não sei se você vai se lembrar... Mas eu devia ter perguntado isso há mais tempo. Você se lembra de onde veio? Onde esteve antes de vir para a vila?
- Puxa vida... Faz tantissississíssimo tempo, Seu Madruga...
- Busque lá fundo! Tente lembrar alguma coisa!
- Olha... Bom, eu me lembro de uma casa num bairro longe daqui... Uma mulher que cuidava de mim... Depois eu me lembro de um lugar cheio de outras crianças... E depois voltei para essa casa longe daqui.
- Lugar cheio de crianças? Uma escola? Um hospital? Um orfanato?
- Um orfanato... Não sei, Seu Madruga. Só sei que tinha uma mulher que me batia lá, depois acabei voltando pra casa dessa mulher que cuidava de mim...
- Se lembra de onde eram esses lugares?
- Acho que sim.
- Vamos procurar então esses lugares. Vou tentar ajudar a descobrir de onde você veio. Quem sabe seus pais estão por aí?
- Ah, lembrei de uma coisa!
- Diga!
- A mulher que cuidava de mim disse que meus pais tinham morrido.
- Puxa vida... Mas vamos assim mesmo. Quem sabe a gente não descobre algum parente seu? Você pode ter um irmão!
- Isso, isso, isso!
Nos próximos dias, vou aproveitar o período de férias no trabalho e ir em busca dessa resposta: onde está a família do Chaves?
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Próximos capítulos: Estranhos Sinais e ?????????
O próximo capítulo será beeeem complicado... E no seguinte, cujo título vocês só saberão no dia da publicação (provavelmente no domingo), teremos a revelação do mistério: onde está a família do Chaves? De onde ele veio?
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Onde está a família do Chaves?
Mais mistérios esclarecidos, num diário que mais parece novela....
Obrigado Antonio, é súper viciante esse libro!
Obrigado Antonio, é súper viciante esse libro!
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