O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - CONCLUÍDO

Discuta aqui tudo relacionado aos trabalhos de Chespirito, como Chaves, Chapolin, Chaves em Desenho e Programa Chespirito. Discuta aqui também o trabalho de outros atores, como as séries do Kiko.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06

Mensagem por Antonio Felipe » 10 Jun 2010, 18:55

Não, não escrevi todos. Tenho tudo planejado apenas. Por isso uma certa demora em atualizar...
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06

Mensagem por Antonio Felipe » 10 Jun 2010, 23:03

78. Vamos a Acapulco!

Uma das coisas que mais me preocupa é, sem dúvida, a educação da Chiquinha. Está certo que fico longe de ser um pai exemplo, um modelo ideal a ser seguido por ela, por tudo o que já fiz de errado nessa vida e principalmente, pelo que tenho que fazer hoje em dia para poder manter um nível digno de sobrevivência, em meio a tantas dificuldades que se passam pelo caminho. Mesmo assim, procuro sempre tentar instruir a Chiquinha da melhor forma que esteja ao meu alcance, para justamente evitar que siga o caminho que eu venho trilhando ao longo desses anos e se torne uma pessoa melhor. Por isso mesmo que fico preocupado quando vêm até mim avisos como o de que o Professor Girafáles deseja falar comigo. Ele quase nunca fala comigo em particular, até por que temos interesses diferentes na vila e só temos em comum o fato de que a Chiquinha está sob nossas responsabilidades – eu, pai, e ele professor. O que será que a Chiquinha fez? Só esperando para ver.

(algum tempo depois...)

Foi um susto. Graças a Deus, não foi nada demais. O Professor Girafáles estranhou o fato de que a Chiquinha estivesse em sala de aula com um limpador de pratas – justamente por que pratas são algo que definitivamente, passam longe daqui. O professor, em dado momento, achou que ela tivesse roubado esse produto. Coube à Chiquinha esclarecer isso: ela comprou aquele limpador de pratas apenas por que ele dá direito a participar de uma promoção, onde o vencedor ganha uma viagem com tudo pago para Acapulco. Aquilo foi realmente estranho. Qual a chance de ganharmos isso? Muito pouca. Mas, melhor que seja apenas isso do que um roubo. Aí eu não teria motivos para dormir em paz.

(passam-se alguns dias...)

Eu não posso crer no que aconteceu!

É um milagre, certamente!

Não, ainda não consigo expressar tamanha alegria que tomou conta de meu coração nesse momento! O limpador de pratas que a Chiquinha comprou... FOI PREMIADO! Nós vamos a Acapulco! Nós vamos a Acapulco! Meu Deus, que alegria... Vou poder tirar alguns dias de bom descanso á beira-mar! Ah, Acapulco... Nunca visitei aquele belo lugar, só o via pela televisão. Seria uma oportunidade incrível! Preciso arranjar malas para viajar. Não me cabe a alegria no peito! Acapulco, aí vamos nós!


(dois dias depois)

Estamos partindo. Eu e Chiquinha viajamos hoje para Acapulco. Vamos de avião, como dito pela promoção. Que medo... Nunca embarquei em um negócio desses! Nada pode dar errado agora! É a grande chance que tenho para recuperar-me física e mentalmente de todos esses tempos de dificuldades... Pelo menos ter um descanso, mergulhar no mar... Ah, será magnífico!

(quatro dias depois, já passada a viagem)

Acapulco...

Tanta saudade que sinto daquele pedaço do paraíso que Deus colocou à nossa disposição por alguns dias...

Vamos pelo começo: viajei pela primeira vez de avião, junto com a Chiquinha. Foi um momento um pouco tenso, considerando que era uma experiência inédita. Mas depois, tudo foi às mil maravilhas. Que lindo ver as nuvens tão de perto! Tive que segurar o choro naquele momento... Pensei muito por estar tão perto de Maribel... Depois de pouco tempo, descemos em Acapulco. Lá, fomos levados até o Hotel Continental Empório, um bonito hotel, de muita categoria. Ficaríamos aquela noite e mais três dias e na noite do terceiro dia, regressaríamos para casa. Nosso quarto era espetacular. Espaçoso, quase maior do que nossa casa. A cama era macia, a água era deliciosamente quente, a comida era dos deuses. Tudo estava perfeito.

O que eu não imaginava era que toda a vila acabaria se mudando para Acapulco também. Primeiro foi Dona Clotilde, que tentou vir conosco. Ela acabou chegando a Acapulco junto com Kiko, Dona Florinda e Professor Girafáles, que vieram de trem. O trio do 14 acabou vindo muito mais para não se sentir excluído – a velha não queria aceitar que eu fosse com a Chiquinha para Acapulco e eles ficassem ali na vila. Já a Clotilde veio só atrás de mim – como se já não soubesse que não vou cair nessa.

De manhã, quem chega? Senhor Barriga e Chaves! O gordo só não trouxe o Nhonho por que este estava em um acampamento. Ele trouxe o Chaves, para que o menino não ficasse sozinho lá na vila, que ficou quase que totalmente vazia. Bem, com tanta gente por aqui, eu sabia que teríamos problemas. E acertei em cheio.

Claro, deu para aproveitar bastante coisa do hotel, das praias de Acapulco. Pude entrar no mar, sentir a água salgada na minha pele, o que não fazia há muitos, muitos anos. Aquela água meio fria foi revigorante. Também pude aproveitar a piscina do hotel e o bom sol que raiava sobre Acapulco naqueles dias. O calor era muito gostoso, até deu para eu pegar um pouco de cor – pior para o Kiko, que acabou tomando sol sem tirar a máscara de mergulho. Também posso dizer que dormi na melhor cama da minha vida. Aquele colchão macio parece que colocou meus ossos no lugar. A comida do hotel era espetacular. Há décadas não comia tão bem, sinceramente.

Contudo, quando essa turma da vila se reúne, os problemas aparecem rápido. O café da manhã do segundo dia terminou em um retumbante fracasso, depois que o Chaves conseguiu derrubar as duas mesas onde estávamos todos. Fui derrubado na piscina, levei um coco na cabeça. Nem as belas e formosas moças que estavam no hotel eu pude admirar, sem que a interferência daquela molecada atrapalhasse.

No final do segundo dia, conseguimos paz. Sentamos todos à beira da praia, diante de uma fogueira e lá ficamos, conversando, comendo, confraternizando. Foi uma paz inédita entre todos nós, algo que nem o próprio Festival da Boa Vizinhança conseguiu fazer. Todos juntos, como bons vizinhos.

No terceiro dia, foi mais para juntar as coisas. Tomamos café da manhã, almoçamos, as crianças usaram a piscina, passeamos um pouco pela cidade de Acapulco. Vivemos um momento de boa vizinhança. E no final do dia, cada um voltou usando seu caminho. Eu e Chiquinha de avião, o trio do 14 mais a Dona Clotilde, de trem, e o Barriga e o Chaves de carro.

Eis que chegamos aqui. Revigorado. Sinto-me totalmente novo. E com uma sensação de que esta vila experimentará mudanças incríveis. É como se todos nós fôssemos, enfim, vizinhos. Eu via Acapulco ao longe no avião e só pensava... Prometo me despedir daqui, sem dizer adeus jamais. Boa noite a esta vizinhança.


Próximo capítulo: A Mudança de Quico
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - ACAPULCO hoje, 10/06!!!!

Mensagem por Antonio Felipe » 10 Jun 2010, 23:25

79. A Mudança de Kiko

É realmente impressionante como 1974 passou rápido. Foi um ano repleto de dificuldades, muitos empregos diferentes, uma perna quebrada, um festival da boa vizinhança fracassado, um despejo e uma maravilhosa viagem para Acapulco.

Como eu previa, a relação entre todos nós mudou aqui na vila desde a viagem a Acapulco. É como se uma espécie de doença tivesse contaminado a todos e deixado o ambiente mais fresco, mais calmo, mais pacífico. Nem mesmo as crianças estão irritando tanto quanto antes. O Senhor Barriga é mais simpático, a Dona Clotilde é toda simpatia, Kiko e Chaves são bons amigos, Chiquinha se diverte com eles, só ocorrem as típicas discussões infantis, facilmente resolvidas depois de uma conversa.

O natal passou. Confraternizamos na casa de Dona Clotilde. O ano-novo passou. Confraternizamos na casa de Dona Florinda. Mas naquele dia, quando deveríamos estar todos alegres pela entrada de um novo ano em nossas vidas, Dona Florinda estava triste. Eu a via tentando esconder o choro em alguns momentos, mas durante todo o festejo, ela estava cabisbaixa. Nem mesmo a presença do Professor Girafáles a animava. Não sei se os outros perceberam, mas eu percebi aquela tristeza incontida, que por pouco não saía. Era como se ela tivesse algo a dizer.

No segundo dia do ano, eis que surge o motivo de tanta tristeza: Kiko iria sair da vila. A Dona Florinda resolveu mandá-lo para a casa de suas irmãs, numa cidade um pouco longe daqui. O garoto contou isso para o Chaves e a Chiquinha. Depois, eu e Dona Clotilde, conversando com a Florinda, soubemos como tudo se daria.


- Você vai mesmo mandar o Kiko para a casa de suas irmãs?, pergunta Dona Clotilde.
- Sim. Não me restou escolha, responde.
- Mas... Por que isso aconteceu?, perguntei.
- Bem... É uma série de infortúnios. Vocês sabem que não estou nadando em dinheiro. Tanto que acabei fazendo aquela sociedade para vender churros com o Seu Madruga. Acontece que tudo está muito caro. E a pensão que recebo não dá para mais nada. Não posso abdicar do melhor para o Kiko. Por isso, até que tudo se resolva por aqui, é melhor que ele vá morar com as tias.
- A senhora acha que isso vai ser por quanto tempo?, perguntou Clotilde.
- Não tenho idéia. Claro que vou visitar o Kiko sempre que possível. Mas espero que tudo se resolva logo.
- Eu sei que não é da minha conta... Mas você é o Professor, não vão se casar?, perguntei.
- Ora, mas por que pergunta...
- Bom, ele sempre está aqui e...
- Isso realmente não é da sua conta! O que é de minha parte e da parte do Professor realmente não é da sua conta!

E ela fechou a porta de sua casa. Dois dias depois, o Kiko se foi para a casa das tias. Não nego que muito já me incomodei com esse moleque. Mas é certo que vou sentir saudades, ainda mais por tê-lo visto nascer e crescer aqui na vila. As coisas parecem que estão mudando.

Próximo capítulo: O Dia de São Valentim
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - ACAPULCO hoje, 10/06!!!!

Mensagem por Antonio Felipe » 10 Jun 2010, 23:46

80. O Dia de São Valentim

Tudo está mudando na vila. Isso é fato. Só não sei onde isso vai dar. De toda maneira, mesmo os dias que pretendiam ser alegres hoje voltam a resultar em desastres. Como o dia de São Valentim, que agora comemoramos.

A vila acabou tomada de uma grande melancolia nesse primeiro mês sem o Kiko por aqui. Juro que às vezes olho para a parede junto à escada e fico imaginando que o bochechudo está ali, chorando. A Dona Florinda anda por aí claramente triste. Nem mesmo Chaves e Chiquinha estão com aquela energia que sempre tiveram para aprontar. O Dia de São Valentim veio como uma chance de levantar o ânimo dessa gente. A começar pelas crianças, que estavam animadas com a ocasião, mesmo que não estejam em idade para festejar com mais intensidade essa data. Bom, se algo pode ser dito, é que uma presença em especial acabou animando o Chaves: a Paty, que com sua tia, Glória, se mudou para a vila aqui ao lado. Mesmo com a pouca idade – acho que ele tem onze anos – já noto olhares apaixonados. Mas certa confusão de bilhetes acabou deixando o ambiente meio instável.

O que me surpreendeu mesmo foi o fato da Dona Florinda chamar para sua casa uma festinha de São Valentim, para comemorar o amor e a amizade. Até o Senhor Barriga veio aqui participar, trazendo presente para todos. Era uma boa chance de tentar tirar essa melancolia do ar. Era. Falei bem. Por que o que se viu foi um desastre, por conta do Chaves, que de tão atrapalhado, estragou a festa.

Foi-se a paz. Os tempos estão difíceis.


Próximo capítulo: Hector!

ATENÇÃO! O próximo capítulo será o ÚLTIMO do Diário a acompanhar o guia de episódios! Teremos mudanças inéditas na história e muitas surpresas daqui para a frente! Faltam só 21 CAPÍTULOS PARA O FIM DO DIÁRIO!
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - ACAPULCO hoje, 10/06!!!!

Mensagem por Cavallari » 11 Jun 2010, 00:03

Muito emocionante o episódio da mudança do quico.
Adorei...
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - ACAPULCO hoje, 10/06!!!!

Mensagem por Barbano » 11 Jun 2010, 00:34

Idem.

E o de Acapulco foi show também. Um dos melhores dessa etapa que acompanhou o andamento das séries. :D
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - ACAPULCO hoje, 10/06!!!!

Mensagem por Chápulo » 11 Jun 2010, 12:21

Eu acredito que estamos por chegar à melhor parte do diário...
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - ACAPULCO hoje, 10/06!!!!

Mensagem por Antonio Felipe » 11 Jun 2010, 22:40

81. Hector!

Sinto um clima cada vez mais opressivo aqui na vila. E isso está me tomando por inteiro, é uma melancolia sem tamanho, uma sensação de que uma catástrofe está por acontecer. Toda a harmonia que aqui se tinha evaporou, como num passe de mágica. Já não consigo mais trabalho algum. O dinheiro é pouco. As chances estão diminuindo. Tudo está piorando.

No entanto, a vida ainda reserva algumas surpresas no cotidiano dessa estranha vila. Como uma visita que ninguém nunca esperaria aqui. O famoso ator, Hector Bonilla, apareceu por aqui! O carro dele teve um de seus pneus furados e ele não tinha macaco para trocar o pneu. Daí resolveu pedir ajuda aqui na vila. O que era para ser uma passagem rápida e discreta acabou virando um enorme acontecimento, especialmente por parte das mulheres que aqui vivem. A Chiquinha ficou totalmente encantada pelo ídolo da televisão. Bem, eu mesmo, na presença de um homem tão imponente, fiquei meio sem jeito. Não é todo dia que uma pessoa que você vê todos os dias na televisão aparece na sua frente, em carne e osso. Já a Dona Clotilde, felizmente, me esqueceu. Era só olhos para Hector. Surpresa maior foi com Dona Florinda. Só faltava babar diante do Hector e nem mesmo a presença do Professor Girafáles a fez mudar de atitude.

Eu aproveitei para tentar descolar um troco. Já que ele é um homem de posses, um ator endinheirado, resolvi, digamos, alugar um macaco para ele trocar o pneu. Não imaginava que no final das contas, quem ia trocar o pneu ia ser o professor... Bem, o dinheiro pelo menos ficou comigo. Feliz foi o Chaves, que não apenas ganhou um dinheirinho cuidando do carro do Hector, como ainda, no dia seguinte, foi surpreendido com uma bola no barril onde ele geralmente se esconde. Presente de Hector.

Falando em presentes, fiquei muito triste com uma situação que ocorreu há três dias. A Chiquinha queria muito um cachorrinho de estimação. Nisso, acabou brincando com o Chaves, que lhe serviu de seu cachorro, fingindo mesmo que era um! Eu via nos olhos de minha filha a tristeza de não ter um bichinho de estimação. Como pai, me senti inútil em não poder atender aos desejos de minha filha e, às vezes, quase nem ter como prover sua alimentação. Fiz um esforço gigantesco para, ao menos, conseguir um cachorro de pelúcia para a Chiquinha. Ela ficou bem feliz. Mas era óbvio que não era o bastante.

Não dá mais para suportar. Eu estou falhando como pai, como homem. Preciso mudar tudo isso. Creio que não tenho mais alternativas.

É a hora de buscar um novo caminho.


==

Este foi o último capítulo seguindo o guia de episódios. A partir de agora, vamos voltar a dramatizar a história do Seu Madruga, com breves interferências de fatos da história original (como cartas e outras citações). Serão muitas e muitas emoções, com certeza. Agora, faltam apenas 19 capítulos para o fim do Diário do Seu Madruga.

Próximo capítulo: Em Busca do Mundo
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Começam os momentos decisivos!

Mensagem por Me Sacaron del Programa CH » 12 Jun 2010, 01:02

Muito bom... como esperei, o "peludinho" como despedida... Mal posso esperar pro proximo cap!

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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Começam os momentos decisivos!

Mensagem por ClebersonP » 12 Jun 2010, 11:42

Quero ver se a partir de Segunda leio o tópico desde o 1° post, os títulos dos episódios me deixou bem curioso e por falta de tempo nunca li, mais quero ler, temos que valorizar users como o Antônio que vive inovando e criando coisas novas e legais para o meio CH na Internet e para o Fórum.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Começam os momentos decisivos!

Mensagem por Ecco - Kiko Botones is my life » 12 Jun 2010, 11:55

Meu Deus como gostei desse diário
suspense,drama,é viciante parabens Antônio
muito bem mesmo
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Começam os momentos decisivos!

Mensagem por Antonio Felipe » 12 Jun 2010, 14:37

82. Em Busca do Mundo

Eu pensei muito, muito mesmo, antes de tomar a decisão de agora. Coloquei todas as cartas na mesa, analisei, pensei e não vejo alternativa. Se eu quiser ajudar a mim e à minha filha, preciso tomar uma decisão radical. Muito radical, aliás. Vou deixar a vila.

De nada adianta eu ficar aqui na vila, restrito às poucas oportunidades que a vida me dá. A situação está péssima por aqui. Não suporto mais esse clima opressivo. Sinto uma terrível dor no coração de ter que sair daqui, mas não tenho escolha! Preciso ficar um tempo longe. Sei que em outro lugar, outra cidade, até outro país, eu posso conseguir um trabalho melhor e assim ajudar minha filha. Mas para onde vou?

Para os Estados Unidos, não tenho como. Não entendo nada, absolutamente nada de inglês. Fora que seria apenas mais um imigrante entre tantos que vão para lá todos os anos. Acho que as chances maiores podem vir do sul. Já sei a quem recorrer. Vou falar com Elisandro. Creio que ele pode me ajudar em alguma coisa.


(no dia seguinte, conversa com Elisandro)

- Como vai, Elisandro, tudo bem?
- Ramón, meu amigo! Tudo bem com você? E a Chiquinha, como vai?
- Elisandro... Bem, estamos bem, mas eu preciso ter uma conversa séria com você. Preciso de ajuda.
- Bem, eu creio que...
- Não, não, não vou lhe pedir dinheiro. Sei que você conhece muita gente. Eu preciso sair da vila.
- Como assim?
- Está tudo difícil demais. Não consigo mais trabalho. Ninguém me deixa trabalhar. Vivo de bicos que mal dão para comer. Eu quero sair da vila, ir buscar chance em outro lugar.
- Ok, mas... Como vai ficar a Chiquinha?
- Não se preocupe. Eu vou falar com minha avó, ela pode ir à vila cuidar dela nesse tempo... A pobre é sozinha no mundo, vai ficar feliz de cuidar de minha filha...
- Certo... Para onde você quer ir exatamente?
- Não sei, Elisandro. Para onde o dinheiro seja garantido. Para onde eu possa ter oportunidades.
- Mesmo que saia do país?
- Sim.
- Ok, Ramón. Eu conheço umas pessoas que estão precisando de trabalho... Você tem conhecimento de obras, não?
- Sim, fui por muito tempo mestre-de-obras.
- Ótimo. Vou conversar com eles hoje ou amanhã. Me procure em três dias que te dou uma resposta, ok?
- Muito obrigado, Elisandro. Muito obrigado.

Estou um pouco nervoso. Não contei a ninguém que vou deixar a vila. Nem mesmo falei com minha avozinha sobre isso. Tenho um pouco de receio de como essa notícia vai abalá-los. Mas sei que estou fazendo a coisa certa. Agora, é esperar pelos próximos dias e ver o que Elisandro consegue para mim.

(três dias depois)

- Elisandro, meu amigo, já passaram-se três dias! O que tem para mim?
- Bem, Ramón... Eu conversei com umas pessoas ontem, falei bem de você, da sua experiência. E eles concordaram em contar com seus serviços.
- Meu Deus! Obrigado, Elisandro!
- Só tem uma coisa... Isso não é aqui no México. É na América do Sul, na Venezuela.
- Venezuela?
- Exatamente. São alguns dias de viagem de ônibus. Você irá atravessar toda a América Central, passar pelo Canal do Panamá, até chegar a Caracas, na Venezuela. Mas o emprego é bom.
- É bom mesmo?
- Sim. As pessoas com quem conversei têm muitos investimentos no setor da construção lá na Venezuela... E eles sempre precisam de mão-de-obra qualificada, coisa que nem sempre encontram por lá.
- E o dinheiro, é bom?
- Ao que me consta, sim. Tiraria pelo menos uns 15 mil por ano.
- Uau! Isso é muito dinheiro! E para quando eles precisam de mim?
- Daqui a cinco dias parte um novo ônibus para lá. Portanto, apresse-se.
- Vou fazer isso. Elisandro, muito obrigado por tudo em todos esses anos. Obrigado mesmo.
- Espero que você esteja fazendo a coisa certa, Ramón.

Vai começar a minha odisséia. Minha viagem em busca do mundo. Em busca de um novo futuro para mim e para minha filha. Agora só preciso contar isso para os demais...

(cinco dias depois)

É hoje a minha partida. Em poucas horas, estarei rumando para Caracas, em busca de uma nova vida. Se eu já estava com o coração doendo, imagine agora, que todo mundo sabe dessa minha partida. Primeiro, contei para minha avó. Ela, obviamente, ficou muito triste em saber que eu iria sair daqui para outro país. Mas concordou em cuidar da Chiquinha. Ela estará aqui hoje à tarde. Não vou poder me despedir dela, infelizmente. Dona Clotilde também ficou sentida por minha partida e desejou-me sorte. Deu-me um abraço longo e apertado. O Senhor Barriga também me desejou sorte e espera que eu consiga melhores chances lá longe. Até a Dona Florinda ficou triste. Mesma coisa com o Chaves. Difícil mesmo foi contar essa bomba para a Chiquinha. Contei isso faz dois dias. Ela ficou os dois dias chorando muito, por ter que ficar separada de mim. Falei de todas as maneiras possíveis que aquela era a chance que eu tinha de dar-lhe uma vida melhor. Vou escrever cartas o tempo todo e vou mandar dinheiro, sempre que eu receber. Não quero mais que falte nada agora.

Bem. Chega a hora. Espero não demorar a voltar. O mundo me espera agora.


Próximo capítulo: Uma Viagem a Caracas
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Madruga deixa a vila!

Mensagem por Aolynthon » 12 Jun 2010, 15:02

Ótimo!

Quase comecei a xingar quando falou que o Madruga vinha pro sul. Pensei "se ele parar no Brasil é muita forçação de barra!"..

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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Madruga deixa a vila!

Mensagem por Antonio Felipe » 12 Jun 2010, 15:06

:lol:

Eu não ia fazer isso :D Mas coloquei ele indo pra Venezuela, como o Ramón Valdez saiu de CH pra ir pra lá.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Madruga deixa a vila!

Mensagem por Me Sacaron del Programa CH » 12 Jun 2010, 15:25

Por um momento, imaginei o Madruga encontrando o Quico ao chegar na Venezuela...
viajei :lol:

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