O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - CONCLUÍDO
- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado HOJE, 03/06
74. A Sobrinha de Dona Clotilde
O tempo vai passando nesta vila e com ele, os acontecimentos mais insólitos vão ocorrendo. Isso desde um engano qualquer até coincidências incríveis, fora todas as confusões já naturais da convivência diária com as crianças e a Dona Florinda.
Primeiro, tive uma boa oportunidade para diminuir minha dívida de aluguéis com o Senhor Barriga. Ele disse que descontaria alguns meses caso eu rebocasse a vila, que está bem desgastada pelo tempo. Foi uma troca justa. Aproveitando minha experiência com obras, parti para o trabalho. Tudo corria bem até que as crianças resolveram se intrometer. Quando vi, tinham passado gesso no Kiko! E os moleques ainda pensaram que o gesso era leite de burra, vejam só! Com muito custo, consegui terminar de rebocar a vila e assim, o Barriga me descontou alguns meses de aluguel.
Outro dia, tive um tremendo trabalho para tentar plantar uma mudinha de cherimóia em frente à minha casa. Ou melhor, sequer plantei. Arrebentaram com a pobre planta e fui obrigado a jogá-la no lixo... Nem plantar eu consigo por aqui. Arrumar as outras mudinhas, então... Pior foi para o Professor Girafáles, que achou que estavam lhe plantando coisas, mas foi um grande engano das crianças por causa de alguns chifrinhos de nozes que a Dona Florinda fez.
A confusão maior ocorreu alguns dias depois. A Florinda pediu que eu fizesse uma placa para ser colocada na entrada vila, avisando que ali estavam proibidos os animais e as crianças pequenas. Por que, eu não sabia. Isso foi decisão exclusiva da Dona Florinda, que é uma fresca e acha que o que vale para ela tem que valer para todos na vila. Pois bem, nesse dia, mandei o Chaves ir à venda da esquina para comprar algumas coisas. Só que por conta do idiota do Kiko, ao invés da cesta de compras ir parar na minha casa, o que veio foi uma cesta com um... bebê!
Eu de início achei que se tratava de uma criança abandonada. Aquilo virou minha cabeça. O que fazer com esse bebê? Não tive outra escolha na hora a não ser cuidar do pequeno ser que veio parar na minha casa. O que eu não sabia é que a cesta errada veio para minha casa. O bebê na verdade era a sobrinha da Dona Clotilde. Era a filha da irmã dela. Clotilde ia ter que cuidar da criança por alguns dias. E o bebê foi parar na cesta justamente por que era para ser escondida da Florinda. Aquilo foi um susto tremendo. Mais uma confusão para a coleção.
Próximo capítulo: Atropelado!
O tempo vai passando nesta vila e com ele, os acontecimentos mais insólitos vão ocorrendo. Isso desde um engano qualquer até coincidências incríveis, fora todas as confusões já naturais da convivência diária com as crianças e a Dona Florinda.
Primeiro, tive uma boa oportunidade para diminuir minha dívida de aluguéis com o Senhor Barriga. Ele disse que descontaria alguns meses caso eu rebocasse a vila, que está bem desgastada pelo tempo. Foi uma troca justa. Aproveitando minha experiência com obras, parti para o trabalho. Tudo corria bem até que as crianças resolveram se intrometer. Quando vi, tinham passado gesso no Kiko! E os moleques ainda pensaram que o gesso era leite de burra, vejam só! Com muito custo, consegui terminar de rebocar a vila e assim, o Barriga me descontou alguns meses de aluguel.
Outro dia, tive um tremendo trabalho para tentar plantar uma mudinha de cherimóia em frente à minha casa. Ou melhor, sequer plantei. Arrebentaram com a pobre planta e fui obrigado a jogá-la no lixo... Nem plantar eu consigo por aqui. Arrumar as outras mudinhas, então... Pior foi para o Professor Girafáles, que achou que estavam lhe plantando coisas, mas foi um grande engano das crianças por causa de alguns chifrinhos de nozes que a Dona Florinda fez.
A confusão maior ocorreu alguns dias depois. A Florinda pediu que eu fizesse uma placa para ser colocada na entrada vila, avisando que ali estavam proibidos os animais e as crianças pequenas. Por que, eu não sabia. Isso foi decisão exclusiva da Dona Florinda, que é uma fresca e acha que o que vale para ela tem que valer para todos na vila. Pois bem, nesse dia, mandei o Chaves ir à venda da esquina para comprar algumas coisas. Só que por conta do idiota do Kiko, ao invés da cesta de compras ir parar na minha casa, o que veio foi uma cesta com um... bebê!
Eu de início achei que se tratava de uma criança abandonada. Aquilo virou minha cabeça. O que fazer com esse bebê? Não tive outra escolha na hora a não ser cuidar do pequeno ser que veio parar na minha casa. O que eu não sabia é que a cesta errada veio para minha casa. O bebê na verdade era a sobrinha da Dona Clotilde. Era a filha da irmã dela. Clotilde ia ter que cuidar da criança por alguns dias. E o bebê foi parar na cesta justamente por que era para ser escondida da Florinda. Aquilo foi um susto tremendo. Mais uma confusão para a coleção.
Próximo capítulo: Atropelado!
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado SÁBADO, 05/06
75. Atropelado!
A vida às vezes te prega algumas peças. Por vezes manda sinais de que, muito embora sua vida esteja sofrida, triste ou complicada, não é chegada a hora de desistir. É o sinal que de que a hora de partir ainda não chegou e tão logo não chegará. Eu sinto que nasci de novo, depois do que aconteceu comigo há algumas semanas.
Vamos pelo começo: a Dona Florinda proibiu o Kiko de brincar na rua, pois ele correria muitos riscos lá fora e seria melhor ficar no pátio. Chaves e Kiko resolveram brincar de “atropelados” e eu, na minha inocência, pela brincadeira de mau gosto dos moleques, achei que o Chaves tinha sido atropelado. Confusões daqui, confusões dali, acabou que eu e o Senhor Barriga fomos parar no meio da rua e lá fomos atropelados.
Foi um momento incrível. Um carro veio na nossa direção, o motorista freou, mas não conseguiu diminuir a velocidade o suficiente de modo que parasse o carro e eu fui acertado nas pernas e voei por cima do capô, parando em cima do vidro da frente do carro. Já o Barriga foi acertado numa das pernas e caiu para o lado. A ambulância logo veio e nos levou para o hospital. Lá, tivemos o diagnóstico: ambos com uma perna quebrada. E o médico disse que eu tive muita sorte, pois o impacto era suficiente para ter me matado ou me deixado muito ferido. Ter apenas uma perna quebrada era um milagre.
Estava eu lá no hospital, com a perna pendurada e fiquei olhando para o teto, em silêncio, pensando: esse é um sinal. É um sinal de que preciso continuar por aqui e manter minha filha. É um sinal de que sou útil. Se Deus não quis me levar quando teve a chance, é por que algo está reservado para mim. Então rezei em silêncio. E tentei dormir, com o Barriga na maca próxima, roncando como se fosse um porco. Pensei nessa hora como seria bom ter quebrado os ouvidos também...
Bem, alguns dias se passaram e eu pude voltar para casa. Lá eu teria que ficar por um bom tempo repousando até que a perna se curasse. A Dona Clotilde resolveu me ajudar, comprando algumas coisas para que eu pudesse me manter nesse meio tempo em que ia ficar de molho. O que eu não imaginava era que, mesmo nesse estado, ia sentir mais dores. Isso por que o Chaves, querendo também ganhar comida, resolveu fingir que tinha sido atropelado. No calor da situação, o relato do Kiko foi tão real que eu achei mesmo que ele tinha sido atropelado! Tanto que resolvi juntar uma grana com o pessoal da vila para ajudar o Chavinho. Eis que a farsa do garoto se desfez. Acharam que era um golpe meu. Por pouco não quebrei mais a perna, com os tabefes que levei. Foi um susto incrível.
E agora estou aqui, de molho... A perna já está melhorando, logo vou tirar esse gesso e tentar alguma coisa para fazer dinheiro. Preciso aproveitar a oportunidade que a vida me deu.
Próximo capítulo: Um Sapateiro de Mão Cheia
A vida às vezes te prega algumas peças. Por vezes manda sinais de que, muito embora sua vida esteja sofrida, triste ou complicada, não é chegada a hora de desistir. É o sinal que de que a hora de partir ainda não chegou e tão logo não chegará. Eu sinto que nasci de novo, depois do que aconteceu comigo há algumas semanas.
Vamos pelo começo: a Dona Florinda proibiu o Kiko de brincar na rua, pois ele correria muitos riscos lá fora e seria melhor ficar no pátio. Chaves e Kiko resolveram brincar de “atropelados” e eu, na minha inocência, pela brincadeira de mau gosto dos moleques, achei que o Chaves tinha sido atropelado. Confusões daqui, confusões dali, acabou que eu e o Senhor Barriga fomos parar no meio da rua e lá fomos atropelados.
Foi um momento incrível. Um carro veio na nossa direção, o motorista freou, mas não conseguiu diminuir a velocidade o suficiente de modo que parasse o carro e eu fui acertado nas pernas e voei por cima do capô, parando em cima do vidro da frente do carro. Já o Barriga foi acertado numa das pernas e caiu para o lado. A ambulância logo veio e nos levou para o hospital. Lá, tivemos o diagnóstico: ambos com uma perna quebrada. E o médico disse que eu tive muita sorte, pois o impacto era suficiente para ter me matado ou me deixado muito ferido. Ter apenas uma perna quebrada era um milagre.
Estava eu lá no hospital, com a perna pendurada e fiquei olhando para o teto, em silêncio, pensando: esse é um sinal. É um sinal de que preciso continuar por aqui e manter minha filha. É um sinal de que sou útil. Se Deus não quis me levar quando teve a chance, é por que algo está reservado para mim. Então rezei em silêncio. E tentei dormir, com o Barriga na maca próxima, roncando como se fosse um porco. Pensei nessa hora como seria bom ter quebrado os ouvidos também...
Bem, alguns dias se passaram e eu pude voltar para casa. Lá eu teria que ficar por um bom tempo repousando até que a perna se curasse. A Dona Clotilde resolveu me ajudar, comprando algumas coisas para que eu pudesse me manter nesse meio tempo em que ia ficar de molho. O que eu não imaginava era que, mesmo nesse estado, ia sentir mais dores. Isso por que o Chaves, querendo também ganhar comida, resolveu fingir que tinha sido atropelado. No calor da situação, o relato do Kiko foi tão real que eu achei mesmo que ele tinha sido atropelado! Tanto que resolvi juntar uma grana com o pessoal da vila para ajudar o Chavinho. Eis que a farsa do garoto se desfez. Acharam que era um golpe meu. Por pouco não quebrei mais a perna, com os tabefes que levei. Foi um susto incrível.
E agora estou aqui, de molho... A perna já está melhorando, logo vou tirar esse gesso e tentar alguma coisa para fazer dinheiro. Preciso aproveitar a oportunidade que a vida me deu.
Próximo capítulo: Um Sapateiro de Mão Cheia
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
76. Um Sapateiro de Mão Cheia
Eu realmente sou um homem de muitas utilidades. E o pior é que muitas utilidades eu ainda nem descobri, vou criando e descobrindo elas pelo caminho. Bem, minha perna já está muito melhor. Depois desses três meses de molho por causa da perna quebrada, finalmente me livrei do gesso. Consigo caminhar bem, só não posso abusar de sair pulando por aí a todo momento, senão eu estou frito. E o que fazer para trabalhar? Preciso de algo que não exija muito das minhas pernas, nem que seja cansativo. Bem, estou colocando em prática uma dessas utilidades que descobri pela necessidade: ser sapateiro. E não é que sou um sapateiro de mão cheia? Colo, costuro, mexo, remexo, faço o que um bom sapateiro sabe fazer. E é isso que vou fazer agora, para conseguir um dinheirinho.
(alguns dias depois...)
É, nem tudo pode ser fácil como a gente imagina. Ainda mais quando sou eu que estou fazendo o serviço e ainda mais nesta vila, com esses moleques chatos. Comecei o serviço de sapateiro na porta de casa, mas as crianças, como sempre, ficam me torrando a paciência, atrapalhando tudo o que eu faço. A primeira vítima disso acabou sendo o velho e surrado ramo de flores que o Professor Girafáles traz para Dona Florinda, destruído quando o peguei pensando ser o martelo. Óbvio que eu me dei mal com isso. Depois, consegui que a Dona Florinda e o Senhor Barriga deixassem seus sapatos para que eu os consertasse. Nada pode ser perfeito, com a intervenção das crianças. Tachinhas foram enfileiradas, um sapato foi pregado num banquinho, outro foi coberto de cola, a cola foi esparramada... Enfim, sofri o diabo tentando fazer o meu trabalho. E perdi dinheiro certo.
(mais uns dias depois...)
Tentei um acordo com o Chaves: ele parava de me importunar no meu serviço e eu lhe ensinava a engraxar sapatos como um profissional, para assim ganhar seu próprio dinheiro. Acordo feito, consegui ter um pouco de paz no serviço. Ganhei mais um cliente, o Professor Girafáles e seu sapato rangedor (parecia uma porta pedindo óleo nas juntas). Depois, o Kiko e seu sapato muito apertado (tinha uma pedra enorme dentro). As dificuldades continuaram e eu fui obrigado a tentar passar por cima delas. E assim fui persistindo, persistindo. Não agüentei mais. Não tenho como trabalhar assim, com tanta incomodação. Pra mim chega, vou buscar outro serviço fora da vila.
Próximo capítulo: Agente Especializado em Artigos para o Lar
Eu realmente sou um homem de muitas utilidades. E o pior é que muitas utilidades eu ainda nem descobri, vou criando e descobrindo elas pelo caminho. Bem, minha perna já está muito melhor. Depois desses três meses de molho por causa da perna quebrada, finalmente me livrei do gesso. Consigo caminhar bem, só não posso abusar de sair pulando por aí a todo momento, senão eu estou frito. E o que fazer para trabalhar? Preciso de algo que não exija muito das minhas pernas, nem que seja cansativo. Bem, estou colocando em prática uma dessas utilidades que descobri pela necessidade: ser sapateiro. E não é que sou um sapateiro de mão cheia? Colo, costuro, mexo, remexo, faço o que um bom sapateiro sabe fazer. E é isso que vou fazer agora, para conseguir um dinheirinho.
(alguns dias depois...)
É, nem tudo pode ser fácil como a gente imagina. Ainda mais quando sou eu que estou fazendo o serviço e ainda mais nesta vila, com esses moleques chatos. Comecei o serviço de sapateiro na porta de casa, mas as crianças, como sempre, ficam me torrando a paciência, atrapalhando tudo o que eu faço. A primeira vítima disso acabou sendo o velho e surrado ramo de flores que o Professor Girafáles traz para Dona Florinda, destruído quando o peguei pensando ser o martelo. Óbvio que eu me dei mal com isso. Depois, consegui que a Dona Florinda e o Senhor Barriga deixassem seus sapatos para que eu os consertasse. Nada pode ser perfeito, com a intervenção das crianças. Tachinhas foram enfileiradas, um sapato foi pregado num banquinho, outro foi coberto de cola, a cola foi esparramada... Enfim, sofri o diabo tentando fazer o meu trabalho. E perdi dinheiro certo.
(mais uns dias depois...)
Tentei um acordo com o Chaves: ele parava de me importunar no meu serviço e eu lhe ensinava a engraxar sapatos como um profissional, para assim ganhar seu próprio dinheiro. Acordo feito, consegui ter um pouco de paz no serviço. Ganhei mais um cliente, o Professor Girafáles e seu sapato rangedor (parecia uma porta pedindo óleo nas juntas). Depois, o Kiko e seu sapato muito apertado (tinha uma pedra enorme dentro). As dificuldades continuaram e eu fui obrigado a tentar passar por cima delas. E assim fui persistindo, persistindo. Não agüentei mais. Não tenho como trabalhar assim, com tanta incomodação. Pra mim chega, vou buscar outro serviço fora da vila.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
77. Agente Especializado em Artigos para o Lar
Os meses vão passando e parece que nada muda... As mesmas incomodações permanecem, a vila continua a mesma, as crianças continuam chatas e eu continuo indo para lá e para cá fazendo bicos para tentar sobreviver e garantir a sobrevivência de minha filha. É uma luta diária para conseguir alguma dignidade. Às vezes até me pergunto se aquele sinal valeu mesmo ou se era apenas um blefe.
Primeiro, tive uma experiência vendendo alguns brinquedos, confetes e outras coisas durante o período das festas pátrias. O lucro foi bom nos primeiros dias, depois ninguém mais queria saber de comprar nada. O pior foi ter que segurar o ímpeto das crianças, que resolveram brincar com tudo aquilo na vila e causaram a maior sujeira. Depois, tive uma dificuldade doméstica quanto ao meu violão velho de guerra, que quebrou e tive que consertar. A velha do 14 não gostou de ver o violão pendurado no varal e quase me faz perder esse patrimônio de tantos anos.
E agora, consegui um emprego. Um emprego não muito bom – ou melhor, sejamos francos, não é nem um pouco bom, mas garante a comida na mesa: compra e venda de qualquer coisa: chapéus, sapatos, roupas usadas... Ou o que puder ser vendido. Prefiro um termo mais digno para esta brilhante profissão: agente especializado em compra e venda de artigos para o lar. Combina mais comigo. O trabalho veio pela indicação do Senhor Barriga. Eu esperava algo melhor vindo do pançudo, mas o que vier é lucro, não?
(passam-se alguns dias...)
Esta sina que me acompanha há dez anos parece não ter data para passar. É algo permanente, é algo que sabe-se lá como vou fazer para acabar. Tudo o que faço acaba terminando em problema. Os primeiros dias no digníssimo emprego foram produtivos. Consegui algumas coisas que logo vendi e assim lucrei os primeiros trocados. Com a bela intervenção das crianças, outras coisas se quebraram – normal. Depois vieram mais problemas, desta vez por causa de uma simples bola de boliche, que despertou a curiosidade das crianças. A bola foi interessante. Lembrou os bons tempos em que eu era uma pessoa direita, uma pessoa sem dificuldades financeiras. Ainda lembro de uma vez que fui com Maribel a um local onde pratica-se boliche e lá passamos horas a valer nos divertindo. Passado apagado, presente que se mostra: e a tal bola de boliche foi o causador de um grande problema. Estava eu tentando arrumar algumas coisas que o Chaves quebrou, mexendo com cola. O garoto, em dado momento, se meteu a mexer na cola e depois, enfiou os dedos na bola. O que aconteceu? Ficou com os dedos presos na bola! Só com solvente para tirar a bola, que o Senhor Barriga queria comprar.
Estou precisando de descanso. Não agüento mais tanta dificuldade.
Próximo capítulo: Vamos a Acapulco!
Os meses vão passando e parece que nada muda... As mesmas incomodações permanecem, a vila continua a mesma, as crianças continuam chatas e eu continuo indo para lá e para cá fazendo bicos para tentar sobreviver e garantir a sobrevivência de minha filha. É uma luta diária para conseguir alguma dignidade. Às vezes até me pergunto se aquele sinal valeu mesmo ou se era apenas um blefe.
Primeiro, tive uma experiência vendendo alguns brinquedos, confetes e outras coisas durante o período das festas pátrias. O lucro foi bom nos primeiros dias, depois ninguém mais queria saber de comprar nada. O pior foi ter que segurar o ímpeto das crianças, que resolveram brincar com tudo aquilo na vila e causaram a maior sujeira. Depois, tive uma dificuldade doméstica quanto ao meu violão velho de guerra, que quebrou e tive que consertar. A velha do 14 não gostou de ver o violão pendurado no varal e quase me faz perder esse patrimônio de tantos anos.
E agora, consegui um emprego. Um emprego não muito bom – ou melhor, sejamos francos, não é nem um pouco bom, mas garante a comida na mesa: compra e venda de qualquer coisa: chapéus, sapatos, roupas usadas... Ou o que puder ser vendido. Prefiro um termo mais digno para esta brilhante profissão: agente especializado em compra e venda de artigos para o lar. Combina mais comigo. O trabalho veio pela indicação do Senhor Barriga. Eu esperava algo melhor vindo do pançudo, mas o que vier é lucro, não?
(passam-se alguns dias...)
Esta sina que me acompanha há dez anos parece não ter data para passar. É algo permanente, é algo que sabe-se lá como vou fazer para acabar. Tudo o que faço acaba terminando em problema. Os primeiros dias no digníssimo emprego foram produtivos. Consegui algumas coisas que logo vendi e assim lucrei os primeiros trocados. Com a bela intervenção das crianças, outras coisas se quebraram – normal. Depois vieram mais problemas, desta vez por causa de uma simples bola de boliche, que despertou a curiosidade das crianças. A bola foi interessante. Lembrou os bons tempos em que eu era uma pessoa direita, uma pessoa sem dificuldades financeiras. Ainda lembro de uma vez que fui com Maribel a um local onde pratica-se boliche e lá passamos horas a valer nos divertindo. Passado apagado, presente que se mostra: e a tal bola de boliche foi o causador de um grande problema. Estava eu tentando arrumar algumas coisas que o Chaves quebrou, mexendo com cola. O garoto, em dado momento, se meteu a mexer na cola e depois, enfiou os dedos na bola. O que aconteceu? Ficou com os dedos presos na bola! Só com solvente para tirar a bola, que o Senhor Barriga queria comprar.
Estou precisando de descanso. Não agüento mais tanta dificuldade.
Próximo capítulo: Vamos a Acapulco!
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Ótimo!!! Parabéns Antonio.
Acapulco me esperaaaa...
Tu ta indo a passos largos ao fim do diário.
Acapulco me esperaaaa...
Tu ta indo a passos largos ao fim do diário.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Minha ideia é terminar este mês o Diário. Faltam vinte e poucos capítulos apenas...
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
o diário vai até o episódio do Peludinho,né
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Não.
O diário não é guia de episódios...
A estrutura é essa: http://www.forumchaves.com.br/viewtopic ... 552#p18552
O diário não é guia de episódios...
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Deixo aqui o meu apoio ao povo ucraniano e ao povo de Israel



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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
ah valeu
e tem uns secretos heheheh
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Na verdade, eu mudei. O capítulo 91 continua secreto, só vou divulgar no dia mesmo, mas adianto que será uma revelação incrível sobre um personagem. Já o capítulo 87 chama-se Arrependimento e não tem mais nada de secreto... (até por que eu esqueci o que ia colocar nesse capítulo) 
Todos os demais capítulos seguem inalterados.
Bom, com a aproximação do final, já dou algumas pistas do que vai acontecer:
- no capítulo 96 (Aqui Jaz uma Bruxa), teremos a revelação do passado da Dona Clotilde.
- no capítulo 97 (A Última Perda), morrerá a Dona Neves.
- no capítulo 98 (Idas e Vindas), teremos muito amor
- no capítulo 87 (Arrependimento), saberemos o que ocorre com o restaurante da Florinda.
- no capítulo 95 (A Maior Surpresa de Todos os Tempos), teremos uma virada na história. Não sei se todos gostarão disso, mas garanto que será bem interessante.
Todos os demais capítulos seguem inalterados.
Bom, com a aproximação do final, já dou algumas pistas do que vai acontecer:
- no capítulo 96 (Aqui Jaz uma Bruxa), teremos a revelação do passado da Dona Clotilde.
- no capítulo 97 (A Última Perda), morrerá a Dona Neves.
- no capítulo 98 (Idas e Vindas), teremos muito amor
- no capítulo 87 (Arrependimento), saberemos o que ocorre com o restaurante da Florinda.
- no capítulo 95 (A Maior Surpresa de Todos os Tempos), teremos uma virada na história. Não sei se todos gostarão disso, mas garanto que será bem interessante.
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
agora me deixou muito ancioso
com esses roteiros ineditos
aiai
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aiai
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Pô, Purcino... Você vai matar a Dona Neves??? Que nem o Chespirito matou o Jaiminho no Diário do Chaves... 
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Acho que a virada na história é a cereja do bolo né?
Se for sempre a mesma coisa nem precisaremos ler nada
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- Antonio Felipe
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Morrem o Jaiminho, a Dona Neves e a Bruxa do 71. Isso já nos idos da década de 1980.Mestre Maciel escreveu:Pô, Purcino... Você vai matar a Dona Neves??? Que nem o Chespirito matou o Jaiminho no Diário do Chaves...
O que eu vou colocar ninguém NUNCA iria imaginar. Nunca mesmo. Por isso podem achar estranho. Vai ser divertido.Dudu Cavallari escreveu:Acho que a virada na história é a cereja do bolo né?
Se for sempre a mesma coisa nem precisaremos ler nada
Ah, e tem o mistério: eu falei que iria colocar no Diário uma das lendas da internet sobre o Chaves. Qual será? Vamos desvendar no capítulo misterioso...
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Re: O DIÁRIO DO SEU MADRUGA - Atualizado QUARTA, 09/06
Purcino você já escreveu todos os capítulos?
tô adorando os capítulos, não estão na ordem de exibição, mas isso é muito bom já que você está transformando o seriado "Chaves" com seus capítulos soltos numa série mais real com uma história só toma cuidado pra não dar muito Spoiler
qual será o mistério? qual será a lenda? veremos isso nos próximos episódios, nesse mesmo tópico e neste mesmo fórum
tô adorando os capítulos, não estão na ordem de exibição, mas isso é muito bom já que você está transformando o seriado "Chaves" com seus capítulos soltos numa série mais real com uma história só toma cuidado pra não dar muito Spoiler
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