Contabilizando cada roteiro de Chaves/Chapolin e suas versões

Mensagem por **HenriCH** » 02 Nov 2024, 15:44

Boris escreveu: ↑
02 Nov 2024, 15:30
Então, segundo o trabalho do autor do tópico, Chapolin teria em torno de 130 episódios originais e Chaves 150 episódios originais em 7 anos.

Séries norte-americanas (friends, fresh prince of bel-air, big bang theory etc) tem em torno de 24-25 episódios por ano, daria uns 170 em sete anos.

Na fase clássica, Chaves e Chapolin teriam um pouco menos de episódios que uma sitcom americana regularmente tem, certo? Com a diferença que são dois programas e um só roteirista (Bolanos). Nada mal.

Que além de roteirista, era diretor e ator. E isso no tempo da máquina de escrever, que por si só gerava mais tempo de execução do que um computador. Nada mal mesmo.

Mensagem por **Billy Drescher** » 02 Nov 2024, 16:08

Por isso, ele escreveu pouco e saiu copiando o que já estava pronto.

Mensagem por **Sargento Refúgio** » 02 Nov 2024, 16:12

Realmente é impressionante a quantidade de coisas que ele fazia excelentemente bem. Mas acho que ele deveria ter largado um pouco o orgulho e reconhecido que a sua criatividade estava começando a se esgotar em 1978. Ele não precisava se aposentar do ofício de escritor de programas, mas sim dividir essa tarefa com uma equipe de roteiristas com ideias mais frescas. Os poucos roteiros dos irmãos dele mostraram que eles poderiam levar os programas para uma nova direção criativa, e respirarem "ares novos" ...

Mensagem por **HenriCH** » 02 Nov 2024, 16:15

Rogério Juvenales escreveu: ↑
02 Nov 2024, 16:12
Realmente é impressionante a quantidade de coisas que ele fazia excelentemente bem. Mas acho que ele deveria ter largado um pouco o orgulho e reconhecido que a sua criatividade estava começando a se esgotar em 1978. Ele não precisava se aposentar do ofício de escritor de programas, mas sim dividir essa tarefa com uma equipe de roteiristas com ideias mais frescas. Os poucos roteiros dos irmãos dele mostraram que eles poderiam levar os programas para uma nova direção criativa, e respirarem "ares novos" ...

Sim, poderia ter repassado o roteiro dos programas pros irmãos e ele ficado no cargo de redator final ou chefe, só ajustando uma coisa ou outra. E nem precisava sair de fora da família, mas o véio era teimoso pelo visto.

Mensagem por **Cláudio** » 02 Nov 2024, 16:26

A maior parte do salário dele com a Televisa era por escrever os programas, o salário como ator era "normal", ganhava dinheiro mesmo era produzindo os roteiros para a emissora, então dificilmente ele aceitaria dividir esse posto com alguém.

Mensagem por **Sargento Refúgio** » 02 Nov 2024, 17:18

Ah é mesmo, tinha a questão do Oh Yeah, Time is Money! também, mas não acho que diminuiria muito o salário dele dividir o posto com mais um ou dois roteiristas. Afinal ele já era meio que um "Manda-Chuva" na Televisa desde aquela época, e deveria ter alguns privilégios por lá.

Mensagem por **Peter Griffin** » 02 Nov 2024, 17:24

Rogério Juvenales escreveu: ↑
02 Nov 2024, 17:18
Ah é mesmo, tinha a questão do Oh Yeah, Time is Money! também, mas não acho que diminuiria muito o salário dele dividir o posto com mais um ou dois roteiristas. Afinal ele já era meio que um "Manda-Chuva" na Televisa desde aquela época, e deveria ter alguns privilégios por lá.

O Azcarraga liberou ele da regra do Cigarro, e aí ele passou a ser um dos únicos de lá a poderem fumar

Mensagem por **Cláudio** » 02 Nov 2024, 20:19

Ainda sobre essa questão do Chespirito aceitar dividir a autoria dos programas com algum outro roteirista:

Rubén Aguirre em sua autobiografia (2015):
El caso de Chespirito es diferente. Él fue muy inteligente. Cuando comenzamos a trabajar en Televisa hizo un trato especial con ellos.
Les dijo: “Como actor páguenme lo normal, incluso la tarifa más baja, pero como escritor del programa les voy a cobrar una fuerte cantidad porque esa es la parte creativa, el alma de El Chavo del Ocho”. E hizo bien. Cambió su sueldo de “estrella” por el de escritor. Y fue muy inteligente porque en aquel momento los grandes escritores de comedia de Televisa, como Mauricio Kleiff, ganaban 3 mil o 4 mil pesos y él pedía 25 mil o más por libreto; pero, además, esa fue la vía para ahorrarse los impuestos que a los actores sí les cobran. Él no pagó impuestos por los estímulos fiscales que la ley otorga a los escritores, lo cual es muy justo porque son ellos los que menos ganan en la industria del libro y del entretenimiento. Él se defendió de esa forma. Además, poseía los derechos totales de la creación de la serie, los libretos y los personajes.

Chespirito em uma entrevista (1984):
"- ¿Como libretista, ha tenido competencia?
- En Mexico no la hay, Solo somos dos: Mauricio Kleif y yo".

Chespirito em uma entrevista (1988):
"Yo quisiera a veces que me ayudaran, pero el problema es ¿quién? ... añadió que su compañera Florinda Meza, le aporta muchas ideas para el programa".

Ou seja, além da questão financeira, ele considerava que não tinha bons roteiristas disponíveis no México para dividir essa função. Sobre seus irmãos, eu não sei como era a disponibilidade deles e também até que ponto Chespirito aprovou esses roteiros, já que nunca regravou nenhum dos cinco episódios escritos pelo Francisco/Horácio.

Outro detalhe é que a Carmen Ochoa já disse que o RGB avisava para executivos da Televisa que iria repetir roteiros, então era algo que a emissora estava ciente que acontecia (talvez não da frequência), mas não se importava, já que o programa continuava dando retorno, talvez até mais do que nas primeiras versões.

Minuto 47:08.

Mensagem por **Chavito.M** » 02 Nov 2024, 20:45

Além disso, o Horácio tinha outras obrigações. Ele cuidava da produção dos programas e ainda começou a aparecer cada vez mais nos episódios.

Mensagem por **Rafael - Kiko botones forever** » 02 Nov 2024, 22:55

Chavito de la Mancha escreveu: ↑
02 Nov 2024, 20:45
Além disso, o Horácio tinha outras obrigações. Ele cuidava da produção dos programas e ainda começou a aparecer cada vez mais nos episódios.

Mas o Chespa também tinha trabalho acumulado e não deixava a peteca cair, só ficava "de boas" entre muitas aspas quando tinha reprise de episódio.

Mensagem por **Cláudio** » 03 Nov 2024, 16:02

Aproveitando o tópico, por curiosidade eu fiz uma lista de como seria se escolhêssemos apenas 1 versão de cada episódio/esquete de "Chaves" no Programa Chespirito (1980 - 1992), mais ou menos como o SBT fez com os semelhantes na fase clássica, dando preferência as versões mais novas.

1992 (8):

► Exibir Spoiler

1991 (13):

► Exibir Spoiler

1990 (9):

► Exibir Spoiler

1989 (10):

► Exibir Spoiler

1988 (21):

► Exibir Spoiler

1987 (23):

► Exibir Spoiler

1986 (23):

► Exibir Spoiler

1985 (20):

► Exibir Spoiler

1984 (16):

► Exibir Spoiler

1983 (15):

► Exibir Spoiler

1982 (16):

► Exibir Spoiler

1981 (12):

► Exibir Spoiler

1980 (13):

► Exibir Spoiler

Um total de 199 histórias. Além de considerar as versões mais novas, dei preferência aos programas de 40 minutos.

Mensagem por **Pereira Vinícius** » 03 Nov 2024, 22:19

Trago um exemplo diferente na Inglaterra
O the benny hill show ficou no ar de 1959 até 1969 na bbc e de 1969 até 1989 na Thames. Descontando o período da bbc que é parcialmente perdido, temos 59 episódios em 20 anos com ele escrevendo 50 minutos de arte sozinho.
Mas na Inglaterra há o costume do espaço de tempo entre uma exibição e outra, os programas lá são praticamente mensais ao invés de semanais.
motivos facilmente explicados para a duração menor dos programas de TV britânicos está relacionado ao tamanho menor do Reino Unido. Os Estados Unidos são muito maiores do que o Reino Unido, o que significa que há uma demanda maior por programas de TV mais longos, porque o público-alvo é muito maior. No Reino Unido, não seria viável produzir programas de TV com mais de 20 episódios por temporada, já que um público menor provavelmente resultaria em perdas financeiras para as empresas e produtoras.
No caso do chespirito, isso não é um problema. Os programas ch tinham uma demanda muito maior, devido ao tamanho do país. Como resultado, a televisa conseguia produzir quantidades massivas de programas, com muitos episódios e temporadas,(vide chespirito e seus quase 700 episódios) pois existe quase uma garantia de que o programa terá uma audiência sustentável devido ao tamanho do pais.

Mensagem por **Barbano** » 08 Nov 2024, 10:47

Cláudio escreveu: ↑
02 Nov 2024, 20:19
Rubén Aguirre em sua autobiografia (2015):
El caso de Chespirito es diferente. Él fue muy inteligente. Cuando comenzamos a trabajar en Televisa hizo un trato especial con ellos.
Les dijo: “Como actor páguenme lo normal, incluso la tarifa más baja, pero como escritor del programa les voy a cobrar una fuerte cantidad porque esa es la parte creativa, el alma de El Chavo del Ocho”. E hizo bien. Cambió su sueldo de “estrella” por el de escritor. Y fue muy inteligente porque en aquel momento los grandes escritores de comedia de Televisa, como Mauricio Kleiff, ganaban 3 mil o 4 mil pesos y él pedía 25 mil o más por libreto; pero, además, esa fue la vía para ahorrarse los impuestos que a los actores sí les cobran. Él no pagó impuestos por los estímulos fiscales que la ley otorga a los escritores, lo cual es muy justo porque son ellos los que menos ganan en la industria del libro y del entretenimiento. Él se defendió de esa forma. Además, poseía los derechos totales de la creación de la serie, los libretos y los personajes.

Ora, ora. Pelo jeito o Roberto também era um cidadão consciente, não fanático. Toda essa manobra foi para pagar menos imposto.

Mensagem por **Billy Drescher** » 08 Nov 2024, 19:14

CEO de MEI.

Mensagem por **Chavito.M** » 08 Nov 2024, 19:50

Chavito de la Mancha escreveu: ↑
02 Nov 2024, 20:45
Além disso, o Horácio tinha outras obrigações. Ele cuidava da produção dos programas e ainda começou a aparecer cada vez mais nos episódios.

Tem um fato que eu esqueci quando fiz esse post: O Horácio foi o roteirista fixo dos quadrinhos (semanais também) durante a maior parte da publicação deles. O Chespa ficou só no começo.

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