Discuta aqui tudo relacionado aos trabalhos de Chespirito, como Chaves, Chapolin, Chaves em Desenho e Programa Chespirito. Discuta aqui também o trabalho de outros atores, como as séries do Kiko.
Uma curiosidade: essas músicas tipicamente mexicanas (corridos, rancheras etc) são muito conhecidas no Equador? E as cantigas infantis são semelhantes?
La verdad muy poco se conoce por acá. Antes creo que se conocía un poco más, sobre todo por la influencia del cine y la TV, pero con el tiempo se ha ido perdiendo
Sobre los juegos infantiles, muchos sí se dieron por acá (creería que en todos los países hispanos), pero casi siempre con variaciones. No creo que haya ninguno que sea exactamente igual que en México
Esses usuários curtiram o post de RenatoCS (total: 1):
Uma música infantil (ou tradicional, folclórica) que Chespirito gostava muito de colocar em seus roteiros era "SANA, SANA, COLITA DE RANA":
De acordo com a tradição dos países hispânicos, essa música deve ser cantada enquanto se esfrega a mão no machucado de outra pessoa. Provavelmente tem relação com a crença de que o rabo de rã tem poderes mágicos... Mas no final das contas, acaba servindo para acalmar uma criança que se machucou.
Off Topic
Uma curiosidade é que essa mesma cantiga inspirou "Corazón con Agujeritos" (1996), das Chiquititas: "Sana, sana, corazón con agujeritos
Sana, sana, lo llenamos de besitos
sana, sana, corazón con ganas
si no sana hoy, sanará mañana..."
Agora vamos entrar num episódio do Programa Chespirito repleto de músicas interessantes... Mas vai ser de uma em uma, aos poucos, para não sobrecarregar a página.
Trata-se de "Dependendo de quem canta, seus vizinhos espanta"! ("Una Serenata para Maruja", 1994)
Logo depois de Chimoltrúfria começar o episódio gritando a já citada e recorrente "JABÓN DE OLOR", sua mãe Dona Espotaverderona chega no hotel cantando os trocadilhos e rimas nonsense da norteña "EL PÁVIDO NÁVIDO", dançando animada como numa festa de mariachis.
A letra tem um tipo de humor que lembra Mussum, Seu Creysson e Toninho Tornado, trocando o som final das palavras. Em português, funcionaria mais ou menos assim: "fiquei despreocupávido quando chegou o convidávido".
ÁUDIO ORIGINAL DO EPISÓDIO: "(Bienvenívido al Pávido Návido)
Dónde está su esposa Návida
Componiéndose el vestívido
Y arreglándose el peinávido
Las hijas del Pávido Návido
Y el cordón de churumbe
Mañana me voy a Taxco
A ver las ataxqueñas..."
► Exibir Spoiler
(a partir de 3:00)
GOTA MÁGICA: Adaptaram para a famosa cantiga de roda "FUI NO ITORORÓ":
Eu fui no Itororó
Beber água, e não achei
Achei bela morena
Que no Itororó deixei
Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Se não dormir agora
Dormirá de madrugada...
► Exibir Spoiler
(a partir de 03:00)
OBS: Em Salvador, canta-se "Fui no Tororó" em vez de Itororó... Até porque existe um bairro soteropolitano com esse nome, Tororó.
A cena seguinte é uma tentativa de serenata para Dona Espotaverderona, a pedido da filha. Porém, as escolhas musicais de Chómpiras são as mais ofensivas possíveis, kkkkkkkkk. Surgem canções em 5 partes da mesma cena:
PARTE 1:
Começou com uma música não identificada (talvez não exista):
ÁUDIO ORIGINAL: "Cualquiera, eres una cualquiera, por que te vas con cualquiera..."
► Exibir Spoiler
(a partir de 21:24)
ADAPTAÇÃO GOTA MÁGICA: "Qualquer mulher que eu amei, qualquer uma servia, porque todas eram umas vagabun..." (bem no estilo Cassiano Ricardo):
► Exibir Spoiler
(a partir de 21:24)
OBS: Seria uma adaptação de "CUALQUIERA" (1977), da compositora mexicana Lolita de la Colina e gravada pela cantora cubana La Lupe?
► Exibir Spoiler
-------------------
PARTE 2:
Logo em seguida, Chómpiras emenda o bolero "FALSARIA", exatamente o mesmo trecho cantado por Chimoltrúfia em outro episódio do mesmo ano (1994) já citado anteriormente. A letra fala de um homem desiludido com uma mulher que lhe traiu "vendendo amor", e seu consolo é que ela, um dia, "baixará o preço".
ÁUDIO ORIGINAL: ¿"Con que te vendes, eh? Noticia grata...
No por eso te odio ni te desprecio"...
► Exibir Spoiler
(a partir de 21:48)
GOTA MÁGICA: Você me abandonou, mulher ingrata...
Me deixou, me abandonou, e eu fiquei...
► Exibir Spoiler
(a partir de 21:48)
------------
PARTE 3:
Chimoltrúfia pede sugestões de outras músicas mais adequadas à mãe dela. Chómpiras sugere:
"PÉRDIDA", "MUJER DE LA CALLE", "LA AVENTURERA", "HIPÓCRITA. Imagino que sejam essas:
Antonio Aguilar - Pérdida
► Exibir Spoiler
Carlos Y José - La Mujer De La Calle (1975)
► Exibir Spoiler
Pablo Flórez - La Aventurera
► Exibir Spoiler
Antonio Aguilar - Hipócrita
► Exibir Spoiler
Na versão da Gota Mágica, as sugestões são inventadas: MULHER DA RUA, MULHER SEM VERGONHA, MULHER HIPÓCRITA, MULHER FEIA.
---------------
PARTE 4:
Depois, Chimoltrúfia canta mais uma música não identificada:
ORIGINAL: "Me dice en que boca lo se" (????)
► Exibir Spoiler
(a partir de 22:38)
GOTA MÁGICA: "Me desenganei, ou o quê"...
► Exibir Spoiler
(a partir de 22:38)
-------------
PARTE 5:
E por último, Chimoltrúfia grita os primeiros versos de "LA LEY DEL MONTE" (1975):
ÁUDIO ORIGINAL: "Grabé en la penca de un maguey tu nombre"...
Depois, no sacrossanto lar de Botijão, durante o ensaio da serenata para Marujinha, surgem as manjadas "Perdón" e "El Rey", além da canção mariachi "LA MADRUGADA" e do rock argentino "DESPEINADA" (1963) - que trata de uma mulher despenteada, descabelada, portanto "mais de acordo com a personalidade" de Chimoltrúfia:
Conjunto de Rubén Fuentes - "La Madrugada"
ÁUDIO ORIGINAL: "Era de madrugada cuando te empecé a querer"...
► Exibir Spoiler
(a partir de 31:50)
GOTA MÁGICA: "Era de madrugada, caía a chuvarada, e eu tava..."
Para fechar o episódio, chega a hora da serenata para Marujinha (e, de quebra, para a aniversariante Dona Espotaverderona)!
Sargento Refúgio se propõe a soprar a letra romântica de "LA MALAGUEÑA", mas Chimoltrúfia não consegue entender, e prefere improvisar cantando de memória "LA MESERA" (sobre um cliente que flerta com uma garçonete) e "EL VENADITO" (sobre um veadinho, kkkkkkk, mas veadinho como metáfora de um animal livre e selvagem em busca de uma fêmea... sim, é isso).
"LA MALAGUEÑA": "Qué bonitos ojos tienes
Debajo de esas dos cejas..."
"LA MESERA": "En una fonda chiquita que parecía restaurante
Me fui a comer unos tacos porque ya me andaba de hambre
Ya ven que el hambre es canija pero más el que la aguante..."
"EL VENADITO": "Quisiera ser perla fina
De tus lúcidos aretes
Pa besarte en la orejita (ela canta "Pa morderte la orejita")
Y morderte los cachetes (ela canta "Y besarte los cachetes")
¿Quién te manda a ser bonita?
Que hasta a mí me comprometes"... (ela canta "tu sola me comprometes")
ÁUDIO ORIGINAL:
► Exibir Spoiler
(a partir de 38:50)
GOTA MÁGICA: Praticamente traduziram tudo ao pé da letra
► Exibir Spoiler
(a partir de 38:50)
E assim termina o episódio "Dependendo de quem canta, seus vizinhos espanta"!: Marujinha e Espotaverderona chegam da farra cantando "Happy Birthday", e todos percebem que elas não escutaram nada da serenata no hotel. Sorte delas...
O conhecimento musical da Chimoltrúfia é algo realmente peculiar.
kkkkkkkkkk. Com certeza! Acho que é a personagem mais musical de Chespirito já criou.
Sei que Chaves e Chapolin são maiores no Brasil do que no México, mas tenho a impressão que Chimoltrúfia é MUITO maior no México que no Brasil.
E imagino que parte do segredo dessa conexão com o povo do México são essas cantorias de músicas mexicanas enquanto ela está fazendo faxina, cozinhando, lavando os pratos etc, como as donas de casa fazem por lá (e também fazem por aqui). Só que fica muito difícil adaptar isso para o Brasil; encaixar nos movimentos labiais uma música brasileira amplamente conhecida por nós... É complicado.
=========
Outra música cantada por Chimoltrúfia, e que casa de forma genial com o roteiro (palmas para Chespirito), é o bolero "AHORA SEREMOS FELICES" no episódio "Acidente de aluguel - Parte 2" ou "Os Despejados - Parte 2" ("Corridos de la Casa" - Parte 2, 1992).
A letra fala sobre um homem avisando feliz que já conseguiu ajeitar uma casinha para viver em paz com sua mulher. Ironicamente, é cantada num episódio em que eles foram despejados e perderam o lugar onde moravam. Isso é de propósito: um contraste engraçado e poético.
Yo tengo ya la casita
que tanto te prometí,
y llena de margaritas,
para tí... para mí.
Será un refugio divino, ou (de amores)
será una cosa ideal
y entre romances y flores,
formaremos nuestro hogar.
Ahora seremos felices,
ahora podremos cantar...
No episódio "Reforma no restaurante" ("Restaurando la fonda", 1987), Chaves repete aquela piada manjada de "mexer a cola" do Prof. Girafales... Mas desta vez, ele faz o professor rebolar enquanto canta a cumbia "A MOVER LA COLITA" (1987), lançada no mesmo ano da exibição do episódio. Ou seja, estava bombando na época:
ÁUDIO ORIGINAL: "A ver, a ver,
A menear la colita"...
► Exibir Spoiler
Se esse episódio viesse a ser dublado nos dias de hoje, teríamos muitas opções brasileiras para adaptar: - "Mexe a cadeira e bota na beira da sala"...
- "Bota a mão no joelho, dá uma abaixadinha"...
- "Vai malandra, vai malandra, rebolando com o bundão"...
- "Vai com o bum bum, tam tam"...