Fórum Chaves • Chaves, Chapolin e Chespirito é aqui

Em 19 de novembro de 1970, a América Latina ganhava um herói local. Diferente de colegas de profissão oriundos dos Estados Unidos, este herói latino sentia medo diante do perigo. Às vezes hesita frente aos desafios. Era galanteador, mas incorruptível. E sempre disposto a ajudar quem quer que fosse, onde fosse. Há exatamente 45 anos, ia ao ar o primeiro registro conhecido do Chapolin Colorado.

Foi dentro do sexto programa de "Os Supergênios da Mesa Quadrada" que surgiu o Chapolin. Em sua estreia, ele enfrentava um marciano, portador de uma pistola paralisadora. Desde então, já usava o bordão "Não contavam com minha astúcia".



O Chapolin logo começaria a se destacar dentro da série de esquetes de Roberto Gómez Bolaños. A ponto de, em 1973, tornar-se um seriado independente, ao lado do Chaves, criado em 1972. A partir daí, o sucesso foi crescendo exponencialmente. Um ano depois, o Chapolin já aterrisava na Guatemala, primeiro país que recebeu as produções de Chespirito.

A cada semana, o público era brindado com novas e diferentes aventuras do Chapolin. O herói visitava do Velho Oeste ao espaço. Enfrentava terríveis vilões, como Racha Cuca, Quase Nada, Poucas Trancas e Tripa Seca - sem contar ameaças de outro mundo, como extraterrestres e até um mosquito biônico. Ao longo da década de 1970, o Chapolin ganhava mais e mais repercussão. Logo, já era estrela dos shows do elenco de Chespirito pela América Latina.



Muitos são os capítulos marcantes do Chapolin. Em 1977, o herói visita Acapulco. Em 1978, visita um estúdio de cinema, onde relembra clássicos da sétima arte, como Frankenstein, Madame Butterfly e A Dama das Camélias. O personagem também conta grandes histórias, como da Branca de Neve, do Alfaiatezinho Valente e de Cyrano de Bergerac.

Em 1979, porém, um acidente muda os rumos da série. Durante as gravações de "Vinte mil beijinhos para não morar com a sogra", Chespirito fere seu olho. Ele, então, decide dar fim ao personagem, por considerar não ter mais capacidade de interpretá-lo com a mesma agilidade de antes. É produzida, então, uma despedida do Chapolin - e a série é substituída por La Chicharra.



No ano seguinte, entretanto, as coisas mudam de novo. Com o surgimento do Programa Chespirito, o Chapolin retorna, agora como uma esquete. E assim ficaria até 1992, quando é gravado o último quadro do herói: "Mulher tirana, marido banana". Era a despedida definitiva do ídolo latino, após 22 anos.



Mesmo assim, o Chapolin segue no imaginário popular da América Latina, sendo cada vez mais admirado pelos fãs que, como em Chaves, encontram ali um humor puro, simples e universal. E que chega aos seus 45 anos ainda com muito o que contar.

Curiosidades
- O herói se chamaria inicialmente "El Chapulín Justiciero"
- Sua cor seria o verde. Mas isso foi impossível, pois não haviam malhas disponíveis. As cores possíveis eram: preto, branco - que refletiam demais a iluminação - e azul, que se confundiria com o chroma key. Então, a opção foi pelo vermelho.
- O "CH" do uniforme não representa as letras "C" e "H", mas a letra "CH", do espanhol.
- "Chapulín", no espanhol, é um gafanhoto vermelho.
- Seu nome completo é "Chapulín Colorado Lane", filho de Pantaleon Colorado y Roto e Luisa Lane (revelado em "A Forca, parte 2, de 1989).
Armas
• Pastilhas encolhedoras: ao serem ingeridas, reduzem a estatura da pessoa para 20 cm. Com a redução, permitem o acesso a locais antes inacessíveis.
• Anteninhas de vinil: são antenas que emitem ruídos quando detectam a presença de um inimigo, como forma de alerta. Também detectam qualquer idioma do Sistema Solar.
• Corneta paralisadora: ao ser tocada na direção de um indivíduo (ou objeto), consegue paralisá-lo. Com dois toques, os movimentos são recuperados. É similar às utilizadas por alguns vendedores de pães no México.
• Marreta biônica: arma principal do Chapolin. É uma espécie de martelo com cabo amarelo e cabeça simétrica de plástico vermelho. Aparece com um simples chamado. Ao golpear uma pessoa, apresenta um som característico das séries CH.

Super Sam
É a antítese do Chapolin e uma representação irônica do Tio Sam e dos heróis americanos. Carregando um saquinho de dinheiro e repetindo o bordão "Time is Money!", ele é "uma espécie de Chapolin Colorado, mas com conta bancária", como define o Vermelhinho.
Vilões

Na série, o Chapolin Colorado enfrenta diversos e perigosos vilões:
- Tripa Seca (Ramón Valdés)
- Quase Nada (Carlos Villagrán)
- Poucas Trancas (Rubén Aguirre)
- Racha Cuca (Ramón Valdés)
- Alma Negra (Ramón Valdés)
- Bruxa Baratuxa (Maria Antonieta de las Nieves)
- Almôndega (Ramón Valdés)

Versão animada

Depois de anos de especulação, em 2015 finalmente chegou a versão animada do Chapolin Colorado. Antes imaginado para um longa metragem, o personagem agora protagoniza uma série de desenhos, que estreou em abril no Veo, sistema on demand da Televisa e, em junho, começou a ir ao ar no Canal de las Estrellas. No Brasil, ainda não há previsão de exibição.