Morre Roberto Gómez Bolaños - Chespirito

Mensagem por **Antonio Felipe** » 07 Dez 2014, 14:35

Texto do Roberto Gómez Fernández:

"Quero que me recordem como um homem bom", dizia meu pai. E a verdade é que acho difícil que o recordemos assim, que o recordemos SOMENTE assim. Faz uma semana que se foi, e apenas recupero o ânimo para escrever. São 7 dias consternado, sobrecarregado, surpreendido... tudo isso junto com tristeza, sem dúvida, mas também com o orgulho de sentir outra vez, mais perto que nunca, o carinho de tanta gente para ele. E é que para mim não se foi um homem bom, somente. Se foi um homem inteligente, um comprometido, um homem de trabalho, um homem reto, justo, extraordinariamente sensível. E muitos adjetivos mais que poderiam se misturar em um saquinho de papel marrom e sairia uma palavra: GÊNIO.
Quando me pergunta do que sentia mais orgulho de meu pai, sempre respondi que, ao menos o evento que mais lembro, é um festival do dia dos pais em meus 10 anos no Colégio La Paz; meu pai meteu um gol de "palomita" em frente de todos os meus amigos. Um golaço! Uff! Sempre lembro disso. Então ele já era Chaves e Chapolin. Mas o personagem de goleado superou qualquer façanha. Desde sempre vivi admirando meu pai, não só por sua postura nos meios, mas também sua postura na vida. Sua preocupação por nós, seus filhos, ia além de formar pessoas de bem. Desde muito pequeno, por metido, e seguramente por ser o único homem da família, me deixou se somar ao seu mundo criativo para nunca sair dele. Tenho clara a imagem de chegar ao Canal 8 de mãos dadas com ele e me ensinando um "povo do oeste" de uma novela, Irmãos Coragem. Desde então me apaixonei pelo mundo fantástico de contar histórias para a TV. Já passaram mais de 40 dias desde aquele dia e ainda escuto a voz de meu pai, apresentando-me aos demais: "Veja, é meu!". Sempre se encarregou de que ficasse claro que a ele lhe dava muito gosto me apresentar.
E são esses detalhes os que recordo com mais gosto, ainda me emocionam. A forma de dar atenção a uma conversa, o interesse de fazer você se sentir bem, a sensibilidade com que tratava às minhas pessoas. A todos.
Ao meu pai devo a maioria do que sou. Devo-lhe ser próximo do futebol. Apresentou-me a ele, ensinou-me e o compartilhamos até alguns dias.
Tentou que eu fosse dos Chivas, com uniforme e tudo, mas ver Borja e Reynoso jogarem no América me fez entrar em razão. O mesmo aconteceu com ele poucos anos depois (Sim. Era do Chivas antes de ser América!)
Desde muito pequeno me ensinou o poder de uma câmera de televisão e, junto com Enrique Segoviano, me deram as primeiras lições de direção de TV.
E ao mesmo tempo me ensinava o valor de ser honrado, de ser justo, de ser trabalhador, de ser agradecido, de ser amável, de se preparar, de ler, de tratar de ser feliz... E as melhores lições as dava de maneira efetiva: com o exemplo.
Aqueles corredores do Canal 8 agora são Televisa, a que se converteu, literalmente, em sua segunda casa. Agora, em uma de suas "ruas", se lê um letreiro que diz "Rua Roberto Gómez Bolaños, CHESPIRITO". É sem dúvida o elemento emblemático do respeito e carinho que tem a empresa por meu pai. Nesses dias os irmãos tivemos que deixar um pouco de lado a tristeza e dar-lhe lugar a outras emoções. Pela "obrigação" gostosa de despedir meu pai com o povo do México (e mais além), tivemos a oportunidade de sentir muito de perto a transcendência, o respeito e, sobretudo, o carinho das pessoas para ele. Como seu gol de palomita no meu primário, ficará gravado em mim esse trajeto de Televisa San Ángel ao Estádio Azteca. Fez a vários de nós dedicar-lhe umas lágrimas de emoção. As pessoas nas ruas, aplaudindo-lhe, chorando-lhe... foi a maior manifestação de carinho que eu já vivi. Um enorme privilégio.
Cada dia há algo que me lembra que ser filho de Roberto Gómez Bolaños foi um privilégio. Uma honra. Uma indescritível satisfação. Mas essa consciência não tive desde o começo. Eu não media a dimensão do que era o meu papai. Ele nunca promoveu um homem famoso dentro de casa. Chespirito e seus personagens ficavam nos estúdios de TV. Praticamente nunca houve um famoso como convidado em casa. Talvez um par de vezes parte do elenco de seu programa... e já. E a ele só o víamos trabalhar escrevendo. Metido em seu escritório, com sua velha máquina de escrever, ou com seu lápis (o que lhe causou um calo com o qual ficou até o final) sempre escrevendo. E é isso o que o definia. Desde que ele mesmo descobriu um talento para escrever, foi sua atividade mais enriquecedora, sua paixão. Converteu-se em ator, diretor e tudo mais por consequência de seu trabalho como roteirista. E converteu seus personagens e sua obra no que são graças ao toque do gênio, com um profundo conhecimento da condição humana, intervindo em todo o processo.
Confesso que gosto sim de vê-lo não só como padre, mas como seus personagens, também.
Como ao escritor. Como ao Chaves, seu personagem mais querido, e o que mais trabalho lhe custava fazer. Como o Chapolin Colorado (meu favorito), o que lhe abriu as portas no exterior, onde se refletia como torpe, débil... e muitos defeitos mais. Um homem que, apesar de ter medo, enfrentava o perigo. Um verdadeiro herói. Como o Chompiras, o personagem que mais gostava de fazer, talvez porque gostaria de ter muito da conchudez do Chompiras. Como Chaparrón Bonaparte, que era o exemplo perfeito de fazer ver o sofisticado em algo simples. Como o Dr. Chapatin, seu primeiro personagem importante. Como o Chanfle, um personagem onde imitou a si mesmo em muitos sentidos.
Nesses dias, recebi centenas de mensagens, por todos os meios possíveis, de amigos e familiares. E mais de mil mensagens de pessoas que querem dizer algo de meu pai. Foi uma maratona indescritível de puras coisas boas. É por isso que deixei a tristeza um pouco de lado.
Agora toca outro passo. Mais íntimo.

Obrigado a todos que mostraram sua admiração e seu carinho a ele.
Obrigado, Robby e Tamara por seu amor.
Obrigado à vida por estas irmãs.
Obrigado, Krystell, por estarmos juntos.
Obrigado, pai, por ser o melhor professor, por ser um exemplo, meu guia mais importante.
Obrigado por me dizer Campeão.
Obrigado por ser mais papai do que Chespirito.
Obrigado à vida pela fascinante aventura de ter um pai assim.

Pai, vamos te recordar toda a vida. Tenha certeza que vamos te recordar como o que foi: UM HOMEM BOM.

Mãe, espero que tenha recebido ao meu pai com um cafezinho.

Ninguém Tem Paciência Comigo.

Bruce Dubber escreveu:
Antonio Felipe escreveu:Eu como jornalista e como fã só digo que tô de saco cheio de gente querendo desconstruir o Villagrán e ficar provocando discussão baseado em pré-conceitos e julgamentos. Polêmica aqui, polêmica ali, haja paciência.
Mas isso ocorre também com a Florinda e em uma escala muito maior. Não vejo ninguém de "saco cheio" nesse caso, só botando lenha na fogueira com argumentos baseados no texto do Maurício Trilha.

O caso da Florinda é mais ponderado, já que segundo a maior parte dos relatos do Trilha, o Bolaños foi por muito tempo uma "marionete" dela. Faz mais sentido essa "pegação de pé" com ela do que com o Carlos ou com qualquer outro. Repare na entrevista do Ratinho, por exemplo! Quando foi perguntada sobre se os ex-integrantes do Chaves ainda tinham contato com o Roberto, ela desconversou tudo e ficou toda sem graça. É óbvio que era ela quem escolhia as pessoas que poderiam visitá-lo ou não. De certa forma ela também manipulava a sua relação (Embora que um pouco conturbada) com os ex-companheiros de gravações.

Marquês de Sade · Mensagem por **Marquês de Sade** » 07 Dez 2014, 15:08

Acho triste quando as pessoas formam opiniões levianas sobre as outras se baseando em poucas horas de convivência, e mais triste ver gente comprando essas visões distorcidas. Parece coisa que criança do jardim de infância faria.

Os videos estão aí. Todos podem conhecer a verdade e formar uma opinião própria sem doutrinamento alheio. Basta querer. Basta querer.

Não pretendo mais entrar em discussões sobre Florinda porque já repeti várias vezes minhas opiniões, pedi que as pessoas pensassem por si próprias, e ninguém argumenta racionalmente sobre o assunto.

Ninguém Tem Paciência Comigo.

Marquês de Sade escreveu: e ninguém argumenta racionalmente sobre o assunto.

É até irônico da sua parte falar assim, sério! Acusa o Villagrán disto e daquilo, mas só usa como referência as declarações dele. Como se o Roberto ou a Florinda fossem os donos da verdade absoluta, e que somente eles estivessem certos. Incrível...

Marquês de Sade · Mensagem por **Marquês de Sade** » 07 Dez 2014, 15:21

Leia o que eu escrevi uma ou duas páginas atrás.

Victor235 · Mensagem por **Victor235** » 07 Dez 2014, 15:48

[post recuperado]

COBERTURA ESPECIAL DO VIZINHANÇA DO CHAVES

SBT exibiu mais de 21 horas sobre Chespirito entre sexta e domingo, diz levantamento
http://vizinhancadochaves.wordpress.com/2014/12/04/sbt-exibiu-mais-de-21-horas-sobre-chespirito-entre-sexta-e-domingo-diz-levantamento/

Com artigos excelentes, Folha continua cobrindo falecimento de Roberto Gómez Bolaños
http://vizinhancadochaves.wordpress.com/2014/12/04/com-artigos-excelentes-folha-continua-cobrindo-falecimento-de-roberto-gomez-bolanos/

-> FALECIMENTO DE CHESPIRITO - DEPOIMENTOS
FURTADO: O riso que ecoa pelas ruas
http://vizinhancadochaves.wordpress.com/2014/11/28/o-riso-que-ecoa-pelas-ruas/

CARLO ORIALI [ESP] Tenia que ser El Chavo: “…Un hasta pronto solo será”
http://vizinhancadochaves.wordpress.com/2014/11/28/esp-tenia-que-ser-el-chavo-un-hasta-pronto-solo-sera/

GUILHERME ALDEIA: Adeus... jamais
http://vizinhancadochaves.wordpress.com/2014/11/29/adeus-jamais/

Mensagem por **Antonio Felipe** » 07 Dez 2014, 21:15

PORTAL DO FÓRUM CHAVES

Carlos Villagrán revela o que disse a Florinda Meza no velório de Chespirito

Há uma semana, faleceu Roberto Gómez Bolaños. Para lhe dar o último adeus, amigos e familiares estiveram em seu velório, onde também esteve seu ex-companheiro de trabalho, Carlos Villagrán, o Kiko. Na cerimonia, reencontrou Florinda Meza, a quem deu um abraço, deixando para trás o passado que os rodeava. Agora é o próprio ator, que confessou em entrevista as palavras de alento que falou à esposa do comediante.

Foi ontem, sábado (6), quando Carlos esteve como convidado no programa de televisão peruano Porque hoy es sábado con Andrés, onde abriu seu coração e compartilhou o que disse a Florinda Meza quando protagonizaram o emotivo abraço no funeral de Chespirito.

"Te acompanho em toda a sua dor, sinto exatamente o mesmo que você", externou Villagrán, que também comentou: "Em mim não há rancor. Meu coração me mandou dar o pêsame à esposa de Roberto. O que fiz foi acompanhá-la em sua dor, como companheiros que fomos, porque trabalhamos juntos durante bastante tempo".

Até o momento, nenhum dos atores havia falado sobre este gesto afetuoso que impressionou a muitos, pois ambos estavam distanciados. No entanto, Carlos rompeu o silêncio e explicou seu sentimento ante esta situação.

"Foi importante estar ali com o amigo, o gênio, o companheiro, o professor. Fizemos tantas coisas quando estivemos nesse programa, que chegamos a fazer uma família", disse, muito emocionado.

Victor235 · Mensagem por **Victor235** » 08 Dez 2014, 16:17

Ele deve ter sentido isso no dia de falecimento de Chespirito, mas duvido que não leve adiante a batalha judicial de alguma forma, por exemplo contra a família de Bolaños.

Marquês de Sade · Mensagem por **Marquês de Sade** » 08 Dez 2014, 16:21

Ele quer é aparecer. Até o Edgar ficou revoltado dele ter ido ao velório depois das barbaridades que falou de Roberto nos últimos 30 anos.

Agora chama de "mestre", duas semanas atrás era "bola de años."

Mensagem por **Antonio Felipe** » 08 Dez 2014, 16:28

Pelo menos ele mostra disposição em colocar as rusgas de lado. Fez isso com a Maria Antonieta ano passado. Fez isso indo ao velório do Chespirito.

Enquanto isso: http://noticias.univision.com/article/2 ... onchicago/

Helder CH · Mensagem por **Helder CH** » 08 Dez 2014, 16:34

Carlos e Maria deveriam ter se entendido com Roberto enquanto ele ainda estava vivo, ao invés de falarem mal dele por tantos anos.

O próprio Roberto, também deveria ter tomado alguma iniciativa e engolido o orgulho, mas Florinda impediu qualquer relação entre eles.

Agora, apenas restam as lágrimas e o rancor da amizade que eles tiveram um dia.

Marquês de Sade · Mensagem por **Marquês de Sade** » 08 Dez 2014, 16:46

Antonio Felipe escreveu:Pelo menos ele mostra disposição em colocar as rusgas de lado.

Como, se ele nem se desculpou pelo que disse?

Sobre os comentários e julgamentos machistas da Maria Antonieta, eu nem comento. Aliás, me admira você que é feminista (pelo menos é o que entendi) dar valor a esse tipo de coisa, mas enfim...

Mensagem por **Antonio Felipe** » 08 Dez 2014, 17:08

Marquês de Sade escreveu:Sobre os comentários e julgamentos machistas da Maria Antonieta, eu nem comento. Aliás, me admira você que é feminista (pelo menos é o que entendi) dar valor a esse tipo de coisa, mas enfim...

O que tem a ver uma coisa com a outra? Apenas citei de passagem que, enquanto um mostra disposição a colocar rusgas de lado, outra está fomentando mais rusgas - o que é lamentável.

Marquês de Sade · Mensagem por **Marquês de Sade** » 08 Dez 2014, 17:21

Me desculpe, então.

Mensagem por **Antonio Felipe** » 09 Dez 2014, 09:59

PORTAL DO FÓRUM CHAVES

Romance de Chespirito e Florinda Meza pode virar filme

De acordo com um site latino nos Estados Unidos, Florinda Meza estaria planejando produzir um filme sobre seu casamento com o recém falecido Roberto Gómez Bolaños

Ainda que não haja mais dados a respeito, a publicação assegura que poderia ser algo no estilo de Cantinflas e que retomaria aquele momento em que o casal se conheceu, quando Florinda tinha 22 anos e Chespirito, 42.

Outro dos aspectos que poderiam ser incluídos seriam os desejos de Florinda Meza de ser mãe - Chespirito havia se submetido a uma vasectomia quando a conheceu, já que tinha seis filhos com sua primeira esposa, Graciela.

Essa não seria a primeira vez que Florinda incursionaria no cinema. Nos anos 1970, atuou no filme El Chanfle, além de ter produzido novelas como La Dueña e Alguna Vez Tendremos Alas.

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Morre Roberto Gómez Bolaños - Chespirito

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