Especial CHESPIRITO

Uma vida dedicada ao humor.

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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por Furtado » 18 Jul 2014, 19:21

O Chespirito deu uma boa envelhecida de uns 5 anos pra cá.

Na entrevista ao SBT Brasil em 2007, ele ainda estava bem:

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bebida com metanol CH
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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por bebida com metanol CH » 18 Jul 2014, 19:30

hoje parece que se você puxar o braço dele ele desfarela de tão acabado (com todo o respeito)

Victor235
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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por Victor235 » 18 Jul 2014, 19:49

A segunda parte foi um pouco curta.
"Se aproveitaram da minha astúcia" - VELOSO, Caetano

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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por Furtado » 18 Jul 2014, 21:18

Victor235 escreveu:A segunda parte foi um pouco curta.
O tamanho dos textos irão variando, amanhã o capítulo será mais longo.
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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por Furtado » 20 Jul 2014, 00:06

III. PREFÁCIO DE UMA VIDA


Chespirito sonhou em ser jogador de futebol desde criança. Ele conta que até jogava bem, e tentou ser jogador profissional, mas não teve êxito na empreitada por ser baixo e franzino. Chespirito tem 1,62 metros de altura, um tamanho baixo para atletas.

Ao mesmo tempo, Roberto passou pelo serviço militar, também obrigatório no México. Sobre a passagem, ele considera que "é a melhor maneira de desperdiçar o tempo". No diploma dado à Roberto, consta a seguinte frase: "O soldado Roberto Gómez Bolaños demonstrou ser remisso no cumprimento de suas obrigações militares, passando a integrar a Reserva Nacional". Ser remisso significa ser omisso, negligente, lerdo. E para o azar de Roberto, os primeiros a serem chamados em caso de guerras são os soldados remissos.

Ele define a situação resumindo: "Felizmente o México nunca interviu em guerra alguma e os anos passaram até que a minha idade me impeça de participar de qualquer acontecimento bélico".

Após, Roberto entrou no curso de Engenharia da Universidade Nacional Autónoma de México. A vida em construções, cálculos e projetos não o atraiu, que era um aluno relapso na Universidade. A passagem pela vida universitária foi marcada pela participação no futebol e no boxe.

Roberto chegou a participar de campeonatos de boxe, mas seu secto nasal ficou severamente machucado com o esporte. Ao fazer uma cirurgia, um erro médico (segundo Roberto, o médico era um maestro na sua especialidade, mas havia adquirido apreço pelo álcool) deixou-o respirando por apenas uma das narinas. Vinte anos depois, mais uma cirurgia e o resultado foi o mesmo, com um médico interessado apenas no dinheiro e em cultivar amizades com o meio artístico. Dez anos depois, a terceira cirurgia e Roberto finalmente pôde respirar com as duas narinas.

Ao final do primeiro ano de curso, Roberto havia reprovado em duas matérias: mecânica e topografia. Fez a recuperação e passou na primeira matéria, mas em topografia tirou 5. Ao interpelar o professor sobre o resultado do teste, que considerava injusto, obteve a seguinte resposta:

- Não convém a você estudar essa profissão.

Muitos anos depois, em uma gravação na Televisa, Chespirito recebeu a visita do professor nos estúdios.

- Sou o engenheiro Esteban Salinas, professor da faculdade de Engenharia. Por acaso você se lembra de mim?

- É claro que me lembro e com o maior dos agradecimentos.

Certo dia, Roberto lia os classificados de um jornal, quando se deparou com o anúncio:

"Solicita-se aprendiz de produtor de rádio e televisão e aprendiz de escritor dos mesmos veículos"

O anúncio havia sido publicado pela agência de publicidade D'Arcy. Roberto ainda estudava Engenharia, com resultados pífios, mas esse passo mudaria a sua vida. Ao chegar na empresa, existiam duas filas: a fila para aprendiz de produtor e aprendiz de escritor. A primeira fila reunia entre 50 e 60 pessoas, a segunda, 5 ou 6. Roberto queria o cargo de aprendiz de produtor, mas como a segunda fila era menor, foi para esta. E resumiu: "Meu futuro profissional acabou definido pela diferença de tempo que deveria permanecer parado em uma fila".

Acabou contratado, após apresentar um jornal do seu bairro onde escrevia uma coluna humorística. O salário, porém, era menor em comparação com o emprego anterior, uma construtora. No primeiro dia de trabalho, Roberto se viu com um problema: não sabia utilizar uma máquina de escrever. Felizmente, aprendeu rapidamente.

Roberto gostava muito do trabalho, pois escrevia para diferentes áreas: um comercial, a apresentação de um programa de rádio ou TV, um jingle. Um comercial que se lembra é para a Chevrolet: "Caminhão Chevrolet. Rende mais e jamais se rende".

O jornal La Afición organizou um concurso solicitando o envio de um artigo sobre os Jogos Panamericanos de 1955, sediados na Cidade do México. Roberto, aficcionado por esportes, não teve grandes dificuldades para a redação do artigo e mandou-o para o concurso. Duas pessoas empataram em primeiro lugar. Entre elas, estava Roberto Gómez Bolaños. Ele jamais esqueceu a alegria ao receber o prêmio na redação de La Afición. Um talento promissor na arte de escrever surgia.

CONTINUA HOJE...
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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por Furtado » 21 Jul 2014, 00:43

Hoje teremos duas postagens (a de domingo e a de hoje). Fiquem atentos. ;)
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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por HOMESSA » 21 Jul 2014, 01:18

Essa terceira parte foi a melhor,até agora.Algumas coisas aí,eu nem sabia.

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Re: Especial CHESPIRITO

Mensagem por Furtado » 21 Jul 2014, 22:07

Como eu achei a repercussão muito fraca em comparação ao trabalho desenvolvido, prefiro encerrar aqui esse Especial. Agradeço aos que acompanharam até aqui. Gostei do resultado final dos textos. Mas tudo tem um fim. E aqui está a última postagem do "Especial Chespirito - Uma vida dedicada ao humor".
IV. SIGAM-ME OS BONS!
Ao longo dos meus textos, você deve ter reparado que chamei Chespirito de Roberto. Isso porque considero que existem duas pessoas: o Chespirito conhecido do grande público e o Roberto, o menino franzino que tinha medo de tudo. Ou o relapso universitário. Ou o descobridor de talentos. O escritor. O ator. O roteirista. Enfim, eis o homem: Roberto Gómez Bolaños, o nosso Chespirito, o Chaves, o Chapolin, o Dr. Chapatin, o Chompiras, o Chaparrón, entre inúmeros personagens do universo CH.

O Pequeno Shakespeare mexicano nasceu iluminado. Parece ter dado conta disso apenas adulto, quando descobriu sua verdadeira vocação: a arte do humor. Lidar com os sentimentos das pessoas é complicado. O choro e o riso não vêm facilmente. Chespirito conseguiu mobilizar a América Latina inteira através de suas criações. O empresário bem-sucedido, o operário do chão de fábrica e o menino pobre das vilas brasileiras ou da vencidad mexicana são absorvidos pela magia. A magia do riso.

Chapolin é o anti-herói atrapalhado. Sempre metido em alguma encrenca, ele consegue vencer os desafios. De certa forma, é o alter-ego de Chespirito. Chapolin é fraco, magro, baixo, medroso, mulherengo mas também bondoso. Grandes lições deu à crianças com suas aulas de História. Lembrem do caso do menino que jogava fora seus brinquedos. Essas características permearam a vida do nosso Mestre. Quando criança, medroso. Quando adolescente, não tornou-se jogador devido ao seu porte diminuto. Adulto, casou-se duas vezes, quando o divórcio ainda era um tabu. Idoso, tem problemas de saúde. E mesmo assim, conseguiu transformar-se em um sucesso mundial, vindo de um país pobre e com condições precárias para a execução de suas ideias.

A mente de Chespirito borbulha. Desde jovem cria anedotas e piadas, no príncipio restritas apenas a Colonia Del Valle, e depois expostas para milhões. Na agência D'Arcy criava spots publicitários. Na Televisa, criava programas de humor. No cinema, uniu suas paixões: futebol, bang-bang, comédias. No teatro, surge o seu lado mais espontâneo. Também poeta, publicou um livro contendo poesias.

Reuniu talentos que geraram sucessos avassaladores. Prova disso é você ligar a TV em plena era digital e ver o Chavinho acabando com a festa da boa vizinhança. Certas coisas não mudam. O humor pastelão simplório, herdado de clássicos como "O Gordo e o Magro" e "Os Três Patetas", é universal. Será que Bolaños imaginava o sucesso que teria ao estrear "Los Supergenios" no final dos anos 60? Permanecer 25 anos criando não é fácil. Chespirito foi lá e fez. 25 anos de Chespirito na Televisa. Que poderiam ter sido mais, pela vontade de Roberto, um cérebro sempre ativo e criativo.

"Saudade é uma palavra preciosa!". Chespirito adora a nossa palavra da língua portuguesa. Saudade da infância pacata e simples, mas feliz. Saudade do seu pai, que jamais atravessou a janela onde Roberto lhe esperava. Saudade da fibra da mãe. Saudade do irmão Horácio. Saudade das peleias futebolísticas. Saudade dos tempos de boxeador. Saudade do Chaves, do Chapolin, dos seus filhos do humor. Saudade de Ramón, Angelines, Raúl...

Saudade é uma palavra preciosa, de fato. É única. Todos guardamos nossas lembranças e, obviamente, Roberto guarda as suas. Quando ele se for, teremos saudade. Saudade de um Mestre. Enquanto a marcha fúnebre não toca, Chespirito continua seguindo o lema de Chapolin: "Sigam-me os bons!".
Imagem
"O heroísmo não consiste em não ter medo, mas sim em superá-lo."

FIM
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Vincent MartellaFellipe
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