"Questão de cultura" (Margarida (1s) # 195), de fevereiro de 1994) é um exemplo de história dinamarquesa não muito bem formulada. Veja como alguns elementos soam um pouco estranhos ou não se relacionam tão bem com o contexto da história.
Para elevar a posição social de Donald, Margarida diz que ele é "executivo numa indústria de reciclagem". A ideia era mesmo exagerar sua posição para contar vantagem, mas "reciclagem" não tem a ver com embalagem de margarina. A fala teria mais efeito como "executivo numa indústria de processamento" ou até mesmo "executivo numa indústria de embalagens".
Na página seguinte, Margarida volta pra casa e encontra Donald criando minhocas... dentro de casa!(?). Margarida o convida para uma escavação arqueológica, para obter status para o namorado.
Numa das primeiras tentativas, o pato já encontra "um fóssil de um pato da era da pedra lascada". O fóssil estava dentro de uma pedra. Aparentemente, é como se a forma tivesse afundado e marcado os contornos da pedra. Porém, no quadro seguinte Donald aparece segurando o fóssil inteiro nas mãos, totalmente preenchido, sólido e com forma própria. Só se aquilo secou e foi preenchido por alguma substância posteriormente.
Margarida leva o achado ao Professor Carnegão (?), que diz que se trata de uma fraude. Para provar que o fóssil era o "elo perdido", Margarida leva Donald até uma máquina do tempo de Pardal.
O casal viaja até a "época plistocena" e encontra ancestrais de homens correndo com bastões atrás de prováveis ancentrais femininos. Encontram também frutas que parecem uvas, mas nascem sem parreiras.
Donald vê um ancestral sendo perseguido e atira pedras em quem estava perseguindo ele. Donald e Margarida passam então a ser os perseguidos. O pato tropeça e cai numa sedimentação de lava verde, deixando sua "marca" nela.
Aí estava a chave que poderia resolver a história: poderiam dizer que Donald teria achado um fóssil dele mesmo no futuro. Com isso, toda a viagem, o fóssil e o resto da história fariam sentido.
Porém, isso não é dito (Margarida se limita a dizer "Então é daqui que vem o elo perdido" ao final da viagem temporal), o professor de arqueologia não volta a aparecer, Margarida não anuncia ao mundo que sua descoberta era real. Em vez disso, inscreve o fóssil num simples concurso de esculturas. A história termina com Donald e o namorado de Lucinda pescando (o que deixa suas mulheres bravas, pois isso traria pouco status).
Perderam a chance de aproveitar melhor o que contribuiria mais para o roteiro. O destaque foi dado a algo que fazia parte dele mas era secundário, e a história ficou meio estranha na minha opinião, como acontecem em muitas dinamaquesas.
Enfim, acabei falando demais, vamos às imagens das outras HQs desta edição. Todas nunca foram republicadas:
- Minnie se arrisca:
- Esta tira ainda não tinha nenhuma imagem mundial no Inducks.
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