Petróleo e combustíveis

Nesse tópico também falamos sobre a Petrobras e sobre gasolina e outros combustíveis

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Victor235
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por Victor235 » 12 Fev 2015, 19:45

PT pede ao MP ampliação da Operação Lava-Jato para atos anteriores a 2003
12/02/2015 - 17h29
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton Araújo

Representantes do partido do governo querem ampliar investigações para o governo FHC, a partir das denúncias sobre esse período feitas pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, o mesmo que afirmou que o PT recebeu até 200 milhões de dólares de propina.

Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
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Sibá Machado: objetivo é analisar possíveis crimes cometidos durante o governo FHC

O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), entregou nesta quinta-feira (12) uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Ministério da Justiça na qual pede que procuradores e policiais federais envolvidos na Operação Lava-Jato, que apura corrupção na Petrobras, ampliem as investigações. O objetivo é analisar possíveis crimes cometidos desde 1997, ou seja, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). O documento também foi entregue à diretoria da Polícia Federal.

Na opinião de Sibá Machado, faltam perguntas a serem feitas ao ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco: “Tem muitas perguntas que nós entendemos necessárias ter sido feitas e que foram simplesmente esquecidas. E, como tal, esperamos agora uma resposta oficial do Ministério da Justiça.”

Barusco afirmou em delação premiada, em novembro de 2014 e divulgada na última quinta-feira (5), que recebeu propina na contratação de um navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo FHC. Naquela época, o ex-gerente disse que recebeu propinas mensais de até 50 mil dólares. Barusco, também na mesma delação premiada, afirmou que o PT recebeu entre 150 milhões e 200 milhões de dólares de propina, entre 2003 e 2013, nos governos Lula e Dilma.

De acordo com Sibá Machado, a investigação da Lava Jato focou apenas o período posterior a 2003, apesar desse depoimento de Barusco. A representação pede que Ministério Público, Polícia Federal e Ministério da Justiça instaurem uma investigação para apurar crimes de Barusco antes de 2003 e, caso já tenham começado o procedimento, pede acesso aos resultados.

Divulgação
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Sampaio: vamos dar credibilidade a Barusco, que disse que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em propinas.

Credibilidade das denúncias
O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), respondeu que o partido não teme ampliar a investigação. “Se nós vamos dar credibilidade a Pedro Barusco, aqui fica um compromisso público: vamos, sim, ouvi-lo e investigar desde 1997”, disse.

O parlamentar tucano defendeu receber mais detalhes sobre a princial denúncia feita por Barusco em delação premiada, "a de que o PT recebeu entre 150 milhões e 200 milhões de dólares de propina em 90 contratos da estatal com grandes empresas, entre 2003 e 2013, durante os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff".

CPI da Petrobras
Outra frente de ação do Partido dos Trabalhadores é tentar ampliar as investigações da CPI sobre a Petrobras para atos anteriores a 2005. Em dois dias, o PT conseguiu 105 assinaturas, das 171 necessárias, de deputados de 16 partidos para aumentar o tema da comissão.

A expectativa do partido é conseguir mais deputados para assinar o pedido até a instalação da CPI, marcada para depois do Carnaval. Pelo requerimento, a comissão protocolada pela oposição quer investigar a prática de irregularidades na Petrobras entre 2005 e 2015.
O pedido de ampliação da CPI foi defendido pelo líder do Governo, deputado José Guimarães (PT-CE), nesta terça-feira (10) em Plenário.

Segundo o ato de criação, a CPI terá 26 membros titulares e igual número de suplentes, mais um titular e um suplente atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas.
AGÊNCIA CÂMARA NOTÍCIAS
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 16 Fev 2015, 19:09

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http://g1.globo.com/politica/noticia/20 ... stica.html

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Joaquim Barbosa cobrou, em sua página pessoal no microblog Twitter, que a presidente Dilma Rousseff demita imediatamente o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por ter se encontrado com advogados que representam investigados da operação Lava Jato.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por @EA » 17 Fev 2015, 08:02

Não bastasse os escândalos de corrupção na Petrobrás, só na última semana explodiu uma plataforma deles e tão tentando hipotecar a sede.

A Petrobrás tá precisando de um pai de santo urgente!
Agente da Coroa a serviço da Rainha


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Ouça Don Cristóvão quero avisar que a tripulação está com fome!
E por que não comem?
Porque não há comida!
E por que não há comida?
Porque acabou!
E por que acabou?
Porque comeram!
E por que comeram?
Porque tinham fome!
Tá vendo, deveriam ter esperado!



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Dá licença, gente! Tô passando pelo tópico!!!
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por CHarritO » 21 Fev 2015, 14:15

[youtube16x9]

:aplausos:
Meus títulos e conquistas no FCH:
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Moderador do Meu Negócio é Futebol (2010 à 2012 / 2015 à 2016)
Eleito o 1º vencedor do Usuário do Mês - Março 2010
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Campeão do 13º Concurso de Piadas (2011)
Bicampeão do Bolão do FCH - Brasileirão (2011 e 2012)
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 28 Fev 2015, 23:52

http://www.istoe.com.br/reportagens/406 ... O+DE+PIZZA

A Comissão Parlamentar de Inquérito encarregada de investigar as denúncias de corrupção na Petrobras foi instalada na Câmara sob o signo da suspeição.

Mais da metade dos 27 deputados que compõem a CPI da Petrobras se elegeram em 2014 graças a doações feitas pelas empreiteiras acusadas de integrar o esquema de desvios de recursos na Petrobras.

O dinheiro de 7 empresas investigadas por prática de cartel e pagamento de propina foi para o caixa de campanha de 14 deputados.

O montante envolvido é de pelo menos R$ 3,3 milhões.

Entre os parlamentares beneficiados pelas empreiteiras que deverão ser investigadas pela CPI estão o próprio presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), e o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ).

Hugo Motta recebeu R$ 255 mil da Andrade Gutierrez e R$ 200 mil da Odebrecht na campanha de 2014 e Luiz Sérgio foi contemplado com quase R$ 1 milhão em recursos – R$ 50 mil da Toyo Setal, R$ 200 mil da UTC Engenharia, R$ 332,5 mil da Queiroz Galvão e R$ 380 mil da OAS.

Apesar do flagrante conflito de interesses, a reunião de instalação da CPI foi marcada pela solitária oposição de quatro deputados do PSOL e do PPS à indicação de Hugo Motta e Luiz Sérgio para os cargos-chave.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou questão de ordem alegando suspeição do presidente e do relator, mas o espírito de corpo falou mais alto.

Os representantes das bancadas do PMDB, PSDB, DEM, PSC, Solidariedade e PT não acataram o pedido. O governo e os próprios partidos da oposição, com exceção do PSOL e do PPS, se uniram sob o argumento de que levantar suspeitas, no atual momento, sobre as doações de campanha aos membros da CPI comprometeria toda a composição da comissão.

Inconformado, Ivan Valente lembrou que uma das linhas de investigação judicial da Operação Lava Jato é a utilização de operações legais de campanha como forma de lavar dinheiro obtido por esquemas de corrupção. “As investigações do Ministério Público indicam que as doações podem ter sido utilizadas para receber propina.”

O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), estrilou. “Vamos colocar vampiro para gerenciar o banco de sangue.”

A CPI, considerada uma das trincheiras de batalha de oposição no Congresso, começa a exalar um forte cheiro de pizza.

As investigações da Câmara já nascem contaminadas. Afinal, sempre irá pairar a dúvida sobre de que lado os parlamentares ficarão. Se no lado onde se encontram os financiadores de campanhas ou naquele em que estão seus eleitores. Não bastasse a relação direta do presidente e do relator da CPI com as empreiteiras que devem ser alvo de investigação, os critérios que nortearam a escolha do comando da comissão revelam-se incompreensíveis, a não ser pelo prisma da conveniência política.

Por exemplo, em uma bancada repleta de parlamentares com vasto currículo no Legislativo e no Executivo, escolheu-se para presidir a CPI um deputado de 25 anos que exerce apenas o segundo mandato parlamentar.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), saiu em sua defesa. “O PMDB tem total confiança em seus deputados que integram o grupo, inclusive no deputado Hugo Motta.” Não se esperava outra atitude do líder do partido. Afinal, Leonardo Picciani foi um dos que endossaram a indicação de Hugo Motta, que deve retribuí-la obedecendo aos interesses da legenda na comissão.

A questão é : se na CPI o clima já é de camaradagem, como se comportarão os deputados quando tiverem de julgar os próprios colegas ? – e ao que tudo indica, não serão poucos.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por Victor235 » 20 Mar 2015, 00:04

Assisti um trecho da CPI hoje.

Renato Duque foi prestar esclarecimentos, mas não respondeu nada (com exceção de uma pergunta sobre se a mulher dele tinha relações com o Lula).

Um deputado do MS se revoltou e começou falar que não ia perguntar o time que ele torce, pois nem isso ele responderia, iria responder que a Constituição garante o silêncio.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 02 Abr 2015, 01:31

http://g1.globo.com/politica/operacao-l ... abril.html

Interinamente no comando da CPI da Petrobras, o primeiro vice-presidente da comissão, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), marcou nesta terça-feira (31) o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para o próximo dia 9 de abril.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 23 Abr 2015, 10:11

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercad ... 1991.shtml

A corrupção descoberta pela Operação Lava Jato e a má gestão da companhia levaram a Petrobras a apurar seu primeiro prejuízo em 23 anos.

A estatal teve perda líquida de R$ 21,6 bilhões no ano passado.

Em 2013, registrou R$ 23,6 bilhões de lucro.

Os resultados de 2014 foram corroídos por pagamento de propinas, desvalorização de ativos e grandes projetos que não saíram do papel.

Apenas em "pagamentos indevidos" para ex-funcionários e empreiteiras acusadas de participar do cartel que superfaturava as obras, a petroleira foi obrigada a reconhecer perda de R$ 6,2 bilhões.

O ajuste mais pesado para a estatal, no entanto, foi a baixa contábil de R$ 44,6 bilhões em seus ativos, provocada, principalmente, pela postergação de projetos.

Os dois principais focos de corrupção também foram os responsáveis pelas maiores baixas: o Comperj (R$ 21,8 bilhões) e a refinaria de Abreu e Lima (R$ 9,1 bilhões).

Por causa de uma explosão de custos que acabou com a rentabilidade do negócio, a estatal foi forçada a postergar sem prazo o Comperj e a segunda fase de Abreu e Lima.

Outros R$ 2,8 bilhões foram perdidos em projetos de refinarias no Maranhão e no Ceará. Idealizadas durante o governo Lula para agradar a políticos aliados, essas refinarias foram canceladas.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 04 Jul 2015, 20:03

Quantos diretores da Petrobras já foram presos ? 4 ?
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 20 Jul 2015, 02:26

http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2 ... ssoas.html

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Nove pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF) no inquérito da 14ª fase da Operação Lava Jato relacionado à construtora Andrade Gutierrez. Entre elas, está o presidente da empreiteira, Otávio Marques de Azevedo.

Os crimes citados no inquérito são contra a ordem econômica, corrupção ativa e lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

--

Continuam presos :
- Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht S.A
- João Antônio Bernardi, ex-funcionário da Odebrecht
- Márcio Faria da Silva, diretor da Odebrecht
- Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht
- César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht
- Alexandrino de Salles, ex-diretor da Odebrecht
- Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez
- Elton Negrão, diretor da Andrade Gutierrez
Vocês não tem noção, aqui no Rio de Janeiro, a Odebrecht é, praticamente, a dona da cidade. Tem obras da Odebrecht em vários bairros, entre eles : Leblon, Ipanema e Barra da Tijuca, simplesmente os bairros mais ricos da cidade.

Sem contar que a Odebrecht controla o Maracanã.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 29 Nov 2015, 02:07

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/20 ... rolao.html

No final do ano passado, diante da enormidade de irregularidades descobertas pela Operação Lava Jato, a Petrobras foi obrigada a tomar uma atitude tão drástica quanto indesejada por sua diretoria. Anunciou que as 23 empresas envolvidas no petrolão iriam para a geladeira, seriam proibidas de participar de licitações da estatal – antes não só participavam, como a vitória era certa – ou de ser contratadas. “A adoção de medidas cautelares, em caráter preventivo, pela Petrobras tem por finalidade resguardar a companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos a sua imagem”, disse a estatal na ocasião. A promessa ficou no vazio.

Documentos obtidos por ÉPOCA mostram que a Petrobras ainda vai irrigar os caixas de empresas envolvidas até o pescoço no petrolão.

A operação de ajuda às empreiteiras começou em maio e avançou. Apesar dos alertas de seu Departamento Jurídico, a Petrobras criou um subterfúgio chamado de “conta vinculada”, para irrigar com até US$ 1 bilhão o caixa dos estaleiros controlados por Odebrecht, OAS, UTC e Engevix. As quatro primeiras são sócias no estaleiro Enseada e a última no Ecovix, contratados para construir dez cascos, como são chamados navios reformados e convertidos em plataformas de petróleo para operar no pré-sal a partir de 2020.

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A tal conta vinculada é uma via rápida e camarada a injetar dinheiro público direto na veia das empreiteiras com caixa baixo. As empreiteiras recebem logo depois de apresentarem à Petrobras as notas que comprovem seus gastos nas obras. Para ajudar um pouco mais, ao contrário do usual em contratos assim, não há um item que condicione os pagamentos à comprovação de que os serviços foram feitos.

O Departamento Jurídico alertou a diretoria sobre uma série de riscos para a Petrobras no negócio. O primeiro, óbvio, porque o acerto facilita a vida de empresas cujos controladores estão envolvidos na Lava Jato. “Não se pode ignorar o envolvimento das empresas controladoras das Contratadas nos atos ilícitos hoje investigados no âmbito da Operação Lava Jato”, diz um dos trechos do relatório do Departamento Jurídico da estatal, enviado à diretoria. Não é preciso pensar muito.

Executivos da Odebrecht, UTC e Engevix são réus na Lava Jato. Gerson Almada, ex-vice-presidente da Engevix, reconheceu que pagou propina justamente nos contratos dos cascos. Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba; Ricardo Pessôa, da UTC, tornou-se delator e admitiu uma série de crimes que lesaram a Petrobras. Os estaleiros Enseada e Ecovix foram citados pelo delator Pedro Barusco em episódios ainda sob investigação.

O Departamento Jurídico da Petrobras lembrou ainda que, em recente decisão, o juiz Sergio Moro recomendou a não assinatura de novos instrumentos com as empresas denunciadas na Lava Jato. Existem ainda riscos de a estatal enfrentar questionamentos trabalhistas, bloqueio de valores e dos cascos, em caso de recuperação judicial dos estaleiros, e possibilidade de o dinheiro acabar antes de os cascos ficarem prontos, já que as empresas enfrentam dificuldades financeiras. “O Jeng (Departamento Jurídico da Engenharia) sugeriu fortemente que fossem realizadas due diligences (auditorias) prévias à celebração dos aditivos em ambas as Contratadas, visando aferir sua saúde financeira (...). A sugestão não foi acatada, sob o argumento de que não haveria tempo hábil para tanto, e que tais auditorias seriam feitas após o início de vigência dos aditivos”, diz o texto. “A implementação da estratégia pretendida, em contrato que originalmente previa o pagamento com base em critério de medição específico, gera risco de eventual questionamento relacionado à criação de um mecanismo de favorecimento para a Contratada.”

A conta vinculada foi aprovada sob o velho argumento da urgência, que já impulsionou diversos negócios ruins para estatais e os cofres públicos. Em crise financeira por causa da Lava Jato e da demora da Petrobras em fazer pagamentos, os estaleiros adiaram a previsão de entrega dos cascos em mais de um ano. Sob a alegação de que a demora causaria atrasos no cronograma do pré-sal, a diretoria da Petrobras decidiu ajudar as velhas parceiras. Houve ainda um apelo para a necessidade de, por meio da produção maior de petróleo, “viabilizar o equilíbrio das contas da companhia e auxiliar na recuperação” da saúde financeira da Petrobras.

Como era previsto, pouco depois de receber o benefício o estaleiro Enseada reconheceu que o dinheiro a ser liberado pela Petrobras não seria suficiente para concluir as obras nos cascos. Pediu mais R$ 60 milhões, adiantados, e deu, como garantia, valores que sua controladora, a Odebrecht, tem a receber da própria Petrobras. A estatal chegou a estudar um caminho para liberar o dinheiro, mas desistiu. Procurado por ÉPOCA, o estaleiro Enseada afirma que adotou “o sistema de conta reembolso no qual a empresa paga ao fornecedor e a Petrobras reembolsa, não havendo necessidade de adiantamento”. A empresa diz que, “por limitação contratual, está impossibilitada de fornecer mais detalhes do contrato”. A Ecovix preferiu não se manifestar.

A Petrobras afirma, em nota, ter instituído as contas vinculadas para “otimizar o saldo contratual buscando melhor resultado possível”. A estatal alega que as decisões tiveram como base “análises técnicas”, com objetivo de manter “projetos de acordo com o plano de negócio”.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 13 Jan 2016, 03:43

O GLOBO

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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 02 Fev 2016, 01:28

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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 10 Fev 2016, 23:51

http://g1.globo.com/jornal-nacional/not ... mundo.html

Nesta quarta-feira (10), a imagem da empresa que já foi orgulho brasileiro se transformou em cinzas. O mundo conheceu o resultado de uma enquete que a ONG Transparência Internacional organizou na internet.

Uma posição na qual ninguém queria estar. O escândalo da Petrobras foi eleito o segundo maior caso de corrupção no mundo na votação da Transparência Internacional, ONG que tem sede na Alemanha e é referência no trabalho de combate a esse tipo de crime.

O caso mais votado foi do ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovich. Ele fugiu do para a Rússia em 2014 depois de acumular uma fortuna, enquanto a Ucrânia enfrentava uma crise financeira.

A campanha começou em outubro e teve a participação de mais de 4,5 milhões de pessoas que indicaram casos de corrupção ao redor do mundo. Entre os nove mais votados, também está o escândalo da Fifa.

A Transparência Internacional faz relatórios anuais com índices de percepção de corrupção. No último boletim, o Brasil apareceu no posto de número posição 76, entre 169 países. Quanto mais baixa a posição, pior.

No site da campanha os organizadores afirmam em inglês que a corrupção beneficia poucos à custa de muitos.

Com o resultado da votação, a Transparência Internacional pretende promover ações de combate à corrupção no Brasil para evitar que novos casos como o da Petrobras se repitam.

Pela internet, Alejandro Salas, representante da ONG, disse que a organização está pedindo informações em mais oito países da América Latina, onde as empreiteiras investigadas no escândalo da Petrobras têm contratos.

A ONG já manifestou em carta, apoio às dez medidas de combate à corrupção, apresentadas pelos procuradores responsáveis pelos processos da Lava Jato. O projeto ainda precisa de mais 200 mil assinaturas para ser avaliado no Congresso.
“Nós estamos fazendo nosso melhor para levar as pessoas que cometeram esses crimes à Justiça, para responderem perante a Justiça, dentro de um devido processo legal, mas nós precisamos mudar as leis se nós queremos efetivamente promover justiça nesse e em outros casos”, diz Deltan Dallagnol, procurador da República.
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Re: CPI da Petrobras

Mensagem por E.R » 06 Abr 2016, 17:55

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