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Re: América Latina

Mensagem por Scopel » 21 Jul 2011, 19:12

Apontamentos sobre o 6º congresso e os rumos da revolução cubana
Terminou na última terça-feira, em Havana, o 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba. Uma vez concluídas as discussões, é possível analisar mais concretamente os impactos da chamada reestruturação econômica sobre a revolução cubana e dialogar com as muitas preocupações que têm sido manifestadas em relação às mudanças no sistema econômico. Além das propostas na economia, o Congresso apontou ainda mudanças na estrutura política do partido e do Estado, que serão debatidas numa conferência específica, a realizar-se em janeiro do próximo ano, e que buscará colocar o partido e o Estado no ritmo da modernização proposta inicialmente no campo econômico. Portanto, atenho-me aqui apenas às mudanças previstas para a economia.

Antes, é preciso fazer uma preliminar. Muito se escreveu sobre o caráter do Congresso e o quão inócuo ele seria diante do poder concentrado nas mãos de uma "elite burocrática" que controla o partido e o Estado. Estive em Cuba entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano e pude atestar o engajamento da sociedade cubana nas discussões preparatórias ao Congresso. Em todos os bairros, nas escolas, nos CDRs, nas fábricas e nas organizações políticas – Federação de Estudantes Universitários, Central dos Trabalhadores de Cuba, Federação de Mulheres – discutia-se ativamente os impactos das medidas propostas pelo "Projeto de Lineamentos da Política Econômica e Social".

Portanto, não procede a idéia de que o Congresso foi realizado apenas para aprovar aquilo que o Comitê Central já havia determinado. Definitivamente, em Cuba não se vive uma "democracia de fachada". Aliás, as diferenças circulavam livremente no debate pré-congressual, e iam desde a proposta de abolição da famosa "libreta" até o regime de produtividade, passando pelo problemático bimonetarismo, e encontrando pouco consenso mesmo entre os quadros do partido. Aliás, fruto do debate realizado nos diversos segmentos da sociedade cubana, foi apresentada ao Congresso a proposta de reformulação de cerca de 68% das diretrizes apresentadas inicialmente, o que demonstra a força das organizações sociais no debate preparatório ao Congresso.

Os debates econômicos

Uma das críticas que o processo de reestruturação econômica tem recebido está no fato de colocar a produtividade no centro do problema econômico. Sob a idéia de que "socialismo é igualdade de direitos e oportunidades, e não igualitarismo" o Congresso questionou o atual sistema econômico, inspirado no modelo soviético de Estado e de economia e baseado na estatização de todas as atividades econômicas. As soluções apontadas, apesar do temor de setores da esquerda latino-americana, em nada se parecem com a abertura chinesa ou vietnamita dos anos 70/80, muito menos podem ser anacronicamente comparadas a uma espécie de perestroika tardia.

A economia cubana sobrevive apesar de sua irracionalidade, mas sobrevive mal. Numa fazenda em que seriam necessários cinco trabalhadores para cumprir com qualidade as tarefas de produção, havia dez. Trabalhadores do serviço público, com jornada diária de oito horas, que vão embora no meio da jornada. Jovens completamente desinteressados por qualquer profissão que envolva tarefas braçais ou manuais. Menosprezo pelo trabalho no campo. Esses são apenas alguns dos sintomas identificados ao longo dos últimos anos.

Como enfrentar essa situação? É fato que Cuba necessita de recursos capazes de manter os excelentes serviços prestados pelo Estado. Mas o país não é auto-suficiente em praticamente nenhum ramo da economia. Para ter acesso a bens indispensáveis à sua sobrevivência, Cuba precisa recorrer ao mercado internacional, onde os preços são determinados pela concorrência entre grandes grupos econômicos e monopólios. Para ter acesso a esses bens, Cuba precisa comercializar seus excedentes, precisa produzir mais, vender mais; e para isso, tem de alcançar níveis máximos de produtividade. Essa explicação, um tanto prosaica, seria dispensável, não fosse o fato de grande parte das análises sobre as mudanças aprovadas pelo 6º Congresso do PCC desconsiderarem esta realidade. Em bom "economês", Cuba precisa manter um saldo favorável de sua conta corrente, o que significa exportar mais, importar menos, gerando mais dividendos e remessas. A linguagem parece estranha à retórica da revolução cubana, mas está presente como meta dos Lineamentos (Capítulo II, item nº 40) que foram amplamente discutidos pela sociedade cubana.

Usemos um exemplo concreto. Digamos que em uma usina de açúcar sejam necessários para cumprir as metas de produção um total de 30 trabalhadores. Porém, ao invés de 30, a usina emprega 50. Essa situação diminui a produtividade e gera vários outros problemas. A usina, assim, precisa diminuir seu quadro funcional de 50 para 30 trabalhadores para ajustar-se às metas de produtividade. Para isso, será composta uma comissão formada por trabalhadores e os diretores daquela unidade de produção. Essa comissão receberá dos trabalhadores uma proposta com os nomes dos 20 funcionários que deverão ser dispensados com base em critérios objetivos. Uma vez dispensados daquela unidade de produção, o Estado lhes oferecerá duas opções de reocupação laboral:

a) Receber crédito para a abertura de um pequeno negócio familiar (um restaurante, uma sapataria, uma marcenaria, etc.);

b) Recolocação em outro ramo da produção estatal – preferencialmente na agricultura.

Caso o trabalhador demitido não queira abrir seu próprio negócio e nem esteja disposto a seguir trabalhando em outro setor da produção estatal, ainda assim o Estado lhe oferecerá cinco meses de seguro-social. Isso, incrivelmente, não está presente na maioria das análises que têm sido publicadas. Reclamam que o Estado cubano não está disposto a manter indefinidamente os indivíduos que não querem trabalhar e não mencionam que ele, o Estado, oferecerá pelo menos duas alternativas de ocupação imediata ao trabalhador dispensado. Um estranho socialismo este defendido por certos analistas, onde o trabalho ocupa posição secundária em relação aos deveres de um Estado paternalista.

Concretamente, além da realocação de uma parte dos trabalhadores hoje localizados em setores estatais da economia, a proposta aprovada prevê que os trabalhadores que vierem a se tornar empreendedores por conta própria ou micro-empresários pagarão um imposto sobre os rendimentos que poderá chegar aos 50% para as receitas mais altas da tabela, evitando assim o surgimento de uma pequena-burguesia vinculada ao setor de serviços. Além disso, um decreto-lei do Conselho de Estado regulamentou recentemente a atuação das empresas mais eficientes, e determinou que cada unidade, de acordo com a sua tecnologia, elaborará a sua própria estrutura e organização, "redimensionando os processos que não atinjam os níveis de rentabilidade previstos, bem como os que perderam a sua competitividade". Ou seja, a autonomia das unidades de produção será o elemento que garantirá um processo de reordenamento da força de trabalho o mais objetivo possível, evitando apadrinhamentos ou subjetivismos.

Assim, a idéia de uma abertura descontrolada da economia está completamente fora de questão, tanto quanto a idéia de um processo de demissões em massa, conforme tem sido divulgada pela imprensa burguesa e pelos oportunistas de plantão: os trabalhadores que serão dispensados de seus postos terão ao menos duas opções para seguirem ajudando seu país. Enquanto isso, ao contrário do que aconteceu em países como a China, o grande capital privado internacional não terá um milímetro a mais de espaço que aquele reservado a ele no setor de turismo hoje.

Por fim, é preciso lembrar que muitos analistas que oram criticam as mudanças aprovadas pelo 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba omitem de suas análises os impactos do bloqueio econômico imposto pelos EUA há mais de 50 anos. Informe publicado pelo governo de Cuba sobre a Resolução 64/6 da Assembléia Geral da ONU revela os prejuízos do bloqueio à economia do país. Segundo o documento "os danos econômicos se devem fundamentalmente à necessidade de adquirir medicamentos, reativos, peças de reposição para equipamentos médicos, instrumentos e outros insumos em mercados distantes e muitas vezes com o uso de intermediários, o que traz um incremento nos preços". Apenas entre abril de 2009 e março de 2010, o bloqueio trouxe um prejuízo de mais de U$ 155 milhões nas relações comerciais de Cuba com o exterior, valor irrisório considerando-se a balança comercial de países desenvolvidos, mas que afeta duramente a frágil economia cubana.


Por tudo isso, fica evidente que as mudanças aprovadas pelo Congresso não ameaçam as conquistas essenciais da revolução cubana nem interferem em seu caráter profundamente comprometido com o socialismo e a justiça social. Os problemas de Cuba são conhecidos e não é possível enfrentá-los com frases de efeito ou saídas de manual. É tarefa do povo cubano reinventar seu socialismo. Até lá, confiemos nos homens de Praia Girón.
http://www.correiocidadania.com.br/inde ... Itemid=187





Sobre o bloqueio econômico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Embargo_do ... dos_a_Cuba
- É proibido empresas de terceiros países a exportação para os Estados Unidos de qualquer produto que contenha alguma matéria-prima cubana (A França não pode exportar para os Estados Unidos uma geléia que contenha açúcar cubano).
- É proibido a empresas de terceiros países que vendam a Cuba bens ou serviços nos quais seja utilizada tecnologia estadunidense ou que precisem, na sua fabricação, produtos dessa procedência que excedam 10% do seu valor, ainda quando os seus proprietários sejam nacionais de terceiros países.
- Proibe-se a bancos de terceiros países que abram contas em dólares norte-americanos a pessoas individuais ou jurídicas cubanas, ou que realizem qualquer transação financeira em essa divisa com entidades ou pessoas cubanas, em cujo caso serão confiscadas. Isso bloqueia totalmente Cuba de utilizar o dólar em suas transações de comércio exterior.
- É proibido aos empresários de terceiros países levar a cabo investimentos ou negócios com Cuba, sob o suposto de que essas operações estejam relacionadas com prioridades sujeitas a reclamação por parte dos Estados Unidos da América. Os empresários que não se submetam a essa proibição serão alvo de sanções e represálias como o cancelamento, ou não renovação, de seus vistos de viagem aos Estados Unidos.
Se fizessem isso com o Brasil, que é um país extremamente dependente do setor externo [base exógena], as consequências seriam 1000 vezes mais devastadoras, por não contar o país com uma boa base interna de crescimento econômico [base endógena] e tão pouco um modelo de desenvolvimento planejado. A abertura econômica para o mercado nos anos 90 fez o favor de desmontar todo o aparato estatal de planejamento e desenvolvimento econômico.

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Re: Debates sobre política internacional

Mensagem por Scopel » 21 Jul 2011, 19:49

Para quem se interessa sobre a chamada "crise geral do capital", um escrito ilustrativo de ninguém menos que Atilio Boron:

Não é a Grécia. É o capitalismo, estúpido!
As mídias, as consultorias, os economistas, os bancos de investimentos, os presidentes dos bancos centrais, os ministros de fazenda, os governantes não fazem outra coisa que falar da "crise grega".

Ante tal vozerio mal intencionado, é oportuno parafrasear um exemplo da campanha de Bill Clinton para dizer e insistir que a crise é do capitalismo, não da Grécia. Que este país é um dos elos mais frágeis da cadeia imperialista e que é por causa dele que ali ocorre a eclosão das contradições, ora corroendo-o irremediavelmente.

O alarme dos capitalistas, sem dúvidas justificado, é que a queda da Grécia pode arrastar outros países como Espanha, Irlanda, Portugal e comprometer seriamente a estabilidade econômica e política das principais potências da União Européia.

Segundo informa a imprensa financeira internacional, representante dos interesses da "comunidade de negócios" (leia-se: os gigantescos oligopólios que controlam a economia mundial), a resistência popular às brutais medidas de austeridade propostas pelo ex-presidente da Internacional Socialista e atual primeiro ministro grego, Georgios Andreas Papandreu, ameaçam jogar pela janela todos os esforços até agora realizados para amenizar a crise.

A aflição se espalha no patronato frente às dificuldades com que tropeça Atenas para impor as brutais políticas exigidas por seus supostos salvadores. Com toda razão e justiça, os trabalhadores não querem ser responsabilizados por uma crise provocada pelos jogadores das finanças, e a ameaça de uma explosão social, que poderia reverberar por toda a Europa, tem paralisado as lideranças governamentais grega e europeia.

A injeção de fundos outorgada pelo Banco Central Europeu, o FMI e os principais países da zona do euro não têm feito nada a não ser agravar a crise e fomentar os movimentos especulativos do capital financeiro. O resultado mais visível tem sido acrescentar a exposição dos bancos europeus ao que já aparece como uma inevitável moratória grego.

São conhecidas as receitas do FMI, do BM e do Banco Central Europeu: redução de salários e aposentadorias, demissões massivas de funcionários públicos, privatização de empresas estatais e desregulamentação dos mercados para atrair investimentos. Elas têm surtido os mesmos efeitos sofridos por vários países da América Latina, notoriamente a Argentina. Pareceria que o curso dos acontecimentos na Grécia se encaminha para uma estrondosa queda como a que os argentinos conheceram em dezembro de 2001.


Deixando de lado algumas óbvias diferenças há demasiadas semelhanças que abonam este prognóstico. O projeto econômico é o mesmo, o neoliberalismo e suas políticas de choque; os atores principais são os mesmos, o FMI e os cães de guarda do imperialismo em escala global; os ganhadores são os mesmos, o capital concentrado e especialmente a banca e as finanças; os perdedores são também os mesmos, os assalariados, os trabalhadores e os setores populares; e a resistência social a essas políticas tem a mesma força que soube ter na Argentina. É difícil imaginar um soft landing, uma aterrissagem suave, desta crise. O previsível e mais provável é precisamente o contrário, tal como ocorreu no país sul-americano.

Claro que diferentemente da crise argentina a grega está destinada a ter um impacto global incomparavelmente maior. Por isso o mundo dos negócios contempla com horror o possível "contágio" da crise e seus devastadores efeitos entre os países do capitalismo metropolitano. Estima-se que a dívida pública grega alcança os 486 bilhões de dólares e que representa uns 165% do PIB do país. Mas tal coisa ocorre numa região, a "eurozona", onde o endividamento já ascende os 120% do PIB dos países, com casos como o da Alemanha, (com cerca de 143%), França (188%) e Grã Bretanha (398%).

Não deve ser esquecido, além disso, que a dívida pública dos Estados Unidos já alcança 100% de seu PIB. Em uma palavra: o coração do capitalismo global está gravemente adoecido. Por contraposição, a dívida pública chinesa em relação ao seu gigantesco PIB é de apenas 7%, a da Coreia do Sul 25% e a do Vietnã 34%. Há um momento em que a economia, que sempre é política, se transforma em matemática e os números cantam. E a melodia que entoam diz que aqueles países estão na beira de um abismo e que sua situação é insustentável.

A dívida grega - exitosamente dissimulada em sua gestação e desenvolvida graças ao conchavo criminoso de interesses entre o governo conservador grego de Kostas Karamanlis e o banco de investimento favorito da Casa Branca, Goldman Sachs - foi financiada por muitos bancos, principalmente na Alemanha e, em menor medida, França. Agora são credores de papéis de uma dívida que a qualificadora de riscos Standard & Poor's (S&P) classificou com a pior nota do mundo, CCC, isto é, tem crédito sobre um devedor insolvente e que não tem condições de pagar.

Em igual ou pior posição se encontra o ultraneoliberal Banco Central Europeu, razão pela qual um ‘calote’ grego teria conseqüências cataclísmicas para este verdadeiro ministro das finanças da União Europeia, situado à margem de qualquer controle democrático. As perdas que originaria a bancarrota grega não só comprometeriam os bancos expostos, mas também os dos países com problemas, como Espanha, Irlanda, Itália e Portugal, que teriam de suportar juros mais elevados que os atuais para equilibrar suas deterioradas finanças. Não é preciso muito esforço para imaginar o que sucederia se os gregos suspendessem unilateralmente os pagamentos, cujo primeiro impacto se daria na linha de flutuação da nave européia, a Alemanha.

Os problemas da crise grega (e européia) são de origem estrutural. Não se devem a erros ou a percalços inesperados senão que expressam a classe de resultados previsíveis e esperados quando a especulação e o parasitismo rentista assumem o posto de comando do processo de acumulação de capital.

Por isso, no fragor da Grande Depressão dos anos 30, John Maynard Keynes recomendava, em sua célebre Teoria Geral da Ocupação, Juros e o Dinheiro, praticar a eutanásia do rentista como condição indispensável para garantir o crescimento econômico e reduzir as flutuações cíclicas endêmicas no capitalismo. Seu conselho não foi considerado e hoje são aqueles setores os que se apropriaram da hegemonia capitalista, com as conseqüências por todos conhecidas.

Comentando sobre esta crise, Istvan Meszaros dizia há poucos dias que "uma crise estrutural requer soluções estruturais", algo que quem está administrando a crise rechaça terminantemente. Pretendem curar um doente em estado gravíssimo com aspirinas. É o capitalismo que está em crise e para sair dela torna-se imprescindível sair do capitalismo, superar o quanto antes um sistema perverso que conduz a humanidade ao holocausto em meio a enormes sofrimentos e uma depredação meio-ambiental sem precedentes.

Por isso a mal chamada "crise grega" não é assim; é, em lugar disso, o sintoma mais agudo da crise geral do capitalismo, essa que os meios de comunicação da burguesia e do imperialismo asseguram há três anos que já está em vias de superação, apesar de as coisas estarem cada vez pior. O povo grego, com sua firme resistência, demonstra estar disposto a acabar com um sistema que já é inviável não no longo, mas no médio prazo.

Há que acompanhá-lo em sua luta e organizar a solidariedade internacional para tratar de evitar a feroz repressão de que é objeto, método predileto do capital para solucionar os problemas que cria sua exorbitante voracidade.

Talvez a Grécia - que há mais de 2.500 anos inventou a filosofia, a democracia, o teatro, a tragédia e tantas outras coisas - possa voltar-se sobre seus foros e inventar a revolução anticapitalista do século 21. A humanidade lhe estaria profundamente agradecida.
http://www.correiocidadania.com.br/inde ... &Itemid=59
Editado pela última vez por Scopel em 21 Jul 2011, 19:52, em um total de 1 vez.

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Re: Debates sobre política internacional

Mensagem por E.R » 21 Jul 2011, 19:52

http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... abado.html

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. O Senado dos Estados Unidos deve votar no sábado de manhã o plano orçamentário aprovado pela Câmara nesta semana.

Mas o projeto, que não tem o apoio da maioria democrata no Senado, deve ser rejeitado. Enquanto isso, vai se aproximando o prazo de 2 de agosto de 2011 para que o teto da dívida do país seja elevado.

O líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, declarou categoricamente esperar que o plano seja rejeitado quando a votação acontecer. "O plano dos republicanos chamado de 'cortar, limitar e equilibrar' não tem nem uma chance em um milhão de passar no Senado", disse.

Em seguida à esperada rejeição do projeto no sábado, os líderes do Senado esperam poder começar a agir sobre uma legislação bipartidária que abrirá caminho para que o teto da dívida seja elevado. Isso teria como base um plano apresentado na semana passada, que prevê uma elevação no teto da dívida em três etapas até o fim de 2012.

O plano aprovado na noite de terça-feira na Câmara dos Deputados dos EUA, por 234 votos a 190, permitiria elevar o teto da dívida do país e evitar um calote. Não é o plano que foi elogiado mais cedo pelo presidente Barack Obama.

O plano, formulado pelo partido Republicano, permitirá a elevação do teto da dívida dos EUA em US$ 2,4 trilhões caso o Congresso concorde com um corte de gastos de US$ 111 bilhões no próximo ano; limite os gastos nos próximos anos a uma determinada porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) e aprove uma emenda à Constituição referente ao orçamento.

A proposta objetiva forçar a retenção fiscal sobre todos os congressistas, mudando as regras de despesa total. O plano não engloba o Medicare (assistência de saúde para idosos) ou a Segurança Social de maneira direta, que devem ter déficits significativos no futuro.

Em pronunciamento feito na tarde desta terça, Obama afirmou que o os congressistas "não têm mais tempo para gestos simbólicos". Ele voltou a defender um "acordo amplo" e disse querer que os líderes do Congresso comecem a elaborar uma solução final para a questão do déficit na quarta-feira. Barack Obama afirmou também que os mercados financeiros estão confiantes que as lideranças de Washington "não vão atirar a economia de um penhasco".

O líder norte-americano elogiou o plano de longo-prazo apresentado na terça-feira pelo grupo de seis senadores americanos, democratas e republicanos, conhecidos como o "Grupo dos Seis", que prevê um montante de redução de gastos de cerca de US$ 3,7 trilhões em dez anos.

A proposta incluiria ainda reformas em programas sociais como o Medicare e mudanças no Código de Impostos e na Seguridade Social. Segundo a rede CNN, o plano acabaria com as brechas fiscais, mas também reduziria as taxas de impostos para corporações e indivíduos. Além disso, reduziria os gastos do governo.

Segundo Obama, a proposta está "globalmente conforme à abordagem" defendida pelo governo. Obama manifestou apoio aos esforços do grupo bipartidário de senadores e disse que a proposta "é uma boa notícia", que pode ajudar a movimentar as negociações quanto ao teto do endividamento.

O governo dos Estados Unidos está correndo contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA podem ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, há risco de calote.

Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões, que é o valor máximo estabelecido por lei. Isso porque, nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.
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Re: Debates sobre política internacional

Mensagem por Scopel » 21 Jul 2011, 19:53

Aconselho todo mundo a ler esse dois posts acima porque é tema de redação em vestibular e atualidades em concursos públicos. É sério.

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Europa

Mensagem por @EA » 23 Jul 2011, 01:11

Tópico destinado à discussão, ao debate e às notícias sobre o Velho Continente.

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Como eu tinha dito no tópico da Argentina acho que a Europa merece um tópico próprio porque frequentemente tem notícias de lá.
Ataques na Noruega mataram 87 pessoas, diz polícia
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/ ... licia.html

A polícia da Noruega afirmou que a explosão na sede do governo e o tiroteio em uma ilha de Oslo, ocorridos nesta sexta-feira (22), mataram pelo menos 87 pessoas. O número de vítimas fatais, segundo porta-voz da polícia norueguesa, Anders Frydenberg, ainda não é definitivo e pode aumentar.

O número de mortos subiu consideravelmente na ilha de Utoeya, que passou de 10 para 80. Na explosão na sede do governo morreram sete pessoas. O número de feridos não foi informado.


Em Oslo, uma explosão quebrou várias janelas do prédio de 17 andares em que o premiê, Jens Stoltenberg, despacha, e danificou gravemente prédios em praticamente um quarteirão inteiro, incluindo o local onde funciona a redação do jornal de grande circulação "Verdens Gang" (VG).

Na ilha de Utoeya, na periferia da capital, um atirador abriu fogo em um acampamento de verão de jovens do Partido Trabalhista, com cerca de 700 participantes. A polícia afirmou que foram encontrados explosivos não detonados na ilha.

Os dois ataques, segundo Sveining Sponheim, vice-chefe da polícia, têm conexão.

O atirador estava sendo interrogado pela polícia. Ele é norueguês e tem 32 anos, segundo as autoridades. De acordo com a imprensa norueguesa, ele tem ligação com a extrema direita do país.

Ele seria um homem de 1,90 metro, loiro e de porte atlético, segundo a TV2.

De acordo com testemunhas, o autor da matança se apresentou na colônia de férias vestido de policial, afirmando ser responsável pela segurança dos participantes após a explosão ocorrida horas antes.

Várias testemunhas disseram que ele usou um fuzil automático no ataque.


Bomba
Antes deste incidente, uma bomba explodiu em Oslo, destruindo prédios do governo em um quarteirão inteiro e deixando mortos e feridos.

A polícia pediu aos habitantes da capital que evitem as grandes concentrações e permaneçam em casa em função da situação de emergência.

A imprensa relatou que poderia haver outras bombas na região, mas nenhuma explosão posterior foi registrada.
Editado pela última vez por @EA em 06 Ago 2011, 17:11, em um total de 2 vezes.
Agente da Coroa a serviço da Rainha


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Ouça Don Cristóvão quero avisar que a tripulação está com fome!
E por que não comem?
Porque não há comida!
E por que não há comida?
Porque acabou!
E por que acabou?
Porque comeram!
E por que comeram?
Porque tinham fome!
Tá vendo, deveriam ter esperado!



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Dá licença, gente! Tô passando pelo tópico!!!
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Re: Europa

Mensagem por Scopel » 23 Jul 2011, 01:24

Barbárie?

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Re: Mundo

Mensagem por E.R » 27 Jul 2011, 16:55

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/ ... -york.html

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. O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira (27), em Nova York, ter medo do governo dos Estados Unidos, principalmente teme ser alvo de um complô desse país para envolvê-lo com o tráfico de drogas.

"Tenho muito medo do governo dos Estados Unidos porque conheço seus operadores políticos", afirmou Evo Morales em uma coletiva de imprensa na sede da ONU, onde se encontra para participar na sessão plenária por ocasião do primeiro ano da declaração da água potável como um direito humano.

"Esperamos que não aconteça nada", acrescentou o presidente boliviano, fazendo alusão às informações veiculadas de que tentariam envolvê-lo com o narcotráfico colocando cocaína em seu avião para detê-lo nos Estados Unidos.

"Esta informação nos alarmou", acrescentou, explicando que os Estados Unidos antes o acusavam de "comunista" e "terrorista" e agora de "narcotraficante".
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Re: América Latina

Mensagem por Aolynthon » 28 Jul 2011, 19:24

ÚltimoSegundo

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O militar reformado Ollanta Humala, de 49 anos, tomou posse nesta quinta-feira como novo presidente do Peru, em uma cerimônia realizada na sede do Congresso de Lima, sem a presença do ex-presidente peruano Alan García.

Antes da cerimônia, García entregou a faixa presidencial ao chefe da casa militar no palácio de governo e deixou o local sem participar da posse de seu sucessor. O ex-presidente saiu pelo pátio da frente do palácio do governo, cercado pelo gabinete ministerial e colaboradores, tirou a faixa e uma medalha e as entregou ao chefe militar, Jaime Araújo, em meio aos aplausos dos presentes.

García já havia anunciado que só iria ao Congresso com o compromisso dos parlamentares de que não seria vaiado como ocorreu em 1990, ao final de seus primeiros cinco anos de governo.

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Re: Europa

Mensagem por E.R » 29 Jul 2011, 17:59

Pior é que muitos políticos da extrema-direita na Europa defenderam esse atirador da Noruega. :estrelas:
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Re: Europa

Mensagem por Eduardo Godinez » 30 Jul 2011, 19:03

lógico, extrema direita é geralmente marcado por traços xenofobos

to certo Scopel ou Antonio Felipe ? (são os que entendem de política aqui dentro kk)
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Re: Europa

Mensagem por Scopel » 30 Jul 2011, 19:30

Eduardo Godinez escreveu:lógico, extrema direita é geralmente marcado por traços xenofobos

to certo Scopel ou Antonio Felipe ? (são os que entendem de política aqui dentro kk)
Pode-se dizer que sim. É a exacerbação [extremismo] do ideal burguês: branco, cristão e rico.

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Re: Europa

Mensagem por Eduardo Godinez » 30 Jul 2011, 20:10

é, mas não se empolgue, isto não é a regra

ou melhor, eu diria que é uma das regras, mas não A REGRA única
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Re: Europa

Mensagem por Scopel » 31 Jul 2011, 00:05

Só pensei em exemplos históricos. A ditadura militar brasileira é um exemplo de extrema direita, bem como o Terceiro Reich ou mesmo o Tea Party americano. Não chega nem a ser um termo exato, apenas é uma referência informal, sem qualquer rigor acadêmico.

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Eduardo Godinez
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Re: Europa

Mensagem por Eduardo Godinez » 31 Jul 2011, 01:41

não sei o que são nenhum dos dois que você citou :P

mas é? a ditadura nacional foi de extrema direita? eu não achava que fosse
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Re: Europa

Mensagem por Scopel » 31 Jul 2011, 01:46

Eduardo Godinez escreveu:não sei o que são nenhum dos dois que você citou :P

mas é? a ditadura nacional foi de extrema direita? eu não achava que fosse
Não foi tão nacional assim.

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