Em maio, encontrei intacto em uma banca, sem ser de fruto encalhes que retornam às prateleiras, o Almanaque Disney # 383, lançado em abril de 2018. Como este é um dos números desta nova fase que eu ainda não tinha, o comprei.
O gibi começa com "O agitador", mais uma daquelas histórias do Superpato com código D, feitas em parceria com desenhistas italianos. Na página 4, Superpato, que estava usando uma luva na mão direita, dá um soco em Feiticeiro Sônico usando a mão esquerda. Na trama, Donald fica preocupado quanto à manutenção da popularidade do Superpato.
Aparecem personagens cujos nomes são trocadilhos: Vítor Mento e Tomé Lieiro. Segundo o "Dicionário Informal", "melieiro" é uma expressão que indica alguém "que adula por interesse, bajulador, labioso, melífuo". O personagem tem o poder de persuadir outras pessoas quando fala e tenta convencê-las de que na verdade Superpato colocaria a cidade de Patópolis em risco.
Esta é mais uma história cuja tradução confundiu um pouco os locais de representação política. O prefeito de Patópolis (chefe do Poder Executivo local) aparece trabalhando na Câmara Municipal (sede do Poder Legislativo). Depois, diz que "o conselho votou". Se o termo original era "councilor", poderia ser traduzido como "vereador".
Em "Mito fora do rito", Indiana Pateta cita os "sherpas". Trata-se de uma etnia da região montanhosa do Nepal. Os sherpas são conhecidos por ajudar montanhistas no Himalaia.
O destaque desta edição é a longa "O tio da América", história em que Mickey não aparece como protagonista. A trama traz diversos personagens diferentes e mostra uma investigação de Salvo Topalbano, em português Comissário Ratalbano, personagem que aparece em três histórias. Uma boa estratégia da edição do almanaque foi citar em notas de rodapé Disney Especial (2ª série) # 206 - Os Policiais , gibi que republicou o primeiro encontro do comissário com o Mickey. Contudo, também citaram "Em breve, mais uma incrível aventura do Mickey ao lado do Comissário Ratalbano... em Mickey # 910". O gibi foi cancelado pela Abril e a história remanescente permanece inédita no Brasil: https://inducks.org/story.php?c=I+TL+3223-1
A história cita a abertura da confeitaria Zu' Ninu. Apesar de ser outro tipo de alimento, será uma referência à Churrascaria Zunino, de Santa Catarina? Talvez esse nome veio da história italiana e não tenha nada a ver com a churrascaria. Outra referência pode estar contida no modelo de um cofre arrombado por Bafo, "Stevenson & Glenn". A propósito, nesta história o comissário faz um acordo com Bafo, um bandido, e ainda revela estar ciente de estar fazendo algo "um pouco ilegal". Ratalbano diz: "Cedo ou tarde, você prestará contas outra vez pra lei, e o coronel vai se lembrar desse favor". Ou seja, iriam amenizar eventual futura punição ao bandido.
Esta história cita alguns pratos da cozinha italiana, como "cubbaita", "caponatina", "mostazoles" e "cannoli".
Por fim, mais uma carta do Jonas:
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