História

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 05 Nov 2022, 20:11

NOTÍCIAS
05/11/1981
05/11/1981: morre o trotskista brasileiro Mário Pedrosa
Relembre a vida do militante que, ao lado de João Jorge Costa Pimenta, avô de Rui Costa Pimenta, fundou o PCB e, mais tarde, a Liga Comunista Internacionalista

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Hoje, dia 05 de novembro de 2022, a morte de Mário Pedrosa, um dos maiores trotskistas da história do Brasil, completa 41 anos.

Nascido no dia 25 de abril de 1900, em Timbaúba, Pernambuco, Mário foi um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Entretanto, rompeu com o partido em 1928 ao lado de Benjamin Péret e João Jorge Costa Pimenta em decorrência do domínio que o estalinismo adquiriu sobre a legenda.

Mais tarde, em 1931, fundou, ao lado dos companheiros citados, a Liga Comunista Internacionalista, organização trotskista de oposição à política reacionária do PCB da época.

Cabe destacar que, em 1934, Pedrosa, ao lado de João Pimenta, pressionaram o PCB paulista para que, ao contrário do que orientava a direção estalinista do partido, combatesse os fascistas na cidade. Desobedecendo as ordens de Moscou, essa ala da legenda organizou, ao lado dos trotskistas, o episódio que ficou conhecido como a Revoada das Galinhas Verdes.

Mais tarde, em 1938, quando Stálin já havia se declarado ditador da União Soviética e expurgado Trótski, Mário participou do Congresso de Fundação da Quarta Internacional representando todas as seções da Oposição de Esquerda na América Latina, incluindo a própria Liga Comunista. Com o pseudônimo de Lebrun, foi eleito para o Comitê Executivo Internacional da IV Internacional.

Quando voltou ao Brasil, fundou o jornal Vanguarda Socialista. Mário sempre foi um grande defensor e amante da arte e da cultura, tendo escrito em diversos jornais da imprensa burguesa acerca do assunto. Em 1945, publicou em português, em seu jornal, o Manifesto por uma Arte Revolucionária e Independente (1938) de autoria de Leon Trótski e André Breton.

Como militante comunista, Mário sempre foi inimigo dos regimes fascistas que ocorreram no Brasil durante a sua vida, a saber, o Estado Novo e a Ditadura Militar de 1964. Após retornar de seu segundo exílio, que ocorreu entre 1970 e 1977, Pedrosa iniciou uma campanha pela criação de um partido socialista no Brasil. Ele publicou uma carta endereçada à Lula, denominada Carta a um operário, no qual colocava na ordem do dia a criação do Partido dos Trabalhadores. Mais tarde, em 1980, participou da fundação do PT.

Em 5 de novembro de 1981, aos 81 anos, Pedro morreu durante a madrugada após um período no qual foi acometido por um câncer. Ele foi enterrado no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro.

https://causaoperaria.org.br/2022/05-11 ... pedrosa-2/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 08 Nov 2022, 01:22

NOTÍCIAS
PROGRAMA NOVO
Estreia sábado, às 12h “Brasil, história e atualidade”
Novo programa com o Companheiro Rui procura desmistificar o Brasil

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Estreia neste sábado às 12h um novo programa no canal de YouTube do Companheiro Rui Costa Pimenta intitulado “Brasil, história e atualidade”. Num momento em que os ataques contra o País e a história nacional se acentuam por todo o espectro político, desde os falsos patriotas da direita até os esquerdistas identitários a serviço do imperialismo, se faz necessária uma intensa campanha que desmistifique todas as concepções falsas sobre nosso País. Sem compreender em detalhes nossa história e nossas particularidades, é impossível analisar a situação política nacional de maneira correta, não podemos ceder nem a tendência dos esquerdistas da universidade de discutir sobre uma realidade existente somente na reacionária literatura universitária nem a tendência dos reacionários da direita que se apegam a mitos nacionais ao mesmo tempo que tudo fazem para entregar o país de mãos beijadas ao imperialismo.

Dado que nos encontramos no ano do bicentenário da Independência do Brasil, nossa primeira missão é desmistificar aquela que foi a figura central deste processo histórico que deu origem ao gigante dos trópicos, Dom Pedro I. Ao longo do ano vimos todo tipo de análise escatológica acerca desta grande personagem da história nacional, em geral análises totalmente desprovidas de um caráter histórico concreto e frequentemente ligadas a defeitos pessoais do primeiro governante do Brasil.

Vemos os falsos marxistas incapazes de compreender o caráter progressista que teve a vinda da família real portuguesa e de todo o aparelho burocrático de Estado português ao Brasil, o gigante impulso ao desenvolvimento nacional proveniente deste fato e do importantíssimo papel que estes elementos tiveram em manter o nosso país unido à época da Independência, enquanto a América Espanhola, por exemplo, se esfarelou em diversos países menores que se encontram, em geral, numa situação de subjugo muito mais intenso. Enquanto a esquerda idolatra os processos de Independência dos outros países da América Latina, defendem que aqui se tratou de uma farsa. Não percebem que os ataques ao País se fazem num momento em que a ditadura imperialista está em profunda decadência os coloca a reboque de sua política de subjugar o Brasil.

Convidamos todos os companheiros a assistirem o novo programa e participarem conosco dessa campanha de esclarecimento da história brasileira. Além das tradicionais análises de terça e sábado e do novo programa sobre a história do Brasil, acontecerão outros quatro programas com o companheiro Rui que acontecerão nesta semana. Nesta segunda às 18h, será exibido o programa Marxismo, que na edição de ontem tratou de como o fascismo chegou ao poder na Itália e na Alemanha. Na quinta feira, haverá o programa Arte e Revolução às 16h com o tema “Oswald de Andrade”. Na sexta feira, o companheiro Rui participará de dois programas: a Análise Internacional, que retornou semana passada, às 12h sobre as eleições norte-americanas e um programa na TV 247 às 15h.


https://causaoperaria.org.br/2022/estre ... tualidade/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 10 Nov 2022, 05:06

NOTÍCIAS
DIA DE HOJE NA HISTÓRIA
09/11/1918: revolução alemã derruba caiser Guilherme II
A importância da Revolução Russa e de Rosa Luxemburgo na Revolução Alemã

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No dia 9 de novembro de 1918, ocorreu a Revolução Alemã de 1918, em que o então Caiser Guilherme II foi derrubado para a instauração de uma República Parlamentarista. Esse foi um importante fato influenciado pela Revolução Russa e com importante participação da marxista alemã Rosa Luxemburgo.

Em 1918, a Alemanha estava no centro da Primeira Guerra Mundial, que ocorria já durante quatro anos àquela altura, e uma grave crise econômica abalava a vida da população e, consequentemente, o então Império alemão, comandado pelo Caiser Guilherme II. Esse cenário foi um terreno fértil para uma revolta popular, que poderia ser guiada a uma revolução.

Um pouco antes, na Rússia, em 1917, ocorreu a Revolução de Outubro, comandada por Vladimir Lenin e Leon Trótski, que dirigiu o Exército Vermelho. Esse acontecimento também foi importante para a Revolução Alemã, já que serviu de exemplo e agitou a população desse país, que estava ávida por mudanças.

Esse fato criou na população alemã um sentimento de que a Rússia poderia, então, influenciar numa Revolução socialista na Alemanha como forma de retribuir o “favor” dado pelos alemães. Isso deixou a burguesia alemã receosa quanto à possibilidade de acontecer uma Revolução no país, o que era de se esperar, já que conta com o simbolismo de ser o país de Marx e Engels. Além do mais, Marx e Engels tinham a tese de que, para que houvesse uma Revolução comunista na Rússia, deveria acontecer também uma Revolução comunista na Europa Ocidental, se não antes, mas, ao menos, ao mesmo tempo. Dessa forma, a revolução era mais do que esperada de ocorrer a qualquer momento na Alemanha.

Voltando ao contexto alemão de 1918, quem teve papel importante para a Revolução Alemã foi a marxista Rosa Luxemburgo. Durante o período que envolveu o pré-Guerra e o conflito em si, Rosa Luxemburgo defendeu a posição contra a guerra imperialista no Partido Social-Democrata Alemão (SPD). Contudo, em meio a uma euforia na sociedade alemã quanto à guerra, e com medo de perder popularidade ao adotar uma posição pacifista, diversos deputados do Partido defenderam uma política pró-Guerra, tendo convencido uma outra ala de deputados e a direção do Partido.

Rosa Luxemburgo e outros integrantes do Partido que eram contrários à participação alemã na Guerra racharam com o SPD e formaram a Liga Espartaquista que, junto aos revisionistas e aos centristas, formou o Partido Social-Democrata Independente da Alemanha (USPD), que exigiu o término da Guerra e a democratização na Alemanha. A Liga Espartaquista formou a ala esquerda desse Partido e continuou a atuar nas fábricas contra a Guerra.

Todo esse contorno interno e externo vivenciado pela Alemanha foi propício para a Revolução Alemã e a queda do Império.

https://causaoperaria.org.br/2022/09-11 ... lherme-ii/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 12 Nov 2022, 20:44

Uma aula de história do Brasil por Rui Costa Pimenta.

Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 16 Nov 2022, 02:48

NOTÍCIAS
FALSIFICAÇÕES DA HISTÓRIA
Fantasias identitárias da história do Brasil: José do Patrocínio
O incrível caso do negro acusado de monarquista que teria proclamado a República antes de Deodoro

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Antes do identitarismo era comum a esquerda e o movimento negro destacarem personagens da história do Brasil mostrando a importância dos negros no País. Mostrando que negros, mulatos e trabalhadores, maioria no Brasil, tiveram papel fundamental na história tem um objetivo revolucionário, ou seja, enfatizar que o Brasil é um produto da luta das classes oprimidas, no sentido de que isso serve para a luta revolucionária do presente.

Ao ser contaminada pelo identitarismo, a esquerda e os pretensos intelectuais nas universidades estão subvertendo o conteúdo revolucionário da história do País. Quando destacam a participação de alguém, considerado um “injustiçado” pela história oficial, fazem falsificando a história do Brasil. E é esse precisamente o papel do identitarismo.

Um portal na internet ligado ao UOL/Folha de S. Paulo, chamado Ecoa, por ocasião do aniversário da Proclamação da República, publicou um artigo assinado por Tainara Rebelo, chamado “Quem foi o homem negro que proclamou a República antes de Marechal Deodoro”. A princípio parece apenas um artigo destacando a importância de um homem negro na Proclamação. O pobre leitor, que conhece um pouco de história do Brasil, fica embasbacado: “será que esconderam esse homem esse tempo todo dos livros?” Ao ler o artigo, porém, o leitor descobre que se trata do abolicionista José do Patrocínio: “segundo relatos de alguns historiadores, foi quem tomou a iniciativa, antes do Marechal Deodoro, de proclamar a República. Ele era um jornalista negro e se chamava José do Patrocínio”.

A autora do artigo parece ter descoberto algo realmente muito espantoso. Já que estamos falando de história, vamos aos fatos e às interpretações deles para descobrir que Patrocínio, além de abolicionista, foi o verdadeiro proclamador da República.

“De acordo com o livro “1889”, do jornalista Laurentino Gomes, foi ele [Patrocínio] quem tomou a iniciativa de proclamar a República, por volta das 18h, perante um grupo reunido na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, enquanto Marechal Deodoro da Fonseca ainda elaborava a mudança de regime (…) no calor do momento da revolta, o escritor e político Aníbal Falcão foi até o jornal de Patrocínio para que fosse escrita uma moção pública abolindo a monarquia. Foi esse documento que ele leu no plenário da Câmara e que colocou fim à monarquia”.

Aqui o pobre leitor, que conhece um pouco de história fica se questionando: “quer dizer então que a República foi proclamada em um discurso na Câmara de Vereadores?” De fato, a ideia é muito absurda. Não sabemos se o discurso aconteceu como descreve Laurentino Gomes, mas vamos considerar que sim. Isso transformaria Patrocínio no homem que Proclamou a República? Só se for mesmo no sentido de declarar alguma coisa.

Logicamente que nenhuma mudança de regime pode ser feita por um simples discurso numa Câmara de Vereadores. Uma revolução ou um golpe de Estado, em geral, são precedidos por um conjunto de acontecimentos políticos que vão desencadeando a mudança de regime. A autora do artigo poderia ter explicado que José do Patrocínio teve essa participação pouco falada na Proclamação, mas a autora optou pela falsificação, ou mais precisamente, pela distorção dos acontecimentos. “Patrocínio proclamou a República antes de Deodoro”, diz o artigo, o problema é que quem tinha o controle sobre as Forças Armadas e as condições para mudar o regime, instaurando a República, era Marechal Deodoro da Fonseca.

O artigo cita outro historiador, Henry Guimarães, que diz que “Ele [Patrocínio] representa a contradição da sociedade brasileira, uma vez que era livre, mas jamais integrou a sociedade como os brancos devido à sua cor. Ao contrário, ele se reuniu com importantes figuras negras da época e, juntos, criaram uma das maiores campanhas para a libertação dos escravizados, a Confederação Abolicionista, resultando na assinatura da Lei Áurea, em 1888”. Segundo essa ideia, a única atividade de José do Patrocínio era a luta abolicionista, já que o historiador citado afirma que Patrocínio jamais integrou a sociedade como os brancos.

O problema é que o próprio artigo desmente a ideia do historiador. Se é verdade que o homem negro no século XIX tinha difuculdades em integrar-se à sociedade, não é verdade que Patrocínio não tivesse integrado essa sociedade. Afinal, Patrocínio foi vereador, jornalista, dono de jornal. Por maiores que fossem – e eram – as dificuldades dos negros no século XIX, é uma falsificação apresentar José do Patrocínio como uma espécie de marginalizado social. Os fatos descritos no próprio artigo em questão desmentem isso.

“Patrocínio conseguia prender a atenção de grandes multidões quando falava e, como já escrevia para o jornal Gazeta de Notícias, um dos maiores da época, pediu um empréstimo ao pai de sua esposa, o militar Emiliano Rosa de Sena, e comprou o jornal para si, assumindo uma luta pública contra a escravidão.”

A importância de José do Patrocínio como abolicionista é algo estudado em qualquer livro de história um pouco mais sério, há ruas em sua homenagem. Não é correto afirmar que se trata de um personagem secundarizado, menos ainda marginalizado na história. Patrocínio tem destaque justamente por aquilo que ele fez de mais importante que foi a luta abolicionista.

Sobre o abolicionismo, é preciso dizer que ele fazia parte de uma ala moderada desse movimento. Daí, também, o destaque que ele ganha na história oficial como um dos nomes mais lembrados dessa luta. Muito diferente, por exemplo, de Luiz Gama, um militante da ala mais radical do abolicionismo, esse, sim, relegado na história como um personagem secundário.

A política moderada de Patrocínio está relacionada inclusive com sua posição social. Era um político que conseguiu ascender no regime imperial, e um homem que tinha uma posição social importante, jornalista, dono de um dos jornais mais importantes da época. É inegável que ele usou essa posição e seus meios privilegiados para lutar, à sua maneira, pelo abolicionismo, mas o caráter moderado de sua política não deve ser desconsiderada.

Tanto é assim que, soa estranha a ideia de que Patrocínio teria proclamado a República, já que ele era considerado um monarquista.

“José do Patrocínio provocou dúvida em seus apoiadores ao beijar as mãos da Princesa Isabel quando a Lei Áurea foi assinada. ‘Acredita-se que ele ficou muito feliz em ter conquistado a assinatura da lei por que tanto lutou, mas isso não foi bem-visto na época’, explica o historiador. Isso porque Patrocínio era vereador quando a lei foi assinada, e causou a impressão de estar a favor da monarquia”.

Aqui a própria citação do historiador revela um homem moderado, que acreditava que a monarquia poderia resolver os problemas da escravidão. A identificação de Patrocínio com a monarquia não era apenas um problema da “impressão causada” por ele. Ele é acusado de fomentar a Guarda Negra, um grupo formado por ex-escravos que tinha o objetivo não só de garantir a liberdade conquistada com a abolição, mas de proteger a Princesa Isabel, e atacar violentamente comícios republicanos.

Voltemos ao tema central do artigo. Esse homem teria proclamado a República antes de Deodoro. A Constituição permite a liberdade de expressão no Brasil, felizmente. O papel aceita qualquer besteira, infelizmente. Por isso o identitarismo fala qualquer coisa sobre a história do Brasil. Sem o mínimo pudor, inventam fatos, distorcem outros, caluniam alguns personagens e escondem a realidade de outros. Tudo isso para fazer a história caber na ideia pré-concebida que os identitários têm do país.

Não se trata aqui de criticar a figura de Patrocínio, mas simplesmente explicar as coisas e as pessoas como elas de fato foram e não com base na fantasiosa criada pelos identitários.



https://causaoperaria.org.br/2022/fanta ... atrocinio/
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Mensagem por Chapolin Gremista » 16 Nov 2022, 17:33

NOTÍCIAS
O 15 DE NOVEMBRO
Proclamação da República, um processo revolucionário
O movimento de 1889 fez parte de um processo revolucionário que só veio a ter fim no ano de 1897 com a vitória da República Velha, essa por sua vez derrotada pela Revolução de 1930

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No dia 15 de novembro de 1889, o imperador D Pedro II, que reinava há 49 anos, foi derrubado em conjunto ao próprio regime político do Império. Os protagonistas desse movimento eram em grande parte militares, o que faz levantar uma polêmica anacrônica sobre o golpismo dos militares na história brasileira. Essa discussão esconde um fenômeno muito mais importante: como a Proclamação da República deu início a um grande processo revolucionário na história do Brasil. É mais uma das campanhas antinacionais que devem ser combatidas com o estudo marxista da história.

O regime político da monarquia estava em uma enorme crise há décadas, desde pelo menos o ano de 1870, ano do fim da Guerra do Paraguai. E na década de 1880 isso se expressou com uma enorme mobilização que conquistou a abolição da escravidão. O movimento popular dos abolicionistas, que teve amplo apoio dos militares, derrubou o modo de produção que existia no Brasil há 3 séculos. Isso foi um enorme baque no governo decadente de D Pedro II que aguentaria apenas mais um ano e meio.

As forças armadas, principalmente o exército, havia se tornado um importante personagem da política nacional desde a Guerra do Paraguai, que na prática fundou o exército moderno do Brasil. Passados 28 anos as bases do exército adquiriam um caráter extremamente radical apoiado na ideologia positivista, a principal personagem desse movimento foi Benjamin Constant. Ele era professor da Escola Militar e foi um dos fundadores do Clube Militar ganhando uma enorme influência nas bases do exército, principalmente nos oficiais de baixa patente, uma espécie de prenúncio do tenentismo.

Benjamin Constant foi o mais importante líder no levante militar de 1889, ele articulou em conjunto com as lideranças das forças armadas, o Marechal Deodoro da Fonseca e o Almirante Eduardo Wandenkolk. Houve também setores civis que participaram do movimento como Campos Salles, Quintino Bocaiúva, Ruy Barbosa, Aristides Lobo e Silva Jardim. Contudo, neste momento os militares configuravam o setor mais radical do movimento, inclusive sendo agraciados com o termo jacobinismo, em alusão ao setor mais radical da revolução francesa.

O golpe contra D Pedro II foi articulado para novembro por Benjamin Constant, mas teria como figura de frente o Marechal Deodoro por ser ter a mais alta patente, tendo participado da guerra do Paraguai, e assim era uma figura de respeito entre as forças armadas. Foi ele quem liderou a manifestação militar que depôs o imperador e foi ele quem virou o presidente no primeiro governo republicano brasileiro, o governo provisório. Mas é preciso deixar claro que Constant assumiu com um dos cargos mais importantes de todos, o de ministro da guerra.

A queda do regime político, assim como na maioria das revoluções, abre uma etapa de grandes lutas políticas entre aqueles blocos políticos que antes estavam juntos na oposição. Foi assim na frança com jacobinos e girondinos, foi assim na Rússia após a revolução de fevereiro com bolcheviques e mencheviques, e também foi assim no Brasil. A partir de 15 de novembro uma dura luta política seguiria até o ano de 1897 que se expressaria nas ruas por meio de muitas revoltas armadas.

Três grandes movimentos expressam a luta de classes nesse período, a Revolta da Armada, em 1893, no Rio de Janeiro, A Revolução Federalista em 1893 no Rio Grande do Sul, e o movimento de Canudos, que teve seu fim em 1897. As duas primeiras se colocavam contra o governo daquele que seguiu Deodoro, o de Floriano Peixoto, que por causa delas ganhou a alcunha de marechal de ferro. O primeiro, na capital, foi protagonizado por um setor mais reacionário das forças armadas, dentro da Marinha, que na época era mais ligada aos próprios monarquistas.

O segundo expressava outra tendência, a da descentralização do governo e o domínio das oligarquias. O nome federalismo provem disso, eles lutavam contra a política centralizadora do governo de Floriano Peixoto. O segundo presidente do Brasil apesar de ter a vitória militar em ambos foi derrotado na luta política, as oligarquias, principalmente de São Paulo e Minas Gerais, venceram e deram origem a República Velha. Só com o governo Getúlio Vargas e a Revolução de 1930 essas oligarquias seriam derrotas de uma vez por todas.

Aqui é preciso fazer um resumo dos acontecimentos da luta política de 1889 até 1897. Primeiro o setor mais radical dos republicanos foi escanteado no próprio governo. Benjamin Constant foi transferido do ministério da guerra para o ministério da instrução pública´, dos correios e telégrafos ainda em 1890, não só isso como ele viria a falecer já em janeiro de 1891. Floriano Peixoto assim se tornou o líder desse movimento, sendo primeiro-ministro da guerra, depois vice-presidente e, por fim, presidente, em 1891, com a renúncia do Marechal Deodoro.

Seu governo, como visto acima, foi contestado desde o princípio de todos os lados, houve um movimento para questionar a própria legitimidade do governo. O adversário de Deodoro nas eleições, Prudente de Moraes, havia sido presidente de São Paulo e depois senador e liderava no âmbito eleitoral o movimento pela derrota dos militares. Em 1893 o Partido Republicano de São Paulo se unificou com grupos republicanos de todo o país formando o Partido Republicano Federal, um bloco unificado que tinha como único objetivo tirar o poder dos militares.

O partido obteve sucesso com as eleições de 1894, Prudente de Moraes foi eleito, a oligarquia do café assim tomava o poder no Brasil, contudo o movimento dos militares ainda não havia sido derrotado. Depois de Benjamin Constant e Floriano Peixoto, que morreu em 1895, o movimento dos militares ganhava uma nova liderança, o Coronel Moreira César, o corta cabeças, o treme terra. Ele estava na linha de frente da repressão a todos os movimentos contra a república desde 1890 e por isso havia ganhado uma grande popularidade, um fenômeno parecido com o que fez Napoleão durante os anos da Revolução Francesa.

Com o governo Prudente de Moraes o coronel Moreira César se tornara o líder da oposição revolucionária, e agora o arraial de Canudos assumia um papel no centro da luta política nacional. A revolta era considerada monarquista e reacionária e como uma pedra no sapato da, ainda recém-fundada república. O plano dos radicais militares era a de destruir o arraial de Canudos tendo Moreira César como figura principal do ato da qual ele voltaria, como Júlio César voltou da Gália, para tomar o poder na Capital.

O problema é que a resistência dos camponeses baianos foi maior que o esperado, e assim Moreira César faleceu em campo de batalha. O movimento radical dos militares perdia a sua última importante liderança em 4 de março de 1897. Agora em crise o movimento agia de forma desorganizada, um jovem militar de 21 anos, Marcelino Bispo de Melo, tenta assassinar o presidente Prudente, mas acaba por acertar o ministro da guerra Marechal Bittencourt. Era a brecha necessária para por um fim às ebulições militares.

O governo de Prudente de Morais aproveitou a deixa para estabelecer o Estado de sítio e reprimir todas as organizações militares que operavam desde antes da Proclamação da República para assim por um fim a sua oposição radical de uma vez por todas. O movimento revolucionário que havia se inciado em 1889 finalmente era derrotado pela ditadura do setor mais reacionário, a dos oligarcas do café, o que estabeleceu o regime político retrógrado da República Velha até o ano de 1930, quando uma nova geração de jovens militares conseguiria derrotar o regime.

A Proclamação da República é a segunda de três grandes ondas revolucionárias da história do Brasil. A primeira foi a Independência de 1822 e a terceira a Revolução de 1930. Nenhuma das três conseguiu de fato acabar com o atraso do país comprido as funções da revolução burguesa, contudo foram fenomenosos importantíssimos para fazer o Brasil ser o país que é hoje, dos países atrasados é um dos 4 mais importantes, em conjunto a Rússia, China e Índia.

Os militares tiveram papel importante nesses três momentos e só viriam se tornar uma força totalmente reacionária na década de 1960 quando passaram a ser totalmente controlados pelo imperialismo. Figuras como Deodoro e Floriano Peixoto e principalmente o setor mais radical, Benjamin Constant e Moreira César sem esquecer do grande número de jovens oficiais que compunham os seus movimentos foram base de um movimento que trouxe um enorme progresso ao Brasil.

A Proclamação da República, assim como a Independência de 1822, portanto devem ser defendidas dos ataques daqueles que querem manter o maior país da América Latina sob o controle estrangeiro. É preciso compreender a luta dos brasileiros do passado para travar a luta contra aqueles que nos oprimem no presente. Um país independente e uma república foram um importante passo para alcançar o objetivo da classe operária brasileira e internacional, o socialismo.



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Mensagem por Chapolin Gremista » 18 Nov 2022, 04:31

NOTÍCIAS
UNIVERSIDADE MARXISTA
Semana que vem, recomeça curso de história do Brasil
Na próxima segunda-feira as aulas do módulo 2 do curso de história do Brasil estarão de volta e serão todos os dias das 19h às 21h.

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Depois de umas semanas paradas devido ao intenso movimento eleitoral, O Partido da Causa Operária (PCO) retomará no próximo dia 21, segunda-feira, as aulas do curso de história do Brasil, mais especificamente o segundo módulo. O curso foi interrompido devido a alta atividade durante o período eleitoral dos companheiros do PCO e do seu presidente, o camarada Rui Costa Pimenta. Para evitar atrasos, na próxima semana o curso será ministrado de segunda à sexta-feira, das 19h às 21h.

O primeiro módulo tratou da independência do Brasil e os seus três primeiros séculos. Foi discutida a história de Portugal, suas colônias e o desembarque dos portugueses em solo brasileiro. No módulo 2, chamado de Império Tropical, Rui Pimenta iniciou a discussão da Revolução Francesa e seus impactos na independência do Brasil.

O curso é único na história brasileira, pois nunca se tratou dessa do ponto vista marxista. No ano de comemoração dos 200 anos de independência, a Universidade Marxista têm o maior e mais profundo curso sobre a história brasileira, tratando de todos os eventos que levam o País ser o que é hoje: sua colonização, território, língua, luta de classes e muito mais.

Os demais módulos, que irão tratar da velha república, revolução de 30, ditadura militar, até o Brasil atual, entre outros fatores, serão lançados no decorrer do próximo período, polemizando mais uma vez com a concepção da esquerda brasileira na qual afirma que o povo nunca definiu os rumos da nação e que tudo sempre foi feito “por cima”. “Um País sem revolução” em que o povo seria apenas espectador, entre outras declarações absurdas serão desmentidas pela continuidade do curso, que também desde de seu princípio irá tratar de temas culturais importantes, falando sobre o desenvolvimento da escrita brasileira, a Semana da Arte Moderna e muito mais. É uma proposta de defesa do País em relação aos ataques imperialistas, que surgem de diversas maneiras, sendo o atual momento através do identitarismo. Ataques disparados com propósito real de desagregação da nação.

Caso você não tenha se inscrito, faça sua inscrição pelo site universidademarxista.pco.org.br, ou procure um militante do PCO. Estamos apenas na segunda aula do segundo módulo, e teremos muitas aulas ainda pela frente para você acompanhar. O curso não é uma visão acadêmica da história, porém uma visão marxista que mudará todo o seu conceito sobre a história do Brasil e do mundo.



https://causaoperaria.org.br/2022/seman ... do-brasil/
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 19 Nov 2022, 14:54

Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 20 Nov 2022, 04:44

NOTÍCIAS
GRANMA
Che Guevara, em seu retorno a Santa Clara
Há 25 anos, os restos mortais de Che Guevara foram transferidos para o local onde Cuba os guarda e os reverencia

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─Ángel Freddy Pérez Cabrera, Granma

Vinte e cinco anos após seu retorno a Santa Clara, em outubro de 1997, Che Guevara continua sendo o gigante moral que não está em La Higuera, mas em todo lugar, onde quer que haja uma causa justa a defender, tal como disse Fidel na ocasião de seu retorno à cidade que nunca deixou.

A noite de 14 de outubro de 1997, e os dias seguintes de homenagem ao Herói da Quebrada del Yuro, ficarão gravados na posteridade como a mais solene da história desta província, e das pessoas que o guardaram por centenas de quilômetros até sua chegada ao Salão Caturla da Biblioteca Provincial José Martí, onde o Comandante da Revolução Ramiro Valdés Menéndez e Miguel Díaz-Canel Bermúdez, então a mais alta autoridade política do território, o aguardavam, os que realizaram a primeira guarda de honra.

Em uma fila interminável, que durou dia e noite, milhares de moradores passaram diante dos ossuários de Che e dos combatentes René Martínez Tamayo (Arturo), Alberto Fernández Montes de Oca (Pacho), Orlando Pantoja Tamayo (Antonio), os guerrilheiros bolivianos Simeón Cuba (Willy) e Carlos Coello (Tuma), bem como o peruano Juan Pablo Chang (El Chino), para colocar uma flor, sussurrar um sentimento ou simplesmente expressar-lhe: «Hasta la victoria siempre» (Até a vitória sempre).

Antes daqueles dias de luto, e desde 12 de julho de 1997, quando os restos mortais de Che Guevara e dos outros seis guerrilheiros chegaram a Cuba, a transferência para o Memorial localizado no Complexo Escultórico com o seu nome nesta cidade havia sido meticulosamente preparada.

Antes, de 11 de outubro até o amanhecer de terça-feira 14, cerca de 300 000 pessoas desfilaram silenciosamente através do Memorial José Martí na capital, de onde a procissão partiu para Santa Clara às sete da manhã.

Doze horas depois, depois das 19 horas daquela noite, a caravana com Che Guevara e seus camaradas entrou no Parque Leoncio Vidal. Nunca houve um silêncio tão respeitoso naquele lugar.

Em 17 de outubro, após uma última guarda de honra, Che Guevara partiu para a Praça da Revolução que leva seu nome, onde Fidel, Raúl e um mar de gente o esperavam, que, como naquele dezembro de 1958, acordou mais cedo do que de costume naquele dia para vê-lo.

«Não viemos dizer adeus a Che Guevara e aos seus heróicos camaradas. Viemos para recebê-los», foram as primeiras palavras de Fidel em seu discurso, no qual ele descreveu o Guerrilheiro Heróico como um «gigante moral»; uma ocasião em que também ratificou que as trincheiras de ideias e justiça que Che Guevara e seus homens defendiam, o inimigo nunca poderia conquistar.



https://causaoperaria.org.br/2022/che-g ... nta-clara/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 21 Nov 2022, 19:19

Imperdível!



NOTÍCIAS
PARTICIPE
O curso sobre os 500 anos da história do Brasil recomeça hoje
Será retomado o segundo módulo do curso da Universidade Marxista

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Após um intenso ano de lutas, o segundo módulo do curso dos 500 anos de história do Brasil será retomado nessa segunda-feira (21), das 19h às 21h. As aulas continuarão em um intensivo de duas semanas de palestras diárias, de segunda a sexta, para a finalização do segundo módulo nas próximas duas semanas.

É importante salientar que houve um atraso no cronograma da universidade, principalmente por conta das arbitrariedades sofridas pelo Partido pela ação de Alexandre de Moraes, ministro de Supremo Tribunal Federal (STF). O cancelamento de todas as nossas redes sociais e, posteriormente, o atraso de quase um mês no pagamento do fundo eleitoral do Partido, acarretaram a necessidade de um redirecionamento das forças partidárias para o combate a arbitrariedade e a campanha financeira para permitir que o partido pudesse fazer campanha eleitoral

Nesse sentido, o terceiro e o quarto módulos do curso serão realizados apenas em 2023. O terceiro módulo será feito em um formato diferente do restante. Além de ser transmitido pela plataforma, ele será realizado presencialmente para o público do acampamento de férias da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Esse é um acampamento de verão que permite unir a formação politica com a convivência socialista entre companheiros ativos da militância nacional. Ele sempre é realizado em um hotel fazenda, com direito a piscina e outras atividades.

Um curso completo sobre a história do Brasil

O curso é formado por quatro módulos que se dividem, respectivamente, em Período Colonial, Império Tropical, República e Brasil Contemporâneo. Para cada módulo são despendidas 30 horas de aula, a fim de discorrer de maneira aprofundada sobre os temas. A discussão é feita ao vivo, com perguntas do público respondidos pelo companheiro Rui Costa Pimenta. Dessa forma, é realizado um curso interativo que toca não só nos fatos históricos, mas faz uma análise marxista de seu desenvolvimento no passado e seu significado hoje.

Como o estudo da história é o “estudo da política de ontem”, sempre é dado um grande enfoque nos conflitos de poder e os interesses políticos que motivaram cada uma das ações do passado. No primeiro módulo, por exemplo, foi citado a importância da influência da ordem secreta dos templários no desenvolvimento do governo português e das grandes navegações.

Instrumento de luta ideológica contra a campanha imperialista

A história nacional vem sofrendo uma série de ataques por parte do imperialismo, e corroborados pela esquerda pequeno-burguesa. Um dos temas principais do módulo dois do curso, por exemplo, a Independência do Brasil, tem causado uma celeuma na imprensa capitalista. Outro tema polêmico, citado no primeiro módulo, foi o próprio processo de colonização e posterior ampliação do território para o interior. Tudo isso que, finalmente, foi o motivo formador do território nacional, é chamado de “genocídio” por setores da esquerda pequeno-burguesa profundamente ignorantes da importância da história do País. Quer dizer, como se orgulhar de uma nação cujos principais heróis, como os bandeirantes e o próprio D. Pedro I, são genocidas? Contrapor-se essa posição reacionária é um dos objetivos do curso.



https://causaoperaria.org.br/2022/o-cur ... meca-hoje/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 22 Nov 2022, 12:03

NOTÍCIAS
UNIVERSIDADE MARXISTA
Independência do Brasil foi um processo revolucionário
As aulas do curso "Brasil: uma interpretação marxista de 500 anos de história" foram retomadas na última segunda-feira. Acompanhe um resumo do que foi discutido

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Nesta segunda-feira, foi retomado o Módulo 2 do curso “Brasil: 500 anos de História”, da Universidade Marxista do PCO. A aula ministrada foi a sexta aula do curso e o assunto era uma introdução à Independência e emancipação do país. O companheiro Rui Costa Pimenta explicou que a ideia por trás da Independência é compreender uma sociedade que começa a se desenvolver com a chegada dos portugueses no ano de 1500 e evolui ao longo de três séculos até se tornar uma independente. Abaixo, segue um pequeno resumo dos assuntos tratados na aula, mas os companheiros que quiserem ter uma compreensão mais profunda da discussão devem assistir à aula inteira pelo site unimarxista.org.br.

Primeiramente, é preciso destacar a diferença entre o Brasil e outros países da América Latina como o México, o Peru e outros. Lá, os índios são predominantes na sociedade até hoje. Aqui, a sociedade indígena era muito primitiva e não resistiu à chegada de uma sociedade muito mais avançada do que a deles. Também foram incorporados os negros que chegaram da África. No entanto, é preciso destacar que a sociedade brasileira que se desenvolveu com a colonização portuguesa é, basicamente, uma sociedade europeia.

Também foi destacado pelo companheiro Rui a incompreensão da maior parte dos historiadores a respeito do acontecimento da Independência. A maioria deles apresenta a tese de que teria sido uma Independência conservadora, uns dizem ser devido à participação da família real portuguesa, outros caracterizam assim pela ausência de uma revolução sangrenta no processo. Tudo isso mostra que não se sabe nada a respeito do processo, não se sabe o que aconteceu, nem por que aconteceu e nem como aconteceu.

Essa incompreensão leva a uma série de conclusões erradas dos autores a respeito da independência. Uma delas é que todo o processo teria sido uma “transação das elites”. Mas não se explica em lugar nenhum como se deu essa transação, quem são essas elites, o que elas trocaram entre si, etc. Outra tese muito presente é de que a Independência não se deu da forma como gostaria o povo. Já que houve uma suposta “imposição ditatorial” de que o país se mantivesse unificado e não houve o surgimento de dezenas de repúblicas separadas, cada uma com suas características, como foi na América Espanhola.

No entanto, é preciso destacar que não houve nenhuma manifestação desse tipo na época. Não houve nenhum protesto dos vários Estados do país contra a Independência. Alguns movimentos supostamente separatistas que surgiram na época, como a “confederação do Equador” foi facilmente esmagada na época.

Outra tese que usam para justificar o falso caráter conservador da Independência é que o povo não saiu às ruas como ocorreu na Revolução Francesa ou na Revolução Russa. No entanto, não se considera o desenvolvimento da sociedade na época. No Brasil, não havia proletariado e não havia meios de ocorrer uma Revolução burguesa como a francesa, já que a burguesia que havia no Brasil era ainda muito incipiente.

Todas essas teses absurdas sobre a Independência devem nos levar a alguma consideração para compreender por que há uma dificuldade tão grande em se elaborar uma explicação minimamente razoável desse acontecimento. O objetivo fundamental de uma análise científica e, portanto, marxista, deve ser mostrar o que aconteceu do ponto de vista político.

É simples compreender o motivo principal para a Independência do Brasil ou de qualquer outro país. A questão era acabar com o monopólio colonial. Foi o que todos os países fizeram, foi assim na independência norte-americana, nas colônias da Espanha e em todos os outros. No caso brasileiro, é bem simples: o Brasil era um grande produtor de produtos tropicais e seu único mercado era Portugal, que pagava o quanto queria pelos produtos. Eventualmente, os responsáveis por essa produção quiseram se livrar desse monopólio.

A partir daí, se desenvolve a luta por essa enorme transformação social, em que não há mais necessidade de vender apenas para a metrópole ou de pagar impostos para a metrópole por tudo que é produzido. Os recursos ficam aqui e podem ser investidos no desenvolvimento de seu próprio país.

Não precisa ser um grande especialista para compreender que o domínio colonial é uma gigantesca opressão sobre qualquer país, e que mais irá se opor a essa opressão são as classes dominantes locais. Evidentemente, as massas também eram a favor da independência porque não é possível fazer essa luta sem o apoio do povo, mas quem iria levá-la adiante de forma mais conscientemente eram os grandes produtores que tinham um grande prejuízo com o esquema colonial.

É importante compreender que esse processo social constitui uma verdadeira revolução. Adquirir independência e liberdade para tratar de seus assuntos econômicos e políticos sem a interferência direta de outro país é algo revolucionário.

“Revolução social” nem sempre é a emancipação do povo mais pobre. Ela é tudo aquilo que produz uma transformação na sociedade. Antes do Século XX, a maioria das revoluções não era feita pelos setores mais pobres. A revolução burguesa, que levou a diversas mudanças muito importantes em todo o mundo, foi levada adiante e comandada pela burguesia. Mesmo a Revolução Francesa, feita pelo povo, foi comandada pela alta burguesia da época.

Essas e outras discussões fizeram parte da 6ª aula da Universidade Marxista. O debate sobre a História do Brasil se mostrou fundamental nesse último período de ofensiva do imperialismo contra o país. O PCO se mostra como a vanguarda da esquerda nacional ao colocar em primeiro plano a discussão sobre a soberania nacional e a defesa da História do País.

Durante as duas próximas semanas, haverá aulas da Universidade Marxista de segunda a sexta. Quem ainda não se inscreveu no curso pode fazê-lo entrando em contato com algum militante do partido ou pelo portal unimarxista.org.br.



https://causaoperaria.org.br/2022/indep ... ucionario/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 23 Nov 2022, 02:44

NOTÍCIAS
UNIVERSIDADE MARXISTA
O panorama internacional durante a Independência
Na última aula do curso "Brasil: 500 anos de história", o companheiro Rui explica como era a situação internacional que precede a Independência do Brasil

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OMódulo 2 do curso “Brasil: uma interpretação marxista de 500 anos de História” está sendo retomado nesta última semana e, nesta última quarta-feira, o companheiro Rui ministrou a 7ª aula do curso para uma plateia de militantes do partido no Centro Cultural Benjamin Péret, além de transmiti-la pela Internet para quem se inscreveu no curso pela plataforma unimarxista.org.br.

O tema abordado na aula foi o panorama da política internacional no período que precede a Independência do Brasil. O companheiro Rui deu um destaque para a questão da Revolução Francesa, que era o principal acontecimento político da época. Na aula, foi dado um panorama dos principais países europeus daquele momento: Inglaterra e França, primeiramente, e, secundariamente, Áustria, Rússia e Turquia, que não era europeu, mas dominava toda a região do Oriente Médio, através do Império Otomano.

Também foram explicadas as bases filosóficas da Revolução Francesa, que foram estabelecidas principalmente pelos iluministas. Seus principais preceitos eram atacar a religião, defender o materialismo e o que eles chamavam de “racionalismo”. Os iluministas consideravam que a sociedade medieval, que os precedia, era irracional, e queriam botar ordem nessa sociedade.

Entre seus propósitos estavam o estabelecimento de uma Constituição, a abolição de privilégios da nobreza, acabar com a influência da religião em assuntos públicos e outras questões relacionadas.

Seguindo em frente na exposição, o companheiro Rui procurou demonstrar também a influência que esse processo revolucionário teve no Brasil e no restante das Américas. No caso brasileiro foi uma influência direta, com a transferência da Família Real Portuguesa para cá, que fugia dos exércitos de Napoleão. Além disso, toda a ideologia que se desenvolvia na Europa também chegava rapidamente no Brasil. Aqui, já havia liberais, iluministas e outras correntes de pensamento.

Enquanto na década de 1830 na Europa, a revolução burguesa já estava num período de restauração, nas Américas, a situação se direcionava à esquerda. Como poderá ser visto no caso da Independência do Brasil, que ocorreu nesse período.

Para se aprofundar melhor na explicação dessas questões, basta se inscrever no curso “Brasil: uma interpretação marxista de 500 anos de história”, no Módulo 2. Pela plataforma, é possível acompanhar as próximas aulas ao vivo, inclusive interagindo diretamente com o companheiro Rui com dúvidas e comentários. O curso tem a importância fundamental de defender a História nacional e esclarecer diversas posições erradas que setores da esquerda pequeno-burguesa têm assumido no último período.

https://causaoperaria.org.br/2022/o-pan ... pendencia/
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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 24 Nov 2022, 10:20

NOTÍCIAS
DITADORES
25/11/1915: nascia o ditador neoliberal Augusto Pinochet
General ficaria conhecido por aplicar a política econômica dos "Chicago Boys"

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Nascido em 25 de novembro de 1915, em Valparaíso, no Chile, Augusto José Ramón Pinochet Ugarte foi um dos mais sanguinários ditadores da América Latina. Filho de militar de origem francesa, ingressa na Academia Militar de Santiago aos 18 anos. Em 1940, casa-se com Lúcia Rodrigues, com quem teve cinco filhos, e chega a general-chefe do Exército em 1972. O ditador chileno comandou o país de 1973, quando golpeou – com o apoio dos Estados Unidos – o presidente socialista Salvador Allende, até o ano de 1990. Após a deposição do governo democraticamente eleito de Allende, por decreto a Junta Militar golpista assegura o poder para Pinochet.

Seu governo foi marcado por constantes violações aos direitos humanos, com mais de 80 mil pessoas presas, 40 mil torturadas e três mil assassinadas. Na economia, o ditador implantou uma série de medidas neoliberais, privatizando toda a estrutura da seguridade social e várias empresas estatais. A decadência financeira e psicológica dos idosos hoje no Chile é consequência desses ataques de Pinochet, que contou com vários empréstimos externos, estabilizou a moeda, removeu tarifas para a indústria local, com PIB se expandindo, mas a concentração de renda e a desigualdade social foram altíssimas. As políticas econômicas neoliberais foram implantadas sob o auxílio dos economistas americanos chamados de Chicago Boys, oriundos da Universidade de Chicago, neoliberais responsáveis pelas trágicas políticas econômicas a longo prazo. Em 1982, houve uma grande depressão econômica no Chile, com 30% de queda no PIB, altas taxas de desemprego, balança comercial deficitária e protestos populares contra a ditadura, desmontando todo o falso milagre econômico propagado pelos neoliberais de Chicago (Paulo Guedes, que vem destruindo a economia brasileira, é resquício dessa escola aqui no Brasil).

Pinochet colocou vários sindicatos e partidos de esquerda na ilegalidade, perseguindo e assassinando milhares de dissidentes e lideranças populares. A Unidade Popular, que agregava vários partidos de esquerda que apoiavam o governo popular de Allende, foi duramente perseguida. Pinochet criou também uma Caravana da Morte, ação que assassinava, sob forte tortura, vários líderes da resistência. Atacou ainda a cultura, queimou livros, censurou a imprensa, controlou a justiça e se envolveu em muita corrupção. Em 1977, pelas torturas praticadas contra a população, seu governo fora condenado pela Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Para dar aparência de legalidade ao governo, realizou dois plebiscitos fajutos em 1978 e 1980. Em setembro de 1986, a Frente Patriótica Manoel Rodrigues atacou Pinochet, deixando-o ferido, em ação com cinco guarda-costas mortos e vários feridos. Em 1989, foram realizadas eleições, as quais não eram realizadas desde 1970, elegendo Patrício Aylwin. Pinochet continua tutelando o país e com o mais alto cargo das forças armadas até 1998, quando nesse ano ele criou o cargo de senador vitalício, com apoio do Congresso chileno. Renunciou apenas por questões de saúde e as graves acusações de crime aos direitos humanos.

No final do governo Pinochet, 38% da população chilena estava abaixo da linha de pobreza, sua população praticamente sem previdência pública e muito patrimônio público privatizado. A história de impunidade e ataque aos direitos humanos de Pinochet é mais uma página de vários ditadores da América Latina que deixaram seus respectivos países marcados por péssimas condições sociais, econômicas, muita impunidade e o sangue e choro de milhares de cidadãos, que derrotarão qualquer tentativa de manutenção dessas políticas que ainda não foram destruídas.



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Mensagem por Chapolin Gremista » 27 Nov 2022, 06:14

NOTÍCIAS
UNIVERSIDADE MARXISTA
O papel da situação portuguesa na Independência do Brasil
A oitava aula do segundo módulo do curso da Universidade Marxista tratou do impacto da relação internacional na Independência do Brasil.

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Um grande setor dos historiadores costuma ignorar a situação em Portugal ao tratar da Independência do Brasil. No entanto, tal forma de lidar com o problema leva a um entendimento superficial da situação política que levou à Independência. A oitava aula do módulo 2 do curso da Universidade Marxista “Brasil: 500 anos de História”, ministrado pelo companheiro Rui Costas Pimenta, dedicou-se a tratar dessa questão costumeiramente ignorada pelos historiadores.

A relação colonial entre Portugal e Brasil começa a se alterar em 1807, quando Napoleão Bonaparte decide invadir Portugal com as tropas lideradas pelo general Junot, que leva a família real portuguesa a fugir para o Brasil – onde chega em janeiro de 1808. Ao chegar no Brasil, o príncipe regente Dom João VI assina o tratado de Abertura dos Portos às Nações Amigas e põe fim ao pacto colonial, o que, na prática, representa um fim da situação de colônia para o Brasil. A questão do pacto colonial era central, visto que encerrava uma disputa entre a burguesia europeia e a burguesia nacional brasileira.

Enquanto isso, o companheiro Rui Pimenta explicou que a situação na Europa se intensificava cada vez mais. No próprio ano de 1808, Napoleão sofre a primeira de suas derrotas e é expulso da Espanha pela revolução espanhola; no mesmo ano, como consequência da expulsão francesa da Espanha, também Portugal passa por uma revolução que expulsa os franceses.

Em 1809, a França invade novamente Portugal, mas é derrotada. Contudo, é importante notar que este período de intensa atividade dos militares portugueses é essencial para que elevem sua moral e para que desenvolvam uma consciência política. Existindo momentos em que o comandante em chefe de Portugal era um francês, quando eles estavam sob o domínio de Napoleão, as Forças Armadas portuguesas lutavam ao lado da França em diversas batalhas – inclusive, na invasão à Rússia. Enquanto, em outros momentos, o comandante-em-chefe era um inglês, e o exército português lutava contra a França.

Quando Portugal consegue chegar a um momento de relativa estabilidade, em 1813 – aproximando-se do final das Guerras Napoleônicas, que foi em 1814 –, surge um movimento dos governadores para exigir a volta de D. João VI à Portugal. O clima geral que imperava no país ibérico era o de que Portugal havia se tornado uma colônia do Brasil; inclusive, neste período, quando Napoleão invade Portugal, ele chega a dizer: “Não podemos admitir uma colônia em pleno território europeu”.

Na prática, era como se o Brasil fosse a metrópole – ao menos, era a impressão que setores significativos da sociedade tinham. Os movimentos liberais portugueses, que procuravam rebaixar o Brasil, novamente, a uma colônia falavam em “independência do Portugal” – finalmente, a capital de Portugal era o Rio de Janeiro. Inclusive, tal fato ajuda a compreender por que a independência do Brasil não se deu através de uma sangrenta guerra civil: simplesmente, porque o Brasil era, do ponto de vista militar, muitíssimo mais forte que Portugal e não havia como o país ibérico competir em igualdade com o Brasil neste terreno, principalmente após as devastações causadas pela guerra.

Em 1820, a Espanha passa por uma nova revolução liberal, que restabelece a Constituição de Cádis. Logo depois, em 1821, Portugal vive um levante militar que é conhecido como Revolução Liberal do Porto. Os movimentos liberais, tanto brasileiros, quanto portugueses, possuíam o apoio do futuro imperador do Brasil D. Pedro I; de tal forma que, no mesmo ano de 1821, D. Pedro I organizou um levante das tropas no Rio de Janeiro para apoiar a revolução.

Em 1821, D. João VI, cumprindo uma das exigências da revolução do mesmo ano, retorna para Portugal, enquanto D. Pedro I permanece como regente brasileiro. Tendo em vista que a principal reivindicação da Revolução Liberal do Porto era restabelecer Portugal como a sede do Império Português, o movimento revolucionário começa a refluir assim que D. João VI volta ao país.

Enquanto isso, Portugal enfrentava um período de criação de uma Constituição. Uma questão de importância ímpar era que as Cortes Constitucionais eram formadas por 100 delegados portugueses e por 69 delegados brasileiros. Naturalmente, os interesses da burguesia portuguesa sempre se sobrepunham aos interesses da burguesia brasileira. De tal maneira que, em determinado momento, os delegados brasileiros decidem abandonar as Cortes; além do mais, foram as cortes que decidiram convocar de volta D. Pedro I a Portugal.

Como forma de resposta, D. Pedro I organizou um movimento de abaixo-assinado, que reuniu milhares de assinaturas pela sua permanência no Brasil; de tal modo, ele fez um discurso na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro em que rejeitou a ordem das Cortes Portuguesas e decidiu que ficaria no Brasil como regente.

Tais episódios demonstram como a burguesia portuguesa avaliou mal a situação objetiva. Acreditando ter a situação brasileira totalmente controlada, podendo até mesmo fazer com que o país regressasse ao caráter colonial, os portugueses perderam totalmente o seu controle sobre ela. A apreciação errônea da correlação de forças se dava por uma falta de tato político, sendo visível a subestimação de D. Pedro I e do Brasil – inclusive, com xingamentos duros ao futuro imperador, buscando o apresentar como “ignorante” e “selvagem”.

A burguesia portuguesa subestimava os brasileiros a tal ponto que rejeitou uma proposta extremamente moderada por parte da burguesia brasileira. De acordo com a proposta, Brasil e Portugal estariam unidos sob o mesmo reino, cuja coroa seria a coroa com sede em Portugal de D. João VI; D. Pedro I ficaria no Brasil como príncipe regente; além disso, ambos os países teriam seus próprios congressos nacionais, além de um congresso único para o reino, em que Brasil e Portugal teriam direito ao mesmo número de deputados.

A rejeição da proposta, com o intuito de dominar completamente o Brasil, acabou fazendo com que a situação saísse totalmente do controle de Portugal. Em parte, a atuação de D. Pedro I foi fundamental para permitir isso. Por exemplo, quando o exército português reuniu 2.000 militares portugueses para tentar fazer cumprir as ordens das Cortes Constitucionais, o futuro imperador reuniu 6.000 brasileiros – uma parte eram militares, mas a outra parte era a população em geral – e os mobilizou em frente aos militares portugueses. De maneira imediata, o exército português capitulou – o que explica por que, no Brasil, não houve nenhuma guerra sangrenta pela independência: pois a força militar brasileira era muitíssimo maior que a portuguesa.

Com isso, o Brasil declarou sua independência em 7 de setembro de 1822, e isso abriu uma grande crise em Portugal. Em consequência da independência do Brasil, o governo liberal perdeu o apoio, até mesmo, da burguesia liberal. O governo caiu totalmente em descrédito para com todos os setores da sociedade. Além de tudo isso, a Santa Aliança havia derrubado o governo revolucionário espanhol: foi a pá de cal no governo liberal português.

Depois, D. João VI morre, e é o D. Pedro I do Brasil que assume o trono – como D. Pedro IV de Portugal. Ele outorga, como rei, uma nova Constituição em 1826 para Portugal e a publica no Diário Oficial do Rio de Janeiro. Em sequência, ele abdica em favor de sua filha, a brasileira Maria da Glória, que se torna D. Maria II – conhecida como “A brasileira”.

A oitava aula do segundo módulo da Universidade Marxista, Brasil: 500 anos de História, tratou deste tema com mais profundidade. Trata-se de um curso fundamental para se analisar o período do Brasil império sob uma perspectiva revolucionária.




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História

Mensagem por Chapolin Gremista » 30 Nov 2022, 18:24



Como Dom Pedro I governava




O que levou Dom Pedro I a abdicar do trono de Portugal





Os diferentes olhares sobre D. Pedro I em sua própria época




Os ataques contra a figura de Dom Pedro I





A tentativa de falsificar a história da Independência do Brasil






A visão negativa que parte da esquerda e historiadores têm de Dom Pedro I
Adquirir conhecimento e experiencia e ao mesmo tempo não dissipar o espirito lutador, o auto-sacrificio revolucionário e a disposição de ir até o final, esta é a tarefa da educação e da auto-educação da juventude revolucionária. '' LEON TROTSKI

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