http://exame.abril.com.br/revista-exame ... ao-twitter
Para o australiano Rupert Murdoch, dono da News Corporation, segundo maior grupo de mídia do mundo, 2011 foi um ano difícil — para dizer o mínimo. Em julho, um escândalo envolvendo um de seus principais jornais na Inglaterra, o tabloide The News of the World, colocou em xeque seus negócios no país e sua reputação mundo afora.
Descobriu-se que os repórteres, à caça de furos, invadiam a caixa postal de vítimas de crimes, de celebridades e de políticos e pagavam propina a policiais.
Nos meses que se seguiram, Murdoch fez tudo o que se podia esperar de um executivo num momento de crise: fechou o jornal, publicou anúncios pedindo desculpas aos leitores, demitiu funcionários, submeteu-se a uma constrangedora sabatina no Parlamento britânico e afastou seu filho do comando da subsidiária no país.
Sua última cartada veio em 31 de dezembro: o empresário, que raramente concede entrevistas, abriu uma conta no Twitter e passou a se comunicar diariamente com seus seguidores (hoje são mais de 180 000). No microblog, entre comentários sobre sua rotina e pitacos sobre a corrida presidencial americana, Murdoch fez um mea-culpa: “Não há desculpas para quem invade a privacidade”, publicou no dia 23 de janeiro.
Murdoch não é exatamente o primeiro empresário em apuro a usar a rede social. Foi pelo Twitter da British Petroleum que o então presidente da companhia, Tony Hayward, rebateu críticas de que não estaria dando a devida atenção ao desastre envolvendo uma plataforma da BP no golfo do México. Hayward havia sido flagrado aproveitando o fim de semana numa corrida de iates.
Mais recentemente, Mike Lazaridis, presidente da RIM, que produz os celulares BlackBerry, também usou a conta oficial da empresa para divulgar uma mensagem pedindo desculpas pela pane que deixou boa parte dos usuários sem os serviços de e-mail e mensagens. “O Twitter tem o poder de propagar informações de forma muito rápida.
Quem consegue usá-lo bem tem a chance de criar uma audiência própria, e isso pode ser muito poderoso na construção de uma imagem”, diz Walter Longo, vice-presidente de inovação da holding de empresas de comunicação Newcomm.
O inglês Richard Branson, dono do conglomerado Virgin Group, o americano Donald Trump e o bilionário indiano Ratan Tata, dono da Tata Motors, estão entre os homens de negócios que já usam o microblog regularmente.