Notícias e Debates sobre São Paulo

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JF CH
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por JF CH » 13 Mar 2019, 16:47

Parece que ele sofria bullying e se revoltou, porém num grau altíssimo.
JF CH
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F42 escreveu:
18 Abr 2021, 21:26
com todo o perdão da palavra e com toda a certeza que eu serei punido, piada é a cabeça da minha piroca! porra mano, eu tive que adicionar seu nome como "pseudo" pré candidato a moderação lá no datafórum e você agora fala que é piada? o que vc tem na sua cabeça, mano?
piadaitaliano/

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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Dias » 13 Mar 2019, 17:28

Descontar em quem não tem nada a ver é muita sacanagem.

Esses assassinatos em massa, muita gente tem culpa, não só os que apertaram o gatilho.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Victor235 » 13 Mar 2019, 20:29

Jovem de 17 anos matou comparsa antes de se suicidar, diz polícia
Segundo a reportagem, a dupla que assassinou alunos e funcionários da Escola Estadual Professor Raul Brasil, na cidade de Suzano, em São Paulo, tinha um pacto de que faria o ataque e depois se mataria. Os amigos também andavam pesquisando na internet sobre massacres em escolas dos EUA.
https://istoe.com.br/assasino-de-17-ano ... de-suzano/

Imagem
O que as redes sociais dizem sobre um dos atiradores de Suzano
Guilherme Taucci Monteiro postou fotos armado antes do atentado, interagia com páginas de amantes de armas de fogo e admirava a família Bolsonaro.
“Um amor: Armas”, “Eu Amo Armas” e “Portal Armas de Fogo” são algumas das páginas com as quais o jovem mais interagia. Ele costumava curtir fotos de armas de fogo e facas, arsenais de armas e vídeos de atiradores.
Outro traço constante em seu perfil é o apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A admiração se estendia a outros membros da família. Além de postagens da página oficial de Eduardo Bolsonaro, o jovem também interagia com conteúdos como uma imagem em que o filho do presidente aparece segurando uma arma de alto calibre com a frase “Às vezes me pego pensando, por que o MST nunca invadiu minha propriedade?”. A postagem é da página Bolsonaro Opressor 2.0.
Não parava por aí: como qualquer adolescente, Guilherme também tinha seus gostos musicais. A banda canadense de rock Three Days Grace parecia ser sua predileta. O que mais aparecia em seu perfil, porém, eram os videogames. O jovem compartilhava imagens e curtia memes de games de tiro em primeira pessoa, como os da série Call of Duty e Ghost Recon.
https://epoca.globo.com/o-que-as-redes- ... o-23518545

Polícia investiga se atiradores de Suzano planejaram crime em fórum de games
A polícia investiga se os dois jovens que abriram fogo contra a Escola Estadual Raul Brasil, nesta quarta-feira, 13, faziam parte de um grupo que joga em rede o game Call of Duty, de guerra, e neste fórum teriam planejado o crime.
Segundo vizinhos, os dois às vezes ficavam o dia inteiro conversando, sentados na frente de casa. E passavam pelo menos três noites por semana em uma lan house perto de casa jogando games como Counter Strike e Mortal Combat, além do Call of Duty. Castro trabalharia de vez em quando com o pai, capinando o mato.
Os dois [jovens] foram até uma loja de carros seminovos do tio de Guilherme Jorge Antônio Moraes, localizada a cerca de 450 metros. De acordo com testemunhas, por volta de 9h15, Guilherme entrou sozinho no local, onde também funciona um estacionamento e um lava-rápido e disparou três vezes. Ele acertou o celular que Jorge segurava na mão – e levantou na tentativa de se proteger -, a clavícula e as costas da vítima. Depois, saiu e embarcou no carro que o esperava na saída.
O gerente de negócios Rodrigo Cardi, de 34 anos, trabalhou com Jorge nos últimos 15 anos e disse nunca ter visto Guilherme no local. “Parece que o Jorge tentou dar uns conselhos depois que o sobrinho foi mal na escola, mas ele não gostou. Mas no momento do ataque nada foi falado nem houve chance de defesa”, disse.
https://istoe.com.br/policia-investiga- ... -de-games/
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Victor235 » 13 Mar 2019, 20:52

Barbano escreveu:Ué, em dezembro o gestor não era o teu querido Márcio Cuba? :[
Já estava na transição :assobiando:
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Victor235 » 13 Mar 2019, 23:18


Major Olímpio diz que tragédia em Suzano seria evitada se professores estivessem armados
O senador Major Olímpio (PSL-SP) afirmou nesta quarta-feira (13) que o massacre que deixou ao menos oito pessoas mortas na escola estadual Professor Raul Brasil em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, teria sido evitado caso os funcionários da escola estivessem com armas.
Em nota, Olímpio acrescentou que "a política desarmamentista fracassou" e que não pode "deixar que os aproveitadores se utilizem da tragédia para falar que o desarmamento é solução, essas armas são ilegais e foram obtidas e usadas por adolescentes".
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano ... ados.shtml
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Fola » 14 Mar 2019, 09:15

Esse desastre é mais uma prova, como se ainda fosse necessária, da importância da liberação do porte de armas no Brasil. Se eu tiveesse uma escola, uma das exigências aos professores seria que todos eles portassem e soubessem usar armas de fogo.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Dias » 14 Mar 2019, 11:02

Era de se esperar que no desespero de uma situação dessas, viriam "soluções" desesperadas, que na intensidade do desespero, não resolvem nada, até pioram tudo. Essa solução de que é só sair colocando arma na mão de todo mundo que resolve o problema. Porra, quase todos os assassinos de escola se matam depois do crime, o que armar professor, servente, inspetor, merendeira iria adiantar? Iria matar menos gente? Se é que isso aconteceria, não é pra morrer menos gente, é pra morrer ninguém.

Segundo que já houve casos nos Estados Unidos que professores armados iam no banheiro e esqueciam a arma lá. Terceiro que um professor não vai ter preparo, nem vai querer se arriscar a entrar em uma sala onde está havendo uma chacina.

E abaixar a maioridade penal, é mais idiota ainda. Se os assassinos se mataram, que merda que vai adiantar? "Eu vou me matar depois, mas se eu for pego eu vou ser julgado como adulto, então não vou fazer isso". E um dos assassinos já era maior de idade.

Já disseram que os assassinos em questão sofriam bullying, então não só os assassinos tem culpa nisso; quem os fizeram apertar o gatilho também. Não sei sobre o âmbito familiar dos assassinos, então não posso comentar sobre. Li algumas coisas, mas não posso afirmar nada ainda até eu me informar melhor.

Uma solução seria debater sobre o bullying e as consequências que isso traz. Ficar nessa de "essa geração mimimi não aguenta mais piada nenhuma, antes me batiam, me xingavam e hoje eu estou bem" não ajudam em absolutamente nada, só atrapalha e piora.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por E.R » 14 Mar 2019, 11:23

Se tivessem pessoas armadas na escola, depois que o psicopata matasse as primeiras pessoas, ele ia levar tiros das pessoas armadas na escola (funcionários da escola) e ia ficar impossibilitado de matar mais pessoas.

Nesses casos, é bom atirar nas pernas do psicopata, para impedir a mobilidade dele. Não precisa nem atirar pra matar para atrapalhar um criminoso desses.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Red » 14 Mar 2019, 11:37

É hora do quiz "Ache soluções simples para situações complexas" (a plateia não pode soprar). Pergunta: Um massacre acontece na escola, de quem é a culpa:

1. Dos games violentos como cal ofi duti e cauntri istraiki
2. Do Bolsonaro que faz sinal de arminha
3. Dos professores que não são o Rambo
4. Do ódio acumulado causado pelo bullying e do ambiente tóxico nas escolas, em que pouco (ou nada) se faz para combater esse tipo de prática que não torna as pessoas mais fortes e sim causam sequelas psicológicas.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Dias » 14 Mar 2019, 11:43

Red escreveu:É hora do quiz "Ache soluções simples para situações complexas" (a plateia não pode soprar). Pergunta: Um massacre acontece na escola, de quem é a culpa:

1. Dos games violentos como cal ofi duti e cauntri istraiki
2. Do Bolsonaro que faz sinal de arminha
3. Dos professores que não são o Rambo
4. Do ódio acumulado causado pelo bullying e do ambiente tóxico nas escolas, em que pouco (ou nada) se faz para combater esse tipo de prática que não torna as pessoas mais fortes e sim causam sequelas psicológicas.
5)NDA

A culpa é do PT e seus governos comunistas que desarmaram o cidadão de bem.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por E.R » 14 Mar 2019, 12:36

Red escreveu:4. Do ódio acumulado causado pelo bullying e do ambiente tóxico nas escolas, em que pouco (ou nada) se faz para combater esse tipo de prática que não torna as pessoas mais fortes e sim causam sequelas psicológicas.
Pois é, bullying é um negócio muito sério. Tem que ser combatido e os pais tem que falar sobre isso desde a tenra infância.

Eu acho que tinha que abaixar as notas das crianças que tiverem esse comportamento na escola.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Barbano » 14 Mar 2019, 12:47

Esses ataques são raros. Quantos tivemos no Brasil nos últimos 20 anos? Uma dúzia, se muito... Agora calculem a quantidade de tragédias que poderiam ocorrer com milhões de armas nas salas de aula, nas mãos dos professores. Quem garante que todos são equilibrados para lidar com elas? Quem garante que os alunos não acabarão tendo acesso a elas?

Isso é sandice.
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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por Antonio Felipe » 14 Mar 2019, 12:57

Fola escreveu:Esse desastre é mais uma prova, como se ainda fosse necessária, da importância da liberação do porte de armas no Brasil. Se eu tiveesse uma escola, uma das exigências aos professores seria que todos eles portassem e soubessem usar armas de fogo.
Isso é sério ou ironia?
• Jornalista
• No meio CH desde 2003
• Um dos fundadores do Fórum Chaves. Administrador desde 2010
• Autor do livro "O Diário do Seu Madruga"
• Eleito pelos usuários como o melhor moderador em 2011, 2012, 2013 e 2014


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• Entrevistei Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Maria Antonieta de las Nieves e Carlos Villagrán
• Viabilizei a entrega da camiseta do Fórum Chaves para Chespirito
• Cobertura jornalística e de redes sociais de praticamente todos os grandes eventos e notícias CH desde 2010
• Um dos idealizadores do "Sigam-me os Bons", campanha social do Fórum e Fã-Clube
• Um dos idealizadores do Bloco Sigam-me os Bons, primeiro bloco temático CH de carnaval em São Paulo
• Apoio e participação nas turnês do Senhor Barriga, Kiko e Paty no Brasil
• Desmentido de todos os boatos envolvendo CH nos últimos anos
• Autor do furo sobre o Chaves no Multishow
• Coordenei o Projeto CH Legendado, que tornou acessível em português os inéditos de Chaves e Chapolin
• Prestei consultoria para a realização de "Chaves - Um Tributo Musical"

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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por E.R » 14 Mar 2019, 13:09

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Re: Notícias e Debates sobre São Paulo

Mensagem por E.R » 14 Mar 2019, 14:51

A mãe do assassino parece aquelas personagens que o Manoel Carlos escalava a Lília Cabral pra fazer :
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano ... ador.shtml

No cômodo de paredes sem acabamento, o aparelho de televisão que domina o pequeno ambiente exibe os retratos de Guilherme Taucci Monteiro, 17, e de Luiz Henrique de Castro, 25, sobre uma tarja onde se lê: “Assassinos mataram oito em escola de Suzano”.

Diante da tela, Tatiana Taucci, 35, esfrega as mãos, agitada, antes de levá-las ao rosto. “Como é que pode meu filho ser chamado de assassino, meu Deus? Isso é chocante”, lamenta. Segundos depois, ela mesma conclui: “Mas do que é que vão chamar ele se matou toda essa gente na escola?”.

Guilherme e Luiz invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil, onde estudaram, na manhã desta quarta-feira (13), e abriram fogo contra coordenadora pedagógica, inspetora e alunos, matando sete pessoas e ferindo outras onze.

No caminho até o colégio, Guilherme parou na loja do tio, Jorge Antônio Moraes, irmão de sua mãe, onde já havia trabalhado, e atirou contra ele. O tio morreu no hospital.

“Cheguei na escola gritando pelo meu filho, dizendo que tinham machucado ele. Quando me contaram o que tinha acontecido, meu mundo caiu”, diz.

“Perdi meu filho e meu irmão. Não dá nem pra acreditar... Minha vida acabou”, diz ela, sentada na cadeira em que, conta, Guilherme passava as madrugadas jogando no computador.

“Ele tinha internet, TV a cabo, tinha tudo. E o bobão faz isso?”, revolta-se. “Estou com muita raiva, de tudo.”
A família diz nunca ter desconfiado de que Guilherme pudesse ter algum tipo de comportamento violento. “Nosso relacionamento até que não era ruim. Mas a gente quase não conversava”, revela a mãe.

“A única coisa é que ele era pirado nesse bagulho de jogo de computador. Ele ficava paranoico e gritava para a tela: vou te matar, vou te matar!”

Desempregada há dois anos e mãe de outras quatro crianças, duas das quais moram na mesma casa onde Guilherme vivia, Tatiana batalha contra uma dependência química de longa data, que a leva a passar boa parte do tempo nas ruas.

Fruto de um relacionamento breve entre Tatiana e Rogério Machado Monteiro, Guilherme foi criado pelos avós, Benedito Luiz Cardoso e Arlete Taucci, numa casa de tijolo aparente, entulhada de móveis e objetos, no bairro Jardim Imperador.

“O pai e a mãe não estavam muito aí pra ele, sabe?”, diz o avô, antes de ser repreendido pela filha. “Agora a culpa é minha? Culpa é sua, que criou ele”.

Com a morte da avó, quatro meses atrás, Guilherme passou a dar sinais de tristeza permanente. “Acho que ele ficou deprimido”, arrisca a tia.

O quarto de Guilherme fica nos fundos da casa, atravessando a lavanderia onde se acumulam roupas, jornais, latas, baldes, ripas de madeira, bicicletas de criança e uma gaiola com um pequeno pássaro.

Ao sair pela manhã para o atentado, Guilherme deixou no chão, ao lado do beliche onde dormia, uma foto queimada, que a mãe reconheceu como sendo sua com o pai do adolescente.

Do chão, a mãe recolhe uma sacola em que encontra mais de cinco caixas vazias de Bis de chocolate branco. “Ele tinha problemas de acne. Também, comendo chocolate desse jeito”, diz ela, como se falasse consigo mesma.

Segundo Tatiana, Guilherme abandonou a escola no ano passado, a um ano de concluir o ensino médio, porque dizia não aguentar mais ser “zoado por causa das espinhas do rosto”.

O avô pagou um tratamento para o neto, e sua pele “melhorou muito”. “Ontem mesmo, quando ele chegou da rua de noite, eu esquentei o jantar pra ele. Estava tudo bem”, lembra o avô, com a voz embargada. Guilherme comeu arroz, feijão e hambúrguer. “Ele adorava hambúrguer.”

Guilherme e Luiz se conheceram na infância e, desde então, andavam sempre juntos.

“Eram meninos normais. Falavam bom dia, boa tarde, boa noite. Não usavam drogas”, conta o motorista Cássio Nogueira, 39, vizinho que os viu crescer. “Nunca percebi nenhum traço que indicasse que esse tipo de comportamento poderia ocorrer. Estamos todos ainda em choque.”

Os programas da dupla dos últimos tempos eram passeios pelo shopping e visitas regulares à LAN house do bairro, onde costumavam jogar video-games de tiros.

“Por aqui passam cerca de cem pessoas por dia, e quase todos jogam games de tiros. Se isso determinasse alguma coisa, todas essas pessoas seriam assassinas”, pondera Tatiane Motta, 27, que trabalhou até mês passado como atendente da LAN house frequentada pela dupla.

Ela conta que Guilherme e Luiz jogavam videogames no espaço ao menos três vezes por semana. Eram conhecidos por serem fechados, seletivos e xingarem muito e em voz alta durante as partidas.

Um dia, a atendente percebeu um pingente com a suástica nazista no pescoço de um deles. “Levei um susto”, diz. Os clientes passaram a ser vistos com cautela.

A mãe e o avô de Guilherme dizem nunca terem visto o menino ostentar esse tipo de símbolo.

A tia e vizinha Karina Mendes, 27, diz que está com medo de represálias. “A gente entra nas redes sociais e só vê gente xingando eles e dizendo que a culpa é da família, que temos todos de morrer também”, afirma. “Eu entendo a revolta das pessoas, mas não podemos pagar por aquilo que não fizemos. Estamos todos sofrendo, mas estamos com muito medo também.”
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