Retomar a agenda de reformas e contar com o setor privado para os investimentos em infraestrutura é um dos objetivos do plano de governo de Simone Tebet, que concorre à Presidência da República pelo MDB.
Em entrevista ao Info Money, Elena Landau, economista que auxilia a senadora em sua campanha, falou também sobre a reforma administrativa.
Elena Landau : A nossa ideia de reforma administrativa é muito mais que recursos humanos. Você tem lei de governança pública, todo um novo impacto de gestão dentro do governo, porque se perdeu a capacidade de gestão. É preciso retomar a qualidade de governança, as agências reguladoras, a preparação dos servidores públicos, fazer cursos da ENAP [Escola Nacional de Administração Pública]. Tudo isso para melhorar a qualidade da prestação de serviço público. Quando a gente fala em melhorar a qualidade da prestação de serviço público, a gente está pensando num serviço público lá na ponta. A gente quer uma boa prestação de serviço público porque o pobre fica mais pobre se ele não tem serviço público. Nós aqui, podemos apelar para escolas privadas, serviços privados. A ideia da reforma administrativa é a ponta, é a sociedade. A gente bebeu na fonte dos trabalhos já avançados feitos pelo Carlos Ari Sundfeld, Ana Carla Abrão, Armínio Fraga e no nosso programa está trabalhando a Vera Monteiro, que também é uma especialista em administração pública. O que a gente tem que ter são critérios de avaliação de desempenho. E esses critérios são onde a gente pode dar bônus, onde a gente possa ter progressão de carreira, onde as progressões não sejam automáticas, é preciso fazer uma mobilidade de mão de obra dentro do setor público, às vezes você tem concursos desnecessários com mão de obra sobrando. Para a gente chegar para você e dizer qual é o número que a gente vai ter de economia [com uma reforma administrativa], é muito difícil de dizer. Certamente não é um número de impacto de curto prazo. Impacto de curto prazo tem congelamento da folha de salários, que de cara você tem esse ‘ganho’. Mas não é por aí que a gente quer fazer. Mas a gente quer abrir espaço também com a digitalização, com a maior eficiência do governo, com a redução das empresas estatais. Tudo isso é uma parte da reforma administrativa. De fato, a gente precisa abrir espaço de despesa discricionária. Certamente vai haver uma redução do tamanho da folha e um aumento da qualidade, esse é o nosso objetivo. Estimular o bom servidor, não é simplesmente jogar uma granada no bolso de ninguém, a gente quer estimular o bom servidor. Já trabalhei no governo, conheci inúmeros servidores da melhor qualidade. A gente quer trazer essas pessoas, com mais ânimo, com mais disposição, com mais reconhecimento.