Borges escreveu:O Luke Skywalker quer de qualquer forma encaixar a ideologia dele no trabalho do Roberto, mas não entende que um trabalho não se faz sozinho, sem a colaboração e empenho de toda uma equipe, que também tem suas questões pessoais e perspectivas de carreira.
Parando pra pensar, é muito fácil entender o porquê da saída do Carlos Villagrán. Tinha um dos personagens mais engraçados e carismáticos de toda a série e que foi subordinado a um patrão narcisista e egoísta por quase 10 anos. Roberto nunca ouviu seu elenco, nunca deu oportunidades para que outros subissem como ele, e isso resultou em quase 15 anos de episódios idênticos e o fim dos programas em 79.
Cara, tem tanto erro aí... Vamos lá.
Primeiro de tudo, eu não tenho ideologia. Não sei de onde você tirou isso. Talvez você esteja confundindo ideologia com filosofia/moral, afinal, eu sou apolítico e contra qualquer ideologia.
Seguidamente, você já trabalhou em uma produção audiovisual? Se tivesse essa experiência, saberia empiricamente que as coisas não são tão simples como "um trabalho não se faz sozinho".
As vezes, um diretor tem sua própria visão do que quer fazer, e não quer manchar a imagem de seu próprio programa com algo ilegítimo de vir dele mesmo. Caso contrário, qual seria o sentido de ele estar lá organizando todo o trabalho, pra no final não sair como ele quer? Sim, um trabalho não se faz sozinho. No entanto, é uma questão de visão e organização. O diretor (ainda mais quando também é escritor) está lá pra mostrar a visão dele. Se você quer colocar seu dedo, que faça seu próprio programa. Não fique mexendo no trabalho dos outros. Simples assim. E não é questão ideológica nenhuma isso, é apenas bom senso moral.
Você precisa fazer uma análise mais profunda disso, sem se basear em achismo e/ou conceitos subjetivos.
Como eu disse anteriormente, há várias possibilidades para a decaída dele nos anos 80 e 90. Uma delas pode ser a falta de vontade de fazer Chaves e Chapolin (afinal, os outros quadros não tinham tantos remakes assim). Outra possibilidade também é uma decaída de lucidez mesmo. Ninguém tem ideias geniais pra sempre, mas, em minha opinião (pois isso é meramente um conceito semântico), isso não o desconfigura como um gênio. Vale lembrar que ele fumava cigarros não-filtrados diariamente na juventude. E nos anos 80 e 90 ele tinha o quê? 50/60 anos? Compreensível, no mínimo.
Consequentemente, podemos concluir que, para nós, mero fãs, fazer um julgamento sobre isso vai ser achismo puro. Não estávamos lá para saber, nem ele está aqui pra explicar. Portanto, é inútil julgá-lo por isso.
Enfim, acho que quem quer empurrar ideologia aqui é você, colocando o patrão Bolaños como o malvadão que não dava oportunidades e o Carlos como o coitadinho. Mas as coisas não são tão simples assim, como já expliquei. Essa é uma análise muito rasa de se fazer. Creio ter propriedade o suficiente pra dizer que a forma de trabalho em audiovisual é muito mais complexa que esse raso julgamento insustentável.
Inclusive, Bolaños nunca processou Carlos por ter usado o Quico em programas solo. Muito menos a Maria Antonieta. Muito pelo contrário: a própria Televisa que posteriormente sofreu com as leis de propriedade intelectual, não podendo colocar a Chiquinha no desenho animado.
Riddle Snowcraft escreveu:Se ele imaginou um legado preguiçoso e com claros sinais de esgotamento, parabéns, saiu como imaginado mesmo.
Tudo o que posso te responder é que isso poderia ser, no mínimo, compreensível. Ninguém aqui tem conhecimento o suficiente para julgar isso, como eu expliquei em resposta ao Borges.
Mas se você insistir em fazer alegações curtas sem respaldo crítico, vai ser difícil mudar a mente de alguém aqui.