Chespirito era um cara excessivamente narcisista

[Bgs]

Bom, vamos aos fatos:

. Todos os programas tem Roberto como protagonista. Não existe um programa CH que o protagonista não fosse outro que não o próprio Roberto. Isso pode ter levado a saída de alguns personagens, como o Quico, que não viam perspectivas de crescimento no programa ou na emissora.

. Não há outros roteiristas nas séries além de Roberto. Talvez por achar que seus roteiros eram melhores que todos os outros, Roberto não aceitou que nenhum outro roteirista, com exceção de raríssimas ocasiões, escrevessem para seus programas, o que não era/é algo comum num programa televisivo.

. Além de não existirem outros roteiristas, a produção e direção ficaram a cargo de Roberto por muitos anos.

. Não aceitou mudar seu programa de horário. Bom, o programa Chespirito acabou em 95, mas poderia ter ido além, caso não fosse a recusa de Roberto com o que propôs a Televisa. Hoje em dia é natural que um programa mude de horário na grade de um canal, no entanto, Roberto não aceitou. Ele era bom demais pra trocar de horário?

E o principal: Roberto não só aceitou ser comparado com Shakspeare, como passou a usar o apelido de Chespirito em todas suas produções. Sandálias da humildade?

[O Gordo]

As aberturas dos programas também denunciam um pouco desse narcisismo, com "el programa número uno de la televisión humorística", "el programa humoristico de mayor audiencia y prestigio en todo el chokito" e coisas do tipo

[Seu Rampeiro]

Sim, ele era, porém faço algumas ressalvas:


". Todos os programas tem Roberto como protagonista. Não existe um programa CH que o protagonista não fosse outro que não o próprio Roberto. Isso pode ter levado a saída de alguns personagens, como o Quico, que não viam perspectivas de crescimento no programa ou na emissora. "


O mal não é necessariamente ser protagonista, mas jogar para escanteio os colegas. A série "El Chavo del ocho" poderia, para que o coletivo adquirisse maior destaque, chamar-se "La vecindad del Chavo". Nesse mesmo sentido, estava à mão de Roberto -- não só em Chaves, como também em todas as atrações -- colocar-se em nível de igualdade com os demais atores na abertura: o "interpretado pelo super comediante", único elogio presente, colocava os outros abaixo de ele.


". Não aceitou mudar seu programa de horário. Bom, o programa Chespirito acabou em 95, mas poderia ter ido além, caso não fosse a recusa de Roberto com o que propôs a Televisa. Hoje em dia é natural que um programa mude de horário na grade de um canal, no entanto, Roberto não aceitou. Ele era bom demais pra trocar de horário?"

Não foi uma simples mudança de horário, mas a perda de um horário nobre. Roberto, àquela altura, havia se tornado um gigante na Televisa, a recusa a horários de menor relevo é compreensível. Sim, ele era bom demais para fazer esse tipo de troca.

Ademais, adiciono mais um ponto:

Bolaños se achava criador absoluto até de personagens cujas construções receberam, em grande parte, materiais e cinzelamentos de seus respectivos atores, uma arrogância que o fez sentir-se no direito de proibir tais atores de em carreira solo interpretar esses personagens.

[ViniCH]

Ele era o dono da coisa toda, não tinha que se adequar nem aceitar sugestões de ninguém.

De fato, fazer 5 remakes da mesma história é muito mais saudável que aceitar ajuda de roteiristas.

[Seu Rampeiro]

Ele era o dono da coisa toda, não tinha que se adequar nem aceitar sugestões de ninguém.

E naquela época não tinha essa geração nojenta cheia de mimimi.

Teve todo direito de não aceitar mudar de horário, ser protagonista e tudo mais.

Pelo que vejo, todos os seus comentários seguem o nível desse:

SBT superior sempre.

[O Gordo]

Os poucos episódios de 79 que ele não escreveu (Engraxate, Penetras e deve ter mais algum) são até ovelhas brancas no meio de tanta ovelha negra.

[JoãoB]

Bolaños se achava criador absoluto até de personagens cujas construções receberam, em grande parte, materiais e cinzelamentos de seus respectivos atores, uma arrogância que o fez sentir-se no direito de proibir tais atores de em carreira solo interpretar esses personagens.

Mas aí tem que ver algumas coisas também. Segundo o Roberto, ele não impediu os atores de usarem os personagens em suas carreiras solo, o que houve foi que o Carlos e a Maria passaram a dizer que eram os criadores dos personagens - inclusive, Maria registrou a Chiquinha no nome dela sem falar com o Roberto antes -, daí ele teve que intervir para defender os seus direitos autorais. Se foi isso mesmo, então o Roberto fez o certo.

Só que aí tem um detalhe: foi o Roberto mesmo que criou os personagens? Ele alega que criou porque era ele o roteirista, já o Carlos e a Maria falam que eles criaram tudo (roupas, bordões, interpretaram na TV...) e que o Roberto só colocou o nome nos personagens. Aí já é outra discussão...


Sobre o assunto do tópico, eu nunca tinha reparado em algumas dessas coisas. Por outro lado, nas entrevistas o Roberto enaltecia o elenco, dando a entender que ele não conseguiu todo esse sucesso sozinho. "Narcisista" me parece meio exagerado, ele se colocava em primeiro nos programas mas também reconhecia o talento dos demais.

[Beterraba]

. Todos os programas tem Roberto como protagonista. Não existe um programa CH que o protagonista não fosse outro que não o próprio Roberto. Isso pode ter levado a saída de alguns personagens, como o Quico, que não viam perspectivas de crescimento no programa ou na emissora.

Já tivemos série com Quico e Chiquinha como protagonistas, e francamente foi um horror, eu particularmente fico feliz que ele tenha sido o protagonista, ele tinha essa capacidade de conduzir muito bem uma história, já os demais teria que ver como se sairiam.

[JoãoB]

. Todos os programas tem Roberto como protagonista. Não existe um programa CH que o protagonista não fosse outro que não o próprio Roberto. Isso pode ter levado a saída de alguns personagens, como o Quico, que não viam perspectivas de crescimento no programa ou na emissora.

Já tivemos série com Quico e Chiquinha como protagonistas

E vale lembrar que a série da Chiquinha o Roberto ajudou a produzir.

[Riddle Snowcraft]

. Todos os programas tem Roberto como protagonista. Não existe um programa CH que o protagonista não fosse outro que não o próprio Roberto. Isso pode ter levado a saída de alguns personagens, como o Quico, que não viam perspectivas de crescimento no programa ou na emissora.

Já tivemos série com Quico e Chiquinha como protagonistas, e francamente foi um horror, eu particularmente fico feliz que ele tenha sido o protagonista, ele tinha essa capacidade de conduzir muito bem uma história, já os demais teria que ver como se sairiam.

Séries CH.

Essas séries são iniciativas próprias dos atores, por isso são ruins. Chespirito era um puto narcisista mesmo, mas ele fazia profissionais medíocres brilharem junto com ele, isso não dá pra negar.

[Barbano]

Sobre o assunto do tópico, eu nunca tinha reparado em algumas dessas coisas. Por outro lado, nas entrevistas o Roberto enaltecia o elenco, dando a entender que ele não conseguiu todo esse sucesso sozinho. "Narcisista" me parece meio exagerado, ele se colocava em primeiro nos programas mas também reconhecia o talento dos demais.

Isso é verdade. Acho que ele abraçava bem o elenco, tanto que vários ficaram nos seus programas por duas décadas (caso da Maria Antonieta, Edgar Vivar, Angelines e Ruben Aguirre, além da Florinda, por motivos óbvios). É raro um roteirista produzir por tanto tempo para um mesmo elenco. Todas as séries e esquetes (e até mesmo os filmes) tinham o mesmo elenco base.

[Tufman]

Eu definiria toda as característica que fizeram dele nesse tópico como autoconfiança.

Uma pessoa autoconfiante, que confia no próprio taco, não tem que provar nada pra ninguém quando o sucesso já está provado. É a partir desse momento que a emissora ou qualquer que seja a plataforma de trabalho tem que se curvar ao artista. No Brasil e no exterior temos muitos casos assim. Olhem para o tratamento que a Globo deu ao Jô nos seus últimos anos na casa. Não foi a Globo que decidiu ou impôs algo, mas sim ao contrário, tamanha era grandeza do artista e o que representava para o Brasil.

Alguém que confia no próprio trabalho não precisa se colocar no escanteio ou diminuir suas qualidades. O sucesso do Chespirito foi grandioso, e ele tinha a ciência disso. Reconhecer a capacidade no que faz não é demérito ou uma má qualidade. É apenas evidenciar o óbvio e se colocar no devido lugar que lhe é de direito

[Jegue]

Eu nem diria narcisista. É mais pra "muito orgulhoso" mesmo.

Apesar de elevar seu trabalho a um nível que não merecia (a forma como ele maltratou o próprio trabalho prova isso) ele reconhecia e enaltecia o trabalho do elenco também, não a si mesmo somente.

Porém o seu orgulho não permitiu que ele deixasse outros protagonizarem e roteirizarem seus trabalhos - e dá pra entender (embora obviamente não dê pra concordar, né)

E sim, ele também era auto-confiante demais em seu próprio trabalho. Apesar de ser preguiçoso, ele tinha que ser confiante demais pra acreditar que poderia manter um programa com 80% do material sendo reaproveitado de trabalhos anteriores. E acabou conseguindo, não é?

[Seu Rampeiro]

Chespirito era um puto narcisista mesmo, mas ele fazia profissionais medíocres brilharem junto com ele, isso não dá pra negar.

Ramón era um profissional medíocre? E carlos? Todo o elenco era muito, mas muito bom, a questão é que os atores sem texto não faziam milagres: precisavam de um roteirista como Chespirito.

[Andre Cabral]

Isso é comum a vários humoristas, vide Renato Aragão, Chico Anysio, Jô entre outros, exceções era o Golias e o Moacyr